Bella Campos será a inescrupulosa vilã Maria de Fátima no remake da icônica novela “Vale Tudo”

Bella Campos será a inescrupulosa vilã Maria de Fátima no remake da icônica novela “Vale Tudo”

Ela é inteligente, talentosa e linda. Bella Campos é tudo! Escalada para o remake da icônica novela “Vale Tudo”, a jovem atriz vai interpretar a inescrupulosa vilã da trama. “A Maria de Fátima preta é o retrato do Brasil em 2025”, profetiza a mais nova estrela da constelação global

Novela de sucesso é raridade hoje em dia na TV, mas não no currículo de Bella Campos. A atriz teve participações marcantes em duas das mais exitosas produções da Globo nos últimos anos: “Pantanal” e “Vai na Fé”. Agora se prepara para o maior desafio de sua ainda breve carreira: interpretar a vilã Maria de Fátima no remake de “Vale Tudo”, com estreia prevista para o final de março.

A trama originalmente escrita por Gilberto Braga há 36 anos foi atualizada para os dias de hoje. As protagonistas, interpretadas por Regina Duarte e Gloria Pires, em 2025 serão vividas por Taís Araújo e Bella Campos. Se em 1988 Gal Costa cantava na abertura da novela “Brasil, mostra a sua cara”, a imagem mostrada agora será bem mais fiel à realidade da sociedade brasileira.

 

foto Pedro Pradella

 

E Bella se diz preparada para levar para o país todo os necessários debates sobre questões como racismo, ética, alcoolismo, ganância sem limites, machismo e violência contra a mulher. “Eu estava com sede de fazer uma personagem como essa, passei o último ano estudando e me preparando para algo assim. A expectativa é que a Maria de Fátima seja um espelho do pensamento brasileiro”, afirma a atriz.

Nascida há 26 anos em Cuiabá, Bella já virou uma cidadã do mundo, viajou a Paris, Londres, Los Angeles e Cairo para divulgar marcas internacionais como Lacoste, Burberry, Fila e Jean Paul Gaultier. Em 2025, certamente se tornará um dos rostos mais conhecidos no país — por causa de toda exposição que inevitavelmente virá a partir de sua atuação em “Vale Tudo”.

Na entrevista que concedeu à 29HORAS, Bella fala de suas expectativas para esse seu novo trabalho na TV, de sua estreia nos cinemas e de sua atuação com digital influencer — a “profissão” que é o sonho de consumo da malvada Maria de Fátima na nova versão da novela. Confira nas páginas a seguir os principais trechos dessa conversa.

Em “Vale Tudo”, você vai fazer o papel da Maria de Fátima, uma das mais perversas e odiadas vilãs da história das telenovelas. Tem noção das pauladas e ofensas que vai levar na rua e nas redes sociais?
Quando eu fui fazer o teste, já saí de casa com o peito aberto, a Maria de Fátima é uma personagem que não tem como uma atriz encarar sem estar inteira, viva e preparada para tudo o que pode acontecer. Eu me sinto muito pronta para receber todo tipo de reações. A personagem gera sentimentos nas pessoas, ela faz parte do dia a dia das pessoas. Esse é o poder das novelas, elas e o público criam coletivamente esse imaginário. E essa coisa do reconhecimento nas ruas é uma demonstração de que a nossa conexão está funcionando. Eu estava com sede de fazer uma personagem como essa, estava morrendo de vontade de interpretar alguém capaz de tomar atitudes questionáveis em nome de suas ambições, sem filtros. E que também levanta debates e discussões, além de levar diversão e alegria para o público.

 

foto Pedro Pradella

 

Quando a novela foi ao ar, em 1988/1989, você ainda nem tinha nascido. Mas você tem consciência da repercussão que essa novela teve no Brasil?
A pergunta “quem matou Odete Roitman?” sempre esteve presente na minha vida, desde criança. Quando alguém fazia algo ruim e a gente não sabia quem foi que cometeu o erro, lá em casa essa frase sempre surgia. E eu confesso que nunca havia me questionado sobre a origem dessa questão. Só agora, com todo esse burburinho sobre o remake, acabei descobrindo de onde vem esse “meme”. Ele é mais uma mostra daquilo que eu falei, sobre a criação de um repertório e de um imaginário coletivo estimulados pelas novelas. Se essa pergunta resistiu ao tempo e permanece valendo há quase quatro décadas, imagino como ela foi forte para quem participou e vivenciou toda essa adoração na época em que a novela foi exibida…

Nas últimas décadas, o mundo mudou muito e as novelas também tiveram que se atualizar. Nas três tramas atuais do horário nobre da Globo, as protagonistas são mulheres pretas. Em “Vale Tudo”, personagens que eram brancos na versão original agora serão interpretados por atores pretos. Como você enxerga essas mudanças?
Na novela original, os pretos apareciam em lugares muito estereotipados. Só havia dois personagens negros na trama: uma doméstica e um menino ladrão. A proposta agora é trazer a diversidade brasileira para a tela. Ter uma novela das nove com duas protagonistas negras mostra que somos tão capazes, que não é correto sermos relegados a papéis menores. Mas isso não aconteceu por acaso, é resultado de muita luta, muita persistência, muita resistência e muito esforço. Agora falta vermos essa mudança de chave acontecer atrás das câmeras. O mercado do audiovisual tem de se abrir também para diretores pretos, para roteiristas pretos. Nós precisamos escrever as nossas próprias narrativas, temos de assumir o comando da maneira de contar as nossas histórias.

