Anitta sobe aos palcos a partir deste mês com sua maratona carnavalesca “Ensaios da Anitta”

Anitta sobe aos palcos a partir deste mês com sua maratona carnavalesca “Ensaios da Anitta”

Prestes a subir aos palcos com sua maratona carnavalesca que passará por 10 cidades brasileiras, Anitta reflete sobre seu novo momento de vida e seu sucesso internacional em constante ascensão

Já estamos em 2024, mas, de acordo com os apaixonados por folia, o ano começa somente após o Carnaval. Há uma verdade nisso, pois o clima festivo de dezembro combinado com o verão e seguido pelas férias de janeiro pede uma prorrogação na alegria. E se tem uma pessoa que sabe festejar e contagiar como ninguém o grande público, ela atende pelo nome de Anitta. 

Todos estão familiarizados com o sucesso estratosférico da cantora, que nos últimos anos alcançou patamares nunca imaginados por artistas brasileiros. Ela tem dedicação, foco, visão estratégica e consegue encarar com naturalidade situações que fariam a maioria das pessoas tremer na base. Anitta já se apresentou nas mais importantes premiações da indústria da música para plateias recheadas de ícones e figurões mundiais; deu entrevistas em inglês em programas de destaque na televisão dos Estados Unidos, como “Jimmy Kimmel Live!” e “The Tonight Show”; esteve no line-up dos maiores festivais de música do mundo, como Coachella e Lollapalooza; e atuou em espanhol na série “Elite”, da Netflix. 

 

foto Andre Nicolau

 

Hoje, entretanto, a nossa garota do Rio quer mesmo ser feliz, escolher a dedo projetos que lhe deem prazer e, acima de tudo, se divertir e aproveitar a jornada. “Sempre falei que iria me aposentar aos 30 anos e de fato tenho essa vontade, só não parei de fazer os projetos de que realmente gosto”, confessa a cantora, que completou 3 décadas de vida em março . Entre eles, o Carnaval é sagrado. 

Com a nova temporada de “Ensaios da Anitta” – maratona carnavalesca que acontece de janeiro a fevereiro em Salvador, Floripa, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio, BH, Vitória, Curitiba e São Paulo –, a poderosa se prepara para ficar cerca de quatro horas em cima do palco por 11 dias praticamente seguidos. É intenso, mas ela garante que se sente realizada. A edição de 2024 trará como novidade uma releitura de suas músicas antigas e, em cada cidade, uma escola de samba será homenageada. 

Em entrevista à 29HORAS, a cantora fala não apenas de Carnaval, mas também de seu sucesso estrondoso mundo afora, de seu novo álbum focado no mercado externo e faz um balanço da carreira até agora. Confira, nas páginas a seguir, trechos dessa conversa.

O que podemos esperar da temporada de pré-carnaval “Ensaios da Anitta”?
Há muitos anos tive a vontade de fazer um bloco de Carnaval. Depois, amadureci um pouco a ideia e decidi fazer um show dos ensaios, única e exclusivamente porque me divertia demais. Eu amo show de Carnaval, axé e misturar músicas que têm a cara do verão. Para essa temporada, renovei um pouco o repertório e acredito que a galera vai curtir. Sempre gosto de incluir canções de outros artistas como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Harmonia do Samba, Daniela Mercury e Margareth Menezes, mas esse ano farei uma releitura das minhas músicas antigas. Preciso destacar também os looks, que estão inacreditáveis, um verdadeiro sonho! Fizemos em parceria com o stylist Daniel Ueda e vamos homenagear uma escola de samba em cada dia.

 

Shows da série ‘Ensaios da Anitta’ pelo Brasil – foto Julia Bandeira

 

Está ansiosa para o Carnaval? Além dos Ensaios, o que você pretende fazer nesse período?
É o único período que escolho para estar no Brasil e me preparo com alimentação saudável e uma rotina de treinos para conseguir aguentar cerca de quatro horas em cima do palco cantando sem parar e por muitos dias seguidos. Além disso, ando com uma fonoaudióloga o tempo todo para me ajudar a não perder a voz. Não sou super disciplinada, então começo a preparação alguns dias antes. Estou doida para começar logo e para acabar logo, porque é muito cansativo e fico destruída (risos). Brincadeiras à parte, me divirto demais! Hoje escolho fazer só o que me dá prazer. Os únicos momentos em que faço shows são o verão e o Carnaval. Estou muito nessa fase de me divertir e aproveitar. Sempre falei que com 30 anos eu iria me aposentar e de fato tenho essa vontade, só não parei de fazer aquilo que eu realmente gosto.

