Mendoza é uma verdadeira e intensiva imersão enogastronômica e oferece possibilidades de passeios que alternam goles, garfadas e caminhadas sem pressa
Ruas com calçadas largas e acessíveis, inúmeras praças e parques arborizados, e trânsito e fluxo de pessoas em dimensões mais tranquilas e responsáveis compõem Mendoza, na Argentina. Aos brasileiros, chegar à região tem ficado cada vez mais fácil, o que torna o destino uma opção rápida – mas não menos agradável e impactante – aos viajantes que apreciam boa comida, vinhos selecionados, arte e cultura.
Partindo de Guarulhos, voos das companhias Gol, Aerolineas Argentinas e Latam chegam à cidade argentina em 3h30. De junho a agosto, há ainda operações da Azul saindo de Viracopos, em Campinas, e a novidade mais recente são os voos da aérea lowcost JetSmart, que ligam o Galeão, no Rio de Janeiro, a Mendoza duas vezes por semana, às sextas e domingos.
Vinhedo Los Ponchos, da Trivento, aos pés da Cordilheira dos Andes – foto Martín Orozco
Saltam também opções de hospedagem bastante diversificadas na cidade, mas talvez a mais emblemática seja o Hyatt Park – com localização central estratégica, bem em frente à histórica Praça Independência e a apenas 1,5 km do Parque San Martín. Com uma arquitetura colonial espanhola restaurada, o hotel combina elegância clássica com comodidades modernas em seus 186 espaçosos quartos e suítes, e conta ainda com piscina, spa e cassino.
Além de passeios ao ar livre, é possível desbravar cafés, restaurantes e lojas nos arredores do hotel. A Rua Sarmiento, ou Paseo Peatonal Sarmiento, é uma das principais atrações de Mendoza – com três quadras que conectam a Praça Independência à Avenida San Martín. Por lá, o restaurante La Lucía oferece cortes de carnes argentinas preparados na parrilla Josper, mas também apresenta um menu versátil com pastas artesanais, mariscos frescos, saladas robustas e abundantemente temperadas na mesa e opções vegetarianas.
Fachada do Hyatt Park Mendoza – foto divulgação
Após o almoço ou jantar, é mais do que recomendável apreciar um gelato na Soppelsa Helados – uma das sorveterias mais tradicionais e queridas de Mendoza. Sua primeira loja foi fundada em 1927 por Guerrino Soppelsa, um imigrante italiano, e a marca se tornou um ícone da cidade, tendo foodtrucks espalhados por praças e parques.
Ainda na mesma rua, o jovem restaurante Soberana já chama a atenção da cena local, tendo recebido uma recomendação do Guia Michelin 2024 apenas oito meses após sua abertura. O chef portenho Fernando Ormazabal funde sabores argentinos com influências da culinária francesa, italiana e espanhola. Entre os destaques estão os cortes como o vazio de duas cocções, que passa por um processo de cura e cocção a baixa temperatura por 18 horas, e o rack de cordeiro com purê cremoso de abóbora e coco.
Parrila Josper do restaurante La Lucía – foto reprodução Instagram
Taças descomplicadas
Quando se pensa em vinho mendocino, a associação imediata é o Malbec. A uva se adaptou rápida e perfeitamente ao solo dos “pés” da Cordilheiras dos Andes e as razões para esse sucesso combinam clima, geografia e história. Mendoza tem mais de 300 dias de sol por ano, o que garante uma maturação completa das uvas e a baixa umidade reduz o risco de doenças fúngicas, beneficiando especialmente a Malbec, que tem casca fina. Também há grande amplitude térmica nos vinhedos – que estão entre 800 e 1.200 metros acima do nível do mar –, favorecendo o desenvolvimento de aromas complexos, a preservação da acidez natural e a concentração de taninos.
Com 1.500 hectares plantados e distribuídos em vinhedos nas regiões de Luján de Cuyo, Valle de Uco, Maipú e o Oásis Leste de Mendoza, a Trivento materializa e reproduz a tradição de vinhos diversificados, com prevalência do Malbec, sendo a marca argentina de vinhos número um em vendas no mundo. São três vinícolas na região com capacidade de até 54 milhões de litros, incluindo mais de 4.200 barricas e 70 majestosos foudres de carvalho que descansam em salas especiais.
