A atriz Isis Valverde ultrapassa as fronteiras do Brasil com o lançamento de seu primeiro filme hollywoodiano, ao lado de Sylvester Stallone. Já neste mês, ela estreia no Disney+ a série “Maria e o Cangaço” e ainda promete outras surpresas para 2025
Em 2006, um véu caía e apresentava ao Brasil Isis Valverde. Na pele da misteriosa personagem Ana do Véu, na novela “Sinhá Moça”, a atriz iniciante de apenas 19 anos fazia sua estreia na TV. O que era para ser uma trama secundária, acabou atiçando a curiosidade dos telespectadores ao longo dos capítulos, até finalmente o rosto de Ana – e de Isis – ser revelado.
Com uma beleza única e um ar inocente, a conexão com o público foi imediata e não demorou muito para que a mineira de Aiuruoca conquistasse papéis de maior destaque na TV Globo, como a divertida manicure Rakelli, em “Beleza Pura” (2008), que sonhava em ser dançarina do programa “Caldeirão do Huck” e arrancava gargalhadas com seus erros de português; a romântica Camila, em “Caminho das Índias”(2009), que largava tudo no Brasil para viver um amor quase impossível na Índia; a musa Suelen do bairro do Divino, na icônica “Avenida Brasil” (2012); a rainha do axé Sereia, protagonista da minissérie-thriller “O Canto da Sereia” (2013); e a sedutora e narcisista Ritinha, em “A Força do Querer” (2017).
“A Ana do Véu e a Rakelli são papéis especiais para mim, foram o pontapé em um universo artístico pelo qual sempre fui tão encantada. Aprendi muita coisa sobre atuação e ter a oportunidade de contracenar com tantos artistas que foram um espelho foi a realização de um sonho”, relembra Isis.
foto Ivan Erick
No cinema, ela também deu vida à protagonista Maria Lúcia em “Faroeste Caboclo” (2013), inspirado na canção homônima de Renato Russo, e encarnou Tereza, esposa do cantor e compositor Wilson Simonal, no filme “Simonal”, de 2019.
Hoje, com muito talento e carisma, Isis faz parte de um seleto grupo de atores que conseguiu ultrapassar os limites das telas brasileiras e fincar os pés em Hollywood. Com 38 anos de idade e 20 de carreira, a atriz estreia agora em abril seu primeiro filme internacional, “Código Alarum”, e lança a série “Maria e o Cangaço”, no Disney+, em que dá vida à icônica cangaceira Maria Bonita. Além disso, ela está envolvida nas gravações do longa “Corrida dos Bichos” e do telefilme “Quarto do Pânico”.
“Nos últimos anos, tivemos grandes mudanças no audiovisual atreladas às novas tecnologias e é muito importante expandirmos nosso trabalho e levarmos arte e cultura ao máximo de pessoas. Cada formato pode contribuir de uma forma diferente, seja para nós como artistas ou para o público”, analisa a atriz sobre estar afastada da TV desde 2021, quando interpretou Betina em “Amor de Mãe”, e estar focada nos streamings e no cinema.
Para completar, deve lançar ainda este ano seu segundo livro de poesias – o primeiro, intitulado “Camélias de Mim”, chegou às livrarias em 2019 e reúne 48 poemas escritos por ela. “Desde muito jovem sou encantada pelo universo literário, amava ler e escrever, mas nunca tive pretensão de ser poeta e me aprofundar nisso. O que eu quis foi dividir os meus sentimentos e me expressar na escrita, foi tudo muito orgânico”, reflete. O novo “Vermelho Rubro” trará uma coletânea de poesias que abordam reflexões sobre a vida e as nossas humanidades. O projeto conta com direção criativa de Giovanni Bianco, fotos de Hick Duarte e prefácio de Nelson Motta.
Isis na pele da histórica Maria Bonita, nas gravações da série “Maria e o Cangaço”, do Disney+ – foto divulgação
“Este ano tem sido muito especial para mim, pois tenho começado a traçar novas metas e objetivos e quero sair também da minha zona de conforto. Apesar de ser desafiador, sinto que é o momento ideal. Estou pronta e madura para encarar novos desafios e aprender cada dia mais”, afirma.
One, two, three… action!
Suspense, ação e muita adrenalina, em uma superprodução hollywoodiana e com elenco encabeçado por ninguém menos que Sylvester Stallone. É assim que Isis dá os primeiros passos na indústria cinematográfica mundial. “Eu costumo dizer que a minha carreira é ‘apenas uma’, em que naturalmente a nacional e internacional se complementam. Meu grande objetivo é levar meu trabalho para o maior número de pessoas possível, independentemente do local”, reflete.
Em “Código Alarum” – em cartaz a partir do dia 3 de abril –, Joe (Scott Eastwood) e Lara (Willa Fitzgerald) são agentes secretos que vivem fora do radar, mas quando saem de férias com amigos, se tornam alvos de uma caçada brutal por um agente da CIA (Sylvester Stallone). Suspeitos de estarem ligados à Alarum, uma rede secreta de espiões, são forçados a fugir, sem saber em quem confiar. No longa, Isis Valverde interpreta Bridgette, amiga de Joe e Lara. “A Bridgette é uma francesa que se torna amiga do casal principal da história, mas acaba sendo confundida com uma grande espiã e pagando um preço alto no fim. Amei fazer e espero que o público curta também!”
Bastidores do filme “Código Alarum” – foto arquivo pessoal
Para ela, um dos maiores desafios foi atuar em outras línguas com naturalidade e se expressar com agilidade. “Apesar de já falar inglês, sair da nossa língua nativa é muito diferente e contracenamos também em francês. Mas foi muito bacana e, claro, trabalhar com tanta gente talentosa foi um imenso prazer, uma troca única”, diz.
Além dessa estreia, 2025 está recheado de novos trabalhos importantes em fase de produção aqui no Brasil. É o caso de “Quarto do Pânico”, uma adaptação de “Panic Room” (2002), do cineasta norte-americano David Fincher, com Jodie Foster no papel principal. Com produção da Floresta – uma empresa Sony Pictures Television no Brasil –, o telefilme terá no elenco Marco Pigossi, André Ramiro e Caco Ciocler.
Na trama, uma mulher e sua filha pré-adolescente se mudam para uma casa com um quarto blindado. Quando supostos ladrões invadem a casa, elas se refugiam no quarto, até descobrir que é justamente lá que está escondido o que eles desejam. “É um filme de prestígio e que fez muito sucesso. Então, quando surgiu a oportunidade, eu não pensei duas vezes em me aventurar no projeto”, lembra a atriz, que adianta que a história será adaptada para os tempos atuais e com um toque das produções brasileiras. “As filmagens foram muito impactantes, algo que nunca tinha vivido em outras produções. Vocês vão se surpreender!”
