Com vários hits arrebentando no Spotify, no YouTube, nas rádios e nas festas de rodeio, Mioto celebra em 2022 seus dez anos de carreira, rodando o país com mega shows para recuperar o tempo perdido após dois anos longe dos palcos
No início de junho, Gustavo Mioto foi ao programa “Altas Horas”, de Serginho Groisman, para participar de uma homenagem a Fabio Jr. Lá, o jovem de Votuporanga cantou o hit de 1979 “20 e Poucos Anos” e seu famoso refrão: “Nem por você, nem por ninguém / eu me desfaço dos meus planos”. Foi com essa determinação que o cantor, hoje com apenas 25 anos de idade, já conquistou vários discos de ouro, de platina e de diamante. Sem falar nos 3 bilhões de visualizações em seus clipes no YouTube, nos seus 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify e nos milhões de fãs que já compareceram a seus shows. Gustavo Pieroni Mioto é um fenômeno do sertanejo, da sofrência e do pop brasileiro!
Agora em 2022, ele comemora dez anos de carreira. E vai celebrar essa marca com 10 projetos: três shows “Sem Cortes” (o primeiro já rolou no rodeio de Jaguariúna), três apresentações do “Pé na Areia”, em formato mais intimista (o primeiro no Rio, com Ludmilla, o segundo em Floripa, com Luan Santana, e o terceiro em Salvador), três edições do festival “Solteiro Não Trai” e um show acústico para a gravação de um novo álbum, no final do ano. “2022 está sendo uma grande festa pra mim”, diz, sorrindo.
Nesta entrevista que concedeu à 29HORAS, Gustavo fala do início de sua carreira, da crise criativa que viveu durante a pandemia e de sua atuação como empresário no segmento dos games. Confira a seguir os principais trechos dessa conversa.
Gustavo Mioto – Foto Ítalo Gaspar | Divulgação
Você nasceu em Votuporanga e teve uma banda – a Oxigênio – em São José do Rio Preto. Quais as recordações que você tem dessa fase no interior?
A Oxigênio foi meu primeiro trabalho, eu tinha apenas 13 anos e foi ótimo para eu começar a viver no mundo da música. Era uma banda de bailes e festas, mas quem conhece o ramo artístico sabe que esses grupos funcionam como excelentes escolas, em que a gente aprende muito fazendo, encarando as lições na prática. Foi um período de grande aprendizado. Tenho lembranças fantásticas de viajarmos de ônibus de uma cidade para outra, ficarmos o tempo todo convivendo… A gente respirava música. Acho que era por isso que a banda se chamava Oxigênio.
Hoje você mora em Alphaville, na Grande São Paulo. Do que mais sente falta? O que você tinha lá no interior e agora não tem mais?
Sinto falta da tranquilidade que tinha no interior. Gostaria também de poder sair com os amigos numa boa, sem preocupações. Agora organizei a minha vida para poder voltar a Votuporanga com uma frequência maior, sem que seja para ficar por lá apenas dois ou três dias. Essas pequenas viagens são boas para ficar um tempo off, limpar a mente, dar uma renovada nas energias…
Gustavo Mioto e Ludmilla – FOTO REPRODUÇÃO | INSTAGRAM
Agora falando de música, você gravou seu primeiro álbum solo com apenas 15 anos. Ser filho de Marcos Mioto – um dos maiores contratantes de shows do país – ajudou muito nesse seu sucesso precoce? O que você diz para aqueles que te acusam de ter “pulado etapas” na sua trajetória?
Ajudou, sim. Deu uma força, com certeza. Não sou hipócrita de dizer que não teve nada a ver. Mas o meu sucesso não se deve a isso. Não acho correto dizer que eu pulei etapas. Nos primeiros quatro, cinco anos da minha trajetória, nada dava certo. Cometi muitos erros a aprendi com eles. E o sucesso veio depois que eu já havia colocado um a um os tijolos que compõem os alicerces da minha carreira. Meu pai me ajudou a enxergar muitas coisas com mais clareza. Não dá para ter aquela experiência toda do meu lado e não absorver um monte de dicas boas, dos anos de traquejo que ele tem nesse setor. Conheço artistas que alcançaram o sucesso de forma ainda mais repentina do que a minha, com e sem pais famosos. Não é o fato de ser filho de sicrano ou beltrano que define o meu trabalho ou o meu êxito profissional..