Restaurante Los Vientos, em Maipú – foto Martín Orozco
Entre as experiências abertas ao público estão as degustações e visitas à vinícola principal (a partir de RS 125 por pessoa), mas se destaca o jantar no restaurante Los Vientos. Sob o comando do chef Nacho Molina (foto abaixo), em Maipú, a 30 minutos do centro de Mendoza, o lugar é a mais recente proposta gastronômica da Bodega Trivento e faz referência aos três ventos que influenciam o clima mendocino. O ambiente é moderno, com amplas janelas que revelam vistas para os jardins da vinícola.
Os menus são elaborados com ingredientes locais e de temporada. O chef considera as estações do ano e os variados produtos que elas oferecem. No outono-inverno, a carta inclui pratos com abóbora, cogumelos, cítricos e queijo de cabra da região. Para sobremesa, são servidos doces tradicionais como alcayota e membrill (frutas em compota servidas com queijos).
Cada etapa é acompanhada por uma recomendação de harmonização com os vinhos da bodega, começando pelo White Malbec – vinho branco feito com uvas Malbec tintas, usando um processo que evita o contato prolongado com as cascas, sendo a Trivento uma das pioneiras na produção –, seguido pelas linhas Golden Reserve e Established in 1996, além de vinhos boutique exclusivos do restaurante. A experiência culmina com o surpreende espumante Trivento Cuvée Exceptionnelle Brut Nature, que celebra muito bem a proximidade com esse destino completo e sempre agradável.
Rótulo da linha Golden Reserve da Trivento – foto Martín Orozco
Além do vinho
A La Central Vermuteria, na Avenida Bartolomé Mitre, dispõe de uma impressionante seleção de vermutes, com mais de 18 rótulos locais e internacionais. O local apresenta uma carta de coquetéis criativos e refrescantes, perfeitos para acompanhar as opções de tapas do menu, como croquetes de presunto com romesco e queijo sardo.
Casas de carne com diferentes propostas em Porto Alegre e na serra celebram a tradição gaúcha com um toque contemporâneo
É lugar comum dizer que o churrasco é elemento central da cultura gaúcha. Ele é tão presente que faz parecer que o boi é um animal típico da região. Mas não é bem assim. O gado, na verdade, chegou ao Brasil por meio dos colonizadores europeus. A espécie se reproduziu principalmente na região dos Pampas, localizada no Uruguai, em parte da Argentina e no Rio Grande do Sul.
A história conta que os gaúchos, habilidosos cavaleiros, cercavam o gado e realizavam o abate dos animais com o objetivo de vender o couro e, naturalmente, garantir o próprio sustento com a carne. Eles costumavam preparar grandes cortes de carne em espetos e assar lentamente sobre o fogo direto no chão. E assim, o churrasco acabou se tornando um item essencial da alimentação na região.
20Barra9 no Cais Embarcadeiro, no Centro Histórico de Porto Alegre – foto Mandabrasa
O tempo passou e a tradição ficou. Sair dos ambientes rurais, familiares e criar negócios que equilibram sabor, variedade, tradição e, ao mesmo tempo, inovação perpetuam em maior escala a qualidade de ingredientes e a conexão entre gastronomia e comunidade local. A exemplo disso, o Grupo Mandabrasa, responsável pelos restaurantes 20Barra9, 1835 Carne e Brasa e De Rua, proporciona experiências diferentes que envolvem fogo, carne e celebração, com forte presença no Rio Grande do Sul.
Reforçando o legado histórico da brasa no estado, os nomes dos restaurantes 1835 Carne e Brasa e 20Barra9 foram escolhidos como uma homenagem à Revolução Farroupilha – rebelião ocorrida entre os anos de 1835 e 1845, a mais longa da história do Brasil Império. Enquanto 1835 faz referência ao ano em que o movimento começou, 20 de setembro celebra a declaração da república rio-grandense.
Com nove anos de história, o 20Barra9 se destaca pelo uso de parrilla em Porto Alegre, e incorpora novos cortes ao cardápio. Com três unidades na capital – Shopping Iguatemi, Pontal e Cais Embarcadeiro –, o restaurante apresenta cortes como Entrecôte e o Vazio (fraldinha) para duas pessoas, que podem vir à mesa acompanhados do arroz de tutano com foie gras dos Pampas. Na ala das sobremesas, o Duo de Pudim da Carlota, receita autoral da consultora da casa, a chef gaúcha radicada em São Paulo Carla Pernambuco, também chama a atenção.