 

Bella Campos com parte do elenco de “Vale Tudo”: Humberto Carrão, Luis Lobianco, Renato Góes, Paolla Oliveira, Taís Araújo e Alice Wegmann – foto João Cotta / TVGlobo / Divulgação

 

O racismo vai ser uma questão discutida na novela? Como vai ser a relação entre a elitista e reacionária Odete Roitman com a jovem negra Maria de Fátima?
Reduzir o racismo ao não-contato é algo vazio e simplista. O racismo se dá nas relações de poder. O racismo estrutural impede que todos tenham o mesmo acesso a determinados espaços. Mas quando nós, pretos, acessamos esses espaços, eles não deixam de ser ambientes racistas. O importante para quem é racista é que os pretos estejam ali para servir. No caso da relação entre a Maria de Fátima e a Odete Roitman isso se reproduz. Elas vão ser “parceiras” enquanto a minha personagem for útil à Odete. Ela me vê como uma ferramenta. O racismo hoje em dia está muito mais sofisticado, velado e subliminar. Existem mil maneiras de ser discriminado sem ser escancaradamente racista. A Odete Roitman não vai deixar de exercer o seu poder. Essa questão do racismo vai ser abordada na novela com muita clareza, ou melhor, com muita assertividade. Não poderia ser diferente.

 

Bella Campos em “Pantanal” com Alanis Guillen – foto João Miguel Jr / TVGlobo / Divulgação

 

Hoje nós vivemos tempos de vale tudo, com gente aplicando todo tipo de golpe: fake news, vídeos e imagens criadas por inteligência artificial para difamar, caluniar e ofender, fraudes financeiras para enganar aposentados e até a venda de remédios falsificados! Para você, até onde vai o “vale tudo” na busca de atingir um objetivo?
Eu acho que esses golpes e essas mentiras sempre existiram. De outras formas, mas estão por aí há muito tempo. Para a gente atingir um objetivo, o mais importante é uma questão interior, é dar o seu melhor, é dedicar toda a sua força mental e física para chegar aonde você quer. A maior preocupação deve ser fazer bem tudo o que está ao seu alcance, o que você pode controlar. Pisar nos adversários e rivais, a meu ver, é dar uma demonstração de que você tem uma fraqueza interna, de que você não tem fé no seu taco. Para mim, o vale tudo vai até a hora em que você começa a prejudicar outras pessoas em nome do seu sucesso. Isso não é admissível.

Você tem mais de 10 milhões de seguidores no Instagram e, além de postagens de moda e beleza, usa a plataforma para estimular debates sobre temas como o empoderamento feminino e a representatividade na política. Quais os seus objetivos com essas publicações?
Nesse último ano, eu trabalhei com muitas marcas, do Brasil e do exterior. Eu gosto de fazer isso, trabalhei como modelo dos 18 aos 22 anos. Mas gosto também de mostrar nas redes sociais as várias versões que existem dentro de mim. E, agora que eu ocupo um lugar de fala que tem essa grande reverberação, acredito que seja a minha obrigação abrir espaço para esses temas que geram mais reflexão. Fico muito feliz de ver que posso incentivar outras mulheres pretas a conhecer seus direitos. Somos um dos países com os maiores índices de feminicídio. Não somos representadas de maneira justa no Congresso e nas demais posições de poder. Não recebemos os mesmos salários que os homens. Quando uma mulher toma consciência de seu poder, dificilmente ela será manipulada. O respeito, o conhecimento e o empoderamento feminino são as mais eficazes armas para desconstruir as estruturas da sociedade machista e patriarcal em que vivemos.

 

Em cena na novela “Vai na Fé” – foto Fabio Rocha / TVGlobo / Divulgação

 

Na “Vale Tudo” de 1988, a Maria de Fátima queria ser modelo, e nessa nova versão a inescrupulosa vilã sonha em ser uma influencer. Para que tipo de produto ou serviço você jamais faria uma ação de marketing nas suas redes? Você faria o publi de alguma bet (site de apostas) no seu Insta?
Eu não faço publi de nada que eu verdadeiramente não consumiria. Se eu fizer uma ação para uma cerveja, pode ter certeza de que, quando você me vir na praia tomando uma, eu estarei com aquela marca na mão. Hoje eu posso escolher a dedo as marcas com as quais vou trabalhar, e sempre dou preferência a projetos em que eu posso dar o meu olhar criativo, possa opinar na concepção estética da campanha. Gosto de fazer propaganda de produtos e serviços que estão naturalmente atrelados ao meu dia a dia e ao meu estilo de vida, de forma orgânica, sem artificialismos. Tenho consciência do lugar que eu ocupo, da potência da minha voz. E converso com um público muito jovem, tenho de ser muito responsável. Sempre levo isso em consideração tanto ao divulgar uma marca quanto nas minhas postagens de “reflexão”.