Você tem uma visão empresarial muito forte tanto para a música quanto para outros negócios. Quem é a sua grande inspiração e como desenvolveu essa faceta ao longo dos anos?
A forma como fui fazendo tudo foi muito pela minha intuição e pelo meu estado de espírito. Se estou me sentindo confortável, gostando do lugar onde estou e do que estou fazendo, eu sigo. Se não, mudo, faço tudo diferente. Então, nunca teve muito a ver com olhar outras pessoas, mas sim com meus sentimentos e do que me dará tesão e a sensação de dever cumprido. Minha carreira inteira foi baseada nessa ideia e, hoje, a minha menor motivação é trabalhar apenas pelo dinheiro, sucesso ou para mostrar para os outros que continuo bombando e não fracassei. Antigamente, era mais tensa com tudo, mais dependente de fazer sucesso, estar no topo e ganhar dinheiro. Eu tinha essa fome. Não tenho mais essa coisa de acordar e falar ‘tenho que’. Estou mais relaxada e com um pensamento de que tenho que ser feliz e aproveitar – bem diferente da Anitta que todo mundo conhecia. Toda essa competição, comparação e busca pelo sucesso acaba deixando a gente muito tenso, quando na verdade devemos pensar em um propósito maior.

 

A cantora em Festa do Spotify – foto divulgação

 

Quais outros projetos você tem engatilhados para 2024?
Vou lançar meu novo álbum na primeira metade deste ano. É 100% de funk brasileiro, mas é em inglês e espanhol e muito focado na minha carreira fora do Brasil, não é pensado para o público brasileiro, pois já conquistei meu espaço aqui. Quero que o mercado externo conheça o ritmo. Entendo que é mais difícil por ser um estilo novo para eles, mas tenho muita paixão por esse projeto.

Como está sendo a recepção do público estrangeiro? Para você foi uma surpresa ou esse sucesso foi algo planejado?
Eu queria muito conquistar isso, mas não sabia como, então fui fazendo o que me dava prazer. Não sei se fiquei surpresa, porque sempre tive dentro de mim uma certeza de tudo. Mas fico feliz e honrada, porque muitas vezes fora do país sou tratada de uma maneira um pouco mais especial do que no Brasil, onde há muito julgamento. No exterior, aprendi o quanto o que faço tem valor e o quanto que realmente sou trabalhadora e tenho talento. Eles têm muito respeito pelas coisas que fiz, pois têm noção de que é muito difícil ser do Brasil e fazer sucesso fora. Internamente, na indústria, rola uma dificuldade e atribuo muito ao fato de ser mulher e jovem.

 

Na Final da Champions League, no ano passado – foto divulgação

 

É diferente se apresentar no Brasil e no exterior? Quais são as particularidades do público brasileiro?
O Brasil não tem igual, é o país mais caloroso que existe! No exterior a galera é mais fria, às vezes até tenho a impressão de que não estão gostando do show (risos). É diferente, eles não reagem tanto, são mais de ficar olhando apenas. Aqui nós somos intensos, curtimos, nos entregamos, pulamos, dançamos.

Hoje você é uma pessoa poliglota, fala espanhol e inglês fluentemente. Como você estuda outras línguas? Sempre teve essa facilidade e interesse?
Tenho muita facilidade. Quando era criança, frequentei a escola pública Itália no Rio de Janeiro e tinha aulas de italiano. Consigo me virar porque sempre fui muito estudiosa e tenho uma memória muito boa. Aos 10 anos, comecei a estudar inglês e, quando iniciei a carreira de cantora, quis aprender espanhol, porque ‘Show das Poderosas’ começou a tocar na Espanha. Gosto muito de me comunicar e, durante a pandemia, passei a aprender francês também.

 

No Festival Megaland, em Bogotá (Colômbia) – foto divulgação

 

Você já conquistou diversos prêmios e números superlativos na indústria da música. Tem algo que ainda almeja alcançar? Algum público estrangeiro em mente?
Para ser bem sincera, nunca tive essa vontade de ganhar prêmios. É claro que fico feliz quando ganho, é maravilhoso e gratificante, mas não condiciono minha carreira com base nisso. Não é isso que diz quem é melhor e acho que nem existe isso de ser melhor. Nunca imaginei que fosse chegar nesse nível e que estaria concorrendo ao Grammy ao lado de artistas como Beyoncé e Adele. Eu já cheguei tão longe, que não quero ter esse pensamento de que falta algo, é injusto com tudo o que já fiz e com todo o meu esforço. Existe essa pressão da sociedade, de que ‘tem que fazer mais, tem que continuar’. E eu não sei se ‘tem que’. Talvez não, já aproveitei, arrasei e agora quero fazer nada, quero só ficar com a minha família e viajar o mundo. Quero atuar mais também. Fiz ‘Elite’ na Netflix e tive um feedback incrível, muita gente elogiou a minha atuação. E foi a minha primeira vez!

