Após sucesso no Brasil, a atriz Maria Fernanda Cândido conquista o mundo com papéis em filmes de Hollywood e da Europa

Após sucesso no Brasil, a atriz Maria Fernanda Cândido conquista o mundo com papéis em filmes de Hollywood e da Europa

A atriz vive grande fase no cinema e no streaming internacional, não abre mão de projetos no Brasil e faz parte de reflexões sobre desejo, movimento, mudanças e a vida contemporânea

O desejo é desorganizador e faz as coisas saírem do controle. É como o movimento, nos tira de um lugar, nos joga em outro. Caminha à procura de um objeto – aquilo ou alguém que sabemos o que é, e não sabemos mais logo depois. A curiosidade e a sensibilidade de entender quem se é e o que se quer, é um pouco o que a atriz Maria Fernanda Cândido, natural de Londrina, no Paraná – mas cidadã de muitos lugares – tem mostrado em cada projeto a que se propõe.

Essa busca subjetiva se materializa no documentário “O Incerto Lugar do Desejo”, de Paula Trabulsi, que conta com narração e atuação de Maria Fernanda – e agora está disponível no streaming do Petra Belas Artes. A produção traz a atriz no papel de Ana Thereza, que é o ponto de partida para que os entrevistados abordem o objeto principal: o desejo, e suas formas e possibilidades de crescimento, ascensão e, além disso, de que maneira ele pulsa em todos nós.

 

Foto | Lucas Seixas

 

Desejo é assunto de muitos. Filósofos, psicanalistas, neurocientistas, atores, antropólogos, linguistas. Assim como muitos outros temas, que atravessam a vida contemporânea. É preciso ter um espaço para discutir e debater tudo isso. Com esse propósito surgiu a Casa do Saber, em 2004, – instituição da qual Maria Fernanda é sócia e curadora do ciclo de Leituras Dramáticas. “Fiz faculdade de Terapia Ocupacional, mas lá sentia a necessidade de me aprofundar em temas como filosofia, então junto a amigos pagávamos por aulas e leituras com um professor”, conta.

Desse grupo, vieram outros amigos, parceiros e professores. “A Casa do Saber, hoje, é um espaço de disseminação de conhecimentos, e busca se aprofundar no diálogo acessível e plural que envolve as diferentes formas de se pensar a vida e a sociedade”. Com a pandemia, os cursos e as produções digitais foram ampliados, na Casa do Saber +, a plataforma de streaming do espaço. Entre aulas sobre neurociência e arte brasileira, por exemplo, também aparecem conteúdos muito especiais, como a minissérie “Infinito Brasileiro”, com Gilberto Gil. Agora, a Casa do Saber já chega a quase meio milhão de seguidores no Instagram.

 

Foto Lucas Seixas

Foto Lucas Seixas

 

Abismo de si

Maria Fernanda Cândido faz muitos mergulhos. “Escolho papéis que falam de alguma forma comigo, o que me norteia nessas escolhas são as personagens, os projetos”, reflete. Ler “Paixão Segundo GH”, livro de Clarice Lispector, de 1964, é, sem dúvida, uma imersão, ficar submerso. É se deparar com um enredo aparentemente banal, à primeira vista. Depois entender que é uma história sobre o pensar e o sentir, uma viagem por dentro da subjetividade da protagonista-narradora, GH, que decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço de seu apartamento, depois da demissão da empregada doméstica, Janair.

Com estreia prevista para este ano, o longa “A Paixão Segundo GH”, inspirado no clássico homônimo e dirigido por Luiz Fernando Carvalho, propõe um retorno à obra, com a atriz no papel principal – na verdade, ela é o elenco. “Foi abismal, uma experiência marcante, mas é importante destacar a relação com a empregada, a Janair, que me parece crucial nesse livro, uma verdadeira ponte para a imersão de GH em si”, enfatiza.

Isso porque, ao adentrar o desconhecido, a patroa desenrola o enredo. “O quarto da empregada é o lugar que ela desconhecia no universo de sua própria casa, isso diz muito. Clarice propõe um mergulho nos aspectos sociais, tradicionais na formação da nossa sociedade… isso nos anos 60, e é muito atual. Ainda há espaço para as reflexões da autora hoje, por isso esse filme é tão importante.”

E ainda virão outros. 2022 é período de muitas estreias, como o longa italiano “Bastardos a Mão Armada”, de Gabriele Albanesi, e “Vermelho Monet”, de Halder Gomes, rodado em Lisboa, Paris e Londres, que também estão entre os projetos com a atriz que chegam ao público neste ano.

