Entrevista com o VP Sênior da BYD Brasil: “Nossa meta é estar entre as três marcas mais vendidas no Brasil nos próximos cinco anos”

Entrevista com o VP Sênior da BYD Brasil: “Nossa meta é estar entre as três marcas mais vendidas no Brasil nos próximos cinco anos”

Com expansão de infraestrutura e estratégias de marketing inovadoras para atrair mais consumidores, a BYD se torna líder na venda de híbridos e elétricos no país

Com sede na China, a primeira fábrica da BYD no Brasil foi inaugurada em 2015, em Campinas, para montar ônibus 100% elétricos. Dois anos depois, a empresa iniciou a produção de módulos fotovoltaicos e, em 2021, passou a comercializar carros no país. O trabalho e a inovação constantes trouxeram a liderança na venda de veículos 100% elétricos em 2023, comercializando mais do que o dobro de todos os concorrentes combinados. “Já atingimos a marca de 60 mil veículos vendidos em 2024 — um crescimento de 227% em relação ao ano anterior”, afirma Alexandre Baldy, Vice-Presidente Sênior da BYD Brasil e Head Comercial e Marketing da BYD Auto.

Eleita pela revista americana “Times” como uma das 100 empresas mais influentes do mundo, a BYD integra o Pacto Global das Nações Unidas (ONU), uma iniciativa que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania. Em entrevista à 29HORAS, Alexandre Baldy aprofunda as tendências de novos modelos, tecnologias e iniciativas de marketing no segmento de carros elétricos no Brasil.

 

Alexandre Baldy, VP Sênior da BYD – foto divulgação

 

Como a marca adapta sua estratégia de marketing para atingir os consumidores brasileiros ainda pouco familiarizados com a mobilidade elétrica?
A BYD chegou para revolucionar o mercado brasileiro com carros mais tecnológicos, seguros, bem equipados, com acabamento premium e um excelente custo-benefício. Nossas ações têm como objetivo promover a mobilidade elétrica como uma opção viável e sustentável. O apresentador Luciano Huck tem sido um grande parceiro da marca e nos ajudou a levar a mensagem da BYD para milhões de brasileiros. Somos uma greentech com o maior time de pesquisa e desenvolvimento entre todas as montadoras do mundo. Mais de 100 mil engenheiros trabalham para desenvolver novas tecnologias e aprimorar nossos produtos.
Somente em outubro deste ano, superamos nossa marca histórica mensal de mais 9 mil vendas e 7,4 mil unidades emplacadas no Brasil. No entanto, apesar dos números positivos e com uma forte tendência de crescimento, temos um desafio de enfrentar notícias falsas e levar informação verdadeira para que as pessoas entendam os benefícios da eletrificação, ainda mais no Brasil que possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo.

Além do enfrentamento à desinformação, quais outros desafios a BYD observa no mercado brasileiro?
Estamos fortemente empenhados com o mercado brasileiro, e a construção da nossa fábrica em Camaçari, na Bahia, é um exemplo desse compromisso. Não à toa, estamos investindo R$5,5 bilhões na nossa nova planta, que, além de criar 20 mil empregos diretos e indiretos, terá capacidade para produzir até 150 mil veículos por ano em uma primeira fase de operação e 300 mil em um momento posterior. Temos também um projeto importantíssimo em andamento: estamos desenvolvendo o motor híbrido flex que, além da gasolina, pode utilizar etanol, um combustível verde e produzido em larga escala no nosso país. Mas o principal desafio é a infraestrutura de recarga. Precisamos ter cada vez mais carregadores, especialmente os de alta velocidade para facilitar o deslocamento nas cidades e nas estradas. Fizemos uma parceria com a Raízen Power para a instalação de 600 carregadores em oito cidades e o número deve crescer ainda mais.

