Nicole Kidman e Kate Winslet, as musas do streaming, estão de volta

Nicole Kidman e Kate Winslet, as musas do streaming, estão de volta

Atriz australiana interpreta a protagonista da série “Expatriadas”, na Amazon, enquanto a estrela inglesa ressurge na incensada “O Regime”, da HBO Max; na Apple TV, série mostra a resistência dos estilistas europeus contra o nazismo

“EXPATRIADAS”
Amazon Prime Video
Baseada no best-seller “The Expatriates”, de Janice Y. K. Lee, esta série em seis episódios é dirigida por Lulu Wang (a mesma do premiado longa “A Despedida”) e está disponível na plataforma desde o final de janeiro. Na história, três norte-americanas — Margaret, Hilary e Mercy — que residem em Hong Kong, têm suas vidas ligadas por uma tragédia. Nicole Kidman interpreta a protagonista Margaret e é também a produtora-executiva da série. O elenco traz ainda Ji-Young Yoo (Mercy) e Sarayu Blue (Hilary).

 

foto divulgação

 

“THE NEW LOOK”
Apple TV
Esta série conta a história chocante de como o estilista Christian Dior e seus contemporâneos – como Coco Chanel, Pierre Balmain e Cristóbal Balenciaga – navegaram pelos horrores da Segunda Guerra Mundial e deram origem à moda moderna. O elenco estelar, encabeçado por Ben Mendelsohn (astro das séries “Bloodline” e “The Outsider”) traz ainda John Malkovich, Juliette Binoche, Emily Mortimer e Glenn Close. Os nove episódios serão disponibilizados aos poucos, entre os dias 14 de fevereiro e 27 de março.

 

foto divulgação

 

“UM DIA”
Netflix
A série em 14 episódios, que estreia no dia 8 de fevereiro, é baseada no best seller de David Nicholls que, em 2011, já teve uma versão nos cinemas, estrelada por Anne Hathaway e Jim Sturgess. Nesta nova versão, o casal é interpretado por Ambika Mod (de “This Is Gonna Hurt”) e Leo Woodall (de “White Lotus 2”). A trama acompanha Dexter e Emma, que se conhecem na noite de 15 de julho de 1988 e se apaixonam. A série mostra flashes do relacionamento, sempre no dia 15 de julho, durante os 20 anos seguintes.

 

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“O REGIME”
HBO Max
Estreia no dia 3 de março esta que é uma das mais aguardadas séries de 2024, criada por Will Tracy (de “Succession” e “O Menu”) e dirigida por Stephen Frears (de “Ligações Perigosas”) e Jessica Hobbs (de “The Crown”). Com seis episódios, a sátira política expõe os bastidores do governo de um país fictício comandado por uma tirânica chanceler vivida por Kate Winslet (de “Titanic” e “Mare of Easttown”). O ator Hugh Grant (de “The Undoing” e “Quatro Casamentos e Um Funeral”), interpreta o líder da oposição.

 

foto divulgação

Erika Januza se prepara para brilhar no Carnaval como rainha de bateria da Viradouro

Erika Januza se prepara para brilhar no Carnaval como rainha de bateria da Viradouro

Com muito brilho, a atriz Erika Januza assume mais uma vez o posto de rainha de bateria da Viradouro e divide seu tempo com produções em diferentes streamings

O coração de uma escola de samba talvez seja o posto de rainha de bateria. Toda a pulsão e a energia que os movimentos – ora suaves, ora intensos – que ela evoca na Avenida são essenciais para a composição e a harmonia de toda a agremiação. E Erika Januza – atriz natural de Contagem, em Minas Gerais – sabe bem dessa responsabilidade. “Acho importante estar presente em todos os ensaios, assim como é fundamental acompanhar outros eventos relacionados à escola”, enfatiza.

Desde 2021, ela representa a Unidos do Viradouro – escola de samba de Niterói. Mas o Carnaval é uma paixão antiga. Antes, foi musa de bateria da Império Serrano, Império da Tijuca, Vai-Vai, Grande Rio e Salgueiro. “Fico nervosa da mesma forma e me emociono todos os anos”, compartilha.