Outro dia, assistindo a uma entrevista sua ao Tiago Abravanel, vi você dizer que, em 2015 ou 2016, foi demitido de uma gravadora de forma humilhante. Na sua opinião, a indústria da música é muito cruel?
Querendo ou não, um músico é um produto para a gravadora. Se ele não der resultado, vai ser tirado do mercado. É assim que funciona. Música é um negócio, e é preciso que a gente tenha a compreensão disso. Eu não acho que essa indústria seja particularmente cruel, mas nem sempre ela é justa. Tem muitos artistas talentosos que não são reconhecidos e muita gente sem talento que faz um enorme sucesso. É difícil entender.
Gustavo Mioto – foto Ítalo Gaspar | Divulgação
Em 2021, você foi o coautor e intérprete da música mais tocada do ano no país, “Com ou Sem Mim”. Como você explica esse sucesso todo? O que essa canção tem de mágico? Como ela conquista o ouvinte?
“Com ou Sem Mim” conquista porque tem muita verdade. É uma conversa, é um lamento de uma pessoa que está abrindo seu coração, libertando sua parceira para que seja feliz depois de um rompimento. A música tem uma melodia meio doída no começo, mas depois cresce e dá uma levantada, com um refrão bem chiclete, que impregna e fica na nossa cabeça. A letra é forte e tem uma parte que, para muitos, é surpreendente, com o cara privilegiando a felicidade do próximo em detrimento da sua própria. Para mim, essa canção é um sucesso por uma conjunção de diversos fatores: a melodia, o ritmo, o tema, a letra, o momento do lançamento, no auge da pandemia, com todo mundo carente… E a minha interpretação!
Observando a sua discografia, vemos que você tem apenas um álbum de estúdio e quatro ao vivo. É no palco que você se sente mais à vontade?
O ‘ao vivo’, no segmento sertanejo, é muito forte. O público adora, e eu também. Gosto do som “sujo” das gravações ao vivo, com a banda tocando junto e com plateia gritando, cantando e interagindo comigo. Pode ser que num futuro próximo eu grave mais um álbum de estúdio, mas isso é algo que demanda bastante tempo e, agora, eu só quero saber é de fazer shows, de retomar o contato com o público. Depois de anos sem subir num palco, eu quero reencontrar a galera!
O cantor se apresentando com Luan Santana – Foto reprodução | Instagram
Você gosta de apresentações cheias de luzes e recursos visuais. Que astros pop te inspiram na hora de conceber um novo show?
Gosto de efeitos de luz, de usar trucagens, elevadores, mágicas. Acho que isso tudo ajuda a tornar ainda mais imersiva e inesquecível a experiência de quem nos vê no palco. Sempre acompanho o que algumas estrelas do pop estão fazendo nesse quesito, como o Justin Bieber e o Ed Sheeran. Os shows deles são visualmente muito impactantes.
Em outra entrevista recente, você disse se lamentou por não ter feito “coisas normais que pessoas anônimas fazem na adolescência e na época da faculdade. Sinto falta de ter vivido mais amores”. Você acredita que uma juventude com mais perrengues e uma vida amorosa mais intensa teriam sido úteis para te ajudar na hora de compor hits de sofrência?
Essas coisas da vida às quais eu me referi não teriam sido incríveis só para eu escrever com mais propriedade sobre sofrência, seriam para eu escrever melhor a respeito de tudo. Saí cedo para a vida, desde os 13 eu já estava trabalhando, mas sinto que há um pequeno “gap” na minha trajetória. Eu não tive aquelas vivências e aqueles romances que muita gente tem na época da faculdade. Mas eu tenho uma bagagem que os meus amigos não têm. Foi mais ou menos nesse sentido que eu falei. Não me ressinto disso.
Gustavo Mioto no Palco – Divulgação
No final de 2020, você foi convidado pela Globo para participar do “BBB21”. Consegue imaginar como teria sido sua passagem pela edição do reality que teve Karol Conká, Fiuk, Gil do Vigor, Carla Diaz e Lucas Penteado? Já teve medo de ser cancelado?
