Adriana Esteves comemora seus 35 anos de carreira interpretando na nova novela das 21h uma vilã que promete ser tão perversa quanto a icônica Carminha
Com 35 anos de carreira, a carioca Adriana Esteves é uma das atrizes brasileiras mais completas da atualidade. Na TV, no cinema e no streaming, ela consegue se dividir em diferentes projetos e interpretar uma ampla gama de personagens, desde mocinhas carismáticas até vilãs memoráveis, como a emblemática Carminha, de “Avenida Brasil”, do autor João Emanuel Carneiro – produção indicada ao Emmy Internacional à época.
Adriana Esteves – foto Marcos Serra Lima / globo
Doze anos depois, a atriz repete a parceria na atual novela das 21h, “Mania de Você”, da TV Globo. A trama se inicia em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. “Como em todas as obras do João Emanuel, o público pode esperar muitas surpresas e uma permanente dualidade. Temos camadas dos personagens que vão se revelando ao longo dos capítulos. Em termos de conceito artístico, isso também é um norteador: toda a leveza da atmosfera de Angra dos Reis e suas praias paradisíacas contrasta com a tensão dos mistérios do roteiro”, conta o diretor artístico Carlos Araujo.
No papel de Mércia, Adriana explora justamente essas camadas que evidenciam a complexidade da personagem, que de imediato parece fria e solitária, mas que esconde carência e força desvelados pouco a pouco. “Trabalhar com João é excelente, não apenas porque ele é um autor e um grande artista, mas porque deposita, nos atores e na equipe, uma confiança que acho muito especial para o nosso mergulho criativo. Ele é democrático! Temos todos a sensação de pertencimento. Cada um de nós se sente importante e indispensável dentro da obra que está sendo feita”, afirma a atriz.
Adriana Esteves ao lado do autor da novela “Mania de Você”, João Emanauel Carneiro – foto Manoella Mello / Globo
Para ela, que tem em seu currículo trabalhos em diversas plataformas, o atual papel é sempre o mais desafiador. “Porque ainda está em fase de estudo e experimentação, mas todas as personagens que aceito fazer são as que consigo vislumbrar um mergulho e uma profundidade”, explica.
Com formato diário e roteiro aberto, as novelas criam uma conexão mais imediata com o público, o que exige entregas rápidas dos atores e uma rotina de gravações bastante intensa –diferentemente das séries do streaming, outra aposta de Adriana. “As produções para streaming oferecem um tempo mais dilatado para a construção dos papéis e das tramas, e vejo que as séries permitem aprofundamento e uma elaboração maior da história. No caso de ‘Os Outros 2’, tive a oportunidade de vivenciar a volta de Cibele, a minha personagem, com sua história ampliada. Isso foi e vem sendo uma experiência incrível!”
O céu e o inferno são os outros
Sucesso no Globoplay no último ano e agora em sua segunda temporada, a série “Os Outros”, criação de Lucas Paraizo, foi escrita por Fernanda Torres e conta com direção artística de Luisa Lima. A narrativa une drama e suspense em um roteiro que aborda a intolerância e a dificuldade de diálogo na sociedade atual. O ponto de partida é a história de duas famílias que vivem em um mesmo condomínio de classe média na Barra da Tijuca. Dois casais vizinhos — um formado por Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings), outro por Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino) — entram em conflito após uma briga entre seus filhos. A situação escala até um nível extremo, trazendo consequências para outros moradores do local.
A temática de “Os Outros” é bastante contemporânea ao contexto social e político do Rio de Janeiro com reverberações em todo o país, com a violência infiltrada no cotidiano de muitas pessoas. “‘Os Outros’ foi a série mais autoral que escrevi até hoje. Nasce de uma reflexão sobre o que acontece quando todos acham que têm razão, uma característica dos dias de hoje. Tentei unir uma narrativa popular à densidade dos assuntos que escolhi tratar: a classe média brasileira endividada, polarizada e cheia de medo, mas com sonhos e ambições legítimas”, comenta Lucas Paraizo.