A atriz em momento descontraído nas gravações de “Quarto do Pânico” – foto Kelly Fuzaro
Brasil do passado e do futuro
Completando o ano de sucesso, a atriz chega ao Disney+ neste mês com “Maria e o Cangaço”, série de seis episódios inspirada no livro “Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço”, de Adriana Negreiros, que apresenta a história de Maria Bonita sob uma nova perspectiva, com foco em sua jornada como mulher e mãe durante o movimento cangaceiro no Brasil, entre o final do século 19 e início do século 20.
Com direção geral de Sérgio Machado e direção de Thalita Rubio e Adrian Teijido – que também é o diretor de fotografia da série e do indicado ao Oscar “Ainda Estou Aqui” (2023) –, a produção da Cinefilm conta ainda com nomes como Júlio Andrade (no papel de Lampião, líder cangaceiro e companheiro de Maria Bonita), Rômulo Braga, Mohana Uchôa, Clebia Sousa, Thainá Duarte e Geyson Luiz.
Intérprete da protagonista, Isis afirma que o projeto já está entre os seus favoritos da carreira e que exigiu muito trabalho de todos os profissionais envolvidos, especialmente por causa da caracterização dos personagens, que foi feita com todos os detalhes minuciosos. “É uma personagem que mexeu muito comigo, como mulher e como mãe. É assim com muitas mulheres que hoje representam e mostram sua força, mesmo com tantas adversidades numa sociedade que ainda está longe de ser igualitária entre homens e mulheres”, reforça.
Na série “Maria e o Cangaço” – foto divulgação
Por fim, outro longa que está em desenvolvimento é o ambicioso “Corrida dos Bichos” – dirigido por Fernando Meirelles, Ernesto Solis (autor da história) e Rodrigo Pesavento –, que apresentará o Rio de Janeiro em um futuro distópico após uma catástrofe climática. Para sobreviver às condições precárias de vida, os habitantes participam de uma versão mortal do jogo do bicho, que garante um prêmio milionário.
Apesar de não poder dar muitos spoilers, Isis garante que o filme de ficção científica será um verdadeiro acontecimento, fechando metaforicamente o ano de muito trabalho. “Fernando é um profissional ímpar com quem sempre tive vontade de trabalhar. Trazer esse universo distópico num filme brasileiro vai causar muita curiosidade no público. E a abordagem é muito interessante, é uma oportunidade para refletirmos sobre os caminhos que a humanidade vem seguindo e os rumos que certos comportamentos podem nos levar”, antecipa. Ao lado de Isis nesse projeto estão Rodrigo Santoro, Grazi Massafera, Bruno Gagliasso, Matheus Abreu, Thainá Duarte e até a popstar Anitta.
Com uma carreira consolidada no cinema, Rodrigo Santoro celebra o bom momento do Brasil na telona e brilha em “O Último Azul”, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim
Quando encantava em novelas como “Pátria Minha” (1994) e “Explode Coração” (1995), Rodrigo Santoro era uma estrela da TV em ascensão. Mas o cinema surgiu em seu caminho, ele aproveitou as oportunidades e se tornou referência nacional quando o assunto é a sétima arte. No Festival de Berlim, realizado em fevereiro, apresentou seu novo filme, “O Último Azul”. O longa dirigido por Gabriel Mascaro ganhou o Urso de Prata Grande Prêmio do Júri, a segunda premiação mais importante do evento.
Berlim forma, ao lado de Cannes e Veneza, a trinca poderosa de festivais internacionais de cinema. Foi lá que “Central do Brasil”, de Walter Salles, e “Tropa de Elite”, de José Padilha, despontaram para o mundo. Uma semana após a premiação na cidade alemã, o Brasil conquistava seu primeiro Oscar, de filme internacional, com “Ainda Estou Aqui”, de Salles. Santoro vibra com o momento do cinema brasileiro.
foto Jorge Bispo
“O que mais me comoveu foi a volta do público brasileiro [ao cinema] que, para mim, é o movimento mais importante. O interesse do brasileiro pelas produções nacionais, uma safra de filmes interessantes, que fizeram boas bilheterias, essa relação foi o que mais me emocionou”, conta Rodrigo Santoro em entrevista exclusiva à 29HORAS.
Ele, que trabalhou com Walter Salles em “Abril Despedaçado” (2001), fica surpreso ao descobrir que uma geração que não viu o Brasil ser campeão na Copa do Mundo de futebol [o último título foi em 2002], viu o país ganhar o Oscar. “Isso é muito bonito. Uma geração que vai ver o cinema de forma diferente! Temos que honrar. Temos que falar das nossas questões, das nossas histórias, buscar o nosso espectador. Incentivar os brasileiros para que continuem indo às salas, prestigiando as produções nacionais. E o mundo é consequência.”
Reflexão na tela
Rodrigo explica como foi a experiência no Festival de Berlim: “Estive em Berlim com a première mundial de ‘300’. Mas a experiência em competição é bem específica, você faz parte de um grupo seleto, tem encontros com imprensa especializada, jantares. Fomos bem recebidos. Não sei se porque o filme era brasileiro, mas já tinha um acolhimento e simpatia. E quando estreou foi incrível. A crítica nos colocou como o melhor filme do Festival. E a gente não faz filme para ganhar prêmio. Nunca fico ali esperando [o prêmio].”
Rodrigo Santoro e o diretor Gabriel Mascaro com o Urso de Prata, conquistado em fevereiro no Festival de Berlim – foto divulgação
Ele mesmo assistiu “O Último Azul” pela primeira vez em Berlim, com o público, e após a sessão oficial uma senhora que estava na plateia o abordou. “Ela agradeceu e disse que era ela no filme! Ela sentia um êxtase de ter se visto pela primeira vez [na tela]. Isso é o que me ganha. É para isso que a gente faz filme, para gerar reflexão. Entreter sim, mas quando passa disso… parece que o filme está conversando com as pessoas.”
Protagonizado por Denise Weinberg, com Santoro, Adanilo e a atriz cubana Miriam Socarrás no elenco, “O Último Azul” é ambientado na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise), de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo.
“O trabalho da Denise é gigante. Não só dela, da Miriam e do Adanilo também. Naturalmente estamos discutindo o etarismo, mas vai além, fala sobre o direito de viver e de sonhar, e como a sociedade olha os idosos. Normalmente não existe um olhar procurando a vitalidade, o desejo, a vontade. Mas, se você der sorte, você fica idoso, se sua vida não acabar antes. É um processo natural. Querem frear o envelhecimento, mas devemos envelhecer melhor, porque envelhecer faz parte da vida. Brigar com isso não me parece a coisa mais sábia”, reflete.
Rodrigo Santoro e Denise Weinberg em cena do longa “O Último Azul” – foto Guillermo Garza
E o ator ressalta que o trabalho do cineasta Gabriel Mascaro sempre chamou sua atenção. “Quando assisti ‘Boi Neon’, primeiro filme do Gabriel, pensei ‘Nossa, que filmaço!’ Aí um amigo em comum disse que eu precisava conhecer o Gabriel. E sempre tive interesse no cinema independente brasileiro. Desde ‘Bicho de Sete Cabeças’ (2000), que foi onde minha história começou. Porque mais independente do que ‘Bicho’ e [a diretora] Laís Bodansky em uma época que nem tinha cinema no Brasil… é o meu DNA, a minha formação, quando começo a me entender como artista.”
