Como a Inteligência Artificial vem transformando a mobilidade urbana?

Como a Inteligência Artificial vem transformando a mobilidade urbana?

Tecnologias avançadas como a inteligência artificial estão presentes no Brasil e devem ser cada vez mais frequentes nos próximos anos

Integrada aos mais variados setores, a inteligência artificial (IA) vem transformando os meios de transporte, ajudando as pessoas a se locomover de forma mais rápida, segura e sustentável. Confira alguns dos principais recursos de IA:

Foto divulgação

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Mapeamento feito por drones
Na cidade de Londrina (PR), os drones têm sido usados no monitoramento do trânsito, auxiliando na avaliação de medidas que podem melhorar o fluxo. A partir de imagens e vídeos se entende melhor a dinâmica das ruas para implantação e controle de semáforos, além de contagem de veículos e obtenção de ortofotos, que permitem ter as dimensões das vias e o escaneamento das calçadas, avaliando as condições de acessibilidade e os obstáculos que atrapalham a locomoção de pedestres.

Semaforização inteligente
Especializada em sensores de movimentos, a empresa Sensortraffic desenvolve semáforos inteligentes, que monitoram em tempo real o fluxo dos veículos e a velocidade em que os carros estão se movimentando, bem como o controle de pedestres e ciclistas. Quando há mais trânsito, o semáforo fica mais tempo aberto; com menos trânsito, o tempo se reduz.

Deep learning ou inteligência artificial profunda
Baseada em redes neurais, essa tecnologia, que tenta imitar o comportamento do cérebro humano para captar informações e realizar tomadas de decisão, tem sido aplicada em novas pesquisas com carros autônomos, a fim de que eles sejam mais eficientes, confiáveis e inteligentes. No Brasil, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) tem um projeto que envolve a construção desse tipo de veículo e segue realizando pesquisas na área.

IA no ônibus
A Optibus, empresa israelense de tecnologia presente em 2 mil cidades, entre elas algumas capitais brasileiras, usa inteligência artificial, algoritmos de otimização avançados e computação em nuvem distribuída para tornar o transporte público mais eficiente e rápido. No Rio, ela foi contratada pela MOBI-Rio, empresa de transporte municipal administradora do BRT, para dar suporte de dados no trabalho de melhoria da infraestrutura e na expansão da rede.

Registros relacionados ao clima
Com os desafios climáticos que se agravam a cada ano, aumenta a importância dos dados fornecidos por IA sobre condições meteorológicas, problemas com obras e outros contratempos, informações que evitam congestionamentos e sugerem percursos com tempo reduzido.

Automação e integração de pagamentos
Simplificar e facilitar o pagamento de modais de transporte coletivo e estacionamentos por meio de um único cartão ou dispositivo é tendência no mundo todo e garante segurança e agilidade no dia a dia das grandes cidades, reduzindo filas na compra de bilhetes e trazendo eficiência de serviços.

Roteiro charmoso para um fim de semana em Campos do Jordão

Roteiro charmoso para um fim de semana em Campos do Jordão

Um fim de semana em Campos do Jordão é ideal para recarregar as energias, ficar imerso na Serra da Mantiqueira e experimentar a deliciosa gastronomia local

Sortudos aqueles que conseguem escapar em direção à Serra da Mantiqueira sempre que possível e redescobrir seus encantos. A cadeia montanhosa faz parte dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e concentra muitas cidades charmosas pelo caminho, como é o caso de Campos do Jordão, a cerca de 180 km de carro da capital paulista.

Além do badalado centrinho, o Capivari – recheado de lojas e opções gastronômicas variadas –, Campos tem atrações para os amantes de natureza e aventura, como o Parque Estadual de Campos do Jordão, também conhecido como Horto Florestal. Com mais de 8 mil hectares, a unidade de conservação abriga área remanescente da Mata Atlântica, com imponentes araucárias e mais de 186 espécies de aves e animais ameaçados de extinção, como a onça-parda, a jaguatirica e o papagaio-de-peito-roxo.

É, sem dúvida, um dos passeios imperdíveis na região, especialmente em épocas mais quentes e ensolaradas, já que oferece atividades como arvorismo, trilhas, cachoeiras, tirolesa, roteiros de bike e restaurantes deliciosos a céu aberto.