Com os atores Letícia Colin e Eduardo Sterblitch, em “Os Outros 2”, da Globoplay – foto Daniel Klajmic / Divulgação
Cibele, personagem de Adriana Esteves, é consumida pela violência de seu convívio.A interpretação da atriz contribui significativamente para o clima psicológico da série, destacando as dificuldades das relações e o impacto do passado na vida presente. A habilidade de Adriana em transmitir vulnerabilidade e força é um dos pontos altos da produção. “É um verdadeiro microcosmo, com todos os nossos reflexos sendo expostos nos espelhos. A intolerância e o medo estão presentes nos indivíduos, essas dores e rivalidades que existem nas relações sociais. Os condomínios e as comunidades são ambientes realmente capazes de representar o mundo”, reflete a atriz.
Boa mistura de leveza e drama
Aos 54 anos de idade, a carioca passeou por uma variedade significativa de papéis ao longo da sua carreira. O primeiro foi na novela “Top Model”, exibida em 1989. Na trama, ela interpretou a personagem Malu, uma jovem que sonha em ser modelo. Mais tarde, em 2000, veio Catarina, em “O Cravo e a Rosa”, escrita por Walcyr Carrasco – uma adaptação da peça “A Megera Domada”, de William Shakespeare. Na comédia romântica, a personagem de Adriana é uma mulher decidida e determinada, que se apaixonada por um homem rústico. A novela foi um grande sucesso, teve algumas reprises e é lembrada por sua leveza e pelos personagens carismáticos.
Já símbolo da teledramaturgia brasileira e verdadeiro ícone cultural, Carminha, de “Avenida Brasil”, ainda faz sucesso, seja em reprises na TV ou mesmo na internet com memes e compartilhamentos relembrando cenas da personagem. “A novela foi uma das genialidades que foram produzidas na televisão brasileira nesses últimos tempos. O elenco foi espetacular, a direção e a produção foram impecáveis, e eu tive essa honra de fazer parte e receber essa personagem, que foi mais um presente. ‘Avenida Brasil’ reflete o enorme acerto e sintonia do João Emanuel de falar com o Brasil sobre assuntos que o país estava com vontade de ver, ouvir, curtir… Tudo isso com muita alegria! É um grande exemplo de como arte e entretenimento podem se misturar.”
A atriz como Carminha, contracenando com Débora Falabella, em “Avenida Brasil” – foto Estevam Avellar / globo
Para o futuro, Adriana deseja pausar suas atuações em novelas, mas reconhece o impacto e a aderência do formato na audiência brasileira e ainda se divide em diferentes plataformas. “Quando terminei‘Amor de Mãe’, achei que não faria mais novelas. Após a pandemia, percebi o quanto ajudaram na saúde mental das pessoas e mudei de ideia. Agora, após ‘Mania de Você’, pretendo dar uma parada”, comenta. “Mas vejo que o nosso país ainda gosta muito de novelas, fazem parte de nossa história. O crescimento de obras nos streamings é algo muito rico para o nosso mercado audiovisual. Os teatros, hoje lotados, e nosso cinema, com grandes produções sendo realizadas, também é bastante animador para a nossa cultura. Tenho muito entusiasmo com essa cena cultural atual tão diversificada e estou animada para os trabalhos e encontros que estão por vir”, comemora.
Em sua edição 2024, ArtRio tem um pavilhão ocupado por artistas residentes fora do eixo Rio–SP, representados por galerias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul
A 14ª edição da ArtRio acontece na Marina da Glória entre os dias 25 e 29 de setembro, com uma rica e intensa programação paralela em diferentes espaços culturais e áreas públicas da cidade, além de ações digitais. Além das principais galerias do país, reunidas no programa Panorama, a ArtRio 2024 apresenta também o programa Brasil Contemporâneo, destinado a artistas residentes fora do eixo Rio–São Paulo, representados prioritariamente por galerias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.
ArtRio 2023 – foto Bruno Ryfer
Esse novo programa tem como objetivo possibilitar uma visão mais ampla da produção artística nacional, exaltando a diversidade de matérias-primas e as peculiaridades sociais, econômicas e históricas de cada local. “Queremos trazer para a feira artistas de todas as regiões do país, e mostrar a grande pluralidade da produção artística brasileira. É importante que o público reconheça a riqueza que temos no país, com artistas inspiradores e que traduzem em suas obras a nossa história como sociedade e como nação”, explica Brenda Valansi, presidente da ArtRio.