 

foto Márcio Farias

 

Imersa também nas gravações de uma releitura de “Dona Beja” para a HBO – que promete envolver o público como a versão original da TV Manchete, de 1986 –, Erika interpreta a personagem Cidinha e opina que, agora, a obra será mais ajustada ao nosso tempo: “Atores negros compõem lindamente o elenco principal!”

Em entrevista à 29HORAS, Erika Januza compartilha detalhes da intensa rotina de uma rainha de bateria, lembra o início de sua carreira e discorre sobre as produções que refletem seu trabalho diversificado na atuação. Confira os principais trechos:

Você é rainha de bateria da Unidos do Viradouro. Como é a preparação para viver os dias intensos de Carnaval? Como concilia os ensaios com a sua rotina de gravações?
Por coincidência, nos meus três anos como rainha, também estava envolvida em outros projetos como atriz. Já me acostumei e gosto dessa correria. Eu tento sempre priorizar os ensaios, seja os de rua ou de quadra. Acho importante estar presente em todos, assim como é fundamental acompanhar outros eventos relacionados à escola. Carnaval não se faz apenas com o desfile na Avenida. E para dar conta de ter energia do começo ao fim, tento manter uma rotina mais regrada, sem excessos. Descanso é o mais difícil, mas uma boa hidratação e atividade física são essenciais.

 

Erika em ensaios na Unidos do Viradouro – foto divulgação

 

O que significa ser uma rainha de bateria? Quais mulheres do Carnaval e do samba te inspiram?
Desde criança era apaixonada pelo que via na TV. E mesmo parecendo distante da minha realidade, desse amor veio o desejo de fazer parte da festa, de estar presente no Carnaval, em especial no Rio de Janeiro. Me emociono e fico nervosa da mesma forma, todos os anos. Quando o convite para assumir o posto de rainha surgiu, foi uma mistura de sentimentos, da alegria à responsabilidade de estar à frente do que é o coração da escola. De maneira geral, muitas mulheres me inspiram…adoro uma ex-rainha de São Paulo chamada Arielen Domiciano. Ela tem uma energia que nunca vi igual. E algumas das mulheres que admiro nem estão no holofote. Neste ano, por exemplo, decidi enaltecer o trabalho feminino de guerreiras, artesãs de várias regiões do país, que vivem de suas artes e sustentam suas famílias. Elas mandaram suas peças e meu stylist, Vitor Carpe, criou as fantasias com esses adereços.

Como é a sua relação com a escola de samba? Você já desfilou em outras agremiações, quais singularidades a Viradouro traz para o Carnaval do Rio?
A minha relação é a mais próxima possível! A cada ano que passa tento me aproximar ainda mais da comunidade que faz a magia acontecer. Na Viradouro, quase todo mundo se conhece e o trabalho flui de maneira organizada, super profissional. Essa escola tem algo de especial, um sentimento forte de que todo mundo está unido em um mesmo propósito. E essa família tem força, acredita em si mesma e envolve qualquer um que se aproxima.

 

Celebrando o terceiro lugar da Viradouro, no Carnaval de 2022 – foto divulgação

 

Lembrando o início de sua carreira como atriz, como foi sair de Contagem, em Minas Gerais, para morar no Rio de Janeiro?
Foi um desafio inesperado e maravilhoso. Eu me vesti de coragem e vim para o Rio! Tinha fé de que as coisas dariam certo. Mas deixei tudo em stand by em Minas, caso algo desse errado. Minas está em mim, em tudo. Minhas referências, minha formação, minha essência. Mas adotei o Rio como a minha casa, é a cidade que me acolheu. Sempre gostei de fazer minhas coisas sem necessariamente ter a companhia de alguém. E aqui no Rio faço muito isso. Saio para jantar, vou ao cinema… Adoro essa liberdade – um pouco contraditória – que a cidade traz. Falo em contradição porque, infelizmente, convivemos com essa violência urbana cada vez mais crescente.

