Boeing mergulha em nova crise enquanto Airbus decola

Boeing mergulha em nova crise enquanto Airbus decola

Europeia Airbus se consolida como maior fabricante de aviões para o transporte de passageiros enquanto a norte-americana Boeing se esforça para superar problemas com os Max 8 e Max 9. Problemas afetam também os planos de viajantes brasileiros

A Boeing é uma empresa norte-americana fundada em 1916 e que, durante décadas, assumiu o título de maior fabricante de aviões para o transporte de passageiros. Mas nos últimos anos, por causa de uma série de percalços, ela passou a vice do setor. É que a europeia Airbus, criada em 1970, simplesmente atropelou a rival com suas aeronaves eficientes, modernas e confiáveis.

Em 2023, a Airbus entregou 735 aeronaves e registrou uma carteira de encomendas de mais 8.600 aviões para o futuro. Já a Boeing fechou o ano passado com 528 entregas e 5.626 em sua carteira de pedidos.

O incidente em que um buraco se abriu na fuselagem de um Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines em pleno voo, dia 5 de janeiro, foi o mais recente de uma série de falhas de segurança da fabricante norte-americana.

 

foto divulgação

 

Por causa de outro defeito, dois 737 Max 8 se envolveram em acidentes fatais em 2018 e 2019 na África e no Sudeste Asiático. Isso fez com que centenas de Max 8 tivessem de ficar cerca de um ano aterrados até que o problema fosse solucionado, causando terríveis prejuízos a dezenas de empresas aéreas – como foi o caso da brasileira Gol.

Agora, com a proibição de voos dos Max 9, outras empresas estão vivendo momentos difíceis. Esse é o caso da panamenha Copa Airlines, que possui 29 aviões desse modelo. Por “sorte”, apenas 21 desses têm exatamente a mesma configuração daquele da Alaska Airlines, o que permite que os demais oito possam voar normalmente. Com isso, alguns dos cinco voos diários operados com Max 9 pela Copa entre São Paulo e a Cidade do Panamá vêm sendo substituídos pelo mais “antiguinho” 737-800 e outros têm sido cancelados, gerando transtornos para brasileiros em viagem pela América Central e pelo Caribe.

Radar

Retomada
Em 2023, o movimento no aeroporto de Congonhas somou 22,4 milhões de passageiros. Em 2019, o pico antes da pandemia, o total foi apenas 5% superior a isso. Em 2023, foram realizados 231,8 mil pousos e decolagens. O terminal atendeu 49 destinos, e o mais movimentado foi Rio de Janeiro-Santos Dumont (com 3,6 milhões de passageiros), seguido de Brasília (2,3 milhões), Porto Alegre (2,2 milhões), Belo Horizonte (1,9 milhão), Salvador (1,5 milhão).

Zap no ar
Desde 2022, todos os passageiros da Gol podem se manter conectados com familiares, amigos e colegas de trabalho a bordo, por meio de mensagens de texto sem custo. Agora esse benefício está restrito apenas aos clientes Smiles, programa de fidelidade da companhia aérea. É preciso ser cadastrado, mas o cadastro é gratuito. Só com ele dá para ter acesso a WhatsApp, Facebook Messenger, iMessenger e Viber. De graça, não é permitida a troca de fotos, vídeos e áudios.

Europa-Oceania
A Turkish Airlines é a empresa área com a maior cobertura global. Com uma frota de 436 aeronaves (de passageiros e de carga), ela opera voos para 345 destinos em todo o mundo, sendo 292 internacionais, em 129 países. A partir de março, o número de destinos vai subir para 346 e o de países para 130, com o início da operação dos três voos semanais ligando Istambul a Melbourne, na Austrália. A rota será feita com Boeings 787-9 Dreamliner.

