Alessandra Negrini, estrela de “Cidade Invisível”, aponta a necessidade de preservar a cultura e o meio ambiente

Alessandra Negrini, estrela de “Cidade Invisível”, aponta a necessidade de preservar a cultura e o meio ambiente

Alessandra Negrini segue atuando em trabalhos no streaming e em formatos online com resiliência e intenso dinamismo.

Na vida virtual e on demand que levamos, Alessandra Negrini está em todas. A atriz paulistana está no elenco de “Cidade Invisível”, série da Netflix que estreou este ano e narra as investigações de um assassinato, que se desenrola em uma batalha entre o mundo real e um reino habitado por criaturas folclóricas brasileiras, que vivem entre as pessoas comuns. Sua personagem, Inês, é dona de um bar em um bairro boêmio do Rio de Janeiro. A empresária se revela meio bruxa, até que mostra sua identidade folclórica – ela é a Cuca. “Nana neném/Que a Cuca vem pegar/ Papai foi na roça/ Mamãe foi trabalhar”, Inês cantarola nas cenas.

Além da bruxa, que não tem cabeça de jacaré na série – diferente das histórias de Monteiro Lobato – “Cidade Invisível” traz a sereia Iara, o saci, o curupira, entre outros personagens da cultura popular do Brasil. E se engana quem pensa que a produção foi assistida apenas por quem ouviu essas lendas desde cedo. A série foi distribuída para 190 países e esteve entre os conteúdos mais visto da plataforma em 40. “É muito lindo levar nossas histórias e as raízes brasileiras para fora. Uma aventura fascinante e eu me sinto muito honrada em fazer parte desse projeto”, conta. A segunda temporada já foi confirmada pela Netflix.

Desde que a pandemia restringiu as atividades culturais, grupos teatrais criaram peças encenadas virtualmente. Espetáculos online assumiram uma linguagem cinematográfica, criando um híbrido entre cinema e teatro. Foi o caso da peça “A Árvore”, protagonizada e produzida por Alessandra, que esteve em cartaz de fevereiro a abril no teatro Faap. A atriz interpretou uma escritora que, ao ser enredada por uma planta, começa a se transformar em uma árvore. A personagem passa a maior parte da trama dentro de seu apartamento — instalação que foi montada no teatro –, mas cenas gravadas em que ela aparece em uma floresta também atravessam a narrativa. “Tentamos fazer esse diálogo da palavra com a imagem”, explica.

 

Foto: Pablo Saborido | Amaro

Foto: Pablo Saborido | Amaro

 

Entre saudades da rua, do Carnaval de São Paulo, de estar com amigos e família, Alessandra segue encarando a realidade com sua conhecida naturalidade, mas com muito trabalho. Neste mês, estreia nos cinemas o filme “Acqua Movie”, o sexto longa do diretor pernambucano Lírio Ferreira, em que Alessandra interpreta uma mãe que viaja de carro com seu filho, saindo de São Paulo até Pernambuco em uma travessia para resgatar o afeto mútuo. Veja a seguir os principais trechos da entrevista que ela concedeu à reportagem da 29HORAS.

Sua relação com a cidade de São Paulo sempre foi intensa, como rainha do bloco Baixo Augusta e moradora. O que mudou com a pandemia? Você vê a cidade de outra forma agora?

Tudo mudou. Primeiro ficou claro que a presença da natureza é importante, vital para a sobrevivência! Comecei a reparar nas árvores, tão generosas, no meio das grandes avenidas, do ar poluído. Como fazem diferença e, às vezes, a gente nem percebe. Passei a andar muito a pé, vejo as pessoas fazendo isso, virou uma questão de saúde mental. E o que é São Paulo sem a cultura? Sem exposições, cinema, teatro, bares? O que sobra? Os parques, a arquitetura, as luzes da cidade. Temos essa beleza também, temos que reeducar o nosso olhar para uma vida do lado de fora. Toda grande cidade tem isso! Nossa cidade pode melhorar muito nesse quesito. Imagina se os rios fossem despoluídos? Que diferença!

A pobreza nas ruas também aumentou muito. São Paulo é incrível, eu amo, mas só vai ser a grande cidade que ela pode ser quando acolher a todos, sem exceção.

Qual é o seu lugar preferido em São Paulo?

É difícil escolher apenas um. Adoro o Parque do Ibirapuera, o Estádio do Pacaembu, o Edifício Copan, a Rua Augusta e o Parque Buenos Aires.

 

Paulistana de corpo e alma, Alessandra é rainha do bloco de rua Baixo Augusta; na foto, ela no carnaval de 2018 - Foto: Frâncio de Holanda

Paulistana de corpo e alma, Alessandra é rainha do bloco de rua Baixo Augusta; na foto, ela no carnaval de 2018 – Foto: Frâncio de Holanda

 

De 2013 até 2020, como foi sua relação com o bloco? O que ele representa para você?