 

Modelo BYD King, novo sedã híbrido da marca – foto Pedro Bicudo

 

Como a marca planeja se diferenciar de outras que adentram o segmento de mobilidade elétrica no país?
Temos uma abordagem profundamente enraizada no Brasil e uma visão de longo prazo. Esse compromisso se estende à nossa estratégia de integração de diversas soluções de mobilidade sustentável, incluindo carros elétricos, ônibus, caminhões, sistemas de transporte ferroviário (como o SkyRail, monotrilho da linha 17-Ouro do metrô de São Paulo), além de módulos fotovoltaicos para energia solar. Essa estratégia nos permite oferecer não apenas veículos, mas um ecossistema completo que tem como foco reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Em nossa comunicação, enfatizamos essa visão ampla e integrada, destacando que a BYD é uma parceira no desenvolvimento de um mundo mais verde e inovador.

Quais são os planos da empresa para o futuro próximo no Brasil em termos de novos modelos, tecnologias e iniciativas de marketing?
A BYD planeja consolidar sua presença com produção local de veículos, incluindo novos modelos elétricos e híbridos. Como nosso maior mercado fora da Ásia, o Brasil é um país estratégico para a expansão global da marca, e nossa meta é estar entre as três marcas mais vendidas nos próximos cinco anos. Esse crescimento será apoiado pela expansão da rede de concessionárias, que deve fechar em 2024 com mais de 150 unidades em operação pelo Brasil. Nosso objetivo é conectar a BYD aos brasileiros como a marca líder em mobilidade elétrica. Para isso, desenvolvemos estratégias de marketing que mostram os benefícios de economia, sustentabilidade e tecnologia dos nossos veículos.

 

Interior do BYD King – foto Pedro Bicudo

 

BYD
• 1.000 colaboradores no Brasil
• Chegou ao país em 2014
• 7 em cada 10 carros elétricos vendidos no Brasil são da marca
• Líder na venda de carros híbridos

Entrevista com a VP de marketing da Visa: “Queremos estar ao lado dos nossos clientes em seus pequenos passos”

Entrevista com a VP de marketing da Visa: “Queremos estar ao lado dos nossos clientes em seus pequenos passos”

Carla Mita, vice-presidente de marketing da Visa, fala do patrocínio às Olimpíadas e da conexão entre o esporte e o novo posicionamento global da marca, que valoriza não só os triunfos, mas também os pequenos movimentos que as pessoas fazem até atingir seus objetivos e metas

Visa é líder mundial em pagamentos digitais e atua em mais de 200 países. Seus clientes são tão diversos quanto os participantes de uma Olimpíada e, não por acaso, a empresa é uma das principais patrocinadoras desse que é o maior evento esportivo do planeta. Mais do que “apenas” uma bandeira de cartões de crédito, a Visa é uma empresa de tecnologia e inovação. E, para quem pensa que o Pix e os novos meios de pagamento vão aniquilar os cartões, dados da ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) revelam que, no 1° trimestre de 2024, foram feitas 10,8 bilhões de transações – uma alta de 11,3% em relação ao ano passado e o maior número de pagamentos com cartão já realizados em um só trimestre!

Para falar um pouco mais sobre esse setor em acelerada transformação, conversamos com Carla Mita, que em outubro de 2023 assumiu o cargo de vice-presidente de marketing da Visa.

 

Carla Mita, vice-presidente de marketing da Visa – foto divulgação

 

Patrocinar a Olimpíada é como ganhar a medalha de ouro do marketing? Como esse apoio se conecta ao novo posicionamento global da Visa?
Com certeza. O esporte é uma poderosa ferramenta para aproximar marcas de pessoas. A Visa apoia as Olimpíadas há quase 40 anos e acreditamos que o espírito olímpico tem muito a ver com a nossa razão de ser: atuamos em centenas de países e promovemos a integração desses diferentes povos e culturas. Teremos uma grande operação em Paris, com mais de mil funcionários in loco. Só do Brasil, vamos levar cerca de 300 convidados, entre parceiros e consumidores (portadores de cartões). O nosso novo posicionamento global destaca como a Visa pode apoiar as pessoas em suas vidas. Não somente no êxito, mas ao longo de toda construção. Valorizamos todos os pequenos movimentos nessa jornada até a realização de objetivos e metas. O esporte tem muito a ver com isso, com o aperfeiçoamento contínuo, a evolução passo a passo, as pequenas vitórias até o triunfo – a conquista de uma medalha.