Opções de pratos para compartilhar do 20Barra9 – foto Mandabrasa
Cortes harmonizados
Em meio à vegetação nativa da serra gaúcha, em Canela, o 1835 conta com uma vista privilegiada para o Vale do Quilombo no Kempinski Laje de Pedra – primeiro hotel e complexo residencial da rede europeia na América do Sul. O salão é espaçoso e confortável, com longas mesas de madeira, bancos e cadeiras em pele preenchendo as áreas mais amplas, enquanto sofás e poltronas criam ambientes mais íntimos. A cozinha é aberta, com acabamento todo em vidro que permite que se acompanhe o trabalho dos cozinheiros.
No menu aparecem o Pot Pie Crocante de Costelão 12 horas (costela desfiada com toque de requeijão cremoso da serra, coberta de massa folhada crocante), o Carreteiro 1835, Vazio Gran Reserva para duas pessoas e o risoto de copa Colonia. Por lá, a carta de vinhos também valoriza produtores locais, mas traz opções internacionais e variadas, em categorias como Nosso Mundo (uma extensa seleção regional), Velho Mundo (com rótulos europeus) e Novo Mundo (com sugestões mundo afora) – a lista tem ênfase em microproduções de alta qualidade. Neste semestre, o restaurante também inaugurou a Adega 1835, onde são realizadas degustações e experiências sensoriais que apresentam as diferentes regiões vitivinícolas gaúchas.
Vinhos gaúchos – foto Marcos Moreira
Dezoito35 Carne e Brasa
Rua das Flores, 222, Kempinski Laje de Pedra, Canela (RS).
Segunda a domingo, das 11h30 às 22h.
20Barra9 Cais Embarcadeiro
Avenida Mauá 1050, Centro Histórico, Porto Alegre.
De terça a quinta, das 11h30 às 15h e das 17h às 23h. Sexta, sábado e feriados, das 11h30 às 23h. Domingo, das 11h30 às 22h.
Está cada vez mais desafiador encontrar bons vinhos a menos de R$ 100 em mercados e empórios, mas há achados valiosos em algumas importadoras
Há 15 anos, eu costumava indicar a amigos e a leitores vinhos “abaixo de 50 paus”, que faziam o maior sucesso. Claro, quem é que pode consumir regularmente os vinhos que vemos na imprensa segmentada, com valores elevados? Eu, ao menos, não posso. Lamentavelmente, não apenas o Brasil sofreu uma enorme inflação de alimentos e bebidas de lá para cá, como o mundo também – o que tornou esse hábito ainda mais difícil.
foto iStockphoto
Para se ter uma ideia, há cerca de cinco anos, vinhos que na Europa custavam 3 ou 5 euros, hoje estão na faixa de 10 euros. Assim, os “50 paus” daquela época custam R$ 200 facilmente hoje em dia. Mas com paciência e curadoria, sempre dá para encontrar boas opções até R$ 100 em sites de importadoras, além de rótulos nacionais surpreendentes, como na lista abaixo. Saúde e aproveite!
Chile
Trofeo Sauvignon Blanc a R$ 89 na Vinci Vinhos
Trofeo Carmenère a R$ 87,90 na Vinci Vinhos
Trofeo Cabernet Sauvignon a R$ 87,19 na Vinci Vinhos
Trofeo Sauvignon Blanc, do Chile – foto divulgação
África do Sul
Robertson Chenin Blanc a R$ 93,46
Robertson Chenin Blanc, da África do Sul – foto divulgação
Argentina
La Consulta (Chardonnay, o Cabernet Sauvignon e o Malbec) a R$ 78 na Prem1umWines
La Consulta Malbec, da Argentina – foto divulgação
Portugal
Tejo Padre Pedro Tinto a R$ 69 na Via Vini
Opta Dão Rosé a R$ 86 na Via Vini
Opta Dão Tinto a R$ 86 na Via Vini
Opta Dão Rosé, de Portugal – foto divulgação
Brasil
Aurora Pinto Bandeira a R$ 95
Aurora Varietal Pinot Noir a R$ 42
Espumante Salton Brut Rosé a R$ 65
Salton Paradoxo Cabernet/Merlot a R$ 65
Salton Campanha Tannat por R$ 100
Salton Campanha Tannat, do Brasil – foto divulgação
O Alentejo é destino para quem busca por um enoturismo autêntico com rótulos familiares e variados, acompanhados de atrações históricas e paisagens bucólicas
Portugal tem “apenas” 92 mil quilômetros quadrados, o que significa que seu território caberia 90 vezes dentro do Brasil. Mas seus rios, mares, vinhas, estradas, construções históricas e deliciosos pratos revelam uma interessante diversidade que transcende generalizações e expectativas. Entre as descobertas está o Alentejo, ao sudeste do país – uma região vibrante conhecida pela produção de vinhos e pela gastronomia que preserva a autenticidade nacional.