O Baixo Augusta acabou se tornando uma parte importante da minha vida, do meu ano, aconteceu de maneira inesperada, absolutamente espontânea. Aquilo foi crescendo, crescendo e nos últimos carnavais levamos mais de um milhão de pessoas para a rua! É uma explosão de alegria e uma experiência amorosa com a cidade. Ocupamos a rua com respeito, alegria e música! Não é lindo?! Só posso dizer que tenho muito orgulho de fazer parte dessa história que, sem falsa modéstia, se confunde com a própria história do crescimento do carnaval de rua de SP. Hoje é um dos maiores do Brasil. E para aqueles que ainda insistem em falar mal do carnaval, vale a lembrança da importância econômica desse evento para a cidade.

Além do Baixo Augusta, o que mais sente falta no carnaval? Como espera aproveitar os próximos quando as condições sanitárias permitirem?

As pessoas estão com saudade de ocupar as ruas, de estarem juntas sem medo, seja lá quando for, não precisa ser no carnaval! Precisamos estar uns com os outros, senão a vida perde o sentido. Queremos trabalhar e amar, é isso o que a gente quer e é o básico! A pergunta é: se já existe vacina, por que ainda estamos assim? Por que estamos tão longe do fim dessa pandemia? Até quando teremos que ver a vida dos brasileiros devastadas? É inadmissível! Não dá nem para pensar no carnaval do ano que vem!

Por falar em protocolos, quando você for vacinada, qual é a primeira coisa que pretende fazer ou qual lugar pretende ir?

Quando eu estiver vacinada…não sei, talvez encontrar amigos também vacinados e dançar um pouco, dar risada, mas enquanto todos não estiverem vacinados, não vai mudar muita coisa.

 

A atriz em "A Árvore", projeto híbrido de teatro e cinema - Foto: Divulgação

A atriz em “A Árvore”, projeto híbrido de teatro e cinema – Foto: Divulgação

 

O espetáculo “A Árvore” foi adaptado para o formato online neste ano. Como tem sido a experiência híbrida de teatro e cinema? Como é atuar com o intermédio da tecnologia no teatro?

Acabou não sendo uma peça e, sim, um híbrido com o audiovisual. Precisávamos fazer com que existisse uma conversa. No teatro nós temos o texto, as palavras são muitas; e no cinema a imagem é o que importa. Tentamos fazer esse diálogo da palavra com a imagem. Falo muitas vezes para a câmera, o que poderia ser um recurso teatral, mas também nos preocupamos muito com a beleza e a força da imagem. Tem uma viagem na criação das imagens que é, a meu ver, cinematográfica. E a trilha sonora é bem presente e embala tudo isso. Tivemos uma equipe de teatro e de cinema mesmo, atuando e criando de forma conjunta. Uma diretora de teatro, a Ester Lacava, e um de cinema, o João Wainer, isso foi um diferencial. A luz está bem ousada. Foi uma aventura muito interessante para nós, e espero que para o público também. Fiquei muito satisfeita com o resultado.

Como é a sua relação com as redes sociais? Por que ter 50 anos é assunto? Para você, quais são os temas urgentes que precisam ser discutidos por lá?

Fui descobrindo aos poucos. No começo, eu tinha vergonha de ficar postando, fazendo cara de linda, me enaltecendo. Pensava, ‘meu Deus, que coisa ridícula, esse exibicionismo todo!’. Aí eu fui me acostumando, vendo que o jogo é esse e eu tinha que fazer parte dele mesmo. O mundo vai mudando e a gente também muda. Descobri um lado legal, que é a brincadeira, o bom humor e a relação direta com os fãs. É divertido e me sinto querida, me faz bem. Quem não gosta disso? Além de ser um lugar para defender suas ideias e convicções, mostrar um pouco de quem você é. As pessoas gostam. Comecei a enxergar na rede social um espaço eficiente de comunicação e, mesmo que eu enfrente algum dilema diante da relevância de postar uma selfie, ainda assim, quando alguém diz ‘obrigada, você me traz esperança, alegrou o meu dia’, é bacana, passa a fazer algum sentido.

Discutir idade é um assunto antigo, fora de moda. O Brasil precisa se atualizar, mas aos poucos as pessoas vão se acostumando e, quem sabe um dia, a gente vire um país adulto, como são os países europeus onde as pessoas aprenderam a desfrutar com prazer e sem culpa as suas diferentes idades. E o público me acompanha não pela minha idade. Pelo menos eu quero acreditar, acho que é mais profundo do que isso, do que essa superficialidade. As pessoas gostam de mim pelo que sou. Eu sou um conjunto de coisas, sou várias coisas, não quero ser reduzida a apenas isso.