Voltando a falar sobre os seus trabalhos como atriz, recentemente você fez dois longas para o cinema. Fale para a gente um pouco das tramas e das suas personagens em “Por Um Fio” e em “Cinco Tipos de Medo”.
“Cinco Tipos de Medo” foi um trabalho muito especial, que mora no meu coração, pois foi o meu primeiro trabalho em cinema e foi rodado em Cuiabá — minha cidade natal. Minha personagem, a Marlene, é uma mulher guerreira exatamente como aquelas que eu quero alcançar com minhas mensagens de conscientização e empoderamento. Ela estuda enfermagem e namora com o traficante do pedaço (interpretado pelo Xamã), com quem vive uma relação abusiva. A violência urbana é o pano de fundo, mas o que mais me toca é que, se a arte não tivesse me tirado daquele ambiente, eu poderia ter me tornado uma Marlene.
Já “Por um Fio”, baseado num livro do Dráuzio Varella, é uma produção densa e tocante. Ela é centrada na luta de pessoas com câncer em fase terminal pela sobrevivência e pela cura. A minha personagem é namorada de um rapaz nessa situação, e o roteiro conta uma bonita história de fé, amor e esperança. Esses dois longas devem ser lançados em 2025.

 

Nas filmagens do longa “Cinco Tipos de Medo” – foto reprodução Instagram

 

Você já tem algum projeto engatilhado para depois de “Vale Tudo”?
Tenho vários projetos engatilhados, mas todos em stand by por causa da novela. Quero fazer teatro, tenho muita vontade de desenvolver uma peça. Pretendo cada vez mais me envolver em projetos que explorem meu lado criativo e autoral. O que eu posso te adiantar é que, provavelmente logo depois da novela, deve ser lançada a série “Reencarne”, uma produção de suspense sobrenatural produzida para a GloboPlay, protagonizada pela divina Taís Araújo. Eu faço uma participação no último episódio, interpretando uma personagem que cria um gancho para a segunda temporada.

Quando anunciou sua separação do MC Cabelinho, você postou nas suas redes sociais que “nós, mulheres, precisamos sempre nos explicar: se vamos casar, se vamos ter filhos, se vamos nos separar”. Então, já que você acha que sempre tem de falar nisso, me diga: quando você pretende se casar? Quer ter filhos? Quantos?
Não faço a menor ideia de quando eu vou me casar. Esse não é um dos objetivos que eu tenho para a minha vida, mas pode ser que essa seja apenas a minha opinião nesse momento. Quanto a ter filhos, isso eu sei. Quero muito e pretendo me tornar mãe ainda jovem.

Quantos filhos? Um só? Oito?
Depois do primeiro a gente conversa…

Gabriel Leone encarna o eterno Ayrton Senna em série da Netflix e constrói sua carreira internacional

Gabriel Leone encarna o eterno Ayrton Senna em série da Netflix e constrói sua carreira internacional

Astro da série “Senna”, que acaba de estrear na Netflix, Gabriel Leone constrói, aos poucos, sua carreira internacional. Este ano ele brilhou nos cinemas ao lado de Adam Driver e Penélope Cruz em “Ferrari” e, em 2025, poderá ser visto atuando na série de espionagem “Citadel”, da Amazon Prime Video

Gabriel Leone começou sua carreira atuando em musicais no teatro, depois fez sucesso em novelas e minisséries na TV Globo e agora desponta como artista de fama planetário, com suas atuações no filme “Ferrari” (dirigido por Michael Mann, estrelado por Adam Driver e lançado em fevereiro deste ano nos cinemas do mundo todo) e, principalmente, como protagonista de “Senna”, série em seis episódios recém-lançada na Netflix. Interpretar o mais venerado piloto de Fórmula 1 de todos os tempos exigiu bastante do ator, mas sem trabalho não há recompensa. “Foi o maior desafio da minha carreira, uma honra enorme, uma baita responsabilidade e uma alegria imensa. Estou muito feliz com o resultado”, afirma.

Como parte das ações de divulgação do lançamento da série, em novembro Gabriel foi ao autódromo de Interlagos e viu de perto como a presença de Ayrton ainda é forte no circo da Fórmula 1, mesmo 30 anos depois do terrível acidente em Ímola, na Itália, em maio de 1994, que pôs fim à sua vida e à sua gloriosa trajetória no automobilismo.