No centro do Alentejo se situa Évora, a duas horas de carro de Lisboa. Apesar de ser a principal cidade do centro-sul português, o lugar respira ares medievais e reúne muitas atrações históricas, e garante opções mais diversificadas de hospedagem. A área central do município – cercada por uma muralha – é Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco e conta com museus, jardins, restaurantes e lojinhas.
Vinícola Fita Preta – foto divulgação
Por ali, está a Capela dos Ossos, construída no século 17, com paredes e pilares revestidos de milhares de ossos e crânios humanos que, à primeira vista, podem causar estranheza, mas materializam a mensagem franciscana muito em voga à época sobre a transitoriedade da vida. A visita sai pelo valor de 6 euros por pessoa.
Nas proximidades, destaque para o Jardim Público de Évora, que convida para um agradável passeio entre vegetação, majestosos pavões e mais monumentos, como os restos da Muralha Medieval, do século 14, o Palácio de D. Manuel, do século 16, e as Ruínas Fingidas, do século 19 – que possuem esse bem humorado nome por não serem originais do local. Ao adentrar as ruelas centrais, avista-se ainda a majestosa Catedral de Évora, de estilo neogótico, e o Templo Romano – construído incrivelmente na primeira metade do século 1, que evidencia a expansão do Império no período e a enorme riqueza histórica e cultural do Alentejo.
Palácio do D. Manuel, em Évora – foto iStockphoto
Os solos da região parecem mesmo absorver não apenas as influências do clima e da fauna e flora, mas também toda a história que atravessou essas terras. Representativa de como o passado e o presente se misturam, a técnica de fermentar o vinho em talhas de barro existe até hoje em vinícolas e nas casas de algumas famílias locais – que fazem vinhos sem intervenção e perpetuam a tradição de séculos distantes.
E, ao passar do tempo e diante da enorme produção vínica – são mais de 40 tipos de uvas plantadas na região –, em 1988 regulamentaram-se as primeiras denominações de origem alentejanas e foi criada a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), que garante a certificação aos vinhos. Em Évora, a sede da comissão é também um importante ponto de informações aos viajantes.
Para experimentar alguns desses rótulos na cidade, o discreto restaurante Lombardo enfatiza uma cozinha moderna e descontraída ao mesmo tempo que valoriza ingredientes regionais. Os jovens chefs João Miguel Lombardo e Carolina Bravo surpreendem com pratos como Vieiras com Crumble de Legumes e puré de batata doce e o Tornedó de Vitela, que acompanham muito bem taças da vinícola Bojador – como de seu espumante, que é fresco, mineral e ainda assim marcante.
Restaurante Lombardo – foto divulgação
No centrinho de Évora há também a Enoteca Cartuxa, que conta com um ambiente informal de uma taberna com ares contemporâneos. No lugar, é possível encontrar rótulos do vinho Pera Manca – encorpado e complexo, com aromas de passas, frutas escuras e toque de madeiras nobres, que é um ícone local.
Vinhedos na paisagem
É indispensável programar passeios por vinícolas no Alentejo, onde se agendam degustações ou refeições para harmonizar com os rótulos, passeando entre os diferentes estilos de uvas que variam de norte a sul. Évora está mais ao centro do Alentejo e, a 40 minutos de carro ao norte, chega-se a Entremoz. Conhecida por suas casas brancas e principalmente pelas jazidas de mármore branco, a cidade tem como um verdadeiro ponto turístico a primeira vinícola de João Portugal Ramos que, antes de fazer seus próprios vinhos, foi enólogo nas principais regiões vitivinícolas de Portugal.
