As últimas semanas da primavera nos convidam a curtir São Paulo em jardins e terraços antes da chegada das temperaturas ainda mais elevadas e das chuvas repentinas
Com o clima quente do mês de novembro, só fica trancado em ambientes cheios e barulhentos quem não conhece as muitas opções de bares e restaurantes ao ar livre e com jardins agradáveis que São Paulo oferece. Existem opções para todos os gostos e momentos, seja para brunch, almoço, happy hour ou jantar.
Para o almoço, por exemplo, gosto muito do terraço do Nonno Rugero, no primeiro andar do hotel Fasano – lugar super discreto e bem fresquinho que apresenta um excelente buffet frio composto de saladas, peixes defumados e charcuterias de qualidade. É elegante e silencioso, perfeito para um almoço de negócios.
Também curto um lugar com mais vida e movimento como o Mercado de Pinheiros, aonde você pode ir com a sua garrafa de vinho e se sentar em uma das mesas de madeira da área externa coberta e ali decidir qual será o seu almoço. Pode começar com queijos e petiscos escolhidos no Entreposto das Feijoadas, onde há todos os temperos e ingredientes que uma cozinha pode precisar, ou com ostras abertas na hora da ótima peixaria Nossa Senhora de Fátima. Depois você pode escolher um peixe grelhado ou um ceviche fresco no restaurante Azur do Mar, uma massa fresca no excelente Manduque e até mesmo uma pizza no premiado Napoli Centrale.
Cervejaria Hoegaarden Greenhouse, em Pinheiros – foto Maíra Acayaba/ Metamoorfose Studio
Mais sofisticado e para comer uma carne sentado em um belo jardim em pleno Jardim Europa, experimente o Urus Steakhouse, na praça do Vaticano, que fica aberto direto até o happy hour e é uma boa pedida ainda para o jantar. Se estiver procurando um lugar com ainda mais verde, então vá conhecer o Selvagem, que pertence ao mesmo grupo do Vista, no rooftop do MAC. O Selvagem é totalmente cercado pelo verde do Parque Ibirapuera.
Não poderia deixar de citar um outro delicioso jardim considerado por muitos o oásis dos amantes da cerveja. Situado em Pinheiros, perto do Largo da Batata, está o Hoegaarden Greenhouse, que é a única cervejaria fora da Bélgica da mundialmente conhecida cerveja belga Hoegaarden. Greenhouse significa estufa em inglês e ali convivem, entre clientes e cervejas, nada menos do que 260 plantas. O chope à base de trigo chega à mesa em copo com uma fatia de laranja para destacar o frescor da bebida. O lugar é super animado e bem fresquinho, mesmo nas tardes já quentes de novembro.
Se você estiver com tempo para fazer um passeio a 15 km da Faria Lima, pegue a Raposo Tavares e vá conhecer a Estação do Sino, na entrada da Granja Viana. Ali você está em um jardim com fonte, rodeado de muitas árvores e com quatro restaurantes de ótima qualidade. Você pode escolher se prefere comer japonês (Koi Zan), italiano (Emilia Romagna) francês (Chez Maria) ou árabe (Repita). Aproveite. Até!
Na Barra do Cunhaú, próximo a Pipa, o hotel Filho do Vento Kite Lodge é mais um destino procurado por quem curte kitesurf, piscinas naturais e natureza preservada
Os Jogos Olímpicos de Paris marcaram a estreia de novos esportes na competição, entre eles o kitesurf. A modalidade tem ganhado força entre os brasileiros e atrai entusiastas do mundo todo ao país, especialmente porque o Nordeste tem de sobra os dois elementos fundamentais para a prática: água e vento.
De olho nesse mercado, o grupo hoteleiro Filha da Lua inaugurou em dezembro de 2023 o Filho do Vento Kite Lodge, na Barra do Cunhaú – onde o rio encontra o mar e uma grande piscina natural com águas lisas é formada –, um dos principais points para o esporte no Brasil e que fica a apenas 25 minutos do centro de Pipa, no Rio Grande do Norte. O empreendimento é o terceiro do grupo, que detém ainda os hotéis Filha da Lua Eco Lodge e Sempre Vivo, ambos em Pipa.