Do campo à mesa

No Horto Florestal, não deixe de almoçar no Restaurante Dona Chica, do chef Anderson Oliveira, natural de Campos do Jordão. O cardápio segue o conceito sustentável do campo à mesa, com ingredientes frescos colhidos na horta do próprio espaço, e tem como base a comida afetiva de família – com receitas passadas de geração em geração. O chef não utiliza produtos industrializados e prestigia itens da Mantiqueira, fortalecendo a economia local.

Chef Anderson Oliveira do restaurante Dona Chica na Horta - Foto Vivian Monicci | divulgação

Chef Anderson Oliveira do restaurante Dona Chica na Horta – Foto Vivian Monicci | divulgação

 

Este ano, o grupo Dona Chica Alimentação de Campos do Jordão, cujo nome é uma homenagem à bisavó de Anderson, comemora dez anos de operação. Para coroar o momento, foi inaugurado no início de março o novo Dona Chica na Horta, dentro do Espaço Chão no bairro dos Mellos, na zona rural. Aninhado em uma grande estufa de legumes e hortaliças, o local também segue o conceito farm to table.

 

Dona Chica na Horta - Foto Vivian Monicci | divulgação

Dona Chica na Horta – Foto Vivian Monicci | divulgação

 

“O Dona Chica na Horta é um projeto de vida muito especial. Sua essência é um domingo em casa, onde a gente coloca o que tem de melhor no meio da mesa”, explica o chef. “Para mim é uma imensa alegria abrir uma unidade no bairro dos Mellos, pois nele tenho as minhas referências familiares, meus avós são de lá e nossa história começa ali. Podemos dizer que o Dona Chica volta para o seu chão”.

Entre as opções do variado menu estão receitas típicas da região, como grelhados feitos na parrilla, legumes frescos na brasa, purês e novas criações vegetarianas e veganas. Na ala das bebidas, cervejas produzidas na Serra e novos drinques com e sem álcool são apresentados com ingredientes locais.

Para completar a experiência, há uma Feira de Orgânicos e um Empório com produtos artesanais como azeites, queijos, geleias e vinhos, além de um espaço de brincar para crianças. No Dona Chica na Horta, os animais de estimação são muito bem-vindos e têm até um menu especial preparado pelo chef.

Alta gastronomia e refúgio urbano

Para quem não abre mão de uma experiência gastronômica sofisticada, o restaurante de vanguarda Puriman é uma opção interessante. Comandado pelo chef João Izar – com passagens pelos restaurantes Evvai, Tuju, Loup, Corrutela e Dinner in the Sky, todos na capital –, o espaço desenvolve uma cozinha de pesquisa e produto baseada também na valorização de pequenos produtores e de insumos da Serra da Mantiqueira, extraídos de forma consciente.

Chef João Izar do Puriman - Foto Vivian Monicci | divulgação

Chef João Izar do Puriman – Foto Vivian Monicci | divulgação

 

O grande destaque é o menu degustação, que muda a cada estação e pode ser harmonizado, mas há cardápio à la carte com criações contemporâneas, além de café da manhã. Por lá, destaques para a bochecha de BBQ, pêra e bernaise; arroz pomodoro, boursin e manjericão; pudim de cítricos e sorvete de baunilha do cerrado.

 

Pudim de cítricos do Restaurante Puriman - Foto Vivian Monicci | divulgação

Pudim de cítricos do Restaurante Puriman – Foto Vivian Monicci | divulgação

 

Nesse mesmo conceito de refúgio elegante – a poucos metros da Praça do Capivari – o Hotel Boutique Quebra-Noz foi inaugurado em 2019 e está perfeitamente integrado à natureza, respeitando a geografia do local e com arquitetura que prioriza materiais como aço, o vidro e a madeira.

Em meio aos 9 mil m² de área verde e às centenárias árvores que envolvem a propriedade, o lugar dispõe de acomodações confortáveis, que podem abrigar de três a cinco pessoas – caso do charmoso Araucária Bungalow, que possui 100 m² distribuídos em dois andares com um total de dois quartos, dois banheiros com chuveiro, sala de estar com mini-copa e varanda exclusiva com vista para o bosque.

O hotel conta ainda com uma piscina aquecida com borda infinita em pedras naturais e salinizadas, spa, academia, sauna, quadra de beach tenis, trilha, biblioteca, adega com mais de 300 rótulos, espaços para as crianças e bicicletas para passeios em meio à bela paisagem de Campos do Jordão.