Com a forte retomada dos voos internacionais, saiba quais companhias levam mais brasileiros ao exterior

Com a forte retomada dos voos internacionais, saiba quais companhias levam mais brasileiros ao exterior

Companhias como Latam, TAP, Aerolineas Argentinas e Copa Airlines ampliam seus voos internacionais, conectando cada vez mais o Brasil ao resto do mundo e transportando mais passageiros do que no período pré-pandemia

Em outubro do ano passado, a movimentação de passageiros no mercado internacional da aviação brasileira superou pela primeira vez os indicadores de movimento pré-pandemia. No mês, viajaram 1,9 milhão de passageiros, contra 1,8 milhão de passageiros em outubro de 2019. Os dados são da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

E quais foram as empresas que mais transportaram passageiros para o exterior? Considerando os doze meses entre novembro de 2022 e outubro de 2023, a líder é a Latam, que opera diariamente 50 voos internacionais, com 5,271 milhões de passageiros. Em seguida, vem a TAP, que voa de onze cidades brasileiras para Portugal, com 1,899 milhão de passageiros. Em terceiro lugar, aparece a Gol, que tem voos para destinos no Caribe e nas Américas do Norte e do Sul, com 1.300 mil passageiros. E, logo atrás, está a Azul, que leva brasileiros para as Américas e para a Europa, com 1.217 mil passageiros. O top 10 é completado, na ordem, por Air France-KLM, Copa Airlines, Aerolineas Argentinas, American Airlines, United Airlines e British Airways-Iberia.

 

foto divulgação

 

De janeiro a setembro, a TAP transportou mais de 1,6 milhão de pessoas entre o Brasil e Portugal – o equivalente a 97% do total de passageiros embarcados durante os doze meses de 2019. Apenas no mês de setembro, foram 1.318 voos entre capitais brasileiras e as cidades de Lisboa e Porto. A empresa é a líder na ligação entre o Brasil e a Europa e o nosso país é uma prioridade da aérea portuguesa. A propósito, a partir deste início de 2024, a TAP passa operar mais 11 voos semanais no Brasil, elevando o total de ligações para 91 por semana. Com essas novas frequências, a companhia supera o número de voos que tinha no período pré-pandemia.

Radar

Carnaval inacessível
Levantamento realizado em dezembro pela traveltech Onfly revelou que voar para os destinos mais procurados no Carnaval está bem mais caro. Um bilhete de ida e volta de São Paulo a Salvador agora está sendo orçado em R$ 4.812 – valor 233% superior ao de 2023 (R$ 1.444). Uma viagem de São Paulo a Recife, que em 2023 saía por R$ 1.456, agora está custando R$ 1.952, preço 36% superior. Ir e voltar de SP ao Rio está valendo R$ 1.426, contra R$ 1.066 no ano passado. Alta de 33,8%!

Calor & Frio
A Alaska Airlines adquiriu a Hawaiian Airlines por US$ 2 bilhões. O novo conglomerado aéreo soma 365 aeronaves dos modelos Airbus A321neo, A330ceo e Boeings 717, 737 e 787, voando para 138 destinos e transportando 54 milhões de passageiros por ano. Honolulu se tornará um hub da Alaska Airlines, possibilitando maior conectividade internacional para os viajantes da Costa Oeste na Ásia e no Pacífico.

Arretado
A Aena inaugurou em dezembro a ampliação e modernização do Aeroporto Internacional do Recife, que aumentou em 40% sua área edificada e elevou em 60% a sua capacidade operacional. O terminal ganhou quatro novas pontes de embarque, esteiras de bagagem automatizadas e novos carrosséis de devolução de bagagem. Hoje, o aeroporto se conecta com 39 destinos domésticos e cinco internacionais (Fort Lauderdale, Orlando, Lisboa, Montevidéu e Buenos Aires).