Em “O Último Azul”, Cadu, personagem de Rodrigo Santoro, é o dono do barco que leva Tereza por uma viagem pela Amazônia. “Cadu é um olhar na contramão do que a gente está acostumado a ver da figura do masculino. Ele tem o coração partido. Ele não está com o amor dele, vive no barco, que é um símbolo de liberdade. Mas o barco é a prisão dele, está ali sofrendo, e enxerga que precisa ceder ao que sente. É um homem que fala ‘preciso seguir meu coração’. Foi um presente, afetivo, sensível e só agradeço.”
Conhecido por “mergulhar” nos personagens e se transformar para os papéis, Santoro fez uma preparação especial na Amazônia. “Fui uma semana antes das filmagens para fazer o laboratório. Saí com seu Zé, com quem aprendi o manejo do barco, e quis ver o que ele fazia. A gente ia filmar nos igarapés, e fiquei um dia inteiro lá, mas o tempo não passava e a urbanização começou a gritar. Foi quando entendi que precisava entrar naquele ritmo. Passei a observar seu Zé, entrar na calma dele, na escuta, nos sons dos pássaros. Tive a oportunidade de fazer a imersão na Amazônia com um olhar menos estrangeiro, mergulhando e ficando perto do povo ribeirinho. Foi uma viagem transformadora e inesquecível”, revela o ator, acrescentando que, depois das filmagens, passou mais 15 dias na Amazônia com a esposa, a filha e um casal de amigos.
O ator em sua viagem à Amazônia – foto arquivo pessoal
“Fala-se muito da Amazônia, mas, quando eu ia falar, sentia que não conhecia. Agora quando penso, tenho tanta memória no meu corpo e na minha mente… entendo a importância real e a majestade daquele lugar.”
De Petrópolis para o mundo
Nascido em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, Santoro queria ser médico, mas desistiu ainda na adolescência e foi cursar Comunicação Social na PUC. Fez comerciais de TV e, para as novelas, foi um pulo. Cinema? Não, ele queria fazer minissérie. “Venho da época que a gente não tinha cinema. Veio a retomada com ‘Carlota Joaquina’ (1995), mas a gente não sonhava. Eu fazia as novelas, cada vez conquistando uma personagem mais interessante, mas queria fazer uma minissérie. E aí veio ‘Hilda Furacão’ (1998).”
Foi na minissérie que viveu o Frei Malthus e contracenou com Paulo Autran. O veterano ator o indicou para Laís Bodansky, que procurava um protagonista para o longa “Bicho de Sete Cabeças”. “A Laís mandou o roteiro para o Paulo Autran, para fazer o pai do personagem principal. Ele achou que não tinha idade para o papel, mas disse para ela olhar o menino que contracenava com ele em ‘Hilda’. Ela me viu, marcou um encontro, li o roteiro e a gente se conectou. Depois, pelo que ela me contou, o Waltinho viu o ‘Bicho de Sete Cabeças’ ainda sendo montado e me chamou para um teste. As filmagens tinham acabado e eu estava na Califórnia, realizando meu sonho de surfar lá. Achei que era trote. Mas voltei, fiz o teste e aí veio ‘Abril Despedaçado’. Depois disso nunca mais parei.”
Com Lais Bodansky, em ‘Bicho de Sete Cabeças'(2000) – foto Marlene Bergamo
Da travesti Lady Di de “Carandiru” (2003), de Hector Babenco, ao vilão Jerônimo de “Bom dia, Verônica” (2024), passando por produções hollywoodianas como “Che” (2008), de Steven Soderberg, ele coleciona papéis marcantes. “Uma coisa levou a outra. Foi sempre assim comigo. Por isso foco em fazer o melhor com o que está na minha frente. No momento que escolho, tudo que tenho é isso aqui. Estou sempre recomeçando. Tem a experiência, claro, mas toda vez é a mesma sensação, começando do zero, com frio na barriga.”
De todos os trabalhos, uma lembrança especial: contracenar com a inglesa Helen Mirren (vencedora do Oscar por “A Rainha”) e a americana Anne Bancrofort (a Mrs. Robinson de “A Primeira Noite de um Homem”) em seu primeiro filme em inglês, “Em Roma na Primavera” (2003). “Elas foram incríveis comigo. Na minha experiência os grandes são assim, não precisam provar nada para ninguém.”
Com Hector Babenco, em ‘Carandiru’ (2003) – foto divulgação
O melhor papel
Leonino, Rodrigo Santoro faz 50 anos em agosto. Casado com a atriz Mel Fronckowiak e pai de Nina, de 7 anos, e Cora, de 7 meses, revela que ser pai é o papel mais profundo de sua vida. “É diário, não tem ensaio. Mas é maravilhoso. Você passa a estar na órbita de alguém, não é mais o centro. Não é sobre você. É sobre dar o amor, amar incondicionalmente, e não tem esforço nisso, acontece.”
Com a paternidade, vieram filmes como “A Turma da Mônica” — em que interpreta o Louco, seu personagem favorito dos quadrinhos — e a dublagem de “A Arca de Noé”, que considera um dos seus projetos mais emocionantes. “Sou cinéfilo desde criança. E gostava de ver desenho animado, eu baixava o volume da televisão e ficava dublando. Tenho o vinil de ‘A Arca de Noé’, ganhei dos meus pais. A música ‘Menininha’ me marcou na infância. Quando veio a ‘Arca’, é uma das músicas que canto. E, tirando no violão com a Nina, olhei para ela e entendi. Fiquei emocionado, agora como pai. Esse foi um trabalho que ultrapassou a técnica, mexeu comigo, com a minha infância, e a minha paternidade.”
Além de “O Último Azul”, Rodrigo lança este ano “O Filho de Mil Homens”, de Daniel Rezende, e “Corrida dos Bichos”, de Fernando Meirelles e Ernesto Solis. E já está de olho em novos projetos. “Estou começando a olhar as coisas fora de novo, mas o nascimento da Cora e com a Nina na escola, elas são prioridades para mim. Já viajei muito, fiz muitas coisas. Vou continuar viajando, mas vamos lidando caso a caso.”
Com Walter Salles, em ‘Abril Despedaçado’ (2001) – foto Christian Cravo
O cinema e a família são suas paixões, mas ultimamente ele também anda encantado pelo tênis. Fazer um esportista no cinema, aliás, é um sonho. “Adoraria fazer um jogador de tênis. ‘Heleno’ (2011) não é um filme sobre futebol, é a biografia dele, mas tive aulas com o [jogador] Claudio Adão, que me ensinou a ‘matar no peito’. Eu surfo, amo esporte.”