 

Em “Bastardos a mão armada” | FOTO FRANCESCO MARINO

 

Embarque certo

Entre filmes produzidos em diferentes partes do mundo, Maria Fernanda reforça seu lugar incerto, do movimento, ao mesmo tempo que se coloca como corpo e voz do Brasil, de suas raízes. “Tenho uma mala de mão sempre pronta”, conta. Na prática, são duas residências, em Paris e em São Paulo – para os testes e filmagens na Europa e aqui. “Mas nos últimos tempos, por causa de todos esses projetos, tenho ficado pouco em cada uma delas.” O grande momento internacional da atriz talvez tenha se evidenciado em “O Traidor”, longa italiano dirigido por Marco Bellocchio, lançado ao público em 2021 e muito visto e aplaudido mundo afora. O filme foi indicado à Palma de Ouro de Cannes. Por sua interpretação de Maria Cristina, Maria Fernanda Cândido recebeu o prêmio de melhor atriz no Kineo Awards, em Veneza, e no Prêmio das Nações, do Festival de Taormina, na Sicília, além de ter sido uma das atrizes elegíveis ao Bafta, uma das mais importantes premiações do entretenimento mundial.

 

Maria Fernanda Cândido no filme “O Traidor” | FOTO MARCIO AMARO

 

O longa conta a história de uma guerra generalizada entre os chefes da Máfia Siciliana pelo controle do tráfico de heroína. Tommaso Buscetta, um integrante de alto escalão, foge para se esconder no Brasil e a trama se aprofunda. “Trabalhar com Marco Bellocchio foi algo especialíssimo. Ele é um dos grandes diretores do nosso tempo, do mundo. Sua forma de fazer cinema, de criar é genuína. É até difícil elencar o que foi mais intenso dessa experiência para mim.”

 

Fantástica e latina

Com essência no teatro e no cinema, é inevitável que, hoje, o trabalho de Maria Fernanda também tenha chegado nos streamings. A atriz está confirmada na segunda temporada da série “El Presidente”, um dos grandes sucessos da Amazon, que é inspirada na vida do ex-presidente da FIFA João Havelange. Sua estreia no streaming é interpretando Anna Maria Havelange, esposa de Havelange, que é vivido pelo ator português Albano Jerónimo. As filmagens já foram iniciadas no Uruguai e o brasileiro Du Moscovis também está no elenco.

Os projetos são mesmo diversos, furam as bolhas, chegam a muitas pessoas, a grupos diferentes. E, agora, todo o trabalho da atriz se evidencia na participação em “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”, que é um dos longas mais aguardados pelo público para 2022 – com estreia para abril. Maria Fernanda vive a bruxa Vicência Santos. “Foi a primeira vez que meus filhos se despediram de mim alegres, diziam ‘vai lá, mamãe’, felizes”, lembra. Os adolescentes estão empolgados para ver a mãe nas telonas, ao lado de Eddie Redmayne e Jude Law, dentro do universo de Harry Potter e de J.K Rowling, assim como todo o país e os fãs dos bruxos.

 

A atriz no papel de Vicência Santos, no longa “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”, produção derivada da saga Harry Potter | FOTO JAAP BUITENDIJK

 

“Não imaginava! Quando fiz o teste, ainda não sabia ao certo como seria o roteiro e o papel, foi uma grande alegria! Os filmes já faziam parte da nossa família, da nossa história, e a Vicência é muito potente, representa os bruxos do mundo latino, fala um pouco com todos nós”, antecipa.

A energia criativa e pulsante de Maria Fernanda Cândido, em tantos trabalhos, inspira um ano mais ativo, para fora, com encontros pelo mundo e novas ideias efervescentes, além de mudanças necessárias que precisam acontecer. “2022 é uma oportunidade para fazermos um estudo, estou confiante de que será um período decisivo para melhor, com eleições no país e mais enfrentamento à pandemia.”

Com e-commerce e seis lojas-conceito espalhadas pelo país, Casa Reviva reverte parte das vendas em ações de impacto social

Com e-commerce e seis lojas-conceito espalhadas pelo país, Casa Reviva reverte parte das vendas em ações de impacto social

Nas lojas da Casa Reviva, bom gosto e consumo consciente são experiências complementares. Com duas filiais em São Paulo, duas no Rio de Janeiro, uma em Florianópolis e outra em Curitiba, o espaço reúne e revende produtos confeccionados por mais de 120 artesãos de todas as regiões do país e destina parte da receita obtida para projetos comunitários no Brasil e na África. Desde 2013, a rede já contribuiu com a distribuição de mais de 50 mil refeições e a construção de duas escolas na região rural de Nampula, em Moçambique, e no Jardim Gramacho, bairro da Baixada Fluminense.