Bangalôs do Hotel Boutique Quebra-Noz - Foto Vivian Monicci | divulgação

Bangalôs do Hotel Boutique Quebra-Noz – Foto Vivian Monicci | divulgação

 

Dona Chica na Horta
Rua Elídio Gonçalves da Silva, 800, Bairro dos Mellos – Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 99714-0019.

Restaurante Dona Chica
Avenida Pedro Paulo, S/N, Horto Florestal – Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 99731-3953.

Puriman
Rua Embuia, 190, Embaixador – Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 99619-9689.

Hotel Boutique Quebra-Noz
Rua Arnola, 100, Capivari – Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 3663-4889.
Diárias: A partir de R$ 950.

Marie Mercié se destaca como marca feminina produzida de forma sustentável, econômica e socialmente responsável

Marie Mercié se destaca como marca feminina produzida de forma sustentável, econômica e socialmente responsável

Com loja recém-inaugurada em São Paulo, Marie Mercié une a essência handmade e a tecnologia, com capacitação profissional e sustentabilidade

Tudo começou em Timbaíba, cidade da Zona da Mata Norte de Pernambuco, a 92 km de Recife. Na casa da avó Maria Emília, a pequena Mércia se divertia com costuras e bordados, criando roupinhas para suas bonecas. Filha de donos de engenhos da região, a menina crescia envolta em tecidos, desenhos e croquis, que evidenciavam sua paixão. Iniciou a faculdade de desenho industrial, mas o casamento aos 19 anos e a chegada dos três filhos em escadinha interromperam a carreira acadêmica.

Com a criançada crescida, o sonho de abrir uma confecção foi reavivado. Mércia Moura diz ter sido encorajada pela mãe, Marisa, a desafiar a cultura patriarcal familiar e buscar sua independência. Em 1985, iniciou uma pequena fábrica dentro das terras do Engenho Pangauá, em Itambé, onde mora ainda hoje. “Comecei com mais cinco costureiras, esposas de funcionários do engenho. Aos poucos mais mulheres foram chegando, pois viram a transformação na vida da comunidade, com o empoderamento e a independência financeira.”

 

Mércia com funcionárias que iniciaram com ela a confecção, em 1985 - Foto Morgade

Mércia com funcionárias que iniciaram com ela a confecção, em 1985 – Foto Morgade

 

Hoje, a fábrica e as lojas empregam diretamente mais de 300 mulheres. O objetivo da marca é unir a essência handmade e a tecnologia, com capacitação profissional e sustentabilidade. Além do uso de tecidos eco-friendly e de máquinas com baixo consumo de energia, há a reutilização de retalhos para os cursos profissionalizantes e remunerados para novas costureiras. A produção é cautelosa e artesanal: cada peça recebe os cuidados das mãos de cerca de 35 pessoas até ficar pronta.

 

Fábrica da marca no Engenho Pangauá - foto divulgação

Fábrica da marca no Engenho Pangauá – foto divulgação

Além da loja recém-aberta no Morumbi Shopping, em São Paulo, e de unidades nos shoppings de Recife, Mércia distribui suas blusas, camisas, saias e vestidos para 4,5 mil lojistas brasileiros e exporta para seis países, participando também de feiras internacionais, como a Who’s Next, em Paris.

O sucesso dessa marca autoral e regional tem como pano de fundo o inspirador cenário da fazenda onde se localiza a fábrica da Marie Mercié, com suas paisagens sertanejas, as cores do amanhecer e o suave movimento das árvores.

 

Modelo veste Marie Mercié - Foto Morgade

Modelo veste Marie Mercié – Foto Morgade

Mônaco: Além dos castelos e das corridas, o destino surpreende por passeios com foco na natureza e na alimentação orgânica

Mônaco: Além dos castelos e das corridas, o destino surpreende por passeios com foco na natureza e na alimentação orgânica

Para quem quer conhecer Mônaco para além dos castelos e das corridas, o destino surpreende por passeios com foco na natureza e na alimentação orgânica – mas claro, tudo com muito charme!

Se eu perguntar a você o que Mônaco tem de especial, tenho certeza de que o luxo, as curvas da Fórmula 1 e as histórias de príncipes e princesas surgirão na sua resposta. Mesmo que você nunca tenha viajado ao principado, esse é um local que habita o imaginário de muitos viajantes, porque sempre esteve nos holofotes.