E como o ator encara a chegada dos 50 anos? Rodrigo Santoro diz que se sente mais maduro. “A maturidade traz mais calma e mais profundidade. O que te preocupava e era visto como um problema, hoje não é mais. Mas não quero perder a vontade de fazer. O Rodriguinho criança, quando está na hora, ele vem! Essa vontade, paixão e estímulo, continuam. Tem muita coisa que não fiz e posso fazer. Isso continua muito vivo dentro de mim”, finaliza.
Com Zack Snyder, em ‘300’ (2006) – foto divulgação
Em seu novo livro, Lázaro Ramos dá sequência à conversa iniciada em 2017 com “Na Minha Pele” e reforça que, neste mundo repleto de negacionismo, ódio e desinformação, sonhar é muito importante – mas não adianta ficar apenas esperando as coisas acontecerem, é preciso imaginar novas fórmulas de resistência e combate a essas táticas desonestas
Aos 46 anos de idade,Lázaro Ramos é muito mais do que um dos maiores atores em atividade do Brasil na TV, no cinema e no teatro. A cada dia ele se consagra também como diretor, produtor e escritor. É por causa de seu trabalho com as letras que ele volta a ocupar a capa da 29HORAS. Chega às livrarias de todo país este mês “Na Nossa Pele”, continuação do best-seller “Na Minha Pele”, lançado em 2017 com reflexões sobre ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. A obra teve mais de 300 mil exemplares vendidos em um país onde o livro que consegue ultrapassar os 30 mil já é considerado um grande sucesso editorial.
Na nova obra, ele dá continuidade à conversa iniciada há oito anos, com a introdução de novos temas e a recuperação de memórias inéditas, como o aprofundamento na história de sua mãe, Célia Maria do Sacramento.
Lázaro Ramos – foto Edgar Azevedo
No livro, o autor mostra que sua pele é coletiva, forjada em experiências e aprendizados comuns. O lançamento oficial é no dia 17 de março, mas antes disso a obra pode ser adquirida na pré-venda promovida por lojas digitais.
Na entrevista que concedeu à 29HORAS, Lázaro fala não só do livro, mas também do papel fundamental da arte em sua vida, de outros trabalhos que ele vai lançar ainda em 2025 e de sua parceria profissional e pessoal com a diva Taís Araújo. A propósito de “Na Nossa Pele”, ele volta a refletir sobre a importância de sonhar e sobre a necessidade urgente de imaginarmos e construirmos novas soluções e caminhos para encarar os desafios desse mundo distópico em que vivemos, cheio de ódio, retrocessos, guerras, mentiras e algoritmos perniciosos. Confira nas páginas a seguir os principais trechos dessa conversa.
O que despertou em você a vontade de escrever uma continuação de “Na Minha Pele”? Não foi nada planejado, da mesma forma que aconteceu com a primeira parte dessa “conversa”. Por volta de 2015, encontrei um assunto que me mobilizou, e eu saí escrevendo. Depois vieram outros temas, sem nenhum planejamento, de forma meio caótica, e de repente todos os textos juntos deram origem ao livro lançado em 2017. A partir de 2018, percebi que as questões sobre os quais eu escrevi em “Na Minha Pele” haviam evoluído, notei que havia novas temáticas a abordar e me toquei também que o primeiro livro tinha algumas ausências importantes…
A propósito disso, aliás, eu vi recentemente você dizer que no primeiro livro “sonegou algumas de suas dores” para o leitor. Por que resolveu trazer à luz essas questões agora? Eu falei muito pouco sobre minha mãe, ela era uma “presença ausente”. Foi citada várias vezes, mas eu não me aprofundei em contar a trajetória dessa mulher, em falar da nossa relação de mãe e filho. Ela morreu muito cedo e acredito que eu vivenciei um luto de vinte anos, guardando dentro de mim muitas memórias, mas sem pensar sobre ela e sem entendê-la como parte de um coletivo de mulheres com histórias semelhantes. Aí, no ano passado eu tive uma estafa muito severa, fui parar no hospital e – parece chavão, mas é real — comecei a rever e avaliar a minha vida. Foi então que eu comecei a escrever para e sobre a minha mãe. E comecei a enxergar que, por meio dessa mistura de memórias biográficas com reflexões sobre o momento em que vivemos, os meus textos poderiam indicar caminhos, possibilidades para quem está sem alternativas e sem perspectivas, nesses tempos de desesperança e de falta de conexão e de empatia.
Como sua mãe, eu li o começo do livro e depois, logo após ler o primeiro trecho em que você fala dela, fui direto para o final, para ver se tudo acabava bem. O capítulo final intitulado “Conto do Juízo Inicial” traz uma mensagem de esperança, mas deixa também um gostinho amargo de que “o otimismo é uma utopia”. Você acredita de verdade em novos modelos de liderança e poder ou esse epílogo é só um sonho mesmo? Eu acredito que eu preciso acreditar. Em tempos distópicos, temos que ser utópicos! No livro anterior, eu falo muito de sonhos e publiquei uma frase que depois me deixou incomodado, principalmente por ela ter virado tatuagens e posts motivacionais nas redes sociais: “O seu lugar é onde você sonha estar”. A verdade é que só sonhar não basta. Na grande maioria dos casos, é preciso sair da passividade, é necessário lutar pelo que a gente deseja, almeja. Muitas vezes, o caminho é longo e o aprendizado é doloroso, mas só assim as coisas acontecem. Por outro lado, ser utópico nos ajuda a fazer um exercício de pensar novos formatos de sociedade, novas formas de relacionamento. É saudável nos imaginarmos além do que somos.
Por falar em tempos distópicos, como você enxerga esse retrocesso nas políticas identitárias e o retorno do negacionismo em questões ambientais e científicas apregoado por Trumps, Mileis e outros répteis? É um retrato do nosso tempo, e devemos encarar isso de frente. É preciso fazer uma autocrítica para entender como chegamos a isso. Esse livro traz um pouco disso. Desde os meus 15 anos, me envolvi com o ativismo — no teatro popular e em questões como a habitação e a luta antirracista —, mas hoje acho que a cartilha que seguíamos naquela época ficou ultrapassada. Para enfrentar pessoas que ficam absolutamente à vontade para espalhar mentiras, ódio e desinformação, temos que buscar novas estratégias, novas formas de resistência e de combate a todas essas práticas desonestas. O único alento que temos é o retrospecto da história, que alterna movimentos de avanço e de retrocesso. Isso nos traz uma fé em dias melhores. Quem sabe depois desses passos todos para trás daremos em breve um salto para a frente, chegando a um lugar mais justo e igualitário?