 

Gabriel Leone – foto Fabio Audi

 

Atualmente na Inglaterra, para finalizar as filmagens de sua participação na série de espionagem “Citadel”, da Amazon, Gabriel realiza mais um movimento importante para fazer sua carreira internacional decolar. Aos 31 anos de idade e casado com a atriz Carla Salle, ele segue acelerando, mas já descobriu também o quanto é importante reservar um tempo para cuidar de si, colher os frutos de sua trajetória profissional e aproveitar a vida — que não se resume a trabalho.

Na entrevista que concedeu à 29HORAS, Gabriel fala um pouco dessa dura missão de interpretar um dos maiores ídolos do esporte brasileiro, declara sua paixão pela música, antecipa alguns pequenos detalhes sobre as produções que vai estrear em 2025 no cinema e no streaming e especula sobre um eventual retorno à TV aberta e às novelas. Confira nas páginas a seguir os principais trechos dessa conversa.

Quando o Senna morreu você tinha apenas um ano de idade. Como você fez para “descobrir” a dimensão da idolatria dos fãs e do talento dele, anos depois do fatídico acidente no Autódromo de Ímola?
É impressionante como, 30 anos depois do acidente, a presença dele ainda é viva e o legado dele é potente. O Senna foi o mais humano dos heróis, e isso fez a sua fama transcender o automobilismo. Ele é uma referência não só para pilotos, mas também para muita gente, no mundo todo. Agora, por exemplo, estou filmando na Inglaterra, e lá o nome dele permanece muito forte. Todo dia eu percebo como ele é admirado, e continuará sendo por um longo tempo!

 

O ator no papel de Ayrton Senna, na nova série da Netflix – foto divulgação

 

Nem deve ter sido difícil para você fazer essa viagem ao passado, considerando que você é fã do “Clube da Esquina” (álbum lançado em 1972 por Milton Nascimento), de Renato Russo (morto em 1996) e do filme “Hair” (dirigido em 1979 por Milos Forman)… Você gostaria de ter vivido em outra época?
A verdade é que sou um saudosista. Tenho saudade até de coisas que eu não vivenciei. Sou muito feliz nos dias de hoje, nessa época em que vivo, mas confesso que tenho uma certa inveja de quem viveu nesse passado. Sou fascinado pela cultura e pela arte dos anos 60, 70 e 80!

É impressionante a semelhança do seu gestual e o do Ayrton em algumas cenas da série. No que você mudou fisicamente para incorporar o personagem?
Essa é uma observação interessante, porque a nossa ideia não era fazer uma imitação. É preciso que se entenda que a série é uma obra de ficção, não é um documentário. Eu sou o canal para contar a história dele. Fiz uma construção baseada em um extenso trabalho de pesquisa e de observação. Trouxemos algumas características dele, o cabelo, o sotaque paulista, seu jeito peculiar de falar inglês. Mas a proposta nunca foi ser igual a ele. Foi um mergulho para trazer a essência dele. Imitar atrapalha a interpretação, tira a naturalidade.

E o que a sua personalidade tem em comum com a do Ayrton?
A característica mais marcante do Ayrton é a sua determinação. Ele sempre batia na tecla do “confie em você”, “não desista”, “tenha foco para atingir seus objetivos”. Nesses aspectos, eu me vi nele. Corro atrás dos meus sonhos e me entrego de corpo e alma àquilo que me proponho a fazer.

 

Gabriel Leone em cena da série “Senna”, no histórico pódio de Interlagos em 1993 – foto divulgação

 

Há alguns meses, te vimos interpretando o piloto espanhol Alfonso De Portago no filme “Ferrari”, e agora você aparece no papel de Ayrton Senna. Não tem medo de ficar estigmatizado como “eterno piloto”?
Isso, na verdade, foi uma grande coincidência. Coisas que o destino apresenta para a gente. Antes de fazer “Ferrari”, eu já estava escalado para “Senna”. Aliás, foi ótimo para já ir me familiarizando com o universo do automobilismo. A verdade é que “Ferrari” e “Senna” são duas produções muito distintas. Para mim, um trabalho não teve quase nada a ver com o outro, a não ser esse pano de fundo das corridas. Mas o De Portago e o Senna têm uma trágica coincidência que os une: os dois morreram em acidentes nas pistas!

E se no ano que vem algum produtor de elenco te chamar para interpretar o jovem Emerson Fittipaldi, você aceitaria?
Eu provavelmente não aceitaria, porque, se topasse, eu estaria me repetindo: mais uma vez seria uma biografia, a história de um piloto brasileiro… Aí deixaria de ser coincidência para ser uma reincidência.