Vinhos de talha da Carturxa – foto divulgação
Projetada respeitando as linhas da arquitetura tradicional alentejana, a Adega Vila Santa, construída em 1997 e posteriormente aumentada em 2000 e em 2017, é hoje a sede do Grupo João Portugal Ramos e produz 4 milhões de garrafas ao ano. Por ali, os visitantes podem reservar visitas a adega e caves, além de almoçar no agradável restaurante local, que mais se assemelha à sala de uma acolhedora e espaçosa casa familiar.
Pelo valor de 65 euros por pessoa, degusta-se entrada, prato principal e sobremesa, que são harmonizados com os vinhos. No menu, destaque para os lombinhos de porco preto – muito consumidos na região – acompanhados com feijão à moda da adega e salada. As reservas devem ser feitas pelo site www.jportugalramos.com
Outro nome respeitado e consolidado na história dos vinhos alentejanos é António Maçanita. No alto Alentejo, a 10 km de Évora, a Herdade Fita Preta materializa o espírito explorador do fundador. Em uma área de 100 hectares e com uma construção do século 14 – uma das edificações mais antigas da região –, a adega funde modernidade e tradição, em um projeto que propõe um diálogo entre um palácio medieval e a arquitetura contemporânea. Apenas a visita ao local já vale a viagem!
Restaurante na capela da propriedade de Antonio Maçanita – foto divulgação
Mas é irresistível conhecer esse lugar histórico e provar seus vinhos. Lá, são oferecidos diferentes tipos de experiências, em que enólogos apresentam a história da marca, os processos de vinificação e o valor histórico e patrimonial do local – acompanhados de snacks, queijos e prova de ao menos três vinhos. Os valores começam em 30 euros por pessoa e as reservas podem ser realizadas no site www.antoniomacanita.com.
Neste ano, a Fita Preta deve abrir ao público um restaurante dentro da antiga capela de sua construção histórica, que reservará jantares únicos com um menu degustação que fará uma releitura dos ingredientes do Alentejo com apresentação em nível de alta gastronomia internacional.
Modernidade na medida
No equilíbrio de respeitar o passado com a sabedoria de incorporar tecnologias necessárias, a recente Mainova produz apenas 140 mil garrafas por ano e apresenta 14 diferentes rótulos, em seus 15 anos de história. O lugar conta com maquinário novo e decoração contemporânea que reflete a personalidade da fundadora, Bárbara Monteiro – a filha mais nova de três irmãs, por isso o nome divertido de sua marca.
Jantar harmonizado na Mainova – foto divulgação
As primeiras referências da produção incluem seis variedades de vinho (tinto, branco e rosé) com três diferentes assinaturas – Mainova, Moinante e Milmat – e dois tipos de azeite extra-virgem – Clássico e Early Harvest. Em comum todos têm uma abordagem sustentável, com regimes de produção biológica e integrada, o que, no caso dos vinhos, resulta em pouca intervenção, baixos sulfurosos e maioritariamente veganos. E as garrafas são majoritariamente de vidro reciclado.
Entre as experiências oferecidas no local, vale apostar no piquenique à sombra de oliveiras com idades entre 600 e incríveis 2.400 anos. Há ainda opções de visita à adega com degustação de vinhos e azeites, com valores que começam em 40 euros por pessoa. Destaque também para a possibilidade de almoço ou jantar com assinatura do chef João Narigueta do restaurante Híbrido, de Évora, com a harmonização de ao menos cinco vinhos, pelo valor de 135 euros por pessoa. Os agendamentos devem ser feitos no site www.mainova.pt/
Já a Reynolds, no Monte da Figueira de Cima, é muito mais antiga, mas também segue atenta às tendências da produção sustentável de vinhos. De origem britânica e espanhola, a família Reynolds faz vinhos de qualidade no Alentejo desde 1850 e as principais variedades plantadas são as tradicionais da região: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet – essa última introduzida em Portugal pela própria família há mais de um século e meio. No local, cada variedade de uva é colhida à mão em pequenas quantidades, depois fermenta nas cubas por decantação, sem pisar, em um processo totalmente manual.