Na contracapa do livro, Elisa Lucinda diz que o seu texto tem como fio condutor a filosofia Ubuntu, que valoriza as relações humanas, a solidariedade, o respeito e a interdependência das pessoas. Como você “aplicou” esses ensinamentos e preceitos ancestrais na organização das ideias apresentadas nessa sua nova obra literária? Eu achei muito bonito ela revelar isso para mim mesmo. Foi algo que eu, confesso, não havia me ligado. É que isso aparece no livro de uma forma intuitiva, não foi nada intencional ou calculado. E, inevitavelmente, a explicação para isso é a minha origem: a minha família seguia esses preceitos Ubuntu. Eu fui criado num ecossistema onde a interdependência, o respeito e a solidariedade eram “leis” inquestionáveis. Eu só fiquei mais individualista depois que saí desse ambiente seguro, desse ninho familiar…
Com seu primeiro livro autobiográfico em mãos, traduzido para o espanhol – foto Debora Milicio
Retomando um dos temas do livro, você consegue imaginar o que seria de você se não fosse a arte? Nossa, eu ia ser uma pessoa muito infeliz, porque os meus momentos de maior alegria e satisfação são quando eu estou fazendo arte ou consumindo arte. Quando eu tô no palco eu tô pleno, eu tô me conectando com as outras pessoas! E, refletindo sobre o meu piripaque do ano passado, eu posso te dizer que arte para mim é também saúde, é uma coisa terapêutica. A arte é um alimento e uma vacina para a minha saúde física e mental. Se não fosse a arte, eu certamente seria uma pessoa incompleta.
Mudando um pouco de assunto, você sabe quando estreia “Velhos Bandidos” nos cinemas? Como foi atuar com a Fernanda Montenegro? A estreia está prevista para o segundo semestre deste ano. Eu chamo Fernanda de “mamãe”. Ela sempre manda áudios lindos no meu Zap, com mensagens muito carinhosas. Criamos uma relação de amizade desde “Pastores da Noite”, minha estreia na TV, em 2002. Eu participei de “Amor de Mãe”, ela participou de “Mister Brau” — com certeza é uma das minhas mães! Quando o Claudio Torres [filho de Fernanda e diretor do filme] me convidou e disse que a produção teria a participação dela, eu automaticamente aceitei, antes mesmo dele me dizer do que se tratava a história. Foi muito gostoso voltar a atuar ao lado dessa atriz gigante e dos meus queridos Vladimir Brichta e Ary Fontoura — sem falar da Bruna Marquezine.
Junto ao elenco do filme “Velhos Bandidos”, que estreia no segundo semestre – foto divulgação
E para “Feito Pipa”, qual a previsão? Nesse filme, você interpreta um pai intolerante que rejeita seu filho afeminado. Como se sentiu estando na pele de uma pessoa tão diferente de tudo o que você prega? Também deve estrear no segundo semestre. Olha, eu não construí o meu personagem pela diferença, mas sim pela semelhança, pela aproximação. Afinal, o que acontece com ele pode acontecer com a gente também. Ele não é cruel e mau porque gosta. É uma falta de informação, é ignorância. Na verdade, esse homem é uma pessoa presa, travada e que, no fundo, tem inveja de seu filho tão livre, que sabe que pode rir quando e como quiser, que sente ter direito ao afeto e a não ser maltratado. O “problema” não é o filho, é o pai! Esse é um filme cheio de significados, que tem muito a dizer. O público gosta de ser surpreendido e esse filme traz isso. Ele é quente, não é morno como tanta coisa que vem sendo feita por aí, que parece ter sido criada por um algoritmo, só para agradar ao público médio.
Você vai atuar este ano na 3ª temporada da série “Os Outros”, da Globoplay. O que você pode nos adiantar sobre o seu personagem? Você sabe que na televisão eu nunca fiz drama? Vai ser a primeira vez em 20 anos! Só fiz heróis românticos e cômicos. Estou com uma expectativa muito grande para esse trabalho. “Os Outros” é uma série que tem muita qualidade técnica e estética, além de um texto excelente. Mas, infelizmente, não posso te adiantar nada sobre o meu personagem…
E sobre “O Topo da Montanha”, a peça vai voltar aos teatros? Eu e a Taís estamos pensando em retomar as apresentações da peça, ainda que seja simultaneamente às gravações de “Vale Tudo”. Vai ser uma maluquice, mas estamos trabalhando para viabilizar isso. Sinto muita saudade desse espetáculo. Ainda não temos nada fechado, mas em breve espero que tenhamos tudo certinho.
O ator com Taís Araújo, sua parceira de vida e na peça “O Topo da Montanha” – foto divulgação
Ao seu lado em “O Topo da Montanha”, “Medida Provisória”, “Mister Brau” e tantos outros trabalhos, a Taís é a sua grande parceira nas artes? O que há de melhor e de pior nesse “casamento artístico”? O que tem de melhor são as qualidades que ela possui com atriz. Mesmo se eu não fosse casado com a Taís, eu ia querer muito trabalhar com ela. O que tem de mais desafiante — eu não diria “pior” de maneira alguma — é que o processo criativo dela é radicalmente oposto ao meu. Eu sou mais racional, ela é muito intuitiva. Eu tenho um pensamento que faz curvas, eu penso em várias coisas até chegar a uma conclusão, e ela é mais direta e objetiva. Somos diferentes, mas nós nos encontramos nisso, num lugar de muito respeito. Nossa parceria é muito boa, nós nos complementamos.
Sheron Menezzes desfila mais uma vez como musa da Portela e estreia série e filme cheios de reflexões como empoderamento, privacidade, envelhecimento e amizade
Gaúcha de nascença, mas carioca de coração, a atriz Sheron Menezzes vive momento solar de sua carreira, que é marcada principalmente por personagens em novelas da TV Globo. Sucesso de audiência – ainda mais para um formato que agora compete com tantos outros –, “Vai na Fé” conquistou o público na faixa das 19h em 2023, mesmo ano em que a atriz completou 20 anos nas telas. Como a protagonista Sol, ela mergulhou em uma narrativa cheia de determinação, coragem e fé. “Foi uma virada de chave na minha vida, eu estava madura e pronta para receber essa personagem”, conta.
Sheron iniciou sua carreira aos 19 anos, na novela “Esperança”. Em mais de duas décadas, fez 16 personagens nas telinhas, além de filmes e séries. Aos 41 anos, agora ela é mãe e uma mulher madura, em suas palavras. A atriz também acumula o posto de musa de bateria da Portela, que neste ano cruza a Sapucaí com o samba enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”. Em entrevista à 29HORAS, Sheron Menezzes compartilha um pouco da preparação e do entusiasmo para o Carnaval, elenca personagens marcantes em sua trajetória e antecipa projetos que estreiam em breve no streaming e nos cinemas.
foto Giselle Dias
Você é musa da Portela, uma escola de samba muito tradicional do Rio de Janeiro. Como começou a sua relação com a agremiação?
Sempre tive um carinho e afinidade com a Portela, amo a tradição que a escola tem e, em 2011, quando recebi o convite para ser rainha de bateria fiquei extremamente feliz e honrada. É uma emoção que não sai de dentro da gente e vai me acompanhar por toda minha vida, seja em qual posto eu estiver! Posso dizer que minha aproximação com a Portela foi mágica, é um encontro de almas eterno!