Como você começou a atuar? Quais são as suas referências hoje?
As artes cênicas entraram na minha vida em 2012, com meu primeiro trabalho. Digo que a minissérie ‘Suburbia’ foi minha primeira grande escola. E fui aprendendo cada vez mais com outros projetos. Quando mais jovem, não tinha muitas atrizes negras para me inspirar. Mas amava ver, por exemplo, Taís Araújo em ‘Xica da Silva’, Isabel Fillardis como Ritinha… dona Ruth de Souza, Zezé Motta, Léa Garcia. Elas foram inspiração para uma geração orgulhosa e sonhadora com as possibilidades que um dia poderiam existir para todos nós. Ainda em Minas, a TV foi a minha janela. Era ali, consumindo as novelas, em especial, que eu sonhava. Hoje me sinto completamente realizada em minha profissão. Mas ainda cheia de desejos a realizar!

 

A atriz em “Suburbia” – foto Rede Globo | AF Rodrigues

 

Alguns de seus papéis em novelas da TV Globo, como “Em Família”, “O Outro Lado do Paraíso” e “Amor de Mãe”, eram dramáticos e a questão do preconceito e da luta antirracista atravessavam suas personagens. Como é, para você, abordar esses temas por meio da atuação? Quais outras temáticas gostaria de vivenciar nesse formato televisivo?
Falar sobre racismo foi algo que demorei para fazer. Mas vivi muito. Precisei amadurecer antes de me expressar para o mundo. Mas entendi que isso se fazia necessário e urgente! Poder dar voz a personagens que trazem narrativas que pertencem ao universo de uma mulher preta é algo que me motiva. Dar nome às formas de preconceitos que ainda vivemos nesse país, que é tão miscigenado e preconceituoso, ao mesmo tempo, é algo essencial. O que me encanta ao aceitar um trabalho é um combo: uma boa história, uma boa personagem, uma equipe afinada e ter a oportunidade de ser uma atriz boa para aquela personagem. Para além da temática do preconceito, não sei se há um tema central que desejo representar. Até porque sou muito grata às oportunidades que tive ao longo da minha caminhada, ainda em construção, mas tão diversa. Mas sonho com algumas personagens, como ser uma vilã… e fazer Xica da Silva e Elza Soares!

 

Gravando “A Magia de Aruna” – foto divulgação

 

Você inicia 2024 com muitos trabalhos em diferentes streamings. Está em “Arcanjo Renegado”, produção do Globoplay, e em “Magia de Aruna”, do Disney+. Quais são as diferenças e as semelhanças em relação às novelas?
‘Arcanjo’ me ajudou a amadurecer muito enquanto artista. A personagem passou por muitas mudanças, amadureceu também. Compor esse arco dramatúrgico é riquíssimo. Estou apaixonada pelo gênero. Fazer ação é uma delícia! Sobre ‘Magia de Aruna’, ter recebido o título de bruxa brasileira da Disney foi uma honra. Foi um encontro lindo com Cleo Pires e Giovanna Ewbank. É uma série leve, cheia de efeitos e magia. Mexer com o imaginário das pessoas é muito interessante. A novela tem um batidão, uma entrega diária e a obra é aberta. Tudo pode acontecer. Não dá muito tempo de parar para olhar para trás. A gente tem que se apropriar do processo. Em uma série, geralmente, a gente já entende o caminho pelo qual o personagem e a história seguirão. A forma de compor acontece antes mesmo de entrar no set. Se tem melhor? Se eu prefiro alguma? Não! Amo meu trabalho, independentemente da plataforma.

 

Na série “Arcanjo Renegado” – foto divulgação

 

Você também está gravando o remake de “Dona Beja”, do HBO Max. Como foi sua preparação para viver Candinha? Poderia compartilhar um pouco mais sobre a sua personagem?
‘Dona Beja’ vem como uma releitura da história. Estou muito feliz em fazer parte desse capítulo novo da dramaturgia, que é uma novela no streaming. A história vem cheia de surpresas arrebatadoras. O texto é fortíssimo e mexe muito comigo. Terei a oportunidade de dizer em cena tantas coisas que sinto na vida real. E foi uma obra emblemática, que povoa o imaginário de muita gente. Fez muito sucesso na época em que foi exibida. Não busco inspiração na versão original, estou focada no texto, que me deu todos os elementos para dar forma à personagem. Como se trata de uma releitura, é uma obra mais ajustada ao nosso tempo. Atores negros compõem lindamente o elenco principal. Aguardem: vai valer a pena!