Mônaco é uma escolha ímpar. Localizado no charmoso sul da França, o destino reúne os melhores hotéis do mundo, uma dezena de restaurantes com estrelas Michelin e atrações históricas, culturais e, claro, luxuosas. Só que o pequeno país também é eclético: a proximidade com a natureza e a consciência sobre o meio ambiente trouxe inspiração para projetos de sustentabilidade, que ganham cada vez mais evidência. Assim, o lugar aposta em propostas que transformam a viagem em uma experiência inteligente e acessível até mesmo para orçamentos mais modestos.

 

Foto MONTE CARLO SOCIÉTÉ DES BAINS DE MERMC | Bay Hotel & Resort

 

Um dos projetos de sucesso é a bicicleta elétrica Monabike, que pode ser alugada em diferentes pontos com tarifas a partir de 1 euro (por 30 minutos). Há 300 exemplares à disposição e, enquanto você pedala, ajuda a reduzir a emissão de gases e circula de forma fácil em rotas que incluem atrações turísticas. Há também a possibilidade de passear com carro elétrico. O Mobee é um serviço de compartilhamento no qual o automóvel é contratado por meio de um aplicativo e devolvido onde quiser. O aluguel custa a partir de 6,75 euros a hora e você pode, inclusive, percorrer a famosa curva da Fórmula 1, que fica no centro da cidade e é a mais lenta do Mundial. A bordo de um transporte sustentável se faz diversos passeios.

Em Larvotto Beach, por exemplo, está a única praia pública do principado. É claro que ela é super charmosa, com água clarinha e tem vista para parte da baía. Em Monaco-Ville, bairro mais antigo de Mônaco, e extremamente preservado, o La Condamine Market é uma feirinha de pequenos produtores locais que tem cerca de 20 pontos comerciais, com floristas e horticultores. O mercado abre diariamente, das 7h às 15h.

 

FOTO WHALE WATCHING MONACO | Observação de baleias e golfinhos

 

Nessa pegada orgânica, reserve também um tempinho para observar as diversas hortas de alimentos instaladas em modernos prédios de Monte Carlo. A ousada plantação faz parte do projeto sustentável Terrae, uma ação inteligente que desenha, desenvolve e mantém hortas no coração das cidades. Provavelmente, você encontrará muitos desses alimentos servidos nos restaurantes estrelados da região.

Para os apaixonados pela vida marinha, há duas interessantes atrações. Uma delas é a observação de baleias e golfinhos no passeio Whale Watching Monaco. A tripulação embarca rumo ao santuário de Pelagos, área protegida na costa da Riviera Francesa, e conhece baleias-piloto, golfinhos-grampo e baleias-comuns, que podem ser vistas a bordo das embarcações. E vale visitar o emblemático Museu Oceanográfico, que fica em meio a um rochedo e abriga mais de 6 mil espécies do fundo do mar.

 

Foto BVERGELY | Museu Oceanográfico

 

Indispensável e sempre impecável

Sempre vale a pena conhecer um pouco da história de Mônaco por meio das principais atrações turísticas. Além da curva da Fórmula 1, o Cassino de Monte Carlo é um clássico e um dos primeiros lugares que os turistas gostam de visitar. Localizado na Place du Casino, o prédio tem uma réplica em miniatura da Ópera Garnier e a cada temporada são encenados suntuosos espetáculos líricos. Para a diversão dos jogadores, há roleta francesa, baccarat, blackjack e poker.

DIRECTION DE LA COMMUNICATION | MICHAEL ALESI | Plage du Larvotto Juillet

DIRECTION DE LA COMMUNICATION | MICHAEL ALESI | Plage du Larvotto Juillet

 

 

O Palácio do Príncipe também merece atenção, mesmo que você queira conhecê-lo só do lado de fora. A construção é única em arquitetura e decoração, pois foi desenhada no século 16 e tem obras pintadas à mão. O Palácio é residência da família real, e está aberto de junho a outubro.

 

Foto BVERGELY | Vista da Place du Casino e do Cassino de Monte-Carlo

 

 

Os estrelados

Em Mônaco até o conceito de exclusividade vem acompanhado da palavra sustentabilidade. Mais de 2 mil quartos de hotéis têm o certificado internacional Green Globe e muitos restaurantes estrelados pelo Guia Michelin são abastecidos com legumes e verduras das hortas orgânicas do Terrae. No luxuoso Monte Carlo Bay Hotel & Resort, os visitantes se encantam pelo jardim. O hotel tem 4 hectares de área com cascatas, solários, piscina e uma lagoa turquesa. É perfeito para o descanso em família ou férias românticas, porque há suítes comuns até exclusivas com vista única (diárias a partir de 300 euros). Os amantes da gastronomia se surpreendem: o estrelado Blue Bay é especializado nas culinárias caribenha e mediterrânea.