Arábia Saudita quer repetir o modelo de sucesso dos Emirados e do Catar com sua Riyadh Air

Arábia Saudita quer repetir o modelo de sucesso dos Emirados e do Catar com sua Riyadh Air

Com a criação de uma companhia aérea gigante, a Riyadh Air, e a construção de um hub intercontinental em Riad, a Arábia Saudita se prepara para entrar com força no bilionário setor dominado por Emirates, Etihad e Qatar Airways

A Arábia Saudita sempre foi um dos países mais fechados do mundo, limitando os contatos com o mundo exterior às questões relativas ao petróleo. Desde 2016, no entanto, vem sendo feita uma abertura, com incentivo ao turismo e um trabalho de “limpeza” da imagem do país – de hábitos conservadores e truculência contra dissidentes (como no caso do jornalista Jamal Kashoggi, sequestrado, esquartejado e derretido em ácido por criticar o príncipe Mohammed bin Salman).

Fazem parte dessa estratégia de “soft power” a turbinada na Liga de Futebol (que agora tem astros como Cristiano Ronaldo, Benzema, Kanté e Neymar), a promoção da Copa do Mundo de 2034 e da Feira Mundial Expo 2030 e a inserção no circuito da Fórmula 1 e no principal torneio mundial de golfe. Destinos como Al Ula e Amaala também vêm ocupando mais e mais espaço nos feeds de influencers do segmento de luxury travel.

 

Aeroporto de Riad – foto divulgação

 

Para dar conta desse fluxo todo e consolidar o país como mais um centro de conexões globais, o Fundo Soberano de Investimentos está injetando bilhões na criação de uma empresa aérea internacional, a Riyadh Air, que nem iniciou suas operações, mas já adquiriu 39 aeronaves wide body Boeing 787 Dreamliner e está contratando centenas de pilotos e comissários. Os primeiros voos estão programados para o começo de 2025.

O hub da empresa, como o nome anuncia, será em Riad, cujo aeroporto será remodelado para atender com todo conforto 120 milhões de passageiros por ano. Projetado pelo britânico Norman Foster (o arquiteto do fantástico aeroporto de Hong Kong), o terminal não terá “fingers” para embarque – os aviões é que vão enfiar seus bicos em abrigos onde estão os passageiros.

Em breve, Emirates, Etihad e Qatar Airways terão um forte concorrente nos ares. Os planos da Riyadh Air incluem mais de 100 rotas internacionais, com voos para os cinco continentes. São Paulo deve entrar nessa lista.

Radar

Pouso na Paulista
A United Airlines inaugurou em novembro uma loja física em São Paulo para receber quem prefere um atendimento mais personalizado. O espaço, com 225 metros quadrados, fica na Avenida Paulista, n° 777, e cada cliente é recebido por um consultor numa mesa individual. A área de espera conta com máquina de café Illy e tem kits para entretenimento infantil – além de cenários instagramáveis.

Mind the gap
A Virgin Atlantic postergou o início das suas operações no Brasil sem esclarecer as causas. Inicialmente, a empresa britânica ia operar voos entre Heathrow e Guarulhos em meados de 2020. Por causa da pandemia, adiou a estreia dessa rota para maio de 2024. Em meados de novembro, postou em seu site: “Voe direto de Londres para São Paulo com a Virgin Atlantic. Voos decolam a partir do verão [europeu] de 2025”. Passageiros que já tinham adquirido passagens receberam um e-mail avisando do cancelamento.

Ponte alternativa
A Azul acaba de completar 1 ano atuando na ligação entre o Aeroporto de Congonhas e o Aeroporto Roberto Marinho, em Jacarepaguá, no Rio. No período, 18.500 mil passageiros foram transportados pela Azul Conecta, divisão que opera os voos regionais da Azul. Isso significa uma média de seis viajantes por voo, ou 67% de ocupação média. A cada dia, são realizados sete voos nessa rota, com aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para nove passageiros.