Depois do Carnaval e das gravações de “Dona Beja”, o que planeja para 2024?
Ainda tem muita gravação de ‘Dona Beja’ pela frente e mais uma temporada de ‘Arcanjo’. Espero que seja um ano de muito trabalho, com um projeto emendando no outro.

 

foto divulgação

 

Foto de capa: Guilherme Lima

Fora de Série: brasileiros são destaque em filme, doc e série produzidos no exterior

Fora de Série: brasileiros são destaque em filme, doc e série produzidos no exterior

Fuga do executivo Carlos Ghosn, do grupo Renault Nissan, inspira documentário britânico; ator Marco Pigossi interpreta médico na aguardada série geek “Gen V”; Sophie Charlotte atua em produção hollywoodiana dirigida por David Fincher

O ASSASSINO
Netflix
O novo filme do diretor David Fincher (de “Clube da Luta” e “A Rede Social”) é estrelado por Michael Fassbender e estreia no Brasil dia 10 de novembro. Baseado na graphic novel de Alexis Nolent, o roteiro foca na saga de um assassino profissional em crise psicológica que, após um erro desastroso, tem de enfrentar quem o contratou em uma caçada internacional. O elenco traz ainda a britânica Tilda Swinton e a brasileira Sophie Charlotte. Na trilha sonora, vários sucessos da banda The Smiths.

 

foto divulgação

 

VOLTAR A LER MAFALDA
Star+ e Disney+
A pequena Mafalda é uma das personagens mais queridas e bem-sucedidas do mundo. Em quatro episódios, esta série documental produzida pela National Geographic revela a origem do icônico quadrinho de Quino, suas fontes de inspiração e os fatos menos conhecidos de sua história. Além disso, revisita suas tiras mais memoráveis através da análise de cartunistas renomados como Maitena e Liniers. Tem ainda depoimentos de celebridades fãs de Mafalda, historiadores, editores, amigos e parentes de Quino.

 

foto divulgação

 

GEN V
Amazon Prime Video
Derivada do fenômeno “The Boys”, esta série de oito episódios se passa na Godolkin University, escola exclusiva para super-heróis. A trama explora o treinamento da 1ª geração de heróis que sabem do Composto V e que seus poderes foram injetados neles, no lugar de serem dados. Os privilegiados jovens colocam seus limites físicos e morais à prova ao competirem para entrar no ranking de melhores alunos. O elenco traz Marco Pigossi no papel do dr. Edison Cardosa, professor da universidade.

 

foto divulgação

 

PROCURADO – A FUGA DE CARLOS GHOSN
Apple TV
Nascido no Brasil, o executivo Carlos Ghosn, ex-CEO do grupo Renault-Nissan, foi preso no Japão em 2018, acusado de corrupção. Ele conta a história de sua fuga espetacular nesta minissérie em quatro episódios, que retrata sua ascensão no mundo dos negócios. Com sua casa monitorada 24h pela polícia japonesa, ele escapou dentro do estojo do instrumento de um músico que tocou em um evento promovido pelo empresário em sua residência. Hoje, Ghosn vive no Líbano, terra natal de seus pais e avós.

 

foto divulgação

 

Sophie Charlotte vive Gal Costa nos cinemas e antecipa seus próximos projetos

Sophie Charlotte vive Gal Costa nos cinemas e antecipa seus próximos projetos

A atriz Sophie Charlotte celebra período intenso e frutífero de sua trajetória profissional, coroado por atuação em filme biográfico de Gal Costa, que chega aos cinemas neste mês

Honrar Gal Costa, uma das maiores artistas da música popular brasileira, é uma missão, no mínimo, bonita e desafiadora. A atriz Sophie Charlotte, nascida na Alemanha e criada no Brasil – entre as ruas e as maravilhas de Niterói – assumiu esse feito protagonizando o filme “Meu Nome É Gal”, das diretoras Dandara Ferreira e Lô Politi, que estreia no dia 12 de outubro nos cinemas do país.