Faz 10 anos que você lançou “Show das Poderosas”, que te iniciou no cenário musical. Qual balanço você faz dessa última década? Quais foram os maiores aprendizados até aqui? Qual foi o momento mais surreal da sua carreira até agora, algo que você ainda não acredita que aconteceu?
Faz dez anos do lançamento, mas antes disso já tinha três anos de carreira ralando nas favelas do Rio de Janeiro e do Brasil. Mas o hit foi, sem dúvida, uma revolução no país para a indústria musical e para as mulheres. Antes, para divulgar uma música, precisava de muito investimento. Depois de ‘Show das Poderosas’, todo mundo começou a fazer seus próprios clipes de funk e isso para mim foi uma revolução. Além disso, diria que tive outros três momentos muito marcantes na minha trajetória. Com ‘Bang’, comecei a ser aceita no mundo fashion e ganhei mais credibilidade. Antes era completamente rechaçada e, depois desse lançamento, comecei a mostrar que eu era uma artista completa. Outra revolução foi ‘Vai Malandra’, pois pessoas do mundo inteiro começaram a me procurar. Por último, com ‘Envolver’, conquistei o primeiro lugar nas paradas e expandi a minha fama internacional. Foi muito bizarra a sensação de ter o mundo falando de mim. Esses quatro momentos foram, com certeza, super surreais!   

 

Anitta e seus dançarinos na festa do Video Music Awards 2023 da MTV, em que venceu na categoria de “Melhor Clipe de Música Latina” – foto Kevin Mazur

 

Em ritmo acelerado
06/01 Salvador, BA
07/01 Florianópolis, SC
13/01 Brasília, DF
14/01 Fortaleza, CE
20/01 Recife, PE
21/01 Rio de Janeiro, RJ
25/01 São Paulo, SP
27/01 Belo Horizonte, MG
28/01 Vitória, ES
03/02 Curitiba, PR
04/02 São Paulo, SP
Ingressos:
www.carnavaldaanitta.com.br

Mês de novembro ferve com shows, feiras e eventos! Confira os destaques!

Mês de novembro ferve com shows, feiras e eventos! Confira os destaques!

Em novembro, São Paulo recebe shows, feiras e eventos esportivos que agitam fãs, giram a economia e coroam ano positivo para o entretenimento na cidade

A Fórmula 1, A CCXP e os shows internacionais de Taylor Swift, Roger Waters e Alanis Morissette já contribuíram para a elevação dos preços da hospedagem neste mês e movimentam o setor de serviços da capital paulista antes mesmo das festas de final de ano. Segundo um levantamento realizado pela Travel Tech Onfly – plataforma de gestão de viagens – o preço médio da diária em São Paulo aos finais de semana de novembro é 72% maior em relação ao de outubro.

 

São Paulo Grand Prix Official Party – foto divulgação

 

Em setembro, o valor médio da diária entre sexta e domingo costuma ser de R$ 453, preço 43% inferior ao cobrado em novembro, que é de R$ 562. Em outubro, as diárias sob esse mesmo recorte custam R$ 379; em dezembro, mês de festas e férias escolares, a diária média é de R$ 377 – a de novembro deste ano já é 73% superior. Neste mês, chama ainda mais atenção o valor médio da diária no primeiro final de semana, entre os dias 3 e 5 de novembro, quando a capital sedia a Fórmula 1: R$ 864.

E por falar no Grande Prêmio da Fórmula 1, quem acompanha o evento que ocorre no domingo (dia 5) no Autódromo de Interlagos – com ingressos esgotados há meses – confere pelo terceiro ano consecutivo a corrida Sprint, de 14 voltas, que é disputada no sábado.

 

GP São Paulo de F-1 – foto Shutterstock

 

Paralelamente às corridas, chega à cidade também a primeira edição da São Paulo Grand Prix Official Party – festa oficial do GP São Paulo, nas dependências do hotel Unique. As duas noites são assinadas pela Posh, club brasileiro de entretenimento que começou sua expansão internacional no último ano. A primeira noite (3/11) destaca Jack-E, famoso DJ de St.Tropez, e o americano Apache, um dos representantes da Spiritual House, estilo que alia dance music à espiritualidade, além dos brasileiros Dyve, Edo Krause e Druck & Soul Alchemist. A segunda festa traz como a principal atração Bedouin, uma parceria de produção musical dos Estados Unidos. Os ingressos começam no valor de R$ 500 e podem ser adquiridos no site www.blueticket.com.br

A música não para

Das pistas de dança para os palcos, o penúltimo mês do ano agita São Paulo com shows de artistas internacionais de peso – reflexo da intensa agenda de festivais e apresentações na cidade durante 2023. Um dos maiores nomes do rock mundial, o inglês Roger Waters traz sua turnê de despedida para o Brasil, passando por seis cidades – Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Na capital paulista, o artista se apresenta no dia 11 deste mês, no Allianz Parque. Até o fechamento desta edição, os ingressos seguem disponíveis a partir de R$ 190 na plataforma Eventim.