Para você, quais foram os melhores enredos e desfiles?
Nossa, foram tantos tão incríveis! Eu particularmente adorei o samba-enredo do ano passado, “Um Defeito de Cor”, que levantou a Sapucaí e ainda está bem fresquinho na memória dos portelenses, mas confesso que é difícil escolher um só… (risos)
Como você se prepara para o desfile e para viver o Carnaval? Como é a rotina de uma musa de escola de samba?
Posso dizer que me preparo durante o ano com muita atividade física, o que já faz parte da minha rotina. Mas quando chega perto dessa época, gosto de dar um gás! Para desfilar é bom estar com o cardio em dia, principalmente porque saio no chão e não em um carro alegórico, tenho que sambar, dançar e andar bastante. Também começo a frequentar mais a escola, os ensaios e os desfiles técnicos, então há uma preparação física e técnica coletiva. O meu foco é estar mais presente na Portela, com a comunidade, onde me sinto em casa – e juntos nos prepararmos para a chegada do grande dia, que é entrar oficialmente na Avenida.
Sheron Menezzes como musa da Portela – foto arquivo pessoal
Você completou mais de 20 anos de carreira como atriz. O que mudou na profissão e nas suas escolhas profissionais nesse tempo?
Quando comecei, aceitava as oportunidades e ficava muito feliz quando passava em um teste! Eu sempre me esforcei e trabalhei para a construção e o crescimento das personagens, para conquistar o espaço dentro dos trabalhos que apareciam. Hoje, posso fazer minhas escolhas artísticas e levo em consideração aquilo que estou com vontade de fazer, posso conversar com colegas e diretores sobre os meus desejos profissionais. No início, a gente não pensa muito dessa maneira, você precisa e vai no fluxo! Fiz 16 novelas, além de séries e filmes, e nenhuma personagem se repetiu, acredito que isso é o mais extraordinário na nossa profissão!
O que faz você escolher uma novela, uma série ou filme para atuar? Você tem preferido projetos nos streamings, como muitos colegas que também atuaram por muitos anos em novelas da TV Globo?
Não tenho uma preferência, adoro o audiovisual e cresci nele. Eu amo fazer novelas, é o que eu sei fazer e o que aprendi intensamente a fazer. Mas também amo séries e filmes! Gosto de estar em movimento, transitando, atuando…o que levo em conta para escolher esses projetos, realmente, é o conceito artístico, seleciono aquele em que vou conseguir colocar melhor as minhas vontades, os meus desejos, o que quero mostrar e falar. Eu não faço uma personagem só por fazer, eu acho que é sempre bom ter algo a dizer com uma história, um roteiro.
Quais trabalhos foram os mais marcantes nessas duas décadas?
A minha melhor personagem é aquela que eu estou fazendo, minha energia está toda ali. Mas não posso deixar de falar da Sol, foi uma virada de chave na minha carreira e na minha vida, eu estava madura e pronta para receber essa personagem. Teve ainda a Gisele, de “Bom Sucesso”, e Berenice, de “Lado a Lado”, que eram vilãs, e eu gosto muito de fazer vilãs. E Diara, de “Novo Mundo”, que foi incrível, porque eu estava grávida durante as gravações, e na trama a minha personagem também ficou grávida!
Adorei “Carga Máxima”, da Netflix, um filme em que minha personagem é uma pilota de Fórmula Truck, lançado em 2023. Foi muito interessante, porque consegui colocar para fora um outro lado meu, o da aventura. Agora estou apegada à minha nova personagem Laura, que é de uma série e produção original Globoplay – “Juntas & Separadas”, ela é uma mulher extremamente engraçada e, ao mesmo tempo, profunda. Por isso, te digo que não consigo escolher uma personagem, todas que fiz foram importantes, cada uma no seu momento. Com certeza a próxima personagem que eu fizer, vou usar um pouquinho de outra que já interpretei. Cada uma contribuiu de um jeito para os novos trabalhos.
A atriz no papel de Sol, em “Vai na Fé” – foto Globo / João Miguel Júnior
“Vai na Fé”, em que você interpretou a Sol, teve boa audiência e recepção do público na faixa das 19h. A novela também se destacou por ter um elenco com grande número de atores negros. A que você atribui o interesse do público pela novela? E qual foi o impacto dessa importante diversidade promovida pela produção?
A novela teve uma aceitação maravilhosa e eu acredito que foi por causa dos temas abordados, que eram cotidianos. A gente gosta de assistir a alguma coisa e se identificar com aquilo, principalmente em uma novela, que é de longa duração. Quando você vê na tela questões e problemas do seu dia a dia, rapidamente você se conecta, quer acompanhar. Quando o público se identifica visualmente, com atores parecidos com ele, a conexão é ainda maior! “Vai na Fé” foi uma novela de pessoas reais, abordando temas reais, como religiosidade, de todas as maneiras, além de lutas e batalhas da vida, como a mãe que trabalha fora e abre mão do seu sonho para manter a família unida e colocar uma filha na faculdade, o abuso, um cantor que está tentando a carreira…
Como você falou, a novela também trazia a temática religiosa para a TV aberta. Você trouxe um pouco da sua própria fé para a construção dessa história?
Acho que a gente abordou a questão da religião de uma forma muito leve, respeitosa, desmistificando alguns pontos, sabe? Falo isso porque a sociedade em geral tem muitos preconceitos e paradigmas que precisam ser quebrados e a novela trouxe esses pontos sem rótulos. Abordamos com muito respeito tanto a religião evangélica, que esteve muito presente na nossa novela, como o candomblé. Mas esses temas não viraram a questão central da narrativa, eram uma parte dela, e isso fez com que os telespectadores se identificassem com cada história. Eu mesma aprendi a gostar de uma religião que não conhecia, que não é a minha, e acho isso muito bonito! Como atriz, é maravilhoso se entregar para alguma coisa que você não conhece.
No filme “Carga Máxima” – foto divulgação / Netflix
Você está no longa “Perfeitos Desconhecidos”, versão brasileira da comédia italiana de Paolo Genovese, que deve estrear no segundo semestre. Como é a sua personagem?
Esse filme já foi rodado em muitos países, mas a versão brasileira foi um pouco atualizada para a nossa sociedade. Eu assisti ao trailer e fiquei encantada, acho que a gente vai se divertir, são temas reais colocados de uma maneira divertida. Gravamos tudo em um mês, em uma mesa de churrasco. No filme, a cena se passa em um dia, mas passamos um mês fazendo a mesma coisa! Quem não tem algo para falar? Quem não está, às vezes, sentado em uma mesa e manda mensagem para o amigo que está do seu lado para falar algo sobre aquelas pessoas? (risos). Ou seja, os conflitos já estão ali. As pessoas vão se surpreender!