 

foto Bob Wolfenson

 

“Foi uma grande responsabilidade e um enorme privilégio”, define. Com 57 anos de carreira musical, Gal somou mais de 30 álbuns e diversos prêmios, entre eles o Grammy Latino à Excelência Musical, recebido pelo conjunto de sua obra. A cantora nos deixou há quase um ano, em São Paulo, no dia 9 de novembro de 2022. Seus sucessos atemporais compõem a trilha sonora do longa. “Meu Nome é Gal” – canção composta por Erasmo e Roberto Carlos e a preferida de Sophie Charlotte –, “Baby”, “Aquarela do Brasil” e “Divino Maravilhoso” embalam a produção. O filme destaca ainda “Eu Vim da Bahia”, “Alegria, Alegria”, “Coração Vagabundo”, “Mamãe, Coragem”, “Vaca Profana” e “Festa do Interior”.

Em sintonia com tamanha potência que ecoa da imortal artista baiana, Sophie vive fase efervescente de sua carreira. Além de protagonizar a novela “Todas as Flores”, exibida na TV Globo, ela também atua em “O Assasino”, novo filme do cineasta norte-americano David Fincher – o mesmo de “Clube da Luta” e “A Rede Social” – que estreia em novembro na Netflix. Ainda nos streamings, a atriz estrela o longa “Rio Desejo”, do diretor Sérgio Machado, já disponível no Globoplay. Por essa atuação, recebeu menção honrosa como Melhor Atriz, no Festival Internacional de Cinema de Punta del Este (Cinepunta), no Uruguai.

Em meio ao sucesso, Sophie Charlotte diz que exerce a profissão com afeto. “É que amo muito ser atriz! Então, seja no Brasil ou no exterior, em novelas ou séries, o que importa é o propósito de contar histórias”, festeja.

Em entrevista à 29HORAS, a atriz compartilha detalhes de sua imersão na mente, na pele e na arte de Gal Costa e antecipa seus próximos projetos. Confira nas páginas a seguir o que mais ela revelou.

 

Pôster do filme “Meu Nome É Gal” – foto divulgação

 

Você é protagonista do filme “Meu Nome é Gal”, que estreia neste mês nos cinemas. Como foi interpretar uma figura tão forte e potente para a cultura brasileira?
Ter a honra e o privilégio de viver Gal Costa no nosso filme ‘Meu Nome é Gal’ foi uma grande responsabilidade. Porque admiro e respeito imensamente a Gal e sua obra. Sua história e sua trajetória musical são tão especiais para mim e para tanta gente, que coloquei todo meu coração nessa jornada, foi realmente desafiador e bonito.

 

Sophie Charlotte em cena no longa – foto Stella Carvalho

 

Como foi seu processo imersivo em Gal Costa?
Foi muito profundo e longo – entrei no projeto antes de ter roteiro e, do convite até a estreia, já se vão cinco anos! Ouvi obsessiva e apaixonadamente a discografia, os shows que encontrava na internet, e assisti muitas vezes à série documental da Dandara Ferreira, uma das diretoras do nosso filme: ‘O Nome Dela é Gal’. Mas ninguém faz nada sozinho! Eu contei com a ajuda de muita gente! Dandara me passou todo seu material de pesquisa e mostrou Gal com tanto amor que nunca vou esquecer! Ela e a Lô Politi (também diretora e roteirista do filme) me apresentaram Salvador, que é a cidade natal de Dandara – e de Gal, Caetano, Gil, Bethânia –, o Gantois… passamos um verão inesquecível na Bahia.