 

Roger Waters – foto Getty Images | Red Bull Content Pool

 

Sete vezes vencedora do Grammy Awards, com mais de 60 milhões de discos vendidos, a canadense Alanis Morissette volta ao país após 12 anos. A cantora embarca em turnê no segundo semestre deste ano para celebrar os 25 anos do emblemático álbum “Jagged Little Pill”, e o Brasil é o único país da América do Sul a receber esse show histórico. A única apresentação acontece no dia 14 (ingressos esgotados), no Allianz Parque, com um repertório que passa por músicas como “Ironic”, “You Oughta Know”, “Hand in My Pocket” e “You Learn”.

 

Alanis Morrissette – foto Depositphotos

 

E uma das maiores cantoras pop do momento, Taylor Swift chega ao Rio de Janeiro para três apresentações no Estádio Nilton Santos – Engenhão nos dias 18 e 19 de novembro e um show extra no dia 17 de novembro e três apresentações em São Paulo, no Allianz Parque, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com a sua “The Eras Tour”. Todos os ingressos já estão esgotados, mas o som da cantora pode ser curtido também em uma festa dedicada à Taylor, a “After Party The Eras Tour”, que acontece na Estação Marques, na Barra Funda, com entrada a R$ 40 por pessoa no Sympla.

Encontro geek

A CCXP é o maior festival de cultura pop do mundo. O evento já recebeu mais de 1,5 milhão de pessoas ao longo de todas as edições em São Paulo, uma edição da CCXP Tour em Recife e uma edição internacional da CCXP Cologne, na Alemanha. Neste ano, o festival acontece de 30 de novembro a 3 de dezembro, na São Paulo Expo, e recebe como convidado Julian Totino Tedesco – quadrinista contemporâneo argentino, que já teve passagens pela Marvel e DC Comics, e estará presente em todos os dias do festival.

 

CCXP – foto divulgação

 

O evento traz ainda o premiado quadrinista norte-americano Box Brown, listado entre os mais vendidos do jornal ‘The New York Times’ e reconhecido por obras de não-ficção em quadrinhos como “André, o Gigante”, “Tetris”, “Cannabis” e “Efeito He-man”. Brown é vencedor do prestigioso Prêmio Eisner, o mais cobiçado na indústria de histórias em quadrinhos. Os ingressos para a feira podem ser adquiridos em www.ccxp.com.br e começam no valor de R$ 190.

7 festivais que vão bombar em São Paulo ainda neste primeiro semestre

7 festivais que vão bombar em São Paulo ainda neste primeiro semestre

2023 começou com tudo no quesito festivais e São Paulo recebe mais shows nos próximos meses. Confira os eventos musicais e artísticos que acontecem em maio e junho

C6 Fest
O novo festival é ideal para os amantes de rock, soul e jazz, e acontecerá simultaneamente em São Paulo, no Parque Ibirapuera, nos dias 19, 20 e 21 de maio, e no Rio de Janeiro, no Vivo Rio, nos dias 18, 19 e 20. Dentre as atrações confirmadas, estão grandes nomes do jazz, como Jon Batiste e Samara Joy. A vencedora do Grammy deste ano na categoria de artista revelação se apresenta pela primeira vez no Brasil, e celebra: “Depois da pandemia, as pessoas perceberam o quanto a música ao vivo é importante para a comunidade”. Em São Paulo, o evento contará com quatro palcos: Tenda Heineken, Auditório Ibirapuera, Plateia Externa do Auditório Ibirapuera e Pavilhão das Culturas Brasileiras.
Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº (portões 2, 3 e 10), Av. IV Centenário (portões 6 e 7). Ingressos a partir de R$ 80. www.c6fest.com.br

Samara Joy - foto Meredith Truax

Samara Joy – foto Meredith Truax

Encontro das Tribos
A Arena Anhembi recebe a nova edição do Encontro das Tribos, que pela primeira vez ocorrerá em dois dias, 6 e 7 de maio. O tema deste ano é Circus e trará um ambiente lúdico, nostálgico e divertido para o público, com grandes nomes nacionais e internacionais do hip-hop, reggae, rock, R&B. Ice Cube, Whiz Khalifa, Steel Pulse, Racionais MC’s, Filipe Ret, Planet Hemp, Gloria Groove, Armandinho, Matuê, Pitty e Marcelo Falcão são alguns nomes que subirão aos palcos.
Avenida Olavo Fontoura, 1.209, Santana. Ingressos a partir de R$ 370. www.ticket360.com.br

Steel Pulse - Foto Alan Hess | reprodução Facebook

Steel Pulse – Foto Alan Hess | reprodução Facebook

 

Nômade Festival
Pela primeira vez, o Parque Villa-Lobos será palco da 4ª edição do festival, que acontece nos dias 20 e 21 de maio. O evento, que é conhecido pela atividade vanguardista em explorar diferentes cenas e gêneros musicais, traz em seu line-up grandes nomes da música brasileira, como Alcione, Nando Reis, Chico César e Geraldo Azevedo, Seu Jorge, Luedji Luna, Liniker e Criolo. O evento também terá obras dos ganhadores do concurso “Nômade Cria: Arte na Rua”.
Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros. Ingressos a partir de R$ 120. www.ticket360.com.br