Suíte Deluxe do Filho do Vento Kite Lodge – foto divulgação
Erguido em um ponto com ventos constantes durante boa parte do ano, o Filho do Vento é integrado à natureza e tem estrutura sustentável feita com madeira de reflorestamento de eucalipto. São apenas 14 suítes, todas com vista panorâmica, varandas e amenities veganas. Seguindo a lógica sustentável, o restaurante Cicchetti do Mar serve pescados provenientes da vila de pescadores e ingredientes sazonais de produtores locais.
Apesar de o kite ser o grande atrativo, a região vai além e apresenta opções interessantes para quem quer apenas curtir a natureza, como a praia da Barrinha, que é protegida por uma barreira de recifes de corais que, na maré baixa, formam piscinas naturais ideais para fazer caiaque ou stand up paddle. Além disso, um passeio de barco pelo rio Curimataú permite observar e contemplar a vida marinha e as aves locais, a vila de pescadores, as praias desertas e as dunas.
Piscina da pousada – foto divulgação
Filho do Vento Kite Lodge
Avenida Beira Mar – RN 269, Barra do Cunhaú, Canguaretama, RN.
Tel. 84 98842-6963.
Diárias a partir de R$ 648.
Antiquários na capital paulista proporcionam uma experiência agradável e impulsionam esse mercado no Brasil
As feirinhas de antiguidades atraem um público fiel em busca de peças com história. A Praça Benedito Calixto e a rua Cardeal Arcoverde, ambas em Pinheiros, são redutos dos que querem garimpar móveis e decoração, mas nem sempre exibem peças bem cuidadas ou apresentam ambientes convidativos. Para quem procura algo histórico e 100% restaurado, há antiquários na capital paulista que proporcionam uma experiência agradável e impulsionam esse mercado no Brasil.
Fascinado pelo universo de leilões, Arnaldo Danemberg fundou o antiquário Arnaldo Danemberg Collection, no Jardim América, e que trabalha com mobiliário campesino francês. “Minhas peças são garimpadas por mim na Europa, a bordo de um caminhão, e depois são trazidas para o Rio de Janeiro, onde são primorosamente restauradas por 16 artesãos na oficina São José”, explica Arnaldo, que também é pesquisador e professor de mobiliário brasileiro e europeu. Até o fim do ano, seu antiquário exibe o projeto “Vive La France – Bleu, Blanc & Rouge”, que enaltece a contribuição da França para a cultura e o design.
O ambiente elegante da Arnaldo Danemberg Collection – foto Romulo Fialdini
Outro grande apreciador de mobiliários, em particular o brasileiro, é Teo Vilela Gomes – fundador da Galeria Teo e da Casa Teo, em Pinheiros. “Vemos um crescimento no desejo não apenas por peças, que se tornam cada vez mais raras, mas também na discussão em torno do assunto, pois o mobiliário brasileiro já é entendido como patrimônio cultural”, afirma Teo. “Há ainda uma valorização de objetos que dialogam com práticas mais conscientes e sustentáveis, como o upcycling”, completa.
Teo também conta com um trabalho de excelência realizado por artesãos especializados nas mais variadas técnicas de restauro. O acervo destaca objetos colecionáveis e móveis originais, assinados por importantes nomes do design moderno brasileiro das décadas de 1950, 1960 e 1970, como Jorge Zalszupin e Joaquim Tenreiro.
Escrivaninha Presidencial de Jorge Zalszupin, na Galeria Teo – foto Ramanaik Cunha Bueno
E unindo sua paixão por flores e antiguidades, a artista floral Dora Santoro inaugurou no ano passado a Giardino & Arte, um casarão na Vila Romana com um convidativo jardim, que agrega a experiência do antiquário ao paisagismo. “Nos últimos dois anos, houve uma mudança no comportamento dos decoradores em busca do maximalismo, uma verdadeira reunião de múltiplas peças para completar a decoração”, analisa Dora. Seu vasto acervo contempla desde quadros e porcelanas até móveis e obras de arte.
Mercado de Pinheiros recebe novidades e renova fluxo de frequentadores, com restaurantes estreantes e até mesmo agenda de encontros com produtores
É perceptível a maior movimentação do Mercado de Pinheiros, que passa por novo fôlego com restaurantes e cafés recém-inaugurados e persistência de antigos comércios. Presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado de Pinheiros, Ana Paula Sater é a figura por trás da retomada. Ela abriu outros dois negócios no local – o Manduque, de massas frescas, e o delicioso Azur do Mar, de peixes e frutos do mar. Por ali, a historiadora e gastrônoma também está à frente do café Feliciana Pães e Outras Histórias, sob os cuidados da chef Mari Adania.