Em “Piedade”, você atuou ao lado de Fernanda Montenegro; em “Um Lugar ao Sol”, fez par romântico com Andrea Beltrão; em “Duetto”, contracenou com Giancarlo Giannini e, em “Ferrari”, trabalhou com Adam Driver e Penélope Cruz. Essas trocas te fazem um ator melhor?
Todos esses foram muito generosos comigo. Tive muita sorte de cruzar com pessoas que me transformaram. Ao lado desses gigantes, fico muito atento e muito aberto para aprender e absorver tudo o que eles me oferecem. Você citou alguns, mas eu também tive trocas incríveis com o Antônio Fagundes e com o Domingos Montagner em “Velho Chico”. Eu não me fixo apenas na técnica deles, também admiro e tento espelhar a postura profissional deles.

 

Gabriel com Alice Braga em “Eduardo & Mônica” – foto divulgação

 

Você não é um heavy user de redes sociais e tem uma presença até que discreta na internet. A maioria das suas postagens são — ótimas — dicas de filmes e discos. O que você acha dessas escolhas de elenco que levam em conta o número de seguidores do artista cotado para um papel. Sua amiga Alice Wegmann e atores como Vladimir Brichta, Armando Babaioff e Fernanda Torres já se manifestaram a respeito. Qual a sua posição?
Eu acho isso um grande de um absurdo. Isso não é critério. Nada contra escolher uma pessoa que não tenha grande experiência como ator, contanto que ela vá bem nos testes — atores naturais são usados por muitos diretores. Mas o número de seguidores não pode ser parâmetro para embasar uma escolha. Imagine um grande ator com poucos seguidores sendo preterido por um ator fraco, mas com alta audiência nas redes sociais. Como assim? Considero isso um desrespeito com a nossa profissão!

Em 2025, você estará na 2ª temporada da série “Citadel”, superprodução da Amazon Prime Video. O que você pode adiantar sobre esse trabalho?
Estamos finalizando as filmagens em Londres este mês, mas não posso falar nada sobre o meu personagem, meu contrato tem uma cláusula de confidencialidade. Só posso te dizer que eu aceitei o papel porque o meu personagem me conquistou, me instigou. Não topei apenas porque trata-se de uma grande produção que vai ser exibida no mundo todo. “Citadel” é uma série de ação e espionagem muito bacana. Ela é produzida pelos geniais irmãos Anthony e Joe Russo [responsáveis por blockbusters como “Capitão América” e “Os Vingadores”], tem um elenco incrível e vem sendo uma experiência fantástica para mim.

Também no ano que vem, veremos você atuando ao lado de Wagner Moura no filme “O Agente Secreto”. Fala para a gente do seu personagem e de como foi ser dirigido pelo cineasta pernambucano Kléber Mendonça.
Acho mais legal as pessoas chegarem ao cinema sem saber. Causa mais impacto, surpresa. Mas posso dizer que trabalhar com o Kléber me deixou muito feliz. O roteiro que ele escreveu é sensacional, com uma história inteligente. Eu já fiz vários trabalhos em Recife (como “Piedade” e “Onde Nascem os Fortes”) e essa é uma cidade onde tenho muitos amigos e ótimas recordações.

Sendo requisitado para tantos trabalhos no cinema, no streaming, no Brasil e no exterior, ainda existe alguma chance de você voltar a fazer uma novela da TV aberta, bloqueando a sua agenda e a sua vida por mais de seis meses por causa de um único trabalho?
Novela consome quase um ano inteiro! Adorei ter feito “Um Lugar Ao Sol” e “Velho Chico”. Novela no Brasil tem um alcance extraordinário, tem uma importância social, traz temas interessantes à discussão. Em algum momento eu devo voltar, mas certamente não no curto prazo.

 

Gabriel tocando violão no “Programa do Jô” – foto Ramon Vasconcelos / TVGlobo / Divulgação

 

Você gosta de cantar e já atuou em musicais como “Os Miseráveis” e “Wicked”. Você tem planos de lançar um álbum?
Eu adoro cantar, estudei canto e toco violão. O canto e o domínio de um instrumento são ferramentas importantes no meu trabalho, e eu não vivo sem música. Não sei se um dia vou conseguir lançar um álbum, mas gostaria de fazer um show. Isso é bem mais possível, mas eu precisaria dar uma pausa em meus trabalhos como ator para me dedicar exclusivamente a isso. Nesse momento, está difícil…

Para concluir, você ainda está com o pé do acelerador no fundo ou prefere andar mais devagar nesse momento para “curtir a viagem”?
Sempre que estou envolvido em algum trabalho, piso com força no acelerador, me esforço para aproveitar ao máximo as oportunidades que aparecem na minha vida. Mas nesses últimos anos eu tenho tentado selecionar os projetos nos quais vou me jogar. Sinto que é igualmente importante desacelerar, relaxar, colher os frutos, ir mais devagar e não ficar simplesmente emendando um trabalho no outro. Preciso ter tempo para cuidar de mim, para curtir a minha família. O jeito ideal de manejar isso é usando o pé do acelerador como o Ayrton faria, com sabedoria!