 

Alessandra Negrini no papel de Inês, na série "Cidade Invisível", ao lado do ator Marco Pigossi - Foto: Alisson Louback | Netflix

Alessandra Negrini no papel de Inês, na série “Cidade Invisível”, ao lado do ator Marco Pigossi – Foto: Alisson Louback | Netflix

 

“Cidade Invisível”, da Netflix, traz personagens que são entidades do folclore brasileiro. Na sua opinião, como o público do streaming interagiu com essa narrativa? A série foi muito vista fora do Brasil também…

O folclore é algo vivo, são histórias que passam de geração para geração. A receptividade pelo público do streaming foi muito boa, e certamente isso tem a ver com o fato de tantos de nós termos crescido escutando essas histórias. Eu sou muito grata a minha mãe, que me apresentou todos esses personagens desde cedo. Ela era uma grande contadora de história e fez com que eu me apaixonasse por esse universo. Sobre a série, o que tenho a dizer é que é muito lindo levar nossas histórias, as raízes brasileiras, para mais de 190 países. Um orgulho mesmo!

A série também traz um recorte muito atual, da degradação ambiental e do assédio do mercado imobiliário em regiões antes preservadas. Como você vê essas questões hoje no país?

Esse é o ponto central da série e é tratado de uma maneira muito inteligente, porque nos pega pelo coração e nos faz pensar. Não temos um planeta B. Não teremos uma segunda chance, mas temos escolhas. A questão ambiental é uma questão política, social e econômica que precisa ser encarada pelos nossos governantes como algo prioritário. É a vida humana nesse planeta, é o ar que a gente respira, a água que a gente bebe, a comida que a gente come. Como isso pode não ser tratado como algo de extrema importância? Para o Brasil de hoje não é, o que me faz pensar o que será o Brasil de amanhã.

Antes de ser atriz, você estudou Jornalismo e Ciências Sociais, e foi professora de inglês. O que você traz dessas diferentes atuações?

Tudo. Tudo o que estudei e aprendi ao longo da vida me ajuda na hora de conceber um novo projeto, de preparar uma nova personagem. Me abriu a escuta, me treinou o olhar para o mundo, me ajudou a entender que a gente sempre tem algo a aprender e nunca está pronto.

Qual é o seu desejo para 2021? Já tão difícil e intenso, mas que ainda não acabou.

Vacina! Vacina para todos.

 

Foto: Pablo Saborido | Amaro

Foto: Pablo Saborido | Amaro

Protagonista de “Verdades Secretas”, Camila Queiroz se prepara para voltar aos sets de filmagem

Protagonista de “Verdades Secretas”, Camila Queiroz se prepara para voltar aos sets de filmagem

Entre reflexões pandêmicas e trabalho em casa, a atriz Camila Queiroz se prepara para as gravações da continuação da novela de enorme sucesso “Verdades Secretas”

Camila Queiroz é mesmo tudo o que se vê: talento e beleza impactantes. Mas sua simpatia e seu papo reto pegam de surpresa quem pensa que a atriz e modelo de Ribeirão Preto, deixou o sucesso subir à cabeça. É que a fama veio de uma hora para outra, muito rápido, com o papel da protagonista Angel na novela “Verdades Secretas”, de Walcyr Carrasco, em 2015. Apesar da intensa repercussão, a paulista permaneceu com seu jeito tranquilo e simples de garota do interior, com consciência de onde veio, de seu esforço e da família para colher os bons frutos.

 

Foto - Henrique Gendre

Foto – Henrique Gendre

 

A TV Globo já programa as gravações de “Verdades Secretas 2” para este ano ainda turbulento e incerto de pandemia. E trabalhar é o principal desejo da atriz para 2021. “Quero recuperar o tempo em que estive parada, sinto falta de ir para o set de gravação, estou com saudades de salas de cinema e de teatro, espero que a situação melhore para que esses lugares voltem, e o principal desejo é sem dúvida trabalhar!”

Sobre quarentena, pandemia e vírus, Camila segue empática e resiliente. “Fiquei o ano todo em casa, dividindo tarefas domésticas com o Klebber (Toledo, também ator e marido), consegui adaptar meu trabalho para a realidade remota, usei as redes sociais para me comunicar e trabalhar, mas sei que isso foi possível para mim e uma parcela muito pequena do audiovisual e da cultura! Equipes técnicas, de maquiagem, de figurino, todos sofreram muito com esse período”, reflete.

Para fugir da realidade dura que todo o país atravessa, a atriz é como cada um de nós, liga os streamings, procura boas séries e bons documentários para maratonar e, de vez em quando, escapa para algum refúgio na natureza com o marido. “Agora estou dedicada aos estudos do roteiro de ‘Verdades Secretas’, mas quando tenho tempo assisto a algum filme ou série, o último documentário que vi me surpreendeu muito! Chama ‘Lady Di: Suas Últimas Palavras’ (agora disponível no Disney+), em que a própria princesa Diana narra a sua história, é emocionante e surpreendente”, indica.