Mercado de Pinheiros – foto Beatriz Borges
Para os visitantes e verdadeiros adeptos do Mercado, o grande destaque é mesmo o Azur do Mar, que chama a atenção com as paredes e a decoração em branco e azul, com conchas e peixes desenhados, que segue a mesma linguagem visual do vizinho da frente, a peixaria Nossa Senhora de Fátima – de onde saem diariamente todos os insumos fresquinhos que abastecem o cardápio da casa. Por falar nisso, no menu assinado pelo chef Fabio Sinbo, há ostras frescas, minissanduíches no pão brioche com polvo feito na parrilla e suculentos peixes do dia recheados com farofa de camarão.
Peixe recheado do Azur do Mar – foto Rodrigo Fonseca
Ana Paula é responsável ainda por organizar dois dos últimos eventos que levaram milhares de pessoas ao local recentemente: o Encontro de Queijos e Embutidos, que aconteceu no final do mês de maio, em que 50 produtores atenderam um público que ultrapassou 6 mil pessoas, e o Neko Fest – festival de comida asiática que no final de 2023 levou mais de 10 mil pessoas para lá. A agenda para este ano segue ativa e, no segundo semestre, a intenção é promover um encontro de produtores de cafés selecionados.
Já tradicionais no Mercado, a pizzaria Napoli Centrale e Mocotó Café seguem firmes, além do Ladega – um box dedicado a vinhos com curadoria, que evidencia produtores naturais, biodinâmicos e orgânicos. Inaugurado em 10 de agosto de 1910, o Mercado de Pinheiros é uma memória viva da alimentação paulistana. Hoje, seus 4 mil metros quadrados se distribuem por dois pavimentos, pelos quais se espalham 39 boxes.
Croissants do Feliciana – foto Elvis Fernandes
Mercado de Pinheiros
Rua Pedro Cristi, 89, Pinheiros.
Segunda a Sábado, das 8h às 18h.
Descanso em Niseko, agito dosado em Tóquio, espiritualidade em Quioto e Nara, e inovação em Osaka revelam uma viagem surpreendente e diversificada pelo Japão
Após longa ausência, a Famiglia Giramondo retorna para compartilhar dicas diversas sobre entretenimento, gastronomia e hospedagem, sempre em destinos cobiçados. Nesta edição, a nossa seleção foi o Japão. Programamos três semanas para esse destino encantador e diverso, que passa por mudanças perceptíveis nos últimos anos.
Vista do Monte Fuji – foto Daniel Hehn | Unsplash
Começamos a jornada pela majestosa Ilha de Hokkaido, ao norte do país. Pousamos no moderno aeroporto de New Chitose e rumamos para a vila de Niseko – a primeira parada. O período que selecionamos para a viagem foi a primavera, que talvez seja o mais agradável de todos. A paisagem evidencia a natureza, com montanhas e lagos que começam a degelar, e os rios ficam rodeados por árvores florescendo.
Niseko é conhecida como reduto dos amantes de esqui. A escolha por essa cidade se deu basicamente por uma maravilhosa e confortável hospedagem e por ser o apoio central para visitarmos as cidades de Otaru e Sapporo – também em Hokkaido.
A última visita dos Giramondo ao Japão foi há treze anos e a busca por Hokkaido foi especial, uma vez que a localização foge das grandes cidades e de atrativos lotados. O serviço, a gastronomia e a hotelaria com direito a um onsen inacreditável (hospedagem com circuito de águas termais) no Park Hyatt Niseko, já valeriam toda a viagem.
Canal de Otaru, cidade portuária em Hokkaido – foto Shutterstock
Poder se locomover facilmente para o Porto de Otaru foi um grande diferencial. Depois de uma hora de trem, chegamos à estação principal onde se encontra o Mercado de Peixes. Pequeno e charmoso, esse local transcende qualquer expectativa. Apresentações de king crab, uni (ovas de ouriço-do-mar), vieiras e ikura (ovas de salmão) alucinarão seus pensamentos. O lugar deveria ser tombado como patrimônio mundial da cultura gastronômica!
Otaru é uma cidade portuária que merece um dia inteiro de visitação. Restaurantes como o Otaru Masazushi são imperdíveis, com seus incríveis 85 anos de existência. Por ali, os chefs servem não apenas nigiri de peixe sazonal, mas também grelhados, petiscos e outros pratos do dia de acordo com os gostos e preferências dos clientes.