O medo de ser cancelado é algo que afeta todo mundo hoje em dia. As pessoas são muito impiedosas e agem muitas vezes sem empatia nenhuma. Todo mundo erra. Não gosto de linchamentos virtuais e prefiro me manter longe de polêmicas bobas. Agora, quanto à minha participação no “BBB”, só posso dizer que realmente fui convidado, mas não tinha como aceitar. Muita coisa estava acontecendo aqui fora na minha carreira musical, e eu não poderia dar uma pausa em tudo por quatro meses. Como teria sido a minha participação? Não faço a menor ideia. Pelo que vejo, tudo lá é muito diferente daqui, no mundo real. Não sei como eu reagiria, como eu me comportaria.
O que você mais fez durante a pandemia? Criativamente, as quarentenas foram produtivas?
Aproveitei que o mundo parou e me reconectei à minha família. Passamos muito tempo juntos, e isso fez com que a quarentena ficasse mais leve, menos sofrida. Mas, musicalmente, para mim não foi um período produtivo. Fiquei travado, preso, deprimido. A distância da banda e dos meus colegas acabou me trazendo uma grande tristeza. Foi uma fase muito melancólica da minha vida, e as poucas canções que eu escrevi imprimiam essa angústia.
Foi nesse período que você resolveu transformar sua paixão por videogame em negócio sério e abriu uma empresa de jogos eletrônicos, com uma equipe de garotas para disputar os torneios de Rainbow Six: Siege. Como está se sentindo nesse novo trabalho?
Durante a pandemia, surgiu uma oportunidade de investirmos nesse setor de games, e então criei a 4Dreams com meus parceiros Dani Alves (do Barcelona), Fransérgio (do Bordeaux) e o PSK, da Liquid. Estamos muito satisfeitos com os resultados iniciais – no primeiro circuito de que nossa equipe participou, ficamos em segundo lugar! Acredito demais nas nossas meninas. Resolvemos investir em uma equipe feminina para fortalecer ainda mais a presença das mulheres nos games. Eu adoro jogar, mas estou me divertindo também nesse papel de cartola. Acho que herdei do meu pai algum dom para empresariar talentos! Tem sido muito massa começar um lance novo, colocar a energia em um negócio inédito para mim. É algo estimulante, enriquecedor, serve para abrir a minha cabeça. Acho que ainda vou me aprofundar muito nesse universo.
Primeira mulher a integrar o time de narradores esportivos da Rede Globo, Renata se prepara para emprestar seu timbre e sua experiência à cobertura da Copa do Mundo no Catar, em novembro
Da infância muito bem vivida no bairro de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a jornalista Renata Silveira carrega memórias sinestésicas. Da dor aguda nos joelhos, constantemente ralados em partidas de pelada na rua, aos ruídos estáticos das narrações de futebol que o pai ouvia em seu radinho de pilhas, foi nesse ambiente lúdico que descobriu que o esporte seria parte irrevogável de seu futuro.
Formou-se em Educação Física, fez pós-graduação em Jornalismo Esportivo, especializou-se em locução radiofônica e, acostumada a ser uma das pouquíssimas mulheres nos campos, nas salas de aula e nas bancadas jornalísticas da área, seguiu a contracorrente de um cenário historicamente dominado por homens. “Mas nunca me intimidei. Nada disso me impediu de acreditar que ali seria meu lugar”, conta a narradora que, agora, consagra-se pioneira. A partir de novembro, ela passa a integrar o estrelado – e cada vez mais diminuto – time de profissionais da Rede Globo escalado para acompanhar de perto os jogos da Copa do Mundo no Catar. “Serei a primeira voz feminina a narrar o maior evento do futebol mundial em TV aberta. Essa é a maior conquista profissional da minha vida”, comemora.
Renata Silveira – Foto João Cotta | Globo
Atualmente detentora de cadeira cativa nas transmissões dos jogos da Liga das Nações pelos canais SporTV, Renata concedeu entrevista exclusiva à 29HORAS. Nos trechos selecionados para estampar as páginas a seguir, ela relembra suas primeiras experiências profissionais, discorre sobre os reflexos da misoginia no cenário esportivo nacional e fornece mais detalhes sobre a cobertura da TV Globo para a primeira Copa do Mundo pós-pandemia. Confira!