 

Camila Queiroz e seu marido, o também o ator Klebber Toledo, com seus pets - Foto Arquivo Pessoal

Camila Queiroz e seu marido, o também o ator Klebber Toledo, com seus pets – Foto Arquivo Pessoal

 

Princesa Esmeralda

A infância de Camila Queiroz foi como a de muitas crianças de sua geração – provavelmente a última que não cresceu em meio à tanta tecnologia. Hoje com 27 anos, a garota ribeirãopretana recorda das brincadeiras nas ruas com amigos que moravam perto de sua casa. “Foi um período muito lúdico, me permiti viver, sem saber que estava fazendo isso”, lembra, com muito afeto. “Eu brincava muito na rua, todos juntos, não tinha coisa de menina, de menino, a gente usava a criatividade para explorar os ambientes disponíveis para se divertir.”

Foi com esse espírito criativo e imaginativo que a atriz, ainda criança com apenas 10 anos de idade, produziu a sua primeira peça de teatro. “Eu era a diretora, junto a amigas e bonecas, e a peça se chamava ‘Princesa Esmeralda’, não lembro bem, mas era assim que a gente criava naquele ambiente, não tínhamos muito acesso à cultura, e eu já tinha muito o desejo de me envolver com arte.”

Com 14 anos, Camila foi morar sozinha em São Paulo, para trabalhar como modelo para uma agência e os sonhos começaram a deslanchar. “Foi quando me deparei com as responsabilidades de administrar o dinheiro que minha família enviava, além de fazer as tarefas de casa, amadureci muito e sempre recebi apoio”, conta.

 

Foto - Henrique Gendre

Foto – Henrique Gendre

 

Cosmopolita de corpo e alma

Nova York e Japão estão no coração e no passaporte da atriz. Com 16 anos foi morar no Japão contratada por uma agência local. Aos 18, mudou-se para Nova York dando continuidade à carreira de modelo, onde participou de campanhas internacionais, como a da marca Armani Exchange. “Conheci muito pouco o Japão, fiquei apenas um mês em uma rotina de trabalho intenso, e foi logo no ano do desastre causado pelo terremoto em Fukushima, em 2011, precisei voltar correndo”, lembra. “Com certeza depois de vacinada é o destino internacional que estará na minha lista!”

Camila morou por mais tempo nos Estados Unidos. “Ia aos meus testes de trabalho sempre andando, amava passear por Nova York, caminhava pelo Central Park, pela Times Square, me adaptei super fácil, sou muito cosmopolita”, diz. Mas em 2015 a carreira deu uma grande reviravolta, quando foi chamada para fazer um teste na Globo para viver uma modelo na novela de Walcyr Carrasco, em que passou e interpretou Angel, uma jovem ingênua que possui o sonho de ser uma modelo de sucesso, mas acaba trabalhando no mundo da prostituição de luxo. “Verdades Secretas mudou tudo para mim, foi um divisor de águas, já queria voltar ao Brasil depois de 3 anos nos EUA, tinha o desejo de estudar para ser atriz e ainda não tinha o dinheiro, mas com a novela foi possível”, lembra.

E não parou mais. Em 2016, repetiu a parceria com Walcyr Carrasco e integrou o elenco da novela das seis “Êta Mundo Bom!”, interpretando Mafalda. Em 2017, a atriz protagonizou ao lado de Mateus Solano a novela das sete “Pega Pega” e, em 2019, viveu a vilã Vanessa na novela das sete “Verão 90”. Neste ano, Camila espera manter o ritmo de trabalho acelerado. “Já posso dizer que ‘Verdades Secretas 2” vai surpreender muito, mas evito a ansiedade”, promete a atriz, que também planeja projetos para os streamings em breve.

 

Foto - Henrique Gendre

Foto – Henrique Gendre

 

Finalista do BBB20, Rafaella Kalimann se prepara para estrear como atriz e dá uma dica para se dar bem no reality-show

Finalista do BBB20, Rafaella Kalimann se prepara para estrear como atriz e dá uma dica para se dar bem no reality-show

Nascida em 1993 na pequena Campina Verde, no Triângulo Mineiro, Rafaella Freitas Ferreira de Castro cresceu, se transformou em Rafaella Kalimann, ganhou o mundo e hoje tem quase 20 milhões de seguidores no Instagram. Segunda colocada na edição 2020 do “Big Brother Brasil”, ela ficou nacionalmente conhecida como fada sensata e como ferrenha defensora dos direitos da mulher durante o período em que esteve confinada na Casa do reality-show. 

 

FOTO GUILHERME LIMA

 

Senhora de seu destino e dona de seu corpo, Rafaella é uma referência para garotas do país todo com seu visual turbinado por silicone, botox, apliques capilares e tatuagens. Em seu ombro esquerdo, tem gravada na pele a frase: “Espalhe a luz”. É isso o que ela faz: ilumina o cotidiano de suas seguidoras com fotos e mensagens inspiradoras. 

A influencer mora em Goiânia, mas tem também um apartamento em São Paulo e, em breve, deve ganhar um endereço no Rio de Janeiro – em maio, ela foi contratada pela Globo para atuar no remake da novela “Pantanal” e protagonizar uma produção na plataforma de streaming Globoplay.
 

Em conversa com a reportagem da 29HORASRafa fala de sua trajetória, da preparação para sua estreia como atriz na TV e ainda aproveita para dar algumas dicas a quem quiser ter uma boa performance em um reality-show.