O que mais você leu e ouviu? Quem mais ajudou?
Também tive a ajuda do Claudio Leal, jornalista formidável, que encontrava matérias, entrevistas e histórias sobre Gal e aquele tempo, que me guiaram muito no processo; ele me apresentou ainda Jorge Salomão (irmão de Wally e amigo da turma que manteve a energia do desbunde a vida toda!), Cézar Mendes, que me ensina violão até hoje, não toco bem, mas ele é um grande mestre. Encontrei também com Regina Boni, que foi responsável pelo figurino que Gal usou no Festival de 1968, quando cantou ‘Divino Maravilhoso’, e Fernando Barros, fotógrafo que era muito amigo de todos da turma e, hoje, também chamo de amigo!
Contamos com a preparação maravilhosa da Amanda Gabriel; ela e o diretor de arte Thales Junqueira me estimularam a fazer uma pesquisa iconográfica e encontrar nas fotografias a evolução do corpo de Gal. Tive preparação vocal com Mirna Rubim e depois Tatiana Parra. E quando chegou a caracterização da Tayce Vale e o figurino de Gabriella Marra, tudo encaixou. Então, construir a evolução da Gracinha tímida até a Gal das dunas do barato foi formidável! E te digo que não valeria de nada sem meus parceiros de cena, meus amigos geniais! Rodrigo Lelis, Dan Ferreira, Camila Márdila, Luis Lobianco, Claudio Leal, Dandara Ferreira, Elen Clarice, Chica Carelli, Caio Scot, Pedro Meirelles, Barroso e George Sauma. Nossa amizade se firmou na preparação e sinto muito amor por todos. E eu preciso agradecer ao diretor de fotografia, José Pedro Sotero: foi uma parceria tão linda e forte, foi uma dança mesmo! Vivi a nossa Gal, minha e de todas essas pessoas e muitas outras que não vou conseguir citar aqui.

 

Sophie na pele de Gal Costa – foto Stella Carvalho

 

Muitas pessoas carregam uma admiração pela cantora. Como equilibrar todo esse afeto e ter um olhar crítico e aprofundado à vida de Gal?
Na verdade, escolhi não separar todo o afeto e a importância de Gal Costa para as pessoas e para o Brasil no processo, porque isso é a realidade, seria impossível! Não busquei ter uma visão crítica com relação à Gal, busquei, sim, ter um entendimento humano sobre ela e esse recorte de sua história.

Quais passagens da vida de Gal Costa mais te marcaram nesse processo de interpretação? O que você não sabia sobre ela que acabou descobrindo graças ao filme?
Acho que o que mais me impressiona nesse momento da Gal, que está no filme, é o rasgo que ela viveu da própria timidez para dar o grito por e para toda uma geração! ‘É preciso estar atento e forte! Não temos tempo de temer a morte!’, como cantou. A plenos pulmões, em um palco, televisionado, em plena ditadura militar! Era um grito, foi um ato revolucionário de liberdade! Descobri muito sobre Gal no processo, mas há muito ainda por conhecer. Até hoje me surpreendo com histórias que não conhecia, os fã clubes de Gal são maravilhosos. Tenho um amor e interesse inesgotável por tudo de belo que ela colocou no mundo, toda sua obra imensurável.

 

Sophie como Gal Costa – foto Stella Carvalho

 

A sua carreira começou em novelas na TV Globo, como foi transitar entre formatos e atuar em filmes e séries? Há um formato preferido?
Eu comecei meu caminho como atriz no teatro e fazendo novelas, sou imensamente grata a todas as oportunidades que recebo da TV Globo, aprendi meu ofício nos estúdios com cada funcionário, cada colega de cena, cada diretor, cada câmera. O cinema me arrebatou! A verdade é que amo muito ser atriz! Então, seja no Brasil ou no exterior, em português, inglês ou alemão, no cinema, em novelas ou séries, o que importa é o propósito de contar histórias! De me reinventar, de me divertir e desafiar cada vez mais.

 

A atriz contracenando com as colegas Letícia Colin e Regina Casé, em “Todas As Flores” – foto Globo | stevam Avellar

 

Quem são os diretores, roteiristas e atores com quem você ainda deseja trabalhar?
Tem muitos diretores com os quais gostaria de trabalhar … vou realizar um sonho agora com o Jorge Furtado, que admiro muito! Mas quem sabe um dia trabalhe com Kleber Mendonça, Carolina Markowicz, Karim Aïnouz, Lírio Ferreira, Matheus Nachtergaele, Walter Salles, Vera Egito, tanta gente! E, com certeza, trabalhar novamente com José Pedro Sotero, diretor de fotografia do nosso longa ‘Meu Nome é Gal’.