Como e quando o universo da narração esportiva entrou na sua vida?
Minha grande paixão, na verdade, sempre foi o esporte. Meu pai é fissurado por futebol, vivia com seu radinho de pilhas a tiracolo, e transmitiu essa herança de amor para mim e para a minha irmã desde muito cedo. Sempre fez questão de nos levar a todas as arquibancadas possíveis, fossem elas as do pomposo Estádio do Maracanã – cuja arquitetura se tornou uma das mais vívidas e simbólicas memórias da minha infância – ou as das partidas de pelada que ele disputava com os amigos aos finais de semana.
Ao longo da adolescência, joguei futebol na rua e na quadra, basquete, handebol e me enveredei, também, pela dança. Hoje, até mantenho uma academia, a La Vie Danse, em Bonsucesso, onde são ministradas aulas de ballet, jazz, sapateado e outras modalidades. Mas a verdade é que eu nunca havia cogitado me tornar narradora. Era algo tão distante, que nem se apresentava como uma possibilidade. Minha escolha profissional intuitiva foi a Educação Física. O jornalismo esportivo só me “aliciou” de vez em meados de 2014…
Renata Silveira – Foto Globo | Juliana Coutinho
Esse “aliciamento” veio, então, só durante sua passagem pela Rádio Globo, certo? Em 2014, você participou do concurso “Garota da Voz”, seletiva organizada pela emissora para encontrar vozes femininas para narrações esporádicas. Conte um pouco sobre essa experiência. Você ainda sente os ecos desse momento na sua carreira hoje?
Sem dúvida. O que eu trago de mais bonito dessa experiência é o caráter desbravador da tentativa. O “Garota da Voz” oferecia um prêmio que, por décadas, foi praticamente inimaginável. Estar ao lado de tantas mulheres, lutando por um espaço para suas vozes foi muito especial para minha trajetória profissional e, sobretudo, humana. Foi ali, inclusive, que descobri que havia mulheres narradoras em quem me inspirar, e que aquele espaço poderia ser meu. Participei do concurso muito despretensiosamente. Precisava de um estágio na área e meus amigos diziam que minha voz era potente, então gravei um áudio narrando o gol do Ronaldo na final da Copa do Mundo de 2002, enviei à rádio e algumas semanas depois já estava entre as vinte selecionadas para ganhar essa oportunidade de carreira. Foi ali que eu imergi na comunicação e nunca mais parei.
A jornalista na final do concurso “Garota da Voz”; – Foto reprodução | Instagram
De lá para cá, você entrou para o hall de pioneiras no meio esportivo. Tornou-se a primeira mulher a narrar oficialmente um jogo da seleção em uma rádio nacional, firmou-se na bancada de comentaristas dos Jogos Olímpicos de Tóquio e agora faz história mais uma vez como a primeira narradora da Copa do Mundo em TV aberta. O que essas conquistas representam para você e para o cenário futebolístico nacional?
Eu me sinto honrada pelo título de “pioneira”, mas eu nunca quis que fosse assim. É triste pensar que demorou tanto para estarmos aqui. Meu mais sincero desejo era que eu fosse apenas mais uma entre tantas mulheres que já tivessem conseguido alcançar esse espaço. Mas, enquanto ainda engatinhamos, creio que seja um marco crucial para desestruturar estigmas e preconceitos no esporte.
Aliás, é no mínimo curioso que, após 21 edições da Copa do Mundo, essa seja a primeira que contará com uma narradora em TV aberta. Para você, por que demorou tanto tempo para mulheres atingirem esse posto? Ainda convivemos com um cenário esportivo de forte misoginia?