 

Escola Construída pelo projeto em Moçambique | Foto Divulgação Casa Reviva

Escola Construída pelo projeto em Moçambique | Foto Divulgação

 

Expostos nas vitrines físicas e digitais da marca, há bolsas, cosméticos, obras de arte, itens de decoração e artigos de papelaria com assinatura de microempreendedores regionais e artistas renomados, como a designer Patricia Maranhão. A rede possui ainda sua própria grife de roupas, com peças em capulana – tecido colorido africano adquirido com comerciantes moçambicanos –, e uma linha de bem-estar, com velas, aromatizadores e cerâmicas originais. Cada venda representa uma doação para iniciativas voltadas à geração de renda de comunidades periféricas, ao saneamento básico, à educação e à capacitação profissional de mulheres.

 

Peças de decoração vendidas pela Casa Reviva nas lojas | Foto Divulgação

Peças de decoração vendidas pela Casa Reviva | Foto Divulgação

 

Endereço

Rua Inácio Pereira da Rocha, 404, Pinheiros, São Paulo – SP

https://casareviva.com/

Lojas físicas:

Casa Reviva Pinheiros – Rua Simão Álvares,986
Shopping VillaLobos – terceiro piso
Shopping Jardim Sul – segundo piso
Shopping Golden Square – segundo piso
Barra Shopping – piso américas ao lado do Starbucks

Vinhos tintos de verão: Conheça 5 rótulos refrescantes que combinam perfeitamente com a estação mais quente do ano

Vinhos tintos de verão: Conheça 5 rótulos refrescantes que combinam perfeitamente com a estação mais quente do ano

Alguns vinhos tintos combinam perfeitamente com o verão, basta escolher rótulos refrescantes

Com a chegada da estação mais quente do ano vem sempre aquele senso comum de que vinho tinto é para beber no inverno e os brancos, no verão. Claro que um gostoso espumante, um refrescante branco e um sedutor rosé nos vem à mente nesses dias, na beira de piscina, na cadeira da varanda, na praia, no piquenique, porém gostaria de apresentar alguns rótulos tintos que se adequam ao verão, especialmente por sua estrutura.

 

FOTO SOLOVYOVA | ISTOCKPHOTO

 

É o caso da uva Gamay, aquela dos deliciosos vinhos do estilo francês Beaujolais. Aqui no Brasil, a Miolo produz um gama com as próprias leveduras – é um vinho fresco e frutado que deve ser consumido em temperatura mais baixa do que normalmente consumimos os tintos.

Outros exemplos são os vinhos da casta Pinot Noir, com suas diversas alternativas, como os Aurora Pinot Noir Varietal, ou o Pinto Bandeira e o Talise Pinot Noir (Vinci Vinhos). Há também os vinhos da gostosa uva País do Chile, como o Pedro Parra (WorldWine), e o Dolcetto D’Alba – italiano com grande frescor e sedutora fruta, além do Dogliani San Luigi (Mistral).

 

 

Da esquerda para a direita: Vinho Gamay, da Miolo; Aurora Pinot Noir Varietal; Pinto Bandeira; Talise Pinot Noir; e Dogliani San Luigi | Foto Divulgação

 

Todas essas castas citadas acima lhe darão grande prazer, sempre refrescados a 12ºC ou 13ºC, o que se consegue em 15 minutos de balde com gelo e água. Um vinho refrescado realça a acidez e a fruta, isso possibilita curtir perfeitamente um tinto no verão.

Para harmonizar, priorize sanduíches, saladas que incluam mozzarella e tomates, além de bruschettas, quiches diversas, saladas de batata com rosbife, e mesmo os antepastos italianos tão gostosos como as caponatas, os pimentões sem pele e temperados, as azeitonas temperadas e o queijo parmesão.

Aproveite sua taça no verão sem medo. Saúde!

Cafeterias de Campinas: Conheça 3 lugares aconchegantes para aproveitar em dias chuvosos

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Já que este verão tem sido uma combinação de altas temperaturas e aguaceiros periódicos, conheça algumas cafeterias aconchegantes em Campinas para se proteger desse clima chuvoso

 

Estação Valentina

Localizado na ala gastronômica do Shopping Unimart Mall, o restaurante Estação Valentina une o charme das antigas estações de trem londrinas ao melhor da culinária brasileira e internacional, com seus risotos, escondidinhos e paillards servidos em pranchas individuais. Lá, o chope é armazenado em tonéis de madeira, e uma adega de vidro reúne mais de 1.200 rótulos de vinhos do Velho e do Novo Mundo. O espaço é ideal para um café da tarde em clima nostálgico, basta pedir um chocolate quente ou uma tábua de frios para dividir com os amigos.