Mercado de Peixes em Sapporo – foto Shutterstock
No dia seguinte, é recomendado um descanso no delicioso spa e onsen do hotel, regado a chás maravilhosos e, para quem curte, um espetacular cigar club, com uma curadoria especial de charutos cubanos.
Com as energias restabelecidas, pegamos um táxi e fomos direto para Sapporo, também a uma hora de distância de Niseko. É um destino sonhado dos amantes de cerveja, saquê e uísque japoneses – por causa da qualidade da água cristalina da região. O lugar pode ser ainda uma opção de estadia para quem quiser um pouco mais de agito na ilha.
Iniciamos a exploração de Sapporo, como sempre, pelo Mercado de Peixes de Nijo Fish Market. Além das exposições de peixes e acessórios gastronômicos, esse mercado oferece restaurantes onde é possível provar o melhor uni do mundo. Digno de comer três bowls seguidos!
Domburi de Ikura e Uni, típico de Hokkaido – foto Natale Giramondo
Sapporo merece também uma visita pelo centro, com avenidas largas, shoppings e belíssimos parques, que compõem suas ruas. Nos arredores, está a Torre do Relógio, que foi instalado em 1881 e comprado da E. Howard Watch & Clock Company de Boston, com um mecanismo impulsionado por peso. É o relógio de rua mais antigo do Japão.
A medida certa do agito
O próximo destino é Tóquio, a uma hora e meia de voo de Hokkaido. Na capital, optamos pelo tradicional bairro de Shinjuku – o hub de mobilidade para todas as localidades da cidade e do Japão.
Vale dizer que a capital japonesa está repleta de turistas. Basicamente 50% de chineses e 50% do restante do mundo. Outro dado alarmante sobre o destino é que o número de turistas internacionais já está 27% acima do período pré-pandemia.
Um ótimo exemplo dessa “loucura” é o Mercado de Tsukiji – o maior comércio de peixe do mundo, transferido para Toyosu em 2018. A cena de centenas de pessoas se acotovelando para comerem o que é possível comprar ficou bastante comum por ali. O mais bizarro é que você pode encontrar tudo em diversos locais da cidade, sem esse estresse.
Torre de Tóquio, na capital japonesa – foto JNTO
Mas Tóquio se supera mesmo nas opções de restaurantes. Viciados em sobas (massa japonesa), tonkatsu (costeleta de porco empanada), unagui (enguia) e sushi se deliciam nessa megalópole. As ruas de Roppongi, Ginza, Harajuku e uma visitação à Torre de Tóquio fazem parte também desse roteiro de quatro dias. Perca-se pelas estações centrais e pelos parques!
Sugerimos uma visita ao Omoide Yokocho – também conhecido como Yakitori Alley. O local é um amontoado de izakayas e restaurantes, todos minúsculos, em um aperto charmoso de becos e ruas bem próximos à estação de Shinjuku – a maior da metrópole e a mais movimentada do mundo. Há ainda as ruínas da 2ª Guerra, na saída oeste da estação.
Outra atração noturna com direito a prédios de karaokês e restaurantes com ótimos sushis é a região de Kabukicho, vizinha a Shinjuku. O lugar é conhecido como o distrito da luz vermelha no Japão, em razão de sua iluminação neon e do agito de seus bares com música. Dirija-se à grande avenida Yasukuni Dori e você verá a enorme loja Don Quixote, que marca a rua principal de Kabukicho.
Rua de Omoide Yokocho, em Tóquio – foto Natale Giramondo
Ancestralidade e conexão
Plenamente satisfeitos com o que a capital tinha a nos oferecer, seguimos à última etapa de nossa viagem. A bordo de um trem bala (Shinkansen), chegamos a Quioto, agora nossa base para visitarmos Nara e Osaka.
Essa cidade foi capital do Japão entre o século 13 e 17, onde a família imperial residia e guarda parte significativa da história desse país mágico. Com menos de 2 milhões de habitantes, Quioto encanta com seus templos, bairros escondidos, rios surpreendentes e gueixas pelo centro histórico, tornando-se a localidade que revela o Japão antigo. Histórias milenares se misturam com a cultura contemporânea.
Passear pela floresta de bambus de Arashiyama (Patrimônio Munidial da Unesco) é mágico. Na região, é recomendado ainda visitar o templo Tenryu-ji – construído em 1339, que já foi um enorme complexo de templos formado por mais de 100 subtemplos. Hoje, restam apenas algumas estruturas e a principal razão para fazer o passeio é o jardim, um dos melhores exemplos de design tradicional japonês. Por ali, admirar as inúmeras quantidades de árvores e flores também valeria o destino.