Em realidade, esse é um traço cultural que ultrapassa o esporte. Nossa sociedade foi estruturada sobre bases machistas. Enquanto público, não estamos preparados para assistir, ouvir, admirar e consumir conteúdos produzidos por mulheres. Mas é claro que, quando falamos sobre futebol, a situação se agrava. Até meados de 1940, nós éramos proibidas de jogar, de assistir e até de comentar sobre o esporte. Desaceleraram nossos passos e, por isso, estamos chegando tão tardiamente. Primeiro, as repórteres vieram desbravando o terreno; depois, as comentaristas fincaram suas opiniões nas bancadas; e, agora, finalmente chega a vez das narradoras. Espero que seja o último passo para um cenário de maior equidade.
Quais são as suas expectativas para a próxima Copa? Como a equipe brasileira chega à competição após todo esse período pandêmico e de retornos tímidos?
Essa, sem dúvidas, será uma Copa atípica, começando pelo fato de ser uma das raríssimas edições marcadas para o final do ano – e não para julho, como tradicionalmente acontece. Somados a essa mudança de agenda, ainda estão todos os traumas que com certeza traremos após esses dois anos de pandemia. Os jogadores vêm mais cautelosos, mas também com muita sede de jogo. Ainda é cedo para prever, mas acredito que o Brasil tenha grandes chances de terminar a primeira fase em primeiro dentro de sua chave. Como narradora da Liga das Nações, posso afirmar que não estamos em um grupo fácil. Sérvia e Suíça (esta, agora com novo técnico) têm se saído muito bem nos campeonatos europeus e devem brigar bastante pela segunda posição, enquanto Camarões provavelmente ocupará a última colocação do grupo. Em relação às seleções sul-americanas e asiáticas, a preocupação é um pouco menor, estamos mais preparados para esses embates. Em geral, será um desafio interessante…
Renata em set de gravação dos Estúdios Globo – Foto Globo | João Cotta
E como está sendo a sua preparação para a Copa? De que fontes tem bebido nesse momento preliminar?
As narrações europeias têm sido meu maior estudo. Tenho aproveitado a Liga das Nações para conhecer a fundo a tática das seleções europeias, analisar as qualidades e as vulnerabilidades de cada grupo, e aquecer minha voz para emoções ainda mais intensas. Também tenho lido muito sobre o país, sua história e seus estádios. Esse mergulho na cultura local é essencial.
Então você irá ao Catar? O que já pode adiantar sobre a cobertura que a Rede Globo está preparando para essa edição?
Ainda não há nada confirmado. Assim como nos Jogos Olímpicos de Tóquio, contaremos com uma cobertura híbrida e a equipe in loco será reduzida, ainda devido aos protocolos sanitários mundiais. Serão aproximadamente 80 profissionais no Catar e uma grande equipe no Brasil, em um super set tecnológico montado nos Estúdios Globo, estabelecendo essa conexão direta entre os continentes. Mais de 300 horas de conteúdo poderão ser acompanhadas pelo SporTV 2 e diretamente no Globoplay, inclusive por não-assinantes. Outra novidade é que as transmissões nos canais por assinatura da rede poderão ser assistidas em resolução 4K, proporcionando uma vivência imersiva ainda mais impressionante.
Por fim, após anos tão difíceis, qual será a principal mensagem dessa Copa do Mundo?
Apostando no clichê? Esperança. Vamos viver a Copa da superação, da emoção e da empatia. Acredito muito que aquele sentimento familiar que tanto nos unia a cada quatro anos em frente à TV deva voltar ainda mais latente, após tantos anos adormecido. Para a jornalista e esportista Renata Silveira, essa será a Copa da realização de um sonho. Para o mundo, será a Copa do recomeço.
Em abril de 2022, Renata no Estádio Mané Garrincha, onde protagonizou a primeira narração feminina de um jogo de futebol em TV aberta – foto reprodução | Instagram
Sede da Copa do Mundo 2022, Catar é um pequeno país com grandiosos templos da arte, da arquitetura, do luxo, da religião e, agora, também do esporte
Em 21 de novembro de 2022, quando soar o apito inicial do primeiro jogo da Copa do Mundo, os olhos do planeta inteiro estarão voltados para o Catar. E uma coisa é certa: as pessoas ficarão surpresas com o que verão. De centro de comércio de pérolas no Golfo Pérsico, o pequeno país se tornou um dos maiores exportadores de gás natural do mundo. Riquíssimo e com um território menor que o de Sergipe, o Catar se modernizou e virou um dos mais pujantes polos turísticos e econômicos do Oriente Médio. A Copa deste ano é a coroação da incrível trajetória de uma pequena nação destinada à grandeza.