Hôtel Hermitage - Facade © MONTE-CARLO Société des Bains de Mer

Hôtel Hermitage – Facade © MONTE-CARLO Société des Bains de Mer

 

Já o Hôtel Hermitage Monte-Carlo hospeda o restaurante Yannick Alléno. O local prepara receitas com ingredientes locais e sazonais, inspiradas na culinária mediterrânea. Além de atrair os hóspedes pelo estômago, o Hermitage é um dos hotéis mais elegantes da região. Tem estilo belle-époque e lembra um castelo. Na carta de mimos aos hóspedes estão tratamentos termais com água do mar, sauna e academia. As tarifas começam na faixa dos 440 euros.

Há ainda opções de hospedagem mais baratas. O moderno Novotel Monte-Carlo é inspirado na Riviera Francesa e fica próximo às principais atrações de Mônaco. É ideal para quem deseja ficar bem localizado. Tem restaurante, piscina ao ar livre e quartos espaçosos, com diárias que começam na casa dos 160 euros.

 

MONTE - CARLO SOCIÉTÊ DES BAINS DE MER | Restaurante Yannick Alléno

MONTE – CARLO SOCIÉTÊ DES BAINS DE MER | Restaurante Yannick Alléno

 

 

Rumo ao paraíso

A maneira mais fácil de chegar a Mônaco é a partir do aeroporto Nice Côte d’Azur International, na França. É possível sair de táxi ou carro elétrico rumo ao principado. Os trens também são opção e ligam Mônaco a diferentes cidades do sul da França e da costa italiana. Os passageiros desembarcam no centro da cidade.

Símbolo do ecoturismo brasileiro, Bonito ganha voos diretos partindo dos aeroportos de Congonhas e Viracopos

Símbolo do ecoturismo brasileiro, Bonito ganha voos diretos partindo dos aeroportos de Congonhas e Viracopos

O estado do Mato Grosso do Sul tem duas cabeças de gado para cada ser humano que habita seu território. E foi uma das unidades da federação mais afetadas pelos incêndios que, em 2020, destruíram boa parte do Pantanal e do Cerrado. Mas é lá também que fica outro tesouro do patrimônio natural brasileiro: Bonito, cidade eleita 16 vezes como melhor destino de ecoturismo do Brasil.

As águas absurdamente cristalinas de seus rios e as mais de 300 grutas, formadas pela ação da chuva no solo calcário dessa região nos contrafortes da Serra da Bodoquena, são preservadas como santuários da natureza. O total diário de visitantes é controlado. A entrada, a saída e a circulação dos turistas são minuciosamente monitoradas por guias locais, treinados e diretamente interessados na perpetuação dessas maravilhas que atraem anualmente milhares de turistas do mundo todo.

A flutuação por rios como o Olho D’Água, no Recanto Ecológico Rio da Prata, é o ponto alto da viagem. É uma sensação única ser levado pela delicada correnteza em meio a milhares – ou seriam milhões? – de piraputangas, curimbas, cascudos e dourados! E é a água quem determina sua velocidade: é proibido pisar no fundo do rio, bater os pés ou dar braçadas espalhafatosas, pois isso pode alterar o habitat natural dos peixinhos. Somos aconselhados a não usar nem repelente de insetos ou protetor solar para não sujar a água onde habitam essas criaturas.

 

Foto Divulgação

 

Na entrada da Gruta da Lagoa Azul – uma caverna com um poço de água em surreais tons de azul cobalto lá no fundo – os visitantes têm de interromper a descida dos 300 degraus da trilha se uma cobra resolver se aboletar no meio do nosso caminho. Aliás, o caminho não é nosso: é dela!

Na Trilha das Cachoeiras, um percurso com 3 km às margens de um trecho do rio Mimoso que possui nada menos que dez lindas quedas d’água, o tour é feito em grande parte por passarelas suspensas de madeira, para que o nosso fluxo não altere a topografia natural do local. Os turistas são visitantes, quem mora lá são as plantas e os bichos.