 

Rafaella Kalimann desfilando quando adolescente – FOTO ARQUIVO PESSOAL

 

Desde pequena você queria ser modelo, estar sob os holofotes? Quais as primeiras manifestações desse desejo que você deu em casa ou na escola? Sempre se achou bonita? Que parte do seu corpo não gostava?
Isso nasceu comigo, não é algo que a certa altura despertou em mim. Desde os 6 anos de idade, já colocava os meus pais sentados no sofá e desfilava para eles, como se eles fossem uma plateia que estava ali para me ver. Na adolescência, achava que as minhas pernas eram muito grossas e que não estavam dentro do “padrão”. Depois cresci, desisti de me encaixar nesses padrões e passei a aceitar o meu biotipo. Não queria mais ser como fulana ou sicrana. Decidi ser a Rafa.

 

Você veio para São Paulo bem jovem, para modelar. Que memórias você tem desse tempo? 
Vim para São Paulo com 14 anos, após ser selecionada em um concurso que recrutava jovens modelos para bookers e agências do Brasil e do exterior. Foi uma fase muito difícil, com pouco trabalho, baixa remuneração e uma vida cheia de privações. Sou de uma família humilde, e o dinheirinho que o meu pai conseguia mandar para eu me sustentar não era suficiente nem para as coisas mais básicas. Deixei de participar de castings porque não tinha a grana da condução. Um dia, quando percebi que o meu sonho não estava evoluindo e que eu estava apenas lutando para sobreviver, resolvi dar um passo para trás e voltar para a casa dos meus pais.

 

FOTO GUILHERME LIMA

 

De volta a Minas, passou a dedicar seu tempo para se tornar uma influencer. Quem eram as suas ídolas naquele momento? Sua conterrânea Thássia Naves foi uma inspiração para essa guinada?
Assim que voltei, entrei na faculdade de Psicologia. Mas eu ainda adorava desfilar, então comecei a postar meus looks no Instagram. Meu melhor amigo fazia as fotos e eu modelava. A Thássia foi, sem dúvida, uma grande inspiração. Ela e outras poderosas blogueiras, como a Camila Coelho. Notei que havia um potencial nessa comunicação pelas redes sociais. Me aprofundei, estudei e tentei achar um nicho para mim. Me encontrei quando comecei a trabalhar no segmento de moda no atacado. Aí meu perfil no Instagram decolou tanto na quantidade de seguidores como no número de marcas interessadas em se ao meu nome.

 

Em 2013 você começou a atuar como embaixadora da ONG Missão África. Como você se envolveu com esse bonito trabalho?
Quando retornei à casa dos meus pais, não estava feliz. Mas estabeleci uma conexão muito forte com a fé, com o divino, com a palavra de Deus. E aí surgiu no meu coração um desejo de missionar. Um dia, uma conhecida postou que estava indo para a África fazer um trabalho humanitário. Entrei em contato com ela e fui muito bem recebida na ONG da qual ela fazia parte, a Missão África. Promovi um bazar para juntar os recursos necessários para financiar a minha viagem e, poucos dias depois, embarquei para Moçambique, para ajudar as populações carentes de lá.
Chegamos a uma comunidade devastada por um ciclone. As pessoas estavam famintas e saquearam o nosso caminhão, que estava levando comida, remédios e água potável para eles. Todos estavam desesperados e não aguentaram esperar. Vi que precisava fazer mais por aquela gente, e armei uma vaquinha no meu Instagram, na expectativa de levantar R$ 400 mil em quatro meses. Nos primeiros três dias, angariamos mais de R$ 700 mil! Mais uma vez, ficou claro para mim que as redes sociais não são apenas um espaço para vaidades e negócios, é também uma poderosa ferramenta de mudança social. Ela ajuda a promover o bem, quando as intenções são boas e o trabalho é sério.

 

Foto Arquivo Pessoal

 

Aí, no final de 2019, quando você já tinha 2,9 milhões de seguidores, surgiu o convite para participar do “Big Brother Brasil 2020”. O que a fez aceitar? Ficou com medo de sujar a sua imagem?
Quando recebi o convite, minha primeira reação foi sentir muito medo. Sempre amei o “Big Brother Brasil”, mas a exposição que ele provoca é algo assustador. Por um bom tempo, fiquei pesando os prós e os contras. Decidi aceitar porque aquele era um sonho que eu acalentava desde a minha infância. Não seria correto correr da raia. Eu queria muito vivenciar aquela experiência! E não me arrependo de nada. O programa é muito bem-feito, a produção é muito cuidadosa. É isso que faz a gente se soltar, se entregar. Eu aceitaria passar por tudo aquilo de novo, quantas vezes me chamassem.