Festival Nômade - foto @Cabrauu

Festival Nômade – foto @Cabrauu

 

Festival MITA
Com o sucesso de sua primeira edição em 2022, o Mita (Music Is The Answer) está de volta este ano com o mesmo espírito de inovação e irreverência. Após passar pelo Rio de Janeiro (em 27 e 28 de maio), o evento chega ao Vale do Anhangabaú, em São Paulo, nos dias 3 e 4 de junho, com dois palcos, mais de 16 atrações, artistas nacionais e internacionais e ativações. Na programação, destaque para Lana Del Rey, Florence + The Machine, NX Zero, Capital Inicial, Natiruts e Duda Beat.
Parque Anhangabaú, Vale do Anhangabaú, Centro. Ingressos a partir de R$ 467,50. www.eventim.com.br/mitafestival

Lana Del Rey - Foto divulgalção

Lana Del Rey – Foto divulgalção

 

Best of Blues and Rock
Completando 10 anos de história em 2023, o Best of Blues and Rock segue com o objetivo de difundir o rock e o blues no Brasil. A edição comemorativa, que acontece nos dias 2, 3 e 4 de junho, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, terá como atração especial o veterano guitarrista norte-americano e lenda do blues Buddy Guy, que traz sua turnê “Damn Right Farewell Tour” para o país. Além dele, estão confirmados shows de Tom Morello, Steve Vai, Goo Goo Dolls, Extreme, Ira!, Dead Fish e Day Limns.
Av. Pedro Álvares Cabral s/n° (portões 2, 3 e 10), Parque do Ibirapuera. Ingressos a partir de R$ 450. www.eventim.com.br

Buddy Guy - Foto divulgação

Buddy Guy – Foto divulgação

 

João Rock
Mais um festival que também está celebrando uma data especial. Este ano, o João Rock completa 20 anos e promete mais uma edição histórica. No dia 3 de junho, a cidade de Ribeirão Preto receberá mais de 30 atrações, distribuídas em quatro palcos, além de manifestações artísticas, esportes radicais e ações interativas com o público. O line-up traz apenas artistas brasileiros, entre eles Emicida, Capital Inicial, CPM 22, Pitty, Gilsons, Tom Zé, Zé Ramalho, Alceu Valença e Gilberto Gil.
Av. Orestes Lopes de Camargo, 350, Jardim Jóquei Clube, Ribeirão Preto. Ingressos a partir de R$ 230. www.joaorock.com.br

Capital Inicial - Foto Leo Aversa

Capital Inicial – Foto Leo Aversa

 

Festival Turá
Nos dias 24 e 25 de junho, a área externa do Auditório Ibirapuera receberá também a segunda edição do Turá, festival que contempla música, gastronomia e outras manifestações culturais brasileiras. No line-up já estão confirmados Zeca Pagodinho, Maria Rita convidando Sandra de Sá, Jorge Ben Jor, Gilberto Gil & Família com o espetáculo “Nós, A Gente” – pela primeira vez em São Paulo –, Pitty, Joelma convidando Mariana Aydar e banda Tuyo, e muito mais.
Av. Pedro Álvares Cabral s/nº (portões 2, 3 e 10), Av. IV Centenário (portões 6 e 7ª), Av. República do Líbano (portão 7), Parque do Ibirapuera. Ingressos a partir de R$ 175. www.ticketsforfun.com.br

Festival Turá - foto divulgação

Festival Turá – foto divulgação

Icônica banda dos anos 80, Titãs faz série de shows pelo Brasil reunindo sua formação original

Icônica banda dos anos 80, Titãs faz série de shows pelo Brasil reunindo sua formação original

Série de shows dos Titãs marca o reencontro da banda original, que comemora suas quatro décadas de trajetória. Celebração tem tudo para se tornar um evento histórico do rock brasileiro

Transgeracional, ou melhor, atemporal. A banda Titãs, formada em 1982, em São Paulo, sempre se mostrou potente em conectar diferentes pessoas. Depois de 30 anos sem subir aos palcos com sua formação original, o grupo surpreendeu a todos com o anúncio de uma turnê de 21 shows com os sete integrantes – Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto.

“Estamos cantando em altos brados que o pulso ainda o pulsa. Afirmamos que a força criativa e a pulsão de viver se impõem sobre todas as adversidades”, resume Tony Bellotto. As apresentações já começaram em abril, no Rio de Janeiro, e seguem para outras cidades brasileiras e para Portugal nos próximos meses.