As galerias do Brasil Contemporâneo vão ocupar o pavilhão Mar, construído na área externa da ArtRio, projetado exclusivamente para o evento pelo arquiteto Pedro Évora.
A artista Maria Amelia Vieira – foto divulgação
Entre as galerias participantes desse programa, estão as recifenses Amparo 60 e Christal Galeria (que representa Ziel Karapotó, natural da comunidade Karapotó Terra Nova, de Alagoas e que hoje mora na Reserva Indígena Marataro Kaetés, em Pernambuco), a Cerrado Galeria (com escritórios em Brasília e em Goiânia), a mineira ArteFasam e a alagoana Galeria Karandash, que representa a ceramista Maria Amelia Vieira.
Por fim, a ArtRio 2024 tem também o programa Solo, para o qual o curador Ademar Britto selecionou dez galerias, e cada uma apresentará um projeto original de um único artista. A paulistana Galeria Marília Razuk, por exemplo, apresenta o trabalho multimídia de Bruno Faria, a também paulistana Galeria Nara Roesler aposta nas estamparias têxteis e a serigrafias de Alberto Pitta, e a brasiliense Galeria Karla Osório traz as esculturas de Siwaju.
Ziel Karapotó – foto divulgação
ArtRio 2024
Avenida Infante Dom Henrique, s/ n°, Glória.
Companhia norte-americana de dança contemporânea faz homenagem ao Brasil com coreografia criada a partir de músicas do genial cantor e compositor mineiro Milton Nascimento
Fundada em 1985 pelo aclamado dançarino David Parsons e pelo premiado iluminador Howell Binkley em Nova York, a Parsons Dance é considerada uma das principais companhias de dança contemporânea de todo o mundo. Depois se apresentar em 445 cidades de 30 países, a trupe retorna este ano ao Brasil, dançando no Rio de Janeiro nos dias 24 e 25 de agosto. O repertório do espetáculo encenado no palco da Cidade das Artes mistura o clássico e o moderno, com pitadas pop.
foto divulgação
O público terá a oportunidade de ver coreografias como “Wolfgang” (tributo a Mozart), “Caught” (considerada uma das mais emblemáticas peças da companhia), “Balance of Power” (coreografia percussiva lançada em 2020) e , reconhecida como um dos solos mais intrigantes da Parsons Dance; “Juke” (concebida por Jamar Roberts, veterano do Alvin Ailey American Dance Theater, a partir de músicas de Miles Davis) e “Nascimento” – o grande destaque dessa apresentação, que faz uma homenagem ao Brasil, a partir de músicas de Milton Nascimento.
Cidade das Artes
Avenida das Américas, 5.300, Barra da Tijuca.
Tel. 21 3328-5300.
Ingressos de R$ 40 a R$ 300.
Está em busca de passeios diferentes em SP? Saiba que a cidade reúne interessantes opções de cafés e restaurantes abrigados dentro de museus, galerias, teatros e casas de cultura.
Para além dos restaurantes conhecidos – como o Pipo, localizado no Museu da Imagem e do Som (MIS), sob o comando do chef Felipe Bronze – outros endereços revelam verdadeiras descobertas em locais menos visitados. Confira!
Restaurante Shakshuka – Centro da Terra
Primeiro e (por enquanto) único restaurante líbio da cidade, o Shakshuka mantém viva a tradição dos judeus de Trípoli que foram forçados a emigrar após a 2ª Guerra. A cozinha agrega elementos líbios, israelenses e brasileiros, e o carro-chefe, como o nome já entrega, é a shakshuka – uma receita de ovos em molho de tomate, originária do Norte da África, feita para compartilhar e comer com pão. O lugar – que está no térreo do espaço cultural Centro da Terra, em Perdizes – oferece ainda alguns clássicos da comida de rua do Oriente Médio, como falafel, hommus e sanduíches na pita. Antes ou após o jantar, é possível acompanhar no subsolo do simpático predinho o espetáculo “mãeparida” de Clarissa Braga, além de sessões de filmes nacionais. Rua Pìracuama, 19, Perdizes. Tel. 3675-1595. Segunda a sexta-feira, das 12h às 22h30.