Ponte aérea Rio-São Paulo e suas histórias, seus benefícios e números superlativos

Ponte aérea Rio-São Paulo e suas histórias, seus benefícios e números superlativos

Reduzindo a distância entre os dois principais polos econômicos do país, a Ponte Aérea que liga os aeroportos de Santos Dumont e Congonhas é a mais movimentada da América Latina e certamente a mais charmosa

Conforto, comodidade e rapidez são sinônimos da Ponte Aérea – sem falar no glamour! De avião, os 380 quilômetros que separam São Paulo e Rio de Janeiro são percorridos em cerca de 1 hora. A vista do alto da Cidade Maravilhosa e dos prédios da metrópole paulista são outro bônus dos passageiros para compromissos corporativos ou daqueles que viajam em busca de diversão.

Os números da rota são superlativos. A ligação entre Rio e São Paulo foi a mais movimentada da América Latina durante o primeiro semestre de 2023, de acordo com levantamento da Associação Latino Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA). O trecho entre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont registrou 18.768 voos, cerca de 20% a mais do que a segunda colocada, Bogotá-Medellin. A cada 13 minutos, um voo da Ponte Aérea decola do Santos Dumont. E Latam, Gol e Azul operam a mais disputada rota com suas aeronaves Airbus A320, Boeing 737 e Embraer 195E2.

 

foto Infraero

 

Tudo começou em 1959 – quando as antigas companhias Varig, Cruzeiro do Sul e Vasp oficializaram as várias frequências diárias entre os dois aeroportos. As empresas decidiram coordenar seus voos nesse trajeto para não concorrerem, com partidas acontecendo a cada 60 minutos, e passaram a aceitar entre si os seus bilhetes. Nas décadas de 1970 e 1980, todas operavam o mesmo modelo de avião – o Electra.

O glamour era a tônica nesses tempos áureos. É comum ouvir daqueles que frequentavam o trajeto sobre o lounge dessa aeronave – uma saleta no fundo do avião que era o local ideal para executivos viajarem em fim de expediente na volta para sua cidade de origem. O consumo de bebidas alcoólicas, com whisky e até mesmo champagne, representam uma realidade distante da atual. Além disso, fumar cigarros a bordo era permitido na época – a proibição veio apenas em março de 1997, com a Portaria do DAC (Departamento de Aviação Civil).

Foi também na década de 1990 que o modelo Electra e o som de seus motores turboélice foram aposentados. Nesse mesmo período, novas tecnologias foram implementadas nas pistas, com nova pavimentação, e tanto Santos Dumont passou a ter condições de operar jatos com segurança – quanto Congonhas passou a ter uma pista maior.

 

Fachada do Santos Dumont – foto Infraero

 

Décadas mais tarde, em 2022, Santos Dumont e Congonhas foram os primeiros aeroportos brasileiros a implantar de forma definitiva o embarque facial biométrico 100% digital para passageiros e tripulantes. A tecnologia dispensa a apresentação de cartões de embarque e documentos de identificação dos viajantes de voos domésticos partindo desses terminais. Assim, o Brasil possui a primeira ponte área biométrica de ponta a ponta do mundo.

A joia da coroa

Inaugurado em 30 de novembro de 1936, o Aeroporto Santos Dumont, localizado bem próximo ao Centro do Rio de Janeiro, é um ícone da arquitetura e do setor aéreo brasileiro. O aeroporto passou por diversas obras que ampliaram sua capacidade de movimentação. A primeira grande mudança na infraestrutura aconteceu em 1945, com a abertura do novo terminal de passageiros – atual prédio do desembarque.

 

Vista da pista do aeroporto com o Pão de Açúcar ao fundo – foto Shutterstock

 

Em 1987, o Santos Dumont passou a ser administrado pela Infraero. Logo em seguida, em 1990, o prédio original, onde hoje funciona o terminal de desembarque, foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac). Já em 2007, a operadora inaugurou o novo terminal de embarque, que conta com sala de embarque com a famosa vista para a Baía de Guanabara e oito pontes de embarque.