 

Titãs - Foto Bob Wolfenson

Titãs – Foto Bob Wolfenson

 

Até agora, a turnê “Titãs Encontro” já tem um público confirmado de incríveis 500 mil pessoas pelo país. Essa grande celebração tem shows ainda em Florianópolis (5 de maio), Porto Alegre (6 de maio), Manaus (11 de maio), Belém (12 de maio), Aracaju (26 de maio), Salvador (27 de maio), João Pessoa (1º de junho), Recife (2 de junho), Fortaleza (3 de junho), Brasília (7 de junho), Goiânia (8 de junho), Curitiba (10 de junho). Depois, a turnê passa por São Paulo (16, 17 e 18 de junho, as duas primeiras datas sold out), Vitória (23 de junho) e Ribeirão Preto (30 de junho). Dia 3 de novembro, o grupo toca em Lisboa.

Em entrevista exclusiva à 29HORAS, Nando Reis, Paulo Miklos e Tony Bellotto discorrem sobre as razões desse reencontro. Nas próximas semanas, a formação clássica promete resgatar a vocação que tem de se apresentar em grandes arenas e impactar a todos – novos fãs e aqueles de longa data. Leia os principais trechos a seguir:

Vamos falar de reencontro, mas primeiro uma pergunta sobre o início. O que intriga é que todos vocês estudavam juntos. Foi isso mesmo? Tantos talentos juntos ao acaso? Quais principais memórias vocês carregam desse começo?
Paulo Miklos: A maioria estudava no mesmo colégio. Em classes de anos diferentes. Mas foi o interesse pela música que nos aproximou. Nos encontrávamos para mostrar as canções uns para os outros. A melhor lembrança foi quando gravamos uma fita K7 com o tema ‘As Musas’, em que todos gravamos canções dedicadas às paixões da época.
Tony Bellotto: Não é que todos estudávamos juntos, mas a maioria, sim. Quem não estudava, tipo eu, frequentava a escola onde os outros estudavam, o colégio Equipe. Marcelo, Branco, Brito, Nando, Paulo, Arnaldo, Ciro Pessoa e o André Jung faziam parte da primeira formação da banda, todos eles estudavam no Colégio Equipe. Não é que estudavam juntos, mas, em diferentes salas, em diferentes momentos. Eu frequentava ali porque era uma escola que tinha muita atividade cultural, muita efervescência artística. O Serginho Groisman era o diretor do grêmio estudantil e ele promovia muitos shows, a escola tinha alunos muito criativos e ali faziam festivais. Enfim, teve essa coisa da gente se conhecer e começar a trocar as primeiras ideias e mostrar o que cada um estava fazendo na escola. Por isso que a educação é tão importante!

 

Tony Bellotto - Foto Bob Wolfenson

Tony Bellotto – Foto Bob Wolfenson

 

O que motivou o reencontro com os integrantes originais? Como é ensaiar e subir aos palcos 30 anos depois? O que mudou e o que continua igual?
Nando Reis: As razões que levaram a esse encontro são múltiplas, mas a origem se dá no marco de 40 anos daquilo que a gente adotou como início dos Titãs, que foi nosso primeiro show, em 1982. Na minha interpretação, a pandemia tem uma contribuição, porque foi um momento em que todo mundo teve que ressignificar as coisas, rever as coisas. E evidentemente que para todos nós, mesmo aqueles que saíram da banda em diferentes momentos, os Titãs é parte fundamental da nossa história de vida, profissional e pessoal.
Esse reencontro é carregado de significados, é muito emocionante. Os ensaios estão sendo ótimos, muito trabalhosos, interessantes, justamente por essa ótica da semelhança e da diferença. A semelhança é muito maior, na verdade, porque é estrutural – das individualidades e na nossa relação, na dinâmica, que está representada de forma cabal naquilo que produzimos.
O que mudou? Muita coisa também! É difícil até descrever. E, curioso, a minha mudança, a única da qual eu posso falar, sou um músico melhor. Muito melhor do que era há 22 anos, 40 anos… E posso tocar aquelas músicas, aquilo que fiz, especialmente as linhas de baixo, de uma maneira muito melhor até. E tem isso, todo mundo mais velho, características de temperamento acentuadas, mas essencialmente, somos os mesmos.

Sérgio Britto - Foto Bob Wolfenson

Sérgio Britto – Foto Bob Wolfenson

 

Qual momento da banda que você gostaria de reviver? O que o público pode esperar da turnê?
TB: Não existe um momento único, determinado e específico, eu acho que o que eu estou gostando de reviver nesse encontro é esse convívio como um todo. Quer dizer, é fazer o show junto, entrar no palco junto e depois comemorar no camarim, ir para o hotel, e no dia seguinte ir para o aeroporto, todo mundo junto… As conversas que ocorrem coletivas ou individualmente com cada um, esse convívio, né?
E penso que o que o público pode esperar da turnê é isso mesmo. É essa banda reunida com ex-integrantes, numa formação como era ali até 1993. E tocando as músicas que viraram tão importantes. O público pode esperar essa celebração, essa troca de energia com a gente, que estamos esperando do público também.

