Memória viva de Tóquio, primeira cidade asiática a sediar as Olimpíadas

Memória viva de Tóquio, primeira cidade asiática a sediar as Olimpíadas

O legado de primeira cidade asiática a sediar as Olimpíadas, em 1964, deve ser trunfo de Tóquio na edição de 2021.

O desafio de abrigar o maior evento poliesportivo do mundo durante um momento histórico conturbado não é novidade para o Japão. Em 1964, muito antes da explosão do Covid-19, Tóquio sediava os Jogos Olímpicos pela primeira vez – e sob circunstâncias igualmente turbulentas.

 

Tocha olímpica na Olimpíada de Tóquio de 1964 - Foto: Reprodução

Tocha olímpica na Olimpíada de Tóquio de 1964 – Foto: Reprodução

 

“O país tinha acabado de sair arrasado da Segunda Guerra Mundial e, não bastasse, ainda se recuperava dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, em 1945”, comenta Katia Rubio, coordenadora do Grupo de Estudos Olímpicos da Universidade de São Paulo. “Apesar de as Olímpiadas terem acontecido na cidade 20 anos depois dessas fatalidades, o Japão ainda sentia os efeitos”, explica.

O país decidiu transformar a adversidade em potência. O status de sede olímpica serviu de pretexto para que Tóquio fosse catapultada a uma era de modernização sem precedentes. “O grande legado material dos Jogos de 1964 foi o trem-bala, que começou a funcionar na capital nove dias antes do início dos Jogos”, cita a pesquisadora. Foram construídas novas estradas e um monotrilho que liga o Aeroporto Internacional de Haneda ao centro da cidade – e funciona até hoje. “Outra característica que sublinhou as primeiras Olimpíadas de Tóquio foi a ode ao país e à sua cultura”, aponta Katia. O evento, que foi o primeiro da história a ocorrer no continente asiático, marcou a introdução do judô – arte marcial nativa japonesa – no rol de modalidades oficiais.

 

Estádio Nacional construído para a Olimpíada de Tóquio de 1964 - Foto: Reprodução

Estádio Nacional construído para a Olimpíada de Tóquio de 1964 – Foto: Reprodução

 

Para a campanha de 2021, a capital da tecnologia promete uma síntese entre pioneirismo e tradição. Dos 43 espaços reservados para competições, sete foram construídos em 1964 e serão reaproveitados este ano. Juntas, essas instalações formam a “Zona Herança”, região central da vila olímpica, com arenas que contam a memória da cidade.

Mesmo mantendo raízes no passado, a Tóquio de 2021 deve apontar para o futuro. “Tudo indica que essa seja a edição mais tecnológica da história”, prevê Katia. O Japão planeja usar sistemas de reconhecimento facial e rastreamento de atletas no evento. Com o público ainda impedido de acompanhar todas as competições presencialmente, robôs povoarão as quadras, trabalhando como “voluntários” recolhendo bolas e dardos durante as disputas.

Em uma temporada diretamente afetada pela pandemia de Covid-19, o passado retorna ao pódio, e “reconstrução” volta a ser a pauta principal. “É uma nova época, mas o desafio é o mesmo. Nasce mais uma chance de o Japão expor que, além da cultura e do folclore, a luta é a sua grande tradição”, finaliza.

 

obôs da Toyota, desenvolvidos para auxiliar no evento deste ano - Foto: Divulgação

obôs da Toyota, desenvolvidos para auxiliar no evento deste ano – Foto: Divulgação

 

Jogos Pandêmicos

Esta não será a primeira edição dos Jogos Olímpicos realizada durante uma pandemia. Em 1920, as Olimpíadas da Antuérpia aconteceram em meio a um surto global de gripe espanhola. “Essa província da Bélgica já havia sofrido muito com a Primeira Guerra Mundial e a doença veio logo em seguida”, explica Katia. Somadas, as duas tragédias deixaram cerca de 90 milhões de mortos. Para a estudiosa, apesar da similaridade pandêmica, a situação em Tóquio será diferente. “Na década de 1920 não houve tanta comoção dos espectadores ou quebras de expectativa, porque os Jogos não eram o fenômeno social e mobilizador que são hoje. O sentimento olímpico é uma repercussão atual e o fato de o evento não ter público deve fazer muito mais falta este ano”, explica.

 

Ginásio Nacional Yoyogi, projetado por Kenzo Tange, construído para os Jogos de 1964, e será novamente palco da Olimpíada. - Foto: Arne Müseler

Ginásio Nacional Yoyogi, projetado por Kenzo Tange, construído para os Jogos de 1964, e será novamente palco da Olimpíada. – Foto: Arne Müseler

Voos supersônicos são a nova aposta da aviação

Voos supersônicos são a nova aposta da aviação

Programados para estar em operação comercial apenas em 2029, os novos aviões que superam a velocidade do som podem reduzir pela metade a duração de algumas viagens de longa distância, como São Paulo-Nova York e Londres-Hong Kong.