Segundo a Infraero, outras obras importantes foram realizadas no aeroporto. O pátio de aeronaves foi totalmente reformado e entregue, em 2016, com um novo sistema de drenagem de solo, novo pavimento de concreto, além de sinalização horizontal. Em 2019, a empresa iniciou a implantação da usina solar fotovoltaica do Santos Dumont.

Em recente debate envolvendo a prefeitura e o governo do Rio de Janeiro, a Infraero, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Tribunal de Contas da União (TCU), as companhias aéreas, as concessionárias e outros estados e municípios, pretendia-se restringir as operações no aeroporto, para aumentar o número de voos no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. De acordo com a primeira resolução, o Santos Dumont apenas poderia receber voos de rotas a até 400 quilômetros, para São Paulo, Belo Horizonte e Vitória, sem ir para terminais internacionais.

Porém o Ministério dos Portos e Aeroportos revogou, em novembro deste ano, a resolução do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) e, a partir de janeiro de 2024, o terminal passará a operar sem restrição de destinos, mas com um limite de 6,5 milhões de passageiros por ano.

O entorno

Além da rapidez em conectar Rio de Janeiro a São Paulo, o aeroporto Santos Dumont também é a preferência dos cariocas e turistas por sua localização na cidade. Em 2015, foi aberto o primeiro shopping com hotel interligado a um aeroporto no país. O Prodigy Santos Dumont conta com 300 apartamentos e dispõe ainda de um centro de convenções com capacidade para mil pessoas, piscina de borda infinita na cobertura e o restaurante Orla 21, que fica de frente para o Corcovado. O café da manhã do hotel começa em horário estratégico, a partir das 4h para hóspedes e tripulação, e às 7h para visitantes, ideal para quem vai pegar voo logo cedo.

O Bossa Nova Mall, ao lado do aeroporto, tem mais de 4 mil m² e abriga lojas como a carioquíssima Farm, o coworking We Work, e o restaurante Xian – que apresenta em seu menu uma variedade em pequenas porções para que o cliente prove de tudo um pouco da culinária asiática. Destaque paras as entradinhas para beliscar como Edamame com Furikake e Flor de Sal e o Tataki de Atum selado.

 

Área externa do Xian, interligado ao aeroporto – foto Tomas Rangel

 

Mas se a ideia é comer fora de shopping, o Bistrô da Casa, na Casa da Glória, um belíssimo casarão colonial – a 3,5 Km do Santos Dumont – oferece um ambiente incrível para quem quer apreciar um almoço ao ar livre. O chef Christiano Ramalho reforça ingredientes sazonais, como os pratos Bacalhau da Noruega e o arroz de polvo com chouriço espanhol e aioli páprica. Aos sábados e domingos, a aposta é o brunch à la carte, com versão vegetariana.

 

Polvo do restaurante Casa da Glória – foto Rodrigo Azevedo

 

O entorno do aeroporto também reserva endereços importantes para a cultura na cidade. É o caso do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), que celebra seus 75 anos com a abertura da exposição “Museu-escola-cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas”, que segue em cartaz até 17 de dezembro. O público é convidado a olhar para a trajetória do MAM Rio nas suas três primeiras décadas. No dia 27 de janeiro, o museu inaugura ainda a exposição “Lugar de estar: o legado de Burle Marx”. A mostra reunirá cerca de 25 projetos, que integram o acervo do Instituto B. Marx, em diálogo com trabalhos de artistas contemporâneos.

 

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – foto Fabio Souza

 

Há ainda teatros na região, como o Teatro Riachuelo – tombado pelo patrimônio histórico, o antigo Cine Palácio. Localizado na Cinelândia, o teatro está a poucos passos da estação do metrô e do VLT, na Rua do Passeio, e é um dos pilares da revitalização da região, junto com o Porto Maravilha e todo o centro histórico do Rio de Janeiro. A programação de dezembro inclui “Elis, a Musical”, em cartaz até o dia 10, e em janeiro os destaques são a comédia “King Kong Fran”, nos dias 5 a 7 de janeiro, e “Intimidade Indecente”, com Eliane Giardini e Marcos Caruso, a partir do dia 20.