 

A certa altura, você passou a liderar a ala das “Fadas Sensatas” lá na casa do “BBB20”. Quando foi que você teve o clique para assumir esse papel? O que te impeliu a confrontar aqueles machinhos tóxicos?
O clique veio de longe, lá de quando eu cheguei a São Paulo ainda menina e tive de enfrentar um universo machista e opressor. Desde essa época eu passei a exigir respeito. Naquela situação específica, a treta dos meninos nem foi diretamente comigo, mas todas nós demos as mãos e fomos para cima. Mexeu com uma, mexeu com todas! Não dá para admitir aquele tipo de comportamento. Ensinamos para eles o significado das palavras empatia e sororidade.

 

Rafa Kalimann e Thelma Assis, a campeã do “BBB20” – FOTO DIVULGAÇÃO

 

Quando a pandemia chegou ao Brasil, você estava confinada na casa do “BBB20”. Que pensamentos vieram à sua mente quando soube do que estava acontecendo aqui fora?
Percebemos que estávamos literalmente em uma bolha, isolados mesmo de todo o resto do planeta. A produção foi muito cuidadosa, nos sentimos muito protegidos, mas não tínhamos noção da gravidade da situação. Fiquei muito preocupada com meus pais, com meus avós e com as pessoas que ajudamos lá na África. Mas eu só entendi mesmo a real dimensão do problema quando saí da casa. Até aquele dia, a Covid havia matado menos de 5 mil pessoas no país. Hoje, já são quase 200 mil vidas perdidas!

 

O que você aprendeu no “BBB”? Vivemos em um mundo absolutamente polarizado e dividido. A convivência lá dentro era pior do que aqui fora? Vocês descobriram da pior maneira a importância da tolerância?
É transformador. Aprendi a importância da tolerância desde que vivi em repúblicas de modelos, com tanta gente diferente em um mesmo lugar. Lá dentro da casa do “BBB20” eu cresci muito. Me conheci melhor, senti o quanto é necessário ter fé, descobri o quanto eu gosto da minha família, adquiri muita inteligência emocional e aprendi a lidar melhor com a pesada pressão psicológica. Me diverti, vivi intensamente cada momento e tirei lições positivas até das situações mais desagradáveis. A polarização do mundo atual estava lá dentro também. E a convivência lá na casa é complicada porque ninguém está ali a passeio. Existe uma competição, existem os egos, existem as provocações, as estratégias, os segredos…

 

Quais dicas você pode dar para quem quiser ganhar o “BBB”? Se posicionar é importante? Sempre?
Minha dica é óbvia, mas é absolutamente verdadeira: seja quem você é. Não dá para enganar o público quando sua vida é acompanhada por dezenas de câmeras 24 horas por dia. Lá dentro até dá para você eventualmente iludir algum dos brothers, mas quem está assistindo aqui de fora fica sabendo de tudo. Se você encarna um personagem, fala uma coisa e faz outra, as câmeras te desmascaram e você logo é tachado de falso. E é importante também ser leal. Quem joga sujo logo sempre é julgado e condenado pelo público. Ah, e por último, eu acho que é primordial se posicionar. O público fica desconfiado se você se omite e fica em cima do muro. Quando vai votar, o telespectador quer saber de que lado você está.

 

A Manu Gavassi se tornou a sua inseparável parceira lá no “BBB20”. Aqui fora, vocês mantêm a amizade pelo que podemos ver nas redes sociais. Como você define o “match” que deu entre vocês duas?
A Manu foi o maior presente que o BBB20 me deu. Ela é uma mulher única, especial, inteligente, uma artista completa! Sem ela eu não teria suportado muita coisa que aconteceu lá dentro da Casa. A gente se apoiava muito. Encontrei nela alguém que me ouvia, me respeitava, me dava muito carinho. E sinto que essa admiração é recíproca. Aqui fora essa amizade continua, cada vez mais forte – sempre que podemos, estamos juntas.

 

Rafa Kalimann e Manu Gavassi – FOTOS DIVULGAÇÃO

 

Agora contratada da Globo, quais serão os seus próximos trabalhos na emissora? Como vem sendo a sua preparação para essa nova carreira?
A preparação é puxada e a evolução, contínua. Todo dia tenho sessões de fonoaudiologia e aulas de interpretação. Respeito muito o ofício do artista, que toca fundo o coração das pessoas. Esse é um trabalho que demanda muito cuidado e profissionalismo. A pandemia paralisou meus projetos, eles ainda estão muito embrionários, tanto na TV Globo como na GloboPlay. Por causa disso, ainda não tenho muita coisa para adiantar.

 

E 2021 vai ter casamento também? Você e o músico Daniel Caon já haviam ficado há alguns anos, não é? Como é esse novo namoro, com os dois mais maduros?
Estamos vivendo um momento gostoso, leve, sem rótulos. Nos reencontramos da maneira mais improvável: eu na casa do “BBB20” e ele na Casa de Vidro, disputando uma vaga no programa. Resolvemos dar uma segunda chance à paixão que vivemos no passado. Ele tem um jeito cativante de me colocar para cima, de fazer com que eu me sinta segura, amada e feliz. Não temos planos de casamento no horizonte. Queremos curtir esse amor sem pressa. Um passo de cada vez! 