Foto da capa: Fabio Audi

Fernanda Torres brilha como protagonista de “Ainda Estou Aqui”, filme de Walter Salles que estreia este mês nos cinemas

Fernanda Torres brilha como protagonista de “Ainda Estou Aqui”, filme de Walter Salles que estreia este mês nos cinemas

Camaleoa que encarna personagens tão diferentes como a neurótica Vani de “Os Normais” e a ingênua Carula de “A Marvada Carne”, a atriz Fernanda Torres brilha como protagonista de “Ainda Estou Aqui”, filme de Walter Salles que foi selecionado para representar o Brasil na corrida por uma vaga no Oscar

Fernanda Torres já disse que vive numa linha fina entre o cult e o popular. A declaração, feita em 1998 no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, faz sentido. Fernanda trilhou um caminho onde o teatro e o cinema tiveram mais relevância em sua carreira do que fazer novelas — gênero que ainda eleva a maioria dos atores e atrizes brasileiros ao status de popstar. Ainda assim, se tornou conhecida do grande público graças a papéis como a neurótica Vani da sitcom “Os Normais” (2001-2003) e a divertida Fátima, da série de TV “Tapas & Beijos” (2011-2015).

Atriz, roteirista, escritora e apresentadora, Fernanda Torres está no centro das atenções da mídia brasileira e internacional — e não seria exagero dizer que com a mesma força de uma protagonista de novela. Seu novo filme, “Ainda Estou Aqui”, vem causando impacto por onde é exibido desde sua estreia mundial, no Festival de Veneza, em setembro. Prêmio de melhor roteiro no festival de cinema mais antigo do mundo, o longa marca o retorno da parceria de Fernanda com o cineasta Walter Salles, que a dirigiu ao lado de Daniela Thomas (que também faz parte da equipe de “Ainda Estou Aqui”) em “Terra Estrangeira”, de 1994. “É um filme sobre uma família feito por uma família de cinema”, comenta Salles.

 

Fernanda como Eunice, em “Ainda Estou Aqui” – foto Alile Dara Onawale / Divulgação

 

“Ainda Estou Aqui” é o longa brasileiro mais comentado do ano e um dos mais vistos no mundo. No Rotten Tomatoes, famoso site que reúne críticas internacionais, já chega em 89% de aprovação. Representante nacional a uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025, vem percorrendo diversos festivais de prestígio – já passou por Toronto, San Sebastian, Biarritz, Pingyao, Zurich, Nova York e Londres; e estreia nos cinemas em todo o Brasil no dia 7 de novembro.
O filme é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva e conta a história de sua família. Na trama, ambientada no Rio de Janeiro de 1970, os Paiva vivem sob a tensão da ditadura militar. Um dia, Rubens, o pai de Marcelo, é levado de casa e nunca mais volta. Cabe a sua mãe, Eunice, cuidar dos cinco filhos e lutar para esclarecer o que aconteceu com seu marido.

Walter Salles era amigo de infância de Marcelo Rubens Paiva e de uma de suas irmãs, Ana Lúcia. O diretor levou sete anos para transformar “Ainda Estou Aqui”, o livro, no filme que hoje faz sucesso mundo afora. O roteiro premiado em Veneza, assinado por Murilo Hauser e Heitor Lorega, foi escrito 15 vezes. E o que mais chama a atenção na história é a forma como Eunice encarou o desaparecimento do marido, o ex-deputado Rubens Paiva: sem drama, ela se tornou advogada de direitos civis aos 48 anos e nunca deixou de lutar para que a morte de Rubens fosse reconhecida. A forma como Fernanda Torres interpreta Eunice é o destaque do filme, o que faz da atriz, aos 59 anos, uma forte candidata na temporada de premiações, podendo repetir o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi indicada ao Oscar de melhor atriz em 1999 por “Central do Brasil”, também de Walter Salles. “A Nanda é uma camaleoa. Ela pode fazer a Vani de biquíni e a Eunice contida, séria”, comenta Marcelo Rubens Paiva.

O reconhecimento pelo desempenho de Fernanda em “Ainda Estou Aqui” já começou: uma das premiações mais relevantes do cinema, o Critics Choice Awards (onde apenas críticos de cinema e televisão podem votar e escolher seus favoritos no ano) a elegeu Melhor Atriz em Filme Internacional na 4ª edição da Celebração do Cinema e da Televisão Latina, em cerimônia realizada em outubro, em Los Angeles, a capital mundial do cinema.

 

O diretor Walter Salles orienta Fernanda Torres no set de filmagem de “Ainda Estou Aqui” – foto Alile Dara Onawale / Divulgação

 

“Não é nenhuma loucura dizer que a performance da Nanda nesse filme é uma das melhores do ano, que está lá com a Nicole [Kidman, pelo filme ‘BabyGirl’] e Angelina [Jolie, pelo filme ‘Maria’]. E eu fico feliz por ela”, comenta Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva no filme.