Shutterstock – Foto divulgação
Seu principal cartão de visitas é a capital, Doha, que mistura ambientes futuristas com antigas tradições árabes. Na cidade aparecem, de um lado, os arranha-céus moderníssimos de West Bay e, do outro, o Souq Waqif – bazar com mais de um século de história e lojas que vendem tapetes, ouro, perfumes e especiarias.
Vista aérea da Ilha The Pearl, em Doha – Foto iStock
Conecta esses dois lados de Doha a via chamada Corniche, um calçadão de 7 km que cerca as águas onde navegam embarcações de madeira conhecidas como “dhow”, típicas do Catar. Com vista panorâmica para a cidade, o local está junto ao imperdível Museu de Arte Islâmica, do arquiteto I. M. Pei – responsável pela pirâmide do museu do Louvre, em Paris. Seu interior exibe uma das melhores coleções de arte islâmica do mundo, com cerâmicas, azulejos e tecidos de centenas de anos.
E a 10 minutos de distância dali fica outra joia arquitetônica: o novo Museu Nacional do Catar, inaugurado em 2019, projetado por Jean Nouvel (prêmio Pritzker de arquitetura) e que conta a história do país.
Museu de Arte Istâmica – Foto Shutterstock
Aos arredores de Doha
Perto da capital está a Education City, com obras arquitetônicas incríveis como a Biblioteca Nacional do Catar – que, com mais de um milhão de livros, tem um exterior que lembra um diamante. O lugar é também um museu ao ar livre, com obras de artistas renomados em suas ruas e praças, como as esculturas de bronze batizadas de “The Miraculous Journey”, do britânico Damien Hirst.
Já a 40 km Doha se encontra a Dahl Al Misfir, acessível caverna que chega a 40 metros de profundidade – e que impressiona com os raios de luz de aspecto sobrenatural que invadem seu interior. A 110 km da capital, o sítio arqueológico de Al Zubarah é considerado Patrimônio Mundial pela Unesco: é um lugar onde existiu um importante centro de comércio de pérolas no século 18 e 19 e que, hoje, exibe um fotogênico forte muito bem preservado.
E Khor Al Udaid é um dos pontos mais lindos do Catar: trata-se de uma área onde dunas que chegam a 40 metros de altura dividem a paisagem com o mar. Esse local mágico é explorado em passeios com veículos 4×4.
Deserto Khor Al Udeid – Foto Shutterstock
Uma nova cidade
O país está apresentando ao mundo nos últimos anos – e, especialmente, neste ano de Copa – muitas atrações turísticas. A maior delas é uma cidade novinha em folha chamada Lusail, projetada para ter pelo menos 200 mil habitantes e cheia de parques, hotéis, shoppings e obras grandiosas.
Um dos símbolos de Lusail são as Katara Towers, edificações curvas que, juntas, exibem uma forma que lembra a lua e que abrigam hotéis de luxo, escritórios e restaurantes. Também na novíssima cidade, a Place Vendôme é um centro de lazer, gastronomia e compras de luxo, com uma arquitetura de inspiração francesa e um canal vindo do mar que corta toda a sua extensão.
Katara Towers, em Lusail – Foto iStock
Mas a joia da coroa é o recém-construído Lusail Stadium, com capacidade para mais de 80 mil espectadores e que sediará a final da Copa do Mundo. Após o torneio, o local se transformará em um complexo com lojas, cafés, espaços esportivos e centro de saúde.
Entre os oito estádios da Copa, há pelo menos outros três que, por sua beleza, merecem uma visita. Na cidade de Al Khor, o Al Bayt Stadium encanta com seu formato que lembra uma tenda usada pelos nômades no deserto. Já o Al Janoub Stadium, situado na cidade de Al Wakrah, é inspirado no formato da embarcação “dhow”. E há ainda o espetacular Al Thumama Stadium, que exibe um formato circular que remete à “gahfiya”, tradicional touca usado por homens e meninos no mundo árabe.