Templo Kinkaku-ji, em Quioto – foto Shutterstock
Outra parada obrigatória é o templo de Sanjusangen-do com suas 1001 estátuas de guerreiros que guardam a estátua de Buda. E o templo dourado Kinkaku-ji, que parece flutuar sobre o lago. É possível observar o reflexo espelhado do Pavilhão Dourado na serena Lagoa Kyoko-chi e visitar os seus jardins exuberantes, cobertos de musgo, e a casa de chá no local.
Indicamos passeios ao Mercado de Nishiki, que apresenta uma variedade de alimentos frescos e em conserva, além de doces japoneses. Pode-se encontrar ainda excelentes utensílios de cozinha e elegantes artigos em cerâmica, especiarias e condimentos e artigos de papel. Restaurantes exclusivos de wagyu, unagui, grelhados de king crab são os destaques desse mercado.
Kakinoha sushi, sushi embrulhado em folhas de caqui, típico de Nara – foto Shutterstock
E Quioto está a apenas 50 minutos de trem para Nara, cidade maravilhosa que surpreende pelos parques e templos. Saindo da estação, rume para o templo de Todai-ji. Nesse caminho, cervos cercam os visitantes o tempo todo. São centenas de animais livres, passeando ao seu lado, lhe acariciando por apenas algumas bolachinhas!
Templo Todai-ji, em Nara – foto Natale Giramondo
A visitação ao templo Todai-ji impacta pela imponência da estátua gigante de Buda – a maior no interior de um templo no Japão. O Grande Buda tem 14,98 m de altura e até suas orelhas têm 2,54 m de comprimento. Deve-se ainda subir as escadas até o Salão Nigatsu-do e apreciar as vistas fantásticas da bacia de Nara. A cidade merece um dia inteiro e, obrigatoriamente, prove seu sushi típico, embrulhado em folhas de caqui.
Estátua do Grande Buda no interior do Templo Todai-ji, em Nara – foto Shutterstock
Para encerrarmos essa temporada no Japão, ainda com base em Quioto, fomos para Osaka, a um pouco menos de uma hora de trem. A segunda maior cidade do Japão sediará em novembro do ano que vem a Expo25. Ao longo de sua história, as Exposições Mundiais têm sido o evento global em que novas tecnologias e produtos são apresentados e popularizados, levando a avanços importantes. O tema desta edição é “Projetando a sociedade do futuro para nossas vidas”. O arquiteto Sou Fujimoto é o responsável pelo projeto, coordenando as diretrizes para os países participantes.
Osaka abriga uma série de arranha-ceús espetaculares e uma culinária especial. Não deixe de provar os típicos okonomiyaki (panquecas de repolho, carne e frutos-do-mar) e os takoyakis (bolinho assado de polvo), que são os melhores do Japão e representam muito bem a deliciosa gastronomia do país.
O Pavilhão do Brasil para a Expo Osaka 2025, autoria do Studio MK2 e Magnetoscópio, cujo projeto é liderado pelo arquiteto Marcio Kogan – foto divulgação
Pena que tudo que é bom sempre acaba cedo. Como em uma deliciosa mordida, a viagem termina, inspirando as próximas!
Recomendações essenciais
Dinheiro
Os cartões são utilizados em todos os estabelecimentos no país, mas é possível trocar dinheiro físico em qualquer aeroporto ou nas grandes estações. E o momento é vantajoso para a viagem, uma vez que o Iene desvalorizou cerca de 40% nos últimos anos.
Mobilidade
Vale muito a pena optar por voos internos para grandes distâncias (acima de 800km), pois ganha-se tempo. Também é importante garantir o passe de trem e metrô, que pode ser adquirido nas principais estações. Basta entrar em qualquer box de informações para turistas. Já os serviços de táxi são relativamente baratos e servem para distâncias curtas.
Comunicação
Para uma viagem 100% sem estresse, esteja com seu celular conectado no Google Tradutor e nas IAs. O japonês é seguramente o povo mais solícito do mundo, mas muitos não falam inglês.
Tips
No Japão, não se aceita gorjeta, é um hábito cultural enraizado em todos os serviços. Eles trabalham com muito orgulho e prazer e recusam as famosas “tips”.
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