A nova campanha do Visa Infinite, protagonizada pelo Pedro Andrade, ajuda a reforçar essa ideia?
Iniciamos essa ação “O Mundo é Infinite” no ano passado, com o Zeca Camargo, e agora trouxemos o Pedro. Nossa intenção é deixar cada vez mais claro que Visa é o cartão de quem gosta de viajar. Queremos estar ao lado do viajante em todos os momentos. É sobre estar junto. Nossas credenciais (cartões) trazem comodidades que ajudam antes, durante e depois da viagem. Somos úteis na compra do bilhete, no embarque (com o fast pass), na oferta de 1.250 Lounges Vip no mundo todo, nas compras em qualquer lugar do planeta, no seguro-saúde e muito mais. Com o Pedro, também daremos boas dicas para o planejamento de quem vai à França para os Jogos. Ele protagoniza vídeos com dicas de uma Cidade Luz fora do óbvio, para quem quiser explorar Paris a partir de um olhar diferenciado.

Além da Olimpíada, que outros eventos a Visa apoia?
Há muito tempo, somos parceiros da Fifa. Nas Copas do Mundo, quem está com a Visa dispõe de várias vantagens. Em setembro, teremos pela 1ª vez no Brasil um jogo da NFL (liga estadunidense de futebol americano), na NeoQuímica Arena. Vai ser bem especial. Este ano entramos na Fórmula 1, patrocinando as equipes da Red Bull. No GP de São Paulo, em novembro, teremos várias ações em Interlagos. E nossa atuação não é só no esporte, apoiamos também o D23, megaevento da Disney que pela 1ª vez será realizado na América Latina. Será uma grande festa em novembro no Transamérica Expo Center.

 

Pedro Andrade em Paris, na campanha “O Mundo é Infinite” – foto divulgação

 

A cada dia, menos gente usa dinheiro físico, em papel. Os novos meios de pagamento estão reduzindo a participação e a importância da Visa?
O mercado de meios de pagamento nunca evoluiu tão rápido como nesses últimos 5 anos. Novas formas de pagamento vêm surgindo, mas isso não reduz a nossa importância. O Pix é um concorrente no segmento das compras em débito, mas ele não é só um desafio para a nossa atuação, ele abre também novas oportunidades. Graças a ele, quase toda população brasileira está digitalizada. Isso facilita a nossa captação de novos usuários de cartões. E, quando alguém faz um Pix, utiliza as soluções de segurança que fornecemos para o Banco Central e outras instituições. Idem para quem faz uma transação com sua Apple Wallet ou paga o ônibus com seu bilhete eletrônico.

E como a Visa se utiliza da Inteligência Artificial?
A Visa é uma empresa que lida com bilhões de dados dos usuários de seus cartões. Com a ajuda de modelos de I.A. e respeitando todas as regras da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), transformamos esses dados em informações importantes para o gerenciamento de riscos, a detecção de comportamentos suspeitos e o acionamento de dispositivos de segurança e até para o direcionamento de campanhas ao público certo. Isso tudo resulta em uma operação sempre com maior produtividade, mais assertiva, com menos fraudes e, no final das contas, com melhores resultados.

Por fim, como funciona o programa Visa Causas?
É um programa muito legal, lançado em 2017. Para participar, é só cadastrar seu cartão Visa e escolher uma causa ou uma das instituições certificadas que você quer que seja beneficiada. Aí, a cada movimentação feita com seu cartão, a Visa faz uma doação para essa entidade, que pode ser da área de educação, meio ambiente, saúde ou diversidade & inclusão. É uma maneira de fazer o bem sem nenhum esforço ou custo.

VISA
• Fundada em 1958, em Fresno, na Califórnia
• Hoje presente em mais de 200 países
• 4.4 bilhões de cartões emitidos
• Cartões aceitos em mais de 130 milhões de
estabelecimentos
• 290 bilhões de transações realizadas nos
últimos 12 meses