E tem ainda a série “Juntas & Separadas”, do Globoplay, que será dedicada às mulheres com mais de 40 anos. Quais temas podemos esperar? E quais assuntos são os mais caros para você?
Eu estou super empolgada com essa série, porque a gente fala de mulheres maduras e assuntos de mulheres maduras. Eu nunca parei para discutir esses temas, tirando a maternidade, que é aquele que mais me coloco. Aprendi muita coisa, porque eu já me tornei uma mulher 40+. Quando fui estudar o roteiro, eu vi que se fala muito sobre a maturidade e o envelhecimento feminino em vários lugares, mas no Brasil parecemos mais fechados, porque não queremos envelhecer. Eu acho que a série vai dar o que falar, as pessoas vão querer saber os desdobramentos de tudo aquilo.
Penso que um dos assuntos que tratamos na série e que vejo como o mais interessante, é a escolha de você querer ou não ter filhos, porque ainda é um tabu, sendo que deveria ser uma escolha livre, sem preconceitos! A série traz ainda outros temas, como menopausa, namoro depois dos 40, ficar solteira, terminar casamentos, recomeçar a sua vida e mudar de carreira, que precisam ser muito mais falados!
Com o elenco de “Juntas & Separadas” – foto Acervo Pessoal
Ela é inteligente, talentosa e linda. Bella Campos é tudo! Escalada para o remake da icônica novela “Vale Tudo”, a jovem atriz vai interpretar a inescrupulosa vilã da trama. “A Maria de Fátima preta é o retrato do Brasil em 2025”, profetiza a mais nova estrela da constelação global
Novela de sucesso é raridade hoje em dia na TV, mas não no currículo de Bella Campos. A atriz teve participações marcantes em duas das mais exitosas produções da Globo nos últimos anos: “Pantanal” e “Vai na Fé”. Agora se prepara para o maior desafio de sua ainda breve carreira: interpretar a vilã Maria de Fátima no remake de “Vale Tudo”, com estreia prevista para o final de março.
A trama originalmente escrita por Gilberto Braga há 36 anos foi atualizada para os dias de hoje. As protagonistas, interpretadas por Regina Duarte e Gloria Pires, em 2025 serão vividas por Taís Araújo e Bella Campos. Se em 1988 Gal Costa cantava na abertura da novela “Brasil, mostra a sua cara”, a imagem mostrada agora será bem mais fiel à realidade da sociedade brasileira.
foto Pedro Pradella
E Bella se diz preparada para levar para o país todo os necessários debates sobre questões como racismo, ética, alcoolismo, ganância sem limites, machismo e violência contra a mulher. “Eu estava com sede de fazer uma personagem como essa, passei o último ano estudando e me preparando para algo assim. A expectativa é que a Maria de Fátima seja um espelho do pensamento brasileiro”, afirma a atriz.
Nascida há 26 anos em Cuiabá, Bella já virou uma cidadã do mundo, viajou a Paris, Londres, Los Angeles e Cairo para divulgar marcas internacionais como Lacoste, Burberry, Fila e Jean Paul Gaultier. Em 2025, certamente se tornará um dos rostos mais conhecidos no país — por causa de toda exposição que inevitavelmente virá a partir de sua atuação em “Vale Tudo”.
Na entrevista que concedeu à 29HORAS, Bella fala de suas expectativas para esse seu novo trabalho na TV, de sua estreia nos cinemas e de sua atuação com digital influencer — a “profissão” que é o sonho de consumo da malvada Maria de Fátima na nova versão da novela. Confira nas páginas a seguir os principais trechos dessa conversa.
Em “Vale Tudo”, você vai fazer o papel da Maria de Fátima, uma das mais perversas e odiadas vilãs da história das telenovelas. Tem noção das pauladas e ofensas que vai levar na rua e nas redes sociais?
Quando eu fui fazer o teste, já saí de casa com o peito aberto, a Maria de Fátima é uma personagem que não tem como uma atriz encarar sem estar inteira, viva e preparada para tudo o que pode acontecer. Eu me sinto muito pronta para receber todo tipo de reações. A personagem gera sentimentos nas pessoas, ela faz parte do dia a dia das pessoas. Esse é o poder das novelas, elas e o público criam coletivamente esse imaginário. E essa coisa do reconhecimento nas ruas é uma demonstração de que a nossa conexão está funcionando. Eu estava com sede de fazer uma personagem como essa, estava morrendo de vontade de interpretar alguém capaz de tomar atitudes questionáveis em nome de suas ambições, sem filtros. E que também levanta debates e discussões, além de levar diversão e alegria para o público.
foto Pedro Pradella
Quando a novela foi ao ar, em 1988/1989, você ainda nem tinha nascido. Mas você tem consciência da repercussão que essa novela teve no Brasil?
A pergunta “quem matou Odete Roitman?” sempre esteve presente na minha vida, desde criança. Quando alguém fazia algo ruim e a gente não sabia quem foi que cometeu o erro, lá em casa essa frase sempre surgia. E eu confesso que nunca havia me questionado sobre a origem dessa questão. Só agora, com todo esse burburinho sobre o remake, acabei descobrindo de onde vem esse “meme”. Ele é mais uma mostra daquilo que eu falei, sobre a criação de um repertório e de um imaginário coletivo estimulados pelas novelas. Se essa pergunta resistiu ao tempo e permanece valendo há quase quatro décadas, imagino como ela foi forte para quem participou e vivenciou toda essa adoração na época em que a novela foi exibida…
Nas últimas décadas, o mundo mudou muito e as novelas também tiveram que se atualizar. Nas três tramas atuais do horário nobre da Globo, as protagonistas são mulheres pretas. Em “Vale Tudo”, personagens que eram brancos na versão original agora serão interpretados por atores pretos. Como você enxerga essas mudanças?
Na novela original, os pretos apareciam em lugares muito estereotipados. Só havia dois personagens negros na trama: uma doméstica e um menino ladrão. A proposta agora é trazer a diversidade brasileira para a tela. Ter uma novela das nove com duas protagonistas negras mostra que somos tão capazes, que não é correto sermos relegados a papéis menores. Mas isso não aconteceu por acaso, é resultado de muita luta, muita persistência, muita resistência e muito esforço. Agora falta vermos essa mudança de chave acontecer atrás das câmeras. O mercado do audiovisual tem de se abrir também para diretores pretos, para roteiristas pretos. Nós precisamos escrever as nossas próprias narrativas, temos de assumir o comando da maneira de contar as nossas histórias.
Bella Campos com parte do elenco de “Vale Tudo”: Humberto Carrão, Luis Lobianco, Renato Góes, Paolla Oliveira, Taís Araújo e Alice Wegmann – foto João Cotta / TVGlobo / Divulgação
O racismo vai ser uma questão discutida na novela? Como vai ser a relação entre a elitista e reacionária Odete Roitman com a jovem negra Maria de Fátima?