Projetado por Oscar Niemeyer e com paisagismo assinado por Burle Marx nos anos 1960, o Teatro Prudential – Sala Adolpho Bloch é outro ícone cultural da cidade. A programação de dezembro inclui o espetáculo de dança “Carlota”, entre os dias 1 e 3, uma homenagem à Beth Carvalho, no dia 9 de dezembro, e o show “Me Canta Uma História”, em que a cantora Natália Boere recebe Ivan Lins, no dia 12.

Os personagens

Parte do cotidiano de muitos cariocas e paulistanos, a Ponte Aérea desperta emoções em seus habitués.

“Levantar voo e pousar no Santos Dumont é sempre emocionante. Até mesmo quando estamos na pista, subindo a escada para entrar no avião, o visual já é lindo, com o Pão de Açúcar ao fundo! Os serviços do aeroporto são também diferenciais, sempre uso o ponto de táxi, todo mundo já me conhece, acho bem seguro.” Patricia Wiethaeuper, sócia do Gula Gula, com unidades no Rio de Janeiro e em São Paulo.

 

Patricia Wiethaeuper – foto divulgação

 

“Faço a Ponte Aérea pelo menos de dois em dois meses. Amo São Paulo e geralmente vou para visitar minhas amigas que moram na cidade, a trabalho ou apenas para comer bem e me divertir. São muitas histórias nesses aeroportos, algumas realmente engraçadas, uma vez fui parado por uma cliente que deu um chilique porque não conseguiu horário comigo – em pleno Santos Dumont!” Fil Freitas, dono do salão de beleza Fil, em Ipanema.

 

Fil Freitas – foto divulgação

 

“Sou apaixonada por essa minha vida de ponte aérea, apesar de ser também bastante cansativa. Costumo viajar a trabalho, logo após a minha saída do SBT me mudei para o Rio de Janeiro, porém ainda faço muitos trabalhos em São Paulo. Corro para ver se consigo pegar a cadeira da janela, pois gosto de curtir a paisagem – a vista da enseada de Botafogo me encanta!“ Maria Gal, atriz e apresentadora.

 

Maria Gal – foto Tomas Rangel

 

“Vou sempre a São Paulo. Praticamente todos os meses, às vezes até mais de uma vez por mês, porque a cidade é o centro econômico do Brasil. O Santos Dumont é um aeroporto lindo, dentro da cidade, super prático. Justamente por essa facilidade e rapidez para transitar entre Rio de Janeiro e São Paulo, tenho planos de ter negócios na Terra da Garoa muito em breve!”. Elia Schramm, chef dos restaurantes Babbo Osteria e Sichou (recém-inaugurado), no Rio de Janeiro.

 

Elia Schramm – foto Rodrigo Azevedo

 

“Faço essa viagem desde 2013, quando morava no Rio. Em 2019 voltei a viver em São Paulo, então são 10 anos fazendo mensalmente esse trecho. Percebo uma evolução absurda no aeroporto Santos Dumont. Gosto de ficar na sala VIP da American Express e, às vezes, almoço no aeroporto, já que são muitas as opções com o shopping ao lado.” Yasmin Yonashiro, sommelier, sócia do Jojo Ramen, em São Paulo, e consultora de hospitalidade japonesa nas duas cidades.

 

Yasmin Yonashiro – foto Alex Takaki

 

“Vou a São Paulo em média uma vez por mês. Os motivos que me levam são principalmente os eventos e feiras de hotelaria, as exposições de arte – uma das minhas paixões! – e os amigos. Destaco a localização do Santos Dumont, porque sou um visitante frequente do MAM e dos eventos que acontecem na Marina da Glória, como os shows de música e a ArtRio.” Daniel Gorin, gerente geral do Grupo Arpoador, no Rio de Janeiro.