foto Dalton Filho
Caffé Ristoro – Casa das Rosas
Próximo ao Itaú Cultural, Japan House, Masp e Sesc Avenida Paulista, a Casa das Rosas é mais um refúgio cultural da região. No jardim do casarão, o Caffé Ristoro é perfeito para um momento de contemplação e uma boa refeição antes de retomar os passeios. O local é comandado pelos mesmos donos do Il Pastaio Pasta Fresca, rotisserie italiana de 1970, e apresenta diversas opções da culinária italiana, tanto para um café ou almoço mais elaborado, com menu rotativo. Entre as sugestões do cardápio fixo estão as focaccias, tortas, salgados, doces e cafés especiais. Em agosto, a programação da Casa das Rosas contempla oficina de grafismo corporal, bate papo sobre poesia e diferentes saraus. Av. Paulista, 37, Paraíso. Tel. 3289-8897. Terça a domingo, das 10h30 às 18h.
foto divulgação
Aizomê – Japan House
O restaurante Aizomê expande suas atividades dentro da Japan House São Paulo com o Aizomê Café. Localizado no andar térreo, o novo café é comandado pela chef Telma Shiraishi e por seu sócio Marcelo Shiraishi. A inspiração vem dos cafés japoneses, puxados pelo fenômeno dos kissaten – nome dado às clássicas cafeterias japonesas. No cardápio, os grãos de café são levados a sério e protagonizam diferentes receitas. Outra novidade é o koke latte, bebida quente e cremosa que une leite (normal ou vegetal) com café, cacau e matchá. A confeitaria segue o conceito de yogashi – uma versão japonesa de doces, bolos e sobremesas ocidentais, oferecendo delícias delicadas como o choux cream de matchá. Avenida Paulista, 52, Bela Vista. Tel. 2222-1176. Terça a sexta, das 10h às 18h. Sábados, Domingos e feriados, das 10h às 19h.
foto Rafael Salvador
Fino da Bossa – New Gallery
Em um salão anexo à New Gallery, o espaço intimista Fino da Bossa – Canção de Autor é inspirado nos antigos clubes de MPB e busca incentivar a profunda relação que existe entre o músico, a poesia, o instrumento e a plateia. A casa abre para o público somente às quartas e quintas-feiras e apresenta, além de boa música, uma excelente carta de drinques clássicos, com dry martini, negroni e rabo de galo feitos com bebidas premium. Os itens que saem da cozinha levam a assinatura do chef Dorival Ribas do restaurante Loup. Antes dos shows, é recomendável visitar a galeria, que destaca nomes contemporâneos das artes plásticas. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 473, Pinheiros. Tel. 3530-3343. Quarta e quinta das 19h às 23h.
Em cartaz no MAC de Niterói, a exposição “Luzes da Coreia – Festival de Lanternas de Jinju” proporciona uma imersão em uma das mais tradicionais celebrações culturais do país asiático
A maior exposição de arte da Coreia do Sul já realizada no Brasil ocupa o salão principal do MAC de Niterói (Museu de Arte Contemporânea). Até o dia 25 de agosto, a mostra “Luzes da Coreia – Festival de Lanternas de Jinju” permite que o público mergulhe em uma das mais populares tradições culturais coreanas a partir da imersão em instalações site specific. Milenares lanternas coloridas de seda dialogam com elementos cenográficos contemporâneos, transportando os visitantes à famosa cidade de Jinju, que desde 2003 sedia uma das principais festividades culturais do país.
“Luzes da Coreia – Festival de Lanternas de Jinju” cria uma ponte luminosa que une passado e presente. Atravessa o oceano para nos conectar a uma cultura milenar por meio de delicadas lanternas, produzidas manualmente a partir de uma seda fabricada exclusivamente na pequena cidade de Jinju. Acesas, geram trilhas de memória e emoção. Um universo em que cores e formas conduzem a uma experiência única de imersão.
foto divulgação
Museu de Arte Contemporânea Mirante da Boa Viagem, s/ n°, Niterói.
Tel. 21 2274-1122.
Ingressos a R$ 16.
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