 

Branco Mello - Foto Bob Wolfenson

Branco Mello – Foto Bob Wolfenson

 

Os anos 1980 foram bastante agitados e efervescentes para o rock nacional. Como enxergam esse cenário hoje? Houve renovação, na sua opinião? Em quais artistas da nova geração devemos ficar de olho?
TB: Realmente, os 1980 foram incríveis principalmente para o rock nacional e para essa geração da qual a gente faz parte, que colocou o rock como uma música popular mesmo, ouvida por todo mundo, aparecia nos programas de televisão e estava inserida nesse contexto da redemocratização. Isso é o que acho mais legal de tudo, a nossa geração veio afirmar aquele grito de liberdade, fim da ditadura, denunciando os horrores da ditadura e da repressão, elogiando a importância da democracia, da liberdade.
O cenário de hoje eu não acompanho muito, acho que a gente vai ficando mais velho, tem uma tendência, pelo menos eu, a escutar as coisas de que eu gostava, cada vez eu vou mais para trás. Eu posso dizer muito sobre o cenário do blues nos Estados Unidos, na década de 1930 e 1940. Não é sobre isso que estamos falando aqui (risos). Mas eu sempre fui um grande admirador da força e variedade da música brasileira. Não sou o cara mais indicado para falar de novidades, mas sou um ouvinte atento.

Olhando para trás, quais conselhos vocês dariam para os Titãs de 20 anos?
PM: Eu diria: ‘Acredite sempre e trabalhe duro’.
NR: Curioso você fazer essa pergunta, porque no meu disco, que acabei de gravar, há um verso de uma das músicas em que falo: ‘Eu não acredito em conselhos’. Então, talvez essa é uma coisa que não é concebível para mim, não dou conselho para ninguém, nem para os meus filhos, a não ser que eles peçam alguma opinião.
É que assim, não existe isso de olhar para trás, é tão especulativo que passa a ser inócuo. É claro que há muitas coisas que fiz das quais gostaria de não ter feito, mas não houve possibilidade. Tanto que eu as fiz e muitas delas involuntariamente. De todas as ordens, ações, reações, falas, comportamentos… E, óbvio, comparar com a forma com que eu vejo minha profissão hoje em dia, há muita bobagem que fiz. Mas, o que vou fazer em relação a isso? Não faço terapia de vidas passadas, não creio nisso.
TB: Vale para todo mundo: ‘Acredite em si mesmo, ouse, faça coisas diferentes e não se paute, não se mire pelo que os outros esperam de você. Surpreenda-se mesmo porque você acaba surpreendendo os outros e talvez quem sabe acabe chamando atenção e fazendo sucesso’.

Paulo Miklos - Foto Bob Wolfenson

Paulo Miklos – Foto Bob Wolfenson

 

Qual é a música preferida de cada um? Ou qual o momento favorito entre ensaio, show e composição?
PM: São muitas preferidas. Posso citar a primeira de todas: ‘Sonífera Ilha’. E meu momento predileto é, sem dúvida, o show, o encontro com o público, o palco.
TB: Não tem uma música preferida, são como filhas e filhos, cada um do jeito que é. Mas tem uma de que eu gosto particularmente que é ‘Polícia’; é uma música minha e que tem uma trajetória muito interessante dentro da carreira dos Titãs. Fiz como um desabafo e virou realmente um hino de uma geração, permanece até hoje como uma música muito atual e ela nunca trilhou os caminhos que uma música trilha para fazer sucesso, como não tocou muito em rádio, nada disso, mas se transformou em um grande sucesso.

Como foram as discussões entre os membros originais para que alguns seguissem carreira solo? Qual rompimento foi o mais difícil e por quê?
NR: Não me lembro, não tenho a menor ideia dos rompimentos. A única coisa que posso dizer é que a mais difícil foi a minha própria. Na dos outros, eu não estava presente, fora o do Arnaldo. Mas, vou dizer, o momento mais difícil que vivemos nem se compara com qualquer saída de um membro: foi a morte do Marcelo Fromer. Isso foi um desastre, uma tragédia para a vida de todos nós, que fez com que qualquer aspereza de uma eventual discussão entre nós se tornasse uma questão menor.

 

Nando Reis - Foto Bob Wolfenson

Nando Reis – Foto Bob Wolfenson

Todas as questões que geraram as saídas do Arnaldo, do Nando e do Charles foram superadas? A união de vocês está mais sólida e madura agora?
TB: Superadíssimas, parecem nem ter acontecido. Tanto é que, como eu já falei, quando a gente se encontrou agora para valer, trabalhar juntos, discutir e definir repertório, é como se nada tivesse mudado. Como se as coisas continuassem iguais, como se eu tivesse ainda uma banda com todos aqueles membros. Então, isso prova que estão tão superadas as divergências eventuais quando se tem uma relação muito profunda e forte que resiste ao tempo e à distância. Acho muito legal porque também é uma maneira de provar isso para todo mundo sem precisar explicar. As pessoas vão olhar a gente no palco e vão entender que todas as separações, as divergências, tudo aconteceu porque tinha que ter acontecido, porque é dinâmica natural do convívio, da criação artística, mas a gente está lá reafirmando o que fizemos juntos e comemorando a potência e a força da nossa música e união. Acho que essa turnê vai entrar para a história do rock brasileiro por tudo isso que estou falando.