 

Rafa Kalimann e Daniel Caon – FOTOS DIVULGAÇÃO

 

 


 

Tainá Müller, atriz protagonista de “Bom dia, Verônica” se prepara para a segunda temporada

Tainá Müller, atriz protagonista de “Bom dia, Verônica” se prepara para a segunda temporada

Uma das séries mais vistas em 2020 na Netflix traz um enredo conhecido de filmes policiais estrangeiros; um assassino rapta, tortura e mata mulheres. O ano que não acabou trouxe muitas reflexões e mobilizações nas redes sociais, mas talvez um dos temas dos longos meses – para além da Covid-19 – tenha sido o feminismo. De bandeira defendida no Big Brother Brasil pelas participantes da última edição à motor para denúncia de abuso sexual na maior emissora do país, as mulheres foram voz ativa no ano passado. E “Bom dia, Verônica” escancarou nas telas do streaming as diversas camadas dessa violência. “É uma ferida aberta, eu sabia a responsabilidade que tinha ao protagonizar um enredo como esse”, conta Tainá Müller, a Verônica da série. 

 

A atriz gaúcha tinha consciência que a produção geraria debate. “Fiquei surpresa e feliz que a repercussão foi realmente grande, o desdobramento nas redes sociais, em grupos diversos, foi enorme”, lembra. Em entrevista de sua casa – agora longe dos sets de gravação e em isolamento com sua família – Tainá vê o feminismo como uma verdadeira revolução. “É a cura do desequilíbrio, é a igualdade pelo respeito!” 

 

FOTO GUSTAVO ZYLBERSZTAJN

 

“Bom Dia, Verônica” é a adaptação do livro de 2016 de mesmo nome, de Ilana Casoye Raphael MontesA trama acompanha a jornada da escrivã Verônica Torres para encontrar um criminoso, e sua busca por justiça uma vítima de violência doméstica, vivida por Camila Morgado – que impressiona mais uma vez pela atuação impecável. Tainá Muller traz a experiência de interpretação em narrativas policiais que começou em “Tropa de Elite 2”, quando viveu uma repórter no filme de José Padilha, de 2010. “Na época, conheci muita gente do Bope, aprendi que fazer esses laboratórios é importante.” 

Assim como no filme protagonizado por Wagner Moura, o enredo de “Bom dia, Verônica” também não é fácil de digerir; a violência física e psicológica se desenrola em cenas sutis, e impactantes. Mas identificação com a ambientação da série, que se passa em São Paulo, faz os episódios serem vistos ainda mais rápido. Vale do Anhangabaú, Marginal Pinheiros e rodoviária do Tietê são cenários que tornam tudo ainda mais real.  

 

A atriz na pele da escrivã de polícia Verônica Torres – FOTOS SUZANNA TIERIE | NETFLIX

 

A cidade também é casa de Tainá Muller desde 2000, quando ela chegou à maior metrópole do país aos 18 anos. “Foi a primeira vez que peguei avião na vida, vim para fazer o trainee na MTV, e logo me senti abraçada pela vida noturna e cultural de São Paulo”, conta. Agito esse que sente muita falta em tempos pandêmicos. “Sempre fui muito a shows e foi assim que conheci meu marido (o diretor Henrique Sauer), sentimos muita falta dessas aglomerações, além da saudade que tenho de viajar ao Rio Grande do Sul e encontrar meus familiares. 

Como a todos nós, a pandemia atravessou em cheio a vida de Tainá, mudanças que a levaram de volta ao divã, depois de anos longe da terapia. “Ainda não consigo nomear as tantas transformações que 2020 me trouxe, estou elaborando tudo na análise, mas já vejo como é quase uma obrigação daqueles que puderam ficar em casa, em segurança, desenvolver um olhar crítico e sensível para o que estamos passamos”, analisa. 

O curso de pós-graduação em Filosofia, que a atriz – formada em jornalismo e ex VJ da MTV – finaliza à distância na quarentena, aguça ainda mais os sentidos de Tainá. “Tenho quase 40 anos, é tempo de colocar na balança o que realmente importa na vida, as leituras desse curso me fazem refletir muito.” 

 

Tainá em cena com Camila Morgado, na série “Bom dia, Verônica”, da Netflix – FOTOS SUZANNA TIERIE | NETFLIX

 

Coragem que vem de casa 

Com temática pesada, “Bom dia, Verônica” exigiu muito da atriz, inclusive fisicamente. “Fiz treinos de tiro, acompanhei o dia a dia de uma escrivã no Rio de Janeiro, que chegava a subir em comunidades para operações, uma rotina que também tem um significado diferente para as mulheres que estão inseridas nela”, pontua. “Lembro que ela estava com cólica um dia, mas precisava pegar o fuzil e acompanhar a equipe, era impressionante, é sobre ser uma mulher em zona de guerra.” 

