Mercado erótico cresce durante a pandemia

Mercado erótico cresce durante a pandemia

Mercado erótico tem forte crescimento durante a pandemia e empresárias lançam produtos que dialogam com a demanda de consumidoras.

A busca pelo prazer nunca esteve tão em alta. O distanciamento social teve efeito rebote e as pessoas, principalmente as mulheres, têm buscado diferentes formas de satisfação sexual. Segundo um levantamento feito pelo portal MercadoErotico.Org, o número de vibradores vendidos no país cresceu 50% em um ano. Em três meses, aproximadamente 1 milhão desses produtos foram comercializados no Brasil. O setor em geral teve um crescimento de 12% de acordo com os dados da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e, em 2020, faturou R$ 2 bilhões.

 

Marina Ratton, fundadora e CEO da marca Feel - Foto: Divulgação

Marina Ratton, fundadora e CEO da marca Feel – Foto: Divulgação

 

Negócios liderados por empresárias e voltados ao bem-estar sexual feminino ganharam fôlego. São lubrificantes, géis, cosméticos e vibradores. “Nós mulheres somos metade da população, ou seja, um mercado enorme. E a outra metade, a masculina, nasceu da nossa intimidade. Me pareceu fazer muito sentido olhar para necessidades não atendidas da sexualidade feminina”, conta Marina Ratton, fundadora e CEO da Feel, marca brasileira de produtos sexuais. “A Feel nasceu desses territórios: demandas não atendidas e a busca por uma sexualidade mais natural e confortável.”

O best-seller da marca é o kit Moist & Relief, que une um gel hidratante de aloe vera com um óleo vegetal de coco com essência de melaleuca, para massagem intima. “Esses produtos refletem o que acreditamos. A sexualidade não está apenas no lubrificante, por exemplo, ela está no óleo que a mulher pode usar após o banho para hidratar sua região pélvica. Esse movimento de contato e cuidado com essa área do corpo reforça essa relação de cuidado com a própria intimidade.”

 

Vibrador da Lilit - Foto: Divulgação

Vibrador da Lilit – Foto: Divulgação

 

O momento é tão favorável para o setor que outra marca de produtos sexuais, a Lilit, surgiu em plena pandemia, em agosto de 2020. Também liderada por uma mulher, a marca vende apenas um produto, o Bullet Lilit – um vibrador silencioso com design discreto. “Temos um único produto, mas que é fruto de muitas pesquisas, com grupos focais, que mostraram que nosso design e a forma de compra correspondem ao que as mulheres querem”, explica Marília Ponte, CEO da Lilit.

A demanda das consumidoras vai além do produto em si e as marcas fortalecem a criação de conteúdo nas redes sociais e no e-commerce para que todas compartilhem experiências. “A busca é também por um espaço seguro, não é o que vender, mas como vender, só com a escuta é que chegamos ao produto que vendemos, que é um vibrador que é aquele que todas gostaríamos de ter.”

Igualdade de gênero no pódio e em todos os lugares

Igualdade de gênero no pódio e em todos os lugares

Presença feminina nos Jogos Olímpicos de Tóquio é inédita e avanços são expressivos pela igualdade no esporte.

O ano de 2021 representa um marco no protagonismo feminino para os esportes olímpicos. Gerações de mulheres foram, aos poucos, abrindo caminho para que, agora, os Jogos Olímpicos pudessem chegar mais perto do que nunca da igualdade de gênero. Em Tóquio, a presença feminina será de quase 49% entre os participantes do maior evento esportivo do mundo. E, no Brasil, as mulheres representam quase 44% do Bolsa Atleta – programa governamental que patrocina os competidores.

 

Etienne Medeiros, nadadora olímpica do Brasil - Foto: Igo Bione

Etienne Medeiros, nadadora olímpica do Brasil – Foto: Igo Bione

 

“Trata-se de uma estratégia esportiva de vários países, que identificam um canal de investimento em virtude do potencial das mulheres. E isso não foi diferente no Brasil. O COB e as confederações fizeram investimentos para desenvolver o esporte feminino, e os resultados foram acontecendo em diversas modalidades: ginástica, surf, skate, vôlei de praia, futebol, boxe, taekwondo, esgrima”, explica Jorge Bichara, Diretor de Esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A nadadora Etiene Medeiros – primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro em um Campeonato Mundial de Natação e finalista olímpica nos Jogos Rio 2016 na prova dos 50 metros livre – irá pela segunda vez para a Olimpíada, o que é fruto de muito trabalho. “A gente sabe o quanto as mulheres batalham igual aos homens, para ter seu devido espaço. Eu, como qualquer outra, levanto muito essa bandeira. É difícil você ver uma reportagem na TV falando da natação feminina. E, quando fala, é de uma ou duas. Espero que, com toda essa batalha que venho traçando junto com as meninas, este espaço agora seja maior.”

Apesar de todo avanço, ainda há muito a trilhar pela igualdade. De acordo com o The Sustainability Report, de março de 2019, dos 206 comitês olímpicos nacionais, apenas 13 eram liderados por mulheres. Das 33 Federações Esportivas Internacionais reconhecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), apenas duas tinham uma presidente, e somente 10 tinham mulheres ocupando o cargo de secretária geral.

 

Etienne Medeiros, nadadora olímpica do Brasil - Foto: Igo Bione

Etienne Medeiros, nadadora olímpica do Brasil – Foto: Igo Bione