Projeto da startup norte-americana Boom Supersonic, o Overture deve trazer de volta à aviação civil os voos supersônicos. Neste momento, a aeronave só existe nas pranchetas e computadores da Boom, mas a ideia é lançar o modelo em 2025, realizar o primeiro voo em 2026 e transportar passageiros até 2029.

A companhia aérea United, uma das cinco maiores do planeta, já encomendou à Boom 15 aviões desse modelo, que terá propulsores movidos a combustível sustentável, com emissão zero de carbono. O Overture terá 62 metros de comprimento e capacidade de 65 a 88 passageiros – todos em classe executiva e sem assentos do meio.

 

Foto: Divulgação

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Segundo a United, esses aviões prometem reduzir praticamente pela metade o tempo das viagens. A britânica Virgin e a japonesa JAL também têm pré-encomendas dessa aeronave. Com ela, será possível embarcar em São Paulo e, menos de 6 horas depois, aterrissar em Nova York. Hoje, a mesma viagem leva quase 10 horas. A viagem entre Londres e Hong Kong, que atualmente demora quase 12 horas, poderá ser feita em pouco mais de 6 horas.

Os grandes jatos da atualidade cruzam os céus a uma velocidade máxima próxima de 950 km/h. O Overture terá velocidade de cruzeiro em torno dos 2.000 km/h.

Fundada em 2014, em Denver, no estado norte-americano de Colorado, a Boom Supersonic levantou US$ 270 milhões para desenvolver o projeto do Overture. Seu fundador e CEO, Blake Scholl, tem a volta dos voos supersônicos como uma verdadeira obsessão. O Concorde, criado por um consórcio de engenheiros franceses e britânicos, operou voos supersônicos entre os anos de 1976 e 2003.

 

Foto: Divulgação

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Radar

Carros voadores

A Embraer fechou um contrato para entregar 50 veículos elétricos de pouso e decolagem vertical (ou eVTOL, na sigla em inglês e como é chamado o “carro voador”) para a Helisul Aviation, empresa que opera helicópteros na América Latina. A empresa recebeu também uma encomenda de 200 unidades de eVTOL para a Halo, companhia que fornece serviços de helicópteros e mobilidade aérea urbana privada nos EUA e no Reino Unido. As entregas devem começar em 2026. Por ser elétrico, não vai emitir poluentes e fará menos barulho que os helicópteros.

Tá na cara

Está em fase avançada de testes no Aeroporto de Congonhas o projeto Embarque + Seguro 100% Digital, com uso de reconhecimento facial. Pela primeira vez no mundo, a tecnologia de biometria será utilizada em uma ponte aérea de ponta a ponta. A tecnologia dispensa a apresentação do cartão de embarque e de documentos de identificação do passageiro.

Colombian connection

A partir do dia 2 de julho, a colombiana Avianca reativa a rota São Paulo-Bogotá, com sete voos semanais operados por aeronaves Airbus 320 neo, com capacidade para 150 passageiros. Os viajantes do Brasil terão a possibilidade de conectar no centro de conexões em Bogotá para mais de 24 destinos na Colômbia e mais de 20 internacionais, como Cancún, Punta Cana e mais de oito cidades dos EUA.

Para Rachel Maia, da RM Consulting, diversidade nas empresas é uma responsabilidade social

Para Rachel Maia, da RM Consulting, diversidade nas empresas é uma responsabilidade social

A empresária Rachel Maia ajuda corporações a apostarem na representatividade no ambiente de trabalho, fazendo com que inovem e ampliem seus negócios.

No início de 2021, segundo a Companhia de Estágios, empresa de RH, as contratações de estagiários negros triplicaram no Brasil. Foram 743 admissões no primeiro trimestre em relação às 250 nos primeiros três meses de 2020, um aumento de 197%. Conjunturas melhores e abertura para debates dentro das empresas estão no centro dessa mudança.

Para Rachel Maia, da RM Consulting, priorizar a representatividade nas companhias não é questão apenas de responsabilidade social, mas também de oportunidade. “O processo de letramento social consiste em entender que as empresas não operam no vazio, mas sim nas sociedades, em que as mudanças culturais, sociais, econômicas e políticas refletem nas práticas do universo corporativo. Ter pessoas diferentes em um mesmo ambiente proporciona ter vários pontos de vista para uma mesma situação; isso é essencial para o desenvolvimento de um negócio, porque amplia a capacidade de inovação e a pluralidade do debate.”

 

Rachel Maia, empresária - Foto: Divulgação

Rachel Maia, empresária – Foto: Divulgação

 

A empresária defende o conceito de letramento social para que os colaboradores passem a refletir criticamente sobre a sociedade e entender que a falta de pluralidade é um problema estruturalmente enraizado. “A partir daí é que haverá embasamento para a criação de ações afirmativas voltadas à empregabilidade de grupos historicamente minorizados, como PcD, negros, LGBTQIA+, mulheres, dentre outros”, explica Rachel, que dá consultoria a grandes empresas, como a XP e a JBS Brasil.