 

Daniel Gorin – foto divulgação

 

 

Ilustração da capa: Vicky Romano

Empresas aéreas ajudam a ‘ressuscitar’ o Galeão ampliando a oferta de voos

Empresas aéreas ajudam a ‘ressuscitar’ o Galeão ampliando a oferta de voos

American, Delta, Lufthansa, Iberia e Ita Airways ampliam a oferta de voos conectando o Galeão à Europa e aos Estados Unidos, após Gol, Latam e Azul reativarem rotas domésticas por causa das limitações impostas no aeroporto Santos Dumont

O Aeroporto Internacional Tom Jobim, mais conhecido como Galeão, já foi o mais movimentado do país. Mas no ano passado ficou apenas em 10° lugar no ranking. Agora, com as limitações impostas ao aeroporto Santos Dumont, parece que o movimento está voltando.

A Azul multiplicou por dez suas operações no Galeão – saltou de três para 30 saídas por dia no terminal. A Gol informa que elevou em 70% o número de rotas que têm como partida ou chegada o Galeão, totalizando 40 operações diárias nos períodos de maior movimento. Já a Latam prefere não falar em número de voos, mas diz que – do 3° para o 4° trimestre de 2023 – terá triplicado a oferta de assentos de seus voos a partir do Galeão.

Esse movimento fez com que algumas empresas aéreas estrangeiras acelerassem seus planos de ampliar a conexão do Rio com seus países de origem. A American Airlines, por exemplo, adicionará três voos semanais na rota Rio – Miami entre 5 de dezembro deste ano e 1º de março de 2024, aumentando o serviço diário para dez voos semanais. A Delta já avisou que seu voo entre o Rio e Atlanta – tradicionalmente uma rota sazonal de verão – vai se tornar permanente quando a alta temporada terminar.

 

foto divulgação

 

Entre as europeias, a alemã Lufthansa descontinuou os três semanais voos que tinha do Rio para Munique, mas desde o final de outubro passou a voar para Frankfurt e, a partir de março, terá não três, mas seis voos semanais nessa rota! Desde o dia 30 de outubro, a italiana Ita Airways passou a operar voos diários entre Rio e Roma. A partir dessa mesma data, a espanhola Iberia reativou a rota Madri-Rio, por enquanto com três frequências semanais.

Os passageiros estão retornando, assim com os voos e as companhias aéreas. Resta o Governo Estadual e a Prefeitura cumprirem suas promessas de deixar o percurso entre a cidade e o Galeão mais rápido e seguro.

Radar

The Best
A Singapore Airlines foi eleita a melhor companhia aérea do mundo em 2023 pela britânica Skytrax, especializada em aviação. Considerado o “Oscar da Aviação” o prêmio anual World Airline Awards compila informações sobre a qualidade da experiência oferecida aos passageiros, a partir da análise de critérios como a tripulação mais eficiente e gentil, a limpeza de cabine, a pontualidade e o conforto dos lounges. A Qatar Airways, melhor colocada no ano passado, agora ficou em 2° lugar.

Trem de pouso
A Air Europa, em parceria com a Iryo (empresa de trens de alta velocidade na Espanha) firmou um acordo que vai possibilitar, até o final deste ano, combinar viagens de avião e trem em um único bilhete. O passageiro que desembarca no aeroporto de Madri–Barajas pode embarcar direto para destinos operados pela companhia ferroviária, como Sevilha, Barcelona e Valência, tendo uma experiência de transporte mais completa e sustentável.

Pipoca a bordo
A Latam lançou em outubro novos snacks para seus voos domésticos. A companhia começou a distribuir gratuitamente pipoca salgada, biscoito integral de cacau e cereais aos passageiros que viajam na classe econômica. As novidades serão renovadas a cada dois meses, para sempre oferecer uma experiência com brasilidade e apelo afetivo, como balõezinhos de queijo, mini goiabinha, chips de batata-doce e cookie de baunilha com gotas de chocolate.