Indicados ao Grammy 2022, Clarice e Sérgio Assad aliam a paixão pela arte e o carinho de família em composições reconhecidas mundo afora

por | fev 14, 2022 | Música, Pessoas & Ideias | 0 Comentários

Para os Assad, música é sinônimo de afeto. Herança familiar que percorre as veias e o sobrenome de gerações inteiras. “Tive um avô bandolinista, uma avó que cantava todos os sucessos da Rádio Nacional, tios músicos e um pai violonista clássico que compunha comigo desde quando eu era bem pequena. A arte é nosso álbum de recordações”, conta Clarice Assad, cantora, arranjadora e pianista carioca, que hoje coleciona peças escritas com a colaboração do pai, Sérgio. As mais recentes integram o álbum “Archetypes”, tecido e lançado durante a pandemia.

 

Sergio e Clarice Assad em estúdio | Foto Carolina Rodriguez

 

“É uma coletânea de arranjos inspirados em alguns dos arquétipos junguianos. Foi uma ideia de Clarice que abracei com muito gosto”, conta Sérgio, que planejava performar o repertório ao vivo em 2021, em uma série do 92nd Street Y, de Nova York, com o tema ‘Mitos e Lendas’. Com as medidas de isolamento social, o show foi cancelado, mas a obra invadiu as plataformas digitais.

Das 12 faixas que compõem o álbum, quatro são composições de Sérgio, quatro de Clarice e o restante, contribuições do quarteto norte-americano Third Coast Percussion. “Foi a parceria perfeita. A riqueza tímbrica que eles aportam, usando instrumentos de percussão clássicos em sonoridades inovadoras, faz de ‘Archetypes’ algo único e bastante raro no mercado da música de concerto contemporânea”, conta o pai.

 

Sérgio & Clarice Assad | Foto Divulgação

 

A virtuosidade inegável das composições rendeu frutos. Este ano, o álbum concorre ao Grammy Awards em três categorias – Melhor Composição Clássica Contemporânea, Melhor Performance de Grupo de Música de Câmara e Melhor Gravação do Ponto de Vista Técnico. “Essa indicação ao maior prêmio da música internacional representa o reconhecimento de uma vida inteira dedicada à música. Somos dois brasileiros em um gênero artístico, infelizmente, ainda muito elitista. Atingir esse lugar é uma esperança de que, no futuro, a música de concerto esteja mais perto de ser para todos”, comenta Clarice.

No caminho por uma maior democratização da música erudita, a artista aposta suas fichas na inovação. “Misturar gêneros e estilos é o grande barato da música clássica contemporânea. Por que não unir o ‘erudito’ ao jazz, à MPB e ao choro? Juntos eles podem ter muito mais força, e nossa intenção é ir sempre além do que nos precede, para inovar e contribuir com novas ideias.”

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