Uma das poucas mulheres negras a chegar ao topo do universo corporativo na América Latina – foi CEO da Lacoste, Pandora e Tiffany –, ela hoje se dedica a projetos próprios: além da consultoria RM, Rachel é fundadora do Capacita-me, voltado à educação e empregabilidade de pessoas em vulnerabilidade socioeconômica.

Por ter transitado em diferentes espaços e testemunhado a falta de representatividade em muitos deles, a empresária considera a diversidade e a inclusão parte importante da sua jornada. “Eu fui uma outlier! Nasci na periferia, estudei em escolas públicas e encarei preconceitos por ser negra e mulher. Mas tudo isso me fez acreditar nos meus valores e lutar pela inclusão”. Rachel Maia conta ainda que vislumbra um momento em que as pessoas se sentirão desconfortáveis em ambientes predominantemente compostos por um único grupo da sociedade: classe social, gênero ou cor. “Acredito que, em breve, por meio do letramento social e da educação, as pessoas serão genuinamente agentes da transformação social.”

 

Rachel Maia, empresária - Foto: Divulgação

Rachel Maia, empresária – Foto: Divulgação

Streaming: Julho é o mês dos encontros e reencontros

Streaming: Julho é o mês dos encontros e reencontros

Plataformas de streaming exibem a chocante história de três irmãos dos EUA separados no berço, a reconexão de um fofo casal idoso, os momentos mais hilários da vida do saudoso Bussunda e a reunião dos astros de ‘Friends’.

 

Meu Amigo Bussunda - Foto: Divulgação

Meu Amigo Bussunda – Foto: Divulgação

 

“MEU AMIGO BUSSUNDA”

Globoplay

Cláudio Besserman Vianna foi uma das figuras mais engraçadas da TV. Nos anos 1990, com o humorístico “Casseta & Planeta: Urgente!”, ele fez imitações impagáveis de Ronaldo Fenômeno, Lula e Vera Fischer, e deu vida a tipos inesquecíveis como Marrentinho Carioca e Montanha. Nos cinemas, Bussunda dublou Shrek. Morreu em 2006, na Alemanha, durante a Copa do Mundo. Neste documentário dividido em quatro episódios no streaming Globoplay, a vida desse debochado artista é recontada por sua filha Júlia Vianna e pelo colega Cláudio Manoel – o Seu Creysson.

 

Manhãs de Setembro - Foto: Divulgação

Manhãs de Setembro – Foto: Divulgação

 

“MANHÃS DE SETEMBRO”

Amazon Prime

Esta série em cinco episódios no streaming da Amazon Prime é estrelada pela cantora Liniker e está disponível em centenas de países. A trama acompanha a jornada de uma mulher trans, Cassandra (Liniker), que trabalha como motogirl em São Paulo e, nas horas vagas, atua como cover de Vanusa, famosa cantora dos anos 1970. Mas um dia sua vida dá uma guinada: uma mulher com quem ela se envolveu no passado surge com Gersinho (Gustavo Coelho), dizendo que o garoto é filho de Cassandra.

 

Nós de Novo - Foto: Divulgação

Nós de Novo – Foto: Divulgação

 

“NÓS DE NOVO”

Disney+

Em uma noite mágica, um homem idoso rejuvenesce milagrosamente e sai pelas ruas de Nova York dançando com sua esposa, que também volta aos tempos da juventude. A alegria do movimento e do ritmo da música e da dança impulsiona o casal pela vibrante paisagem urbana, onde eles revivem boas lembranças do passado. Com apenas sete minutos, esta animação emociona e comove. Ela mostra que a paixão, a euforia e o entusiasmo típicos da mocidade podem ser eternos e resistir ao passar dos anos.

 

Friends: The Reunion - Foto: Divulgação

Friends: The Reunion – Foto: Divulgação

 

“FRIENDS: THE REUNION”

HBO Max

A plataforma do grupo Warner estreia no Brasil com um recheado portfólio, que inclui a aguardada reunião dos seis amigos que, por mais de uma década, foram líderes de audiência na TV norte-americana. Neste especial, Jennifer Aniston (Rachel), Courtney Cox (Monica), Lisa Kudrow (Phoebe), Matt LeBlanc (Joey), Matthew Perry (Chandler) e David Schwimmer (Ross) revivem alguns dos momentos mais marcantes desta sitcom que marcou a vida de muita gente.

 

Três Estranhos Idênticos - Foto: Divulgação

Três Estranhos Idênticos – Foto: Divulgação

 

“TRÊS ESTRANHOS IDÊNTICOS”

Netflix

Documentário premiado dirigido por Tim Wardle relata a saga de três adolescentes nova-iorquinos que, em 1980, se encontram por acaso na faculdade e descobrem que são trigêmeos separados no nascimento. Eles adoram a notícia, viram celebridades na mídia norte-americana mas, aos poucos, vão descobrindo a chocante verdade: desde pequenininhos, eles faziam parte de um experimento comportamental sem saber e foram separados propositalmente por psiquiatras desumanos.