Como é ver fãs agora mais velhos entoando hinos como “Polícia”, “Igreja” e “Bichos Escrotos”? Vocês se consideram um sucesso transgeracional? Do que vocês sabem, a maioria da plateia desses shows é composta por jovens ou por fãs de longa data?
NR: Não sei se o público vai entoar, mas vou tentar responder diante da minha expectativa. Acredito, pela maneira como eu me reaproximei desse repertório, que ele tenha força e qualidade consideradas transgeracionais. Diria mais, atemporal. Até porque a gente nunca fez música, eu também não faço, acreditando que você se comunica apenas com sua faixa etária. Acho que se comunica consigo mesmo e através dessa comunicação, aquilo que você produz no microcosmo individual se transpõe para aquilo que é universal. E, consequentemente, para aquilo que não está diretamente associado à idade. Os temas, óbvio, as músicas do ‘Cabeça Dinossauro’ foram escritas a partir de um contexto que, curiosamente, guarda mais semelhanças – o contexto político, da conjuntura nacional – com aquilo que já vivemos nos anos 1980 com o que foi nos anos 2000.
Mas a maneira como cada um ouve é tão diversificada, que é impossível mensurar. Eu encontrei, por exemplo, na votação do primeiro turno, um camarada que veio pedir foto comigo, que é fã absoluto dos Titãs com uma camisa da Seleção Brasileira. Quase perguntei para ele: ‘Mas, vem cá, você não entendeu nada?’. Então, assim, vai saber o que se passa na cabeça das pessoas, né. Acho que é provável que tenha gente de todas as idades, fãs da época. O único parâmetro que tenho é a reação das pessoas, desde quando foi anunciada a turnê, de quem me pergunta, pede convite. Aí, sim, são antigos fãs, da minha idade, gente que nunca nos viu e gosta do nosso trabalho. Também vejo isso pelo interesse dos meus filhos e netos.

 

Arnaldo Antunes – Foto Bob Wolfenson

 

A letra da música “O Pulso”, com aquela lista de doenças, faz ainda mais sentido para vocês hoje em dia?
TB: Está chamando a gente de velho, hein? Não entendi (risos)! Estou brincando. O sentido é de que o pulso ainda pulsa e isso realmente afirma essa permanência que quer dizer: passam as adversidades, passam as coisas boas e ruins, e a gente permanece ali relevante, forte, potente e afirmando e reafirmando que o pulso ainda pulsa. Agora esse outro lado que eu falei brincando também faz sentido, né? Porque estamos todos na faixa aí dos sessenta, já somos tecnicamente idosos e driblando todas as doenças, dores, mazelas, adversidades, governos ruins e dificuldades. E estamos aí cantando em altos brados que o pulso ainda o pulsa, acho que é a grande ideia dessa música brilhante, aliás, é isso mesmo. A letra afirma que a força criativa, a força de vida e a pulsão de viver se impõem sobre todas as adversidades que aparecem na nossa frente. É isso mesmo.

 

Charles Gavin - Foto Bob Wolfenson

Charles Gavin – Foto Bob Wolfenson

 

Qual o personagem que cabe a cada um de vocês na banda? Quem é o organizador, quem é o caótico do rolê, quem é o romântico, quem é o revoltado, quem é o mais ligado em inovação e quem é o mais conservador?
PM: Temos uma dinâmica muito especial. Mudamos muito de posição na hora do jogo. Se necessário, nos revezamos em ser conciliadores, questionadores ou encrenqueiros.
NR: Nenhum de nós é um personagem, o que temos são personalidades e características. De alguma maneira elas se mantêm, porque é uma dinâmica que desenvolvemos e que neste reencontro tem traços de semelhança muito grande na forma. Porque nós, embora estejamos mais velhos, estruturalmente, somos os mesmos indivíduos. Ali, vejo… Esses são alguns estereótipos, que não cabem, são muito redutores. Naquela época, eu, Marcelo e Britto estávamos mais à frente quando tínhamos que falar com empresário, gravadora, representávamos os outros. Então, é uma experiência que tive que, de certa maneira, ainda aplico. O Branco sempre foi o cara que cuidou das imagens, o Charles, mais próximo da questão técnica, do arquivo da música, da relação de conservação. O Arnaldo é aquele sujeito brilhante. O Paulo é um multi-instrumentista, multitalentoso. Ali, as características agem dentro de um equilíbrio que percebo que se mantém. Porque também é a forma que a gente conhece. É o que está acontecendo.

 

Titãs – Foto Bob Wolfenson