Mesmo com tantos elogios, Fernanda Torres é cautelosa sobre prêmios e indicação ao Oscar. Para ela, que já conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes em 1986 por sua atuação em “Eu Sei Que Vou Te Amar”, de Arnaldo Jabor, o sucesso de sua interpretação em “Ainda Estou Aqui” se deve exclusivamente à personagem. “É a Eunice. Ela é incrível. Eu fiquei impressionadíssima com ela. Sempre soube que ‘o pai do Marcelo sumiu’ e que ‘foi morto pela ditadura’. Mas isso sempre foi pouco… é como se fosse um headline sem a matéria principal. Até que o Marcelo escreveu esse livro. Ninguém sabia [como era a família Paiva]. Ele escreve um livro e conta não só como o pai dele desapareceu, mas como era a vida deles antes e durante o Golpe de Estado com o Rubens no Congresso [Rubens Paiva foi cassado em 1964], o exílio, a volta, e sobre a descoberta do próprio Marcelo que a grande heroína da família era a mãe dele. Então, se você não sabia muito do Rubens Paiva, da Eunice Paiva você sabia nada, até esse livro aparecer.”

Fernanda conta como veio o convite para interpretar Eunice Paiva: “Fiquei muito surpresa quando o Walter me chamou. Ele me convidou para um almoço e eu achei que ele ia me convocar para escrever algo, um roteiro para ele… Quando ele falou que era para interpretar a Eunice, eu tomei um susto!” Ela destaca ainda que a construção da personagem foi delicada: “Eu me lembro que fui olhar [material sobre a Eunice] e a primeira coisa que pensei é ‘tenho que estar preparada para a primeira leitura, eu não posso ir nem para a primeira leitura sem saber nada sobre Eunice’. Aí eu peguei a Helena Varvaki, que é uma preparadora de atores extraordinária. Durante um mês a gente leu o roteiro… ela foi importantíssima para mim, para fazer todo o filme… aí eu li [o roteiro] e começou um longo processo de todos nós, porque o Walter fez um filme quase como um documentário. Quando entram as fotos reais no fim, você não sente ‘ah esses são os personagens reais’, parece que você viu aquelas pessoas durante todo o filme, é uma coisa estranha!”

Fernanda Torres divide com a mãe o papel de Eunice. Nos minutos finais de “Ainda Estou Aqui”, é Fernanda Montenegro quem aparece como a personagem. Comento que o nome de sua mãe foi aplaudido na sessão de imprensa do Festival de Veneza. Ela sorri e diz que na sessão de gala isso também aconteceu.

Reconstrução de época

O trabalho minucioso de reconstrução de época em “Ainda Estou Aqui” também chama muita atenção. Impossível assistir ao filme e não ficar impressionado com a riqueza de detalhes, que transporta o espectador para dentro da história. Fernanda Torres conta como foi esse processo no dia a dia das filmagens.

 

A atriz no papel de Eunice Paiva ao lado de Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva – foto Alile Dara Onawale / Divulgação

 

“Quando assisti ao filme pela primeira vez, pensei ‘nossa, não pareço eu!’ Parecia um documentário! Teve uma loucura porque ensaiamos naquela casa. O [diretor de arte] Carlos Conti colocava cigarro apagado nos cinzeiros. Tudo era real. A Amanda Gabriel, que era preparadora de elenco e trabalhou principalmente o sentido de família, esteve até o fim com a gente. Nós começamos a conviver com as crianças [que interpretam os filhos de Rubens e Eunice] naquela casa, cozinhar, conviver como família. A vitrola que aparece no filme não era apenas uma vitrola. Era uma vitrola que alguém da família trouxe, as coisas tinham cheiro e tinha o processo de repetir todas as fotos minuciosamente. É um trabalho incrível, e o elenco também embarcou nesse universo”, revela.

Até mesmo a forma como o filme foi rodado, segundo Fernanda, fez toda a diferença para sua interpretação. “Começamos a filmar em Super 8. Foi um longo processo minucioso e tem o fato de ser em película. Quando se filma em digital, tem um lado incrível que é poder repetir em cima, sem parar, você pode criar coisas incríveis em digital. Mas em película tem um momento sagrado do take. Porque se você errar, ou alguém errar, vai ter que tirar o rolo, voltar… Então cria-se, e o Walter sempre criou, uma espécie de sacralidade para a cena. Concentração. Isso tudo foi ajudando a gente, a roupa velha, a casa, tudo com vida…”

Como Walter Salles conhecia e frequentou a casa dos Paiva, isso também tornou todo o projeto muito particular, o que fez com que a relação da atriz com o diretor tivesse um outro olhar por parte dela. “Era quase um fetiche do Walter recriar aquela casa. E ele foi tirado daquela casa. Não foi só a família. O desaparecimento do Rubens fechou aquela casa para ele. Aquela foi a casa que abriu para o Walter a Tropicália, o mundo fora da casa dele, que era muito mais rígida. Ele tinha um fetiche de recriar aquilo.”