Mesmo no passeio de barco e rafting pelo rio Formoso, no Eco Park Porto da Ilha, as áreas para nado são delimitadas. Ainda que o sol esteja castigando, os passageiros dos botes são fortemente alertados para não pular e sair nadando em qualquer lugar – até porque os barrancos às margens desse rio são o habitat de enormes sucuris que, como eu e você, às vezes saem de casa para descolar um almoço.

Nessas fazendas transformadas em hubs de ecoturismo, as atrações são muitas além dessas citadas: algumas tem bóia-cross e pedalinhos, outras têm caiaques e pranchas de stand up.

As opções são bem variadas. O que não varia – felizmente – é que praticamente todas têm restaurantes com deliciosas comidas típicas da região, como a carne de panela, o pintado com urucum e a sopa paraguaia – que não é sopa coisa nenhuma, é uma espécie de bolo salgado feito com milho, cebola, leite e parmesão ralado.

 

 

Mergulho no Recanto Ecológico Rio da Prata; à esquerda, rafting no Eco Park Porto da Ilha | Foto Divulgação

 

Para quem quiser uma gastronomia mais elaborada, a cidade tem algumas boas alternativas: no restaurante Juanita, comece a refeição com uma porção de iscas de jacaré e depois ataque a espetacular banda de pacu na brasa, assada na lenha de angico. Na Casa do João, as melhores sugestões são a moqueca de pintado da Tia Irene, a paella pantaneira (com tiras de carne bovina), a traíra à moda da casa e o pirarucu à portuguesa – uma versão sul-matogrossense do bacalhau lusitano. No boteco Taboa, o caldo de piranha e as iscas de filé mignon são os acompanhamentos perfeitos para uma caipirinha de guavira (frutinha local que parece uma jabuticaba selvagem) ou uma cerveja bem geladinha.

Por falar em frutas, não deixe de dar uma ou várias passadas na sorveteria Sabores do Cerrado, que fica a um quarteirão da pracinha central da cidade. Acomode-se e saboreie os sorvetes de araticum, de bocaiúva, de cagaita, de jaracatiá e da já citada guavira.

 

Nova opção de hospedagem

Bonito é um destino conhecido por suas pousadas, de todos os tamanhos e para todos os bolsos – sempre com uma pegada ecológica e ambientalmente correta. Mas até o final de 2021 não existia por lá nenhum hotel com preços razoáveis, acomodações de qualidade e instalações mais modernas. Essa lacuna acaba de ser preenchida com a inauguração do Promenade All Suites, em novembro, com seus 78 apartamentos equipados com ar-condicionado, minicozinha com frigobar e pia, camas confortáveis e smart TV 4k com acesso às plataformas de streaming.

 

 

Suíte e fachada do hotel Promenade All Suites | Foto Divulgação

 

O estabelecimento, que emula aqueles motéis norte-americanos on road de filmes como “Totalmente Selvagem” e “Thelma & Louise”, tem ainda piscina ao ar livre, café da manhã em sistema de bufê e restaurante com menu à la carte. Tem também uma sala para massagens – você não imagina como é bom se submeter a uma terapia relaxante depois de subir e descer os 300 degraus da Gruta da Lagoa Azul! Alinhado com a incansável luta pela preservação das águas, da flora, da fauna e da paisagem local, o hotel disponibiliza sabonetes e xampus biodegradáveis da linha Florence Blanc.

 

Foto Divulgação

 

Os preços são bastante acessíveis: as diárias variam de R$ 450 a R$ 600. E, por falar em acessibilidade, dez das suítes foram especialmente projetadas e equipadas para atender hóspedes com necessidades especiais. O Promenade é o único hotel a oferecer isso em Bonito. Para reservas e mais informações, acesse https://bonitoallsuites.com.br.

 

Agora mais perto

Bonito fica a mais de 1.000 km da cidade de São Paulo, mas de avião a viagem demora menos de duas horas. Desde junho, a Azul opera cinco voos semanais até Bonito, com seus modernos jatos Embraer E-195E2, às segundas, quartas, sextas, sábados e domingos. Os voos saem de Viracopos às 8h55 e, no retorno, partem de Bonito às 12h25.

Agora em dezembro, a Gol começou a operar voos diretos de Congonhas a Bonito. Ao menos por enquanto, são duas frequências semanais, saindo de São Paulo às quintas e domingos, às 12h40, e retornando de Bonito nesses mesmos dias da semana, às 14h20 na hora local.

 

 

Gruta da Lagoa Azul, em Bonito | Foto Divulgação