Barris de carvalho da vinícola Reynolds – foto divulgação
O vinho Gloria Reynolds, em homenagem à matriarca, apenas é produzido em anos de colheita excelente, e é oferecido exclusivamente aos clientes por meio do Clube de Sócios Gloria Reynolds. As visitas à adega podem ser reservadas pelo email wine@gloriareynolds.com.
Essa garrafa e tantas outras materializam o Alentejo, com tradição, história, clima e cultura diversas em elegante harmonia.
Degustação na Fita Preta – foto divulgação
Influências na taça Os solos predominantes no Alentejo são de xisto, argila, mármore, granito e calcário. O sol forte e altas temperaturas no verão e frio seco no inverno possibilitam a produção de uvas excelentes, com uma combinação natural de maturidade e frescor.
Frutos alentejanos
Entre os vinhos brancos, a uva Antão Vaz é a maior aposta da região. Também se encontra com maior facilidade as castas nativas Arinto Fernão Pires e Roupeiro. Enquanto nas tintas, destacam-se Alicante Bouschet, Aragonês e Trincadeira.
Ponto de partida
É possível se hospedar em Évora e seguir para passeios em outras cidades na região em carros e vans. O Vila Galé Évora é uma alternativa e está a apenas 5 minutos do centro histórico do município, com diárias que começam em R$ 700.
Para comprar já
Manuel Chicau, fundador da importadora Adega Alentejana, destaca vinhos do Alentejo que estão disponíveis no Brasil:
• Redondo Single Block – R$ 76,09
• COM Premium – R$ 104
• Monte do Pintor – R$ 188
• Monte dos Cabaços – R$ 220
• Mouchão – R$ 700
• Azeite EA garrafa 500 ml – R$ 59
*A jornalista viajou a convite da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
Vinhos frescos e leves seguem em alta nas prateleiras e são alternativas estratégicas para diferentes momentos, como festas e para acompanhar refeições
Existem muitos modismos e potenciais preferências no mundo do vinho, que mudam rapidamente e são difíceis de acompanhar. Mas, entre as tendências mais consolidadas para 2025, já é possível observar a prevalência de vinhos mais leves e frescos, além de tintos de castas como Gamay, Pais, Garnacha de pouca extração, Grignolino, Dolcetto de pouca extração e Alvarelhão. Também há destaque para vinhos tipo “Palhete” – feitos de uvas tintas e brancas vinificadas juntas, que resultam em bebidas com leveza que acompanham a refeição sem pesar e que a qualquer momento caem bem, especialmente mais refrescados.
Acredito ainda que a onda dos orgânicos, biodinâmicos e naturais se solidificará no Brasil, como já aconteceu na Europa e nos Estados Unidos, onde deixaram de ser moda para serem tendência e se estabeleceram como premissa de consumo sustentável, especialmente entre o público mais jovem.
foto Courtneyk / iStockphoto
E os vinhos com Álcool Zero devem ganhar seu espaço, principalmente como opção para aqueles com problemas em consumir bebidas alcoólicas e que gostariam de estar mais inseridos nos contextos sociais e festivos – além, claro, daqueles que são “escalados” para dirigir e podem ainda participar de forma menos constrangedora do que bebendo refrigerante. Inclusive, já existem boas opções dessa categoria, como rótulos da Freixenet, Salton e Aurora – com ênfase para os espumantes, que são mais parecidos com os originais.
Listo, abaixo, vinhos que incorporam bem as tendências deste ano:
Clemens Busch VDP. Grosse Lage Marienburg Fahrlay Riesling Auslese – Biodinâmico com 7,5% de álcool na Premium Wines
Molitor Ockfener Bockstein Riesling – Biodinâmico de 9% de álcool na Weinhaus Exzellenz
Stefan Vetter Müller Thurgau – Natural de 9,5% de álcool na Natural Vinci
Selbach-Oster Sonnenuhr Auslese – Com 8,5% de álcool na Mistral
Hochheimer Kirchenstück Riesling Spätlese Trocken – Com 9% de álcool na Mistral
Bernkasteler Badstube Riesling Kabinett – Com 8% de álcool na Mistral
Moscato d’Asti Moncalvina – 5% de álcool na Mistral
Saravá Loureiro – Natural do Minho com 10% de álcool na Cellar
Phaunus Palhete da Aphros Wine – Biodinâmico com 10% de álcool na Cellar
Aphros Ouranos de Alvarelhão – Biodinâmico com 10,5% de álcool na Cellar
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