A ditadura e o mundo atual

Com a ascensão da extrema direita em diversas partes do mundo, a trama de “Ainda Estou Aqui” ganha contornos ainda mais atuais. Se em Veneza os jornalistas italianos viram semelhanças entre o que o filme apresenta e a atual situação política do país, em outras cidades onde já foi exibido, o longa causa a mesma sensação de revisitar um passado que ainda está presente.

“É uma história sobre o presente, sobre as escolhas que a gente está fazendo no presente. É um filme, primeiramente, sobre memória. Porque parece que a gente perdeu [a memória]. Engraçado que a minha mãe fala isso também. Ela fala ‘eu sou do tempo da bomba atômica. Desde a bomba atômica até agora o homem desenvolveu questões como direitos humanos, igualdade, tudo isso veio depois do trauma da bomba atômica’. Mas eu não sei se foi depois das Torres Gêmeas. Não sei quando isso começou a não ser mais importante. E atualmente não se tem mais essa memória. Os direitos humanos parecem que viraram uma perfumaria da esquerda”, analisa Fernanda.

 

Com os atores mirins que interpretam seus filhos no filme – foto divulgação

 

Para a atriz, a atual situação do mundo está relacionada à trama de “Ainda Estou Aqui”. “Um filme como esse lembra que você mesmo sendo branco, de elite, pode viver sob uma ditadura militar. A Eunice lembra também o que era a mulher no seu papel de dona de casa. A Eunice representa muitas coisas e, especialmente, o quanto a mulher caminhou. E tudo isso que está sendo jogado como lixo de esquerda, tudo foi distorcido! É um filme que procura relembrar e colocar no lugar de novo o que é o quê, e através do sentimento de uma família com a qual todo mundo pode se identificar.”

Ausência e presença

Eunice Paiva só conseguiu o reconhecimento da morte de seu marido em 1996. “Ainda Estou Aqui”, que começa mostrando a alegria e união dos Paiva, aborda também como a família viveu momentos difíceis até o dia em que o governo reconheceu que Rubens Paiva estava morto. Mas, durante toda a história, Rubens nunca deixou de estar presente. E essa sensação de ausência e presença que o público sente, também fez parte da interpretação de Fernanda Torres.

“Eu fiquei surpresa, sabe, porque o Rubens entra lá no começo [do filme], e depois o Selton some. Para minha tristeza, eu senti fortemente quando ele foi embora. E depois tem um longo filme que a gente tinha que fazer. E aquele filme luminoso lá do início ficou lá. Quando juntou eu fiquei surpresa e impactada de como o Rubens é presente no filme. Ele não é algo que ficou no passado. Você sente a falta dele como a Eunice sente, como os filhos sentem. Isso aconteceu, ele não é um coadjuvante. O Rubens é protagonista com a Eunice. Isso é uma coisa bonita. Ele continua presente.”

 

foto Alile Dara Onawale / Divulgação

 

A parceria com Selton Mello é elogiada por ela, que não perde a oportunidade de terminar a entrevista brincando com o tempo de filmagem que eles tiveram neste que é o primeiro filme original Globoplay, com distribuição internacional da Sony Pictures. “Selton tem um excelente papel. Ele trabalhou apenas poucos meses, e eu ainda estava lá”, conclui, aos risos.

Filme “Aumenta Que É Rock’n’Roll” conta a história da Rádio Fluminense, a primeira dedicada ao rock

Filme “Aumenta Que É Rock’n’Roll” conta a história da Rádio Fluminense, a primeira dedicada ao rock

A Rádio Fluminense, dedicada ao rock, foi uma das pioneiras contra a caretice vigente nos anos posteriores ao fim da Ditadura Militar

“Aumenta Que É Rock’N Roll”, longa dirigido por Tomás Portella e protagonizado por Johnny Massaro, chega aos cinemas no dia 25 de abril. O filme narra o surgimento da Rádio Fluminense FM, criada em 1982 pelo jornalista Luiz Antonio Mello (Massaro), com o apoio do amigo Samuel Wainer Filho (George Sauma). O roteiro é baseado no livro “A Onda Maldita”, escrito por Luiz Antonio Mello. A trama acompanha o dia a dia de um grupo de jovens sonhadores – produtores, repórteres e locutores – que toparam ir contra a caretice que ditava o padrão das rádios da época e deram origem à primeira rádio brasileira dedicada exclusivamente ao rock. Em uma das cenas mais icônicas, tendo como cenário o Rock in Rio de 1985, Luiz Antônio e sua amada Alice (Marina Provenzzano) selam seus destinos ao som de Cazuza, à frente do Barão Vermelho.

“Aumenta Que É Rock’n’Roll” revela a euforia vivida durante a redemocratização do país, quando o rock nacional invadiu as ruas e as vitrolas trazendo muito mais do que boa música, mas incendiando os costumes e revolucionando o jeito de se vestir, pensar, dançar e se expressar.

 

Johnny Massaro em cena do filme – foto divulgação