Reduzir o racismo ao não-contato é algo vazio e simplista. O racismo se dá nas relações de poder. O racismo estrutural impede que todos tenham o mesmo acesso a determinados espaços. Mas quando nós, pretos, acessamos esses espaços, eles não deixam de ser ambientes racistas. O importante para quem é racista é que os pretos estejam ali para servir. No caso da relação entre a Maria de Fátima e a Odete Roitman isso se reproduz. Elas vão ser “parceiras” enquanto a minha personagem for útil à Odete. Ela me vê como uma ferramenta. O racismo hoje em dia está muito mais sofisticado, velado e subliminar. Existem mil maneiras de ser discriminado sem ser escancaradamente racista. A Odete Roitman não vai deixar de exercer o seu poder. Essa questão do racismo vai ser abordada na novela com muita clareza, ou melhor, com muita assertividade. Não poderia ser diferente.
Bella Campos em “Pantanal” com Alanis Guillen – foto João Miguel Jr / TVGlobo / Divulgação
Hoje nós vivemos tempos de vale tudo, com gente aplicando todo tipo de golpe: fake news, vídeos e imagens criadas por inteligência artificial para difamar, caluniar e ofender, fraudes financeiras para enganar aposentados e até a venda de remédios falsificados! Para você, até onde vai o “vale tudo” na busca de atingir um objetivo?
Eu acho que esses golpes e essas mentiras sempre existiram. De outras formas, mas estão por aí há muito tempo. Para a gente atingir um objetivo, o mais importante é uma questão interior, é dar o seu melhor, é dedicar toda a sua força mental e física para chegar aonde você quer. A maior preocupação deve ser fazer bem tudo o que está ao seu alcance, o que você pode controlar. Pisar nos adversários e rivais, a meu ver, é dar uma demonstração de que você tem uma fraqueza interna, de que você não tem fé no seu taco. Para mim, o vale tudo vai até a hora em que você começa a prejudicar outras pessoas em nome do seu sucesso. Isso não é admissível.
Você tem mais de 10 milhões de seguidores no Instagram e, além de postagens de moda e beleza, usa a plataforma para estimular debates sobre temas como o empoderamento feminino e a representatividade na política. Quais os seus objetivos com essas publicações?
Nesse último ano, eu trabalhei com muitas marcas, do Brasil e do exterior. Eu gosto de fazer isso, trabalhei como modelo dos 18 aos 22 anos. Mas gosto também de mostrar nas redes sociais as várias versões que existem dentro de mim. E, agora que eu ocupo um lugar de fala que tem essa grande reverberação, acredito que seja a minha obrigação abrir espaço para esses temas que geram mais reflexão. Fico muito feliz de ver que posso incentivar outras mulheres pretas a conhecer seus direitos. Somos um dos países com os maiores índices de feminicídio. Não somos representadas de maneira justa no Congresso e nas demais posições de poder. Não recebemos os mesmos salários que os homens. Quando uma mulher toma consciência de seu poder, dificilmente ela será manipulada. O respeito, o conhecimento e o empoderamento feminino são as mais eficazes armas para desconstruir as estruturas da sociedade machista e patriarcal em que vivemos.
Em cena na novela “Vai na Fé” – foto Fabio Rocha / TVGlobo / Divulgação
Na “Vale Tudo” de 1988, a Maria de Fátima queria ser modelo, e nessa nova versão a inescrupulosa vilã sonha em ser uma influencer. Para que tipo de produto ou serviço você jamais faria uma ação de marketing nas suas redes? Você faria o publi de alguma bet (site de apostas) no seu Insta?
Eu não faço publi de nada que eu verdadeiramente não consumiria. Se eu fizer uma ação para uma cerveja, pode ter certeza de que, quando você me vir na praia tomando uma, eu estarei com aquela marca na mão. Hoje eu posso escolher a dedo as marcas com as quais vou trabalhar, e sempre dou preferência a projetos em que eu posso dar o meu olhar criativo, possa opinar na concepção estética da campanha. Gosto de fazer propaganda de produtos e serviços que estão naturalmente atrelados ao meu dia a dia e ao meu estilo de vida, de forma orgânica, sem artificialismos. Tenho consciência do lugar que eu ocupo, da potência da minha voz. E converso com um público muito jovem, tenho de ser muito responsável. Sempre levo isso em consideração tanto ao divulgar uma marca quanto nas minhas postagens de “reflexão”.
Voltando a falar sobre os seus trabalhos como atriz, recentemente você fez dois longas para o cinema. Fale para a gente um pouco das tramas e das suas personagens em “Por Um Fio” e em “Cinco Tipos de Medo”.
“Cinco Tipos de Medo” foi um trabalho muito especial, que mora no meu coração, pois foi o meu primeiro trabalho em cinema e foi rodado em Cuiabá — minha cidade natal. Minha personagem, a Marlene, é uma mulher guerreira exatamente como aquelas que eu quero alcançar com minhas mensagens de conscientização e empoderamento. Ela estuda enfermagem e namora com o traficante do pedaço (interpretado pelo Xamã), com quem vive uma relação abusiva. A violência urbana é o pano de fundo, mas o que mais me toca é que, se a arte não tivesse me tirado daquele ambiente, eu poderia ter me tornado uma Marlene.
Já “Por um Fio”, baseado num livro do Dráuzio Varella, é uma produção densa e tocante. Ela é centrada na luta de pessoas com câncer em fase terminal pela sobrevivência e pela cura. A minha personagem é namorada de um rapaz nessa situação, e o roteiro conta uma bonita história de fé, amor e esperança. Esses dois longas devem ser lançados em 2025.
Nas filmagens do longa “Cinco Tipos de Medo” – foto reprodução Instagram
Você já tem algum projeto engatilhado para depois de “Vale Tudo”?
Tenho vários projetos engatilhados, mas todos em stand by por causa da novela. Quero fazer teatro, tenho muita vontade de desenvolver uma peça. Pretendo cada vez mais me envolver em projetos que explorem meu lado criativo e autoral. O que eu posso te adiantar é que, provavelmente logo depois da novela, deve ser lançada a série “Reencarne”, uma produção de suspense sobrenatural produzida para a GloboPlay, protagonizada pela divina Taís Araújo. Eu faço uma participação no último episódio, interpretando uma personagem que cria um gancho para a segunda temporada.
Quando anunciou sua separação do MC Cabelinho, você postou nas suas redes sociais que “nós, mulheres, precisamos sempre nos explicar: se vamos casar, se vamos ter filhos, se vamos nos separar”. Então, já que você acha que sempre tem de falar nisso, me diga: quando você pretende se casar? Quer ter filhos? Quantos?
Não faço a menor ideia de quando eu vou me casar. Esse não é um dos objetivos que eu tenho para a minha vida, mas pode ser que essa seja apenas a minha opinião nesse momento. Quanto a ter filhos, isso eu sei. Quero muito e pretendo me tornar mãe ainda jovem.
Quantos filhos? Um só? Oito?
Depois do primeiro a gente conversa…
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