Al Bayt Stadium – Foto Shutterstock
Ao chegar ao Catar nos próximos meses, espere encontrar mais atrações recém-inauguradas. A sofisticada loja de departamento francesa Printemps abrirá uma unidade na capital em setembro de 2022. Também em Doha, o West Bay North Beach é um empreendimento que oferecerá praias privativas e diversos restaurantes e cafés de frente para o mar.
Para continuar no espírito da Copa do Mundo, vale a pena visitar também o recém-inaugurado 3-2-1 Qatar Olympic and Sports Museum – museu com um acervo dedicado à história dos esportes no mundo.
Al Janoub Stadium, em Al Wakrah – Foto iStock
Recomendações para lá de importantes
Evite visitar o Catar entre junho e agosto, quando as temperaturas passam facilmente dos 40ºC. O melhor período no país é entre novembro e abril, quando o clima está mais ameno e propício para passeios na capital e no deserto.
Para chegar, é fácil. Com voos diretos entre o Brasil e o Catar de duração aproximada de 14 horas, a Qatar Airways foi eleita, em 2021, a melhor companhia aérea do mundo pela Skytrax World Airline Awards, premiação considerada o Oscar da aviação.
O pouso no país por sua vez, é realizado no Hamad International Airport, eleito o melhor aeroporto do mundo em 2021 também pela Skytrax. E o melhor: o aeroporto está a apenas 15 minutos do centro de Doha.
Excelentes opções de hospedagem não faltam. O hotel W Doha, por exemplo, fica em West Bay, com quartos com decoração artística e diárias a partir de US$ 220. Já o Four Seasons parece um palácio árabe, fica junto a uma praia e tem diárias a partir de US$ 550. Vale lembrar que é possível chegar com navios de cruzeiro a Doha e, durante a Copa, algumas dessas embarcações serão usadas como hotéis flutuantes.
Hamad International Airport, a quinze minutos de Doha – Foto iStock
Para aqueles que ainda desejam programar uma viagem ao Catar para assistir à Copa do Mundo, a CVC Corp vende pacotes de quatro noites para diferentes períodos do Mundial, com hospedagem com café da manhã no City Centre Rotana, hotel 5 estrelas de Doha. Inclui traslados do aeroporto ao hotel, dois dias de transfer entre hotel e estádio, além de ingresso para um jogo e serviços no estádio.
Também estão inclusos um ingresso para evento off-site (evento privativo oficial fora do estádio), seguro-viagem e suporte local ao passageiro, com guias brasileiros. Os pacotes saem a partir de US$ 8.240 por pessoa em acomodação dupla e o aéreo não está incluso.
Já na Decolar, ainda estão disponíveis passagens aéreas para o Catar. Com embarque em 22 de novembro, a passagem (ida e volta) de São Paulo para Doha começa em R$ 9.256. Há ainda opções de viagem em 26 de novembro e 1º de dezembro.
Turistas brasileiros não precisam de visto para entrar no Catar. Porém, as regras podem mudar de uma hora para outra. Sempre pesquise informações atualizadas sobre novas possíveis exigências. E as regras sanitárias para ingresso no país também estão em constante mudança. Antes de viajar, consulte os protocolos sanitários para ingresso na nação árabe no site (www.visitqatar.qa/intl-en/plan-your-trip/travel-tips/reopening-qatar-visitors).
Dicas culturais
Mesmo com um ambiente de modernidade, o Catar é um país muçulmano conservador: nas ruas e outros lugares públicos, os visitantes devem usar roupas que cubram pelo menos os ombros e joelhos. Na hora de visitar mesquitas, é importante que as mulheres carreguem um véu na bolsa, para cobrir os cabelos ao entrar nos templos.
Em mercados tradicionais como o Souq Waqif, peça desconto nos produtos que quer adquirir – e não é preciso falar árabe nessas e em outras interações, já que muitos nativos sabem se comunicar em inglês. No mundo muçulmano, a sexta-feira é o dia de folga, quando muitos negócios se encontram fechados, pricipalmente as feiras de ruas.
E lembre-se: com tantas possibilidades de passeios no Catar, a viagem tem tudo para ser surpreendente!
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