Av. Império do Sol Nascente, 350, Chácara da República

 

Foto Divulgação

 

 

Café Du Centre

Com matriz na cidade de Itapema, em Santa Catarina, e dez franquias espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, a Café du Centre fixa um de seus espaços – o maior do país – no bairro do Cambuí. Além da decoração inspirada nas docerias parisienses, o lugar esbanja sofisticação em um cardápio de dar água na boca. Tem sanduíches, empanadas, quiches, pães de queijo e espressos incrementados com chantilly e algodão-doce. Mas as estrelas do menu são mesmo os croissants, preparados à moda francesa ou em adaptações ousadas e brasileirinhas, como os recheados com doce de abóbora, coco, cream cheese e nozes, ou os banhados em Nutella.

Av. José de Souza Campos, 271, Cambuí

 

 

Foto Divulgação

 

 

Nebline Confeitaria

Chuva e doces compõem o match perfeito, e a confeitaria Nebline é a prova disso. O espaço é um empreendimento do chef paranaense Heeid Albuquerque, vencedor da competição culinária “Que Seja Doce”, do canal GNT. Lá, os bolos de festa confeitados dividem as vitrines com opções despojadas e criativas, como os tostadinhos salgados, os cheesecakes e os brownies tradicionais de chocolate ou originais, feitos com matcha, Oreo e doce de leite. Para beber, a dica é experimentar um dos refrescantes Sodas Spritz, coquetéis não-alcoólicos nos sabores maçã verde, tangerina ou cranberry.

Rua Santo Antônio, 382, Cambuí

 

 

 

 

 

 

Indicados ao Grammy 2022, Clarice e Sérgio Assad aliam a paixão pela arte e o carinho de família em composições reconhecidas mundo afora

Indicados ao Grammy 2022, Clarice e Sérgio Assad aliam a paixão pela arte e o carinho de família em composições reconhecidas mundo afora

Para os Assad, música é sinônimo de afeto. Herança familiar que percorre as veias e o sobrenome de gerações inteiras. “Tive um avô bandolinista, uma avó que cantava todos os sucessos da Rádio Nacional, tios músicos e um pai violonista clássico que compunha comigo desde quando eu era bem pequena. A arte é nosso álbum de recordações”, conta Clarice Assad, cantora, arranjadora e pianista carioca, que hoje coleciona peças escritas com a colaboração do pai, Sérgio. As mais recentes integram o álbum “Archetypes”, tecido e lançado durante a pandemia.

 

Sergio e Clarice Assad em estúdio | Foto Carolina Rodriguez

 

“É uma coletânea de arranjos inspirados em alguns dos arquétipos junguianos. Foi uma ideia de Clarice que abracei com muito gosto”, conta Sérgio, que planejava performar o repertório ao vivo em 2021, em uma série do 92nd Street Y, de Nova York, com o tema ‘Mitos e Lendas’. Com as medidas de isolamento social, o show foi cancelado, mas a obra invadiu as plataformas digitais.

Das 12 faixas que compõem o álbum, quatro são composições de Sérgio, quatro de Clarice e o restante, contribuições do quarteto norte-americano Third Coast Percussion. “Foi a parceria perfeita. A riqueza tímbrica que eles aportam, usando instrumentos de percussão clássicos em sonoridades inovadoras, faz de ‘Archetypes’ algo único e bastante raro no mercado da música de concerto contemporânea”, conta o pai.

 

Sérgio & Clarice Assad | Foto Divulgação

 

A virtuosidade inegável das composições rendeu frutos. Este ano, o álbum concorre ao Grammy Awards em três categorias – Melhor Composição Clássica Contemporânea, Melhor Performance de Grupo de Música de Câmara e Melhor Gravação do Ponto de Vista Técnico. “Essa indicação ao maior prêmio da música internacional representa o reconhecimento de uma vida inteira dedicada à música. Somos dois brasileiros em um gênero artístico, infelizmente, ainda muito elitista. Atingir esse lugar é uma esperança de que, no futuro, a música de concerto esteja mais perto de ser para todos”, comenta Clarice.

No caminho por uma maior democratização da música erudita, a artista aposta suas fichas na inovação. “Misturar gêneros e estilos é o grande barato da música clássica contemporânea. Por que não unir o ‘erudito’ ao jazz, à MPB e ao choro? Juntos eles podem ter muito mais força, e nossa intenção é ir sempre além do que nos precede, para inovar e contribuir com novas ideias.”