Quais projetos você desenha para um futuro próximo?
Agora estou lançando ‘Meu Nome é Gal’ e posso dizer que estou feliz da vida! Mas já estou me preparando para o longa ‘Virgínia e Adelaide’, dirigido por Jorge Furtado e Yasmin Thayná; estou muito animada para contar essa história ao lado da atriz Gabriela Corrêa. As filmagens serão ainda neste ano, em novembro. E depois sigo para as gravações da novela ‘Renascer’, na qual vou viver Eliana, que foi interpretada pela genial Patricia Pillar na primeira versão, uma atriz que admiro imensamente. Gostaria de gravar um disco também! E fazer mais teatro… é muito sonho!

Você nasceu na Alemanha e veio ao Brasil ainda criança. Como essa infância e família internacional influenciaram a sua vontade de se tornar atriz? Em que isso ainda te atravessa?
Minha família incentivou meu sonho desde cedo, meus pais me possibilitaram uma formação maravilhosa e acesso à cultura. Ter uma família com culturas tão distintas me possibilitou entender as diferenças e buscar o meu jeito de navegar os ritos e os ritmos à minha maneira. Sou uma mistura de Belém do Pará com Hamburgo, criada na Alemanha até os 8 anos e depois em Niterói, no Rio de Janeiro. Minha família é muito unida e sempre será muito importante para mim!

 

Cena do filme “Rio Desejo”, disponível no Globoplay – divulgação

 

Fora de série: Veja os principais destaques do mês de agosto nas plataformas de streaming

Fora de série: Veja os principais destaques do mês de agosto nas plataformas de streaming

Nos streamings, “One Piece” é inspirada em uma HQ japonesa de sucesso; HBO Max apresenta série ‘true crime’ protagonizada pela estrela de “Wanda Vision”; Disney+ traz animações que lançam um novo olhar sobre a África e Amazon Prime Video aposta em comédia com Monica Iozzi e Miguel Falabella

“ONE PIECE”
Netflix
Dia 31 de agosto, estreia esta série com oito episódios que é uma adaptação em live-action do mangá homônimo criado por Eiichiro Oda. A trama segue a história de Monkey D. Luffy, garoto que sonha em se tornar o Rei dos Piratas. Na infância, Luffy comeu sem querer um fruto encantado que deixou seu corpo com propriedades de borracha e o fez perder a capacidade de nadar. A atração chega como uma das mais caras da história: cada episódio tem um orçamento de US$ 18 milhões – mais do que “Game of Thrones”!

 

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“NOVELA”
Amazon Prime Video
Esta série também em oito episódios conta a história de Isabel (Monica Iozzi), uma roteirista que trabalha para, um dia, ser a autora de uma novela das nove. Quando a oportunidade enfim chega, ela é traída por seu mentor, Lauro (Miguel Falabella), que emplaca um folhetim de sua autoria. No dia da estreia dessa produção, Isabel acaba entrando magicamente na novela como protagonista. Aí começa a loucura! O projeto é produzido pelo Porta dos Fundos para a Amazon Studios, tendo João Falcão como showrunner.

 

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“KIZAZI MOTO: GERAÇÃO FOGO”
Disney+
Esta antologia de animação de ficção científica apresenta dez visões futuristas da África, inspiradas nas diversas histórias e culturas do continente. Com produção-executiva do diretor vencedor do Oscar, Peter Ramsey, esses dez curtas-metragens feitos por uma nova geração de criadores de animação se baseiam em perspectivas únicas africanas para imaginar mundos novos de tecnologia avançada, alienígenas, espíritos e monstros. Aqui, é possível termos contato com uma África nunca vista.

 

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“AMOR & MORTE”
HBO Max
Baseada num crime real, a série em sete episódios é produzida por Nicole Kidman e David E. Kelley, a mesma dupla da ótima “Big Little Lies”. Na trama, Candy (Elizabeth Olsen, de “Wanda Vision”) é uma dona de casa texana que tem uma vida maçante como a de suas colegas de igreja. Entediada no casamento, Candy inicia um caso extraconjugal com Allan (Jesse Plemmons), marido de sua vizinha Betty (Lily Rabe). O affair vai bem, até a hora em que Allan decide dar um tempo. Aí a coisa esquenta e resulta em uma morte brutal!

 

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