Para descansar dessas imersões e das gravações da série, Tainá tentava manter uma rotina familiar perto do filho, Martin, então com três anos. “Me preparei por dois meses, gravei em quatro, era muito intenso e fiquei longe de casa, queria compensar isso”, reflete. Situação parecida com a vida da personagem que interpreta, a Verônica, e de outras tantas brasileiras reais, que se dividem entre trabalho, casa e filhos.  

De sua primeira família, a gaúcha diz trazer a coragem e o gás para seguir sonhos sem amarras. “Meus pais criaram as três filhas (ela e as irmãs Titi e Tuti Müller) para caírem no mundo, não tinha essa pretensão que a gente se casasse, era mais para seguirmos nossos sonhos, sejam quais fossem”, lembra. “Acho também que tem a ver com a coragem que as pessoas do Rio Grande do Sul têm, enxergo muito que somos criados para não desistir e perseverar, trazemos muito isso ao longo da história, trago isso comigo até hoje”, analisa. 

 

A atriz na pele da escrivã de polícia Verônica Torres na série “Bom dia, Verônica”, da Netflix – FOTOS SUZANNA TIERIE

 

Multifacetada e preparada 

Com peruca loura, vestido preto decotado e a pinta característica de Marilyn Monroe no rosto que Tainá Müller esteve nos palcos de um teatro pela última vez antes da pandemia, na peça “Os Desajustados”, escrita por Luciana Pessanha, com direção de Daniel Dantas. O espetáculo passou pelo Rio de Janeiro em 2019. O enredo tratava de uma reunião da estrela de Hollywood com o dramaturgo Arthur Miller (Isio Ghelman), o ator e cantor Yves Montand (Felipe Rocha) e a atriz Simone Signoret (Cristina Amadeo), ocorrida em 1960 no Beverly Hills Hotel, na Califórnia.  

A Marilyn é uma personagem dos sonhos de qualquer atriz: complexa, multifacetada, trágica. Foi muito desafiador encarná-la, porque todo mundo tem sua Marilyn, a ama de algum jeito, já sabe algo sobre sua vida”, reflete. “Sinto falta do teatro, penso em fazer uma peça solo em breve.” 

Sozinha ou cercada de outros atores, 2021 reserva para ela muito trabalho. Nos últimos meses, a Netflix anunciou a segunda temporada da série “Bom dia, Verônica”. “Vamos gravar assim que a vacina sair”, conta Tainá. Enquanto esperamos ansiosos pelo item mais desejado do mundo, a atriz já se prepara fisicamente para voltar a viver a escrivã Verônica Torres. “Faço exercícios físicos, comecei aulas de boxe”, diz. “Preciso estar preparada, porque esse ano será intenso, quero me movimentar!”  

 

Tainá Müller como Marilyn Monroe na peça “Os Desajustados” – FOTOS MANU TASCA

 

 


 

Grande Otelo, maior prêmio do cinema brasileiro, acontece este mês à distância com transmissão pela TV aberta

Grande Otelo, maior prêmio do cinema brasileiro, acontece este mês à distância com transmissão pela TV aberta

Sem público e tapete vermelho, mesmo assim muito esperado, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, ocorre de forma remota por causa da pandemia, no dia 10 de outubro, com cerimônia transmitida pela TV Cultura. A abertura dos envelopes com os vencedores é ao vivo e o Troféu Grande Oteloentregue diretamente na casa de cada um deles, depois da premiação. 

Cena do longa “A Vida Invisível” dirigido por Karim Aïnouz (Foto: Bruno Machado)

 

Os finalistas concorrem em 32 categorias e foram escolhidos em votação pelos sócios da Academia. “Bacurau”, dirigido por Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é o longa com maior número de indicações, em 15 categorias, seguido por “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, em 14.  

São dois filmes excepcionais, ambos premiados em um dos mais icônicos festivais do mundo, que é Cannes, para mencionar apenas ele. Karim Anouiz e Kleber Mendonça são diretores que já fizeram escola no Brasil. Creio que o significado para o momento que atravessamos na indústria criativa e audiovisual é importante, pois demonstra a criação em benefício da cultura nacional”, conta Jorge Peregrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema. 

A lista de finalistas reúne ainda mais de 200 profissionais indicados, 35 longas-metragens brasileiros e 10 estrangeiros, além de 15 curtas e 20 séries. “Os curtas-metragens, como usina de formação de novos cineastas, os longas de ficção ou documentários e as séries, são todas demonstrações da nossa capacidade cinematográfica”, celebra. 

São indicados para melhor ator, Gregório Duvivier, que interpretou Antenor, em “A Vida Invisível”; Fabrício Boliveira, que viveu o cantor Simonal; e Silvero Pereira, como Lunga, em “Bacurau”. Já entre as melhores atrizes, destacam-se Andrea Beltrão, que encarnou Hebe Camargo, em “Hebe – A Estrela do Brasil” e Dira Paes, como Joana, no filme “Divino Amor”. 

Confira a lista completa dos finalistas do grande prêmio do cinema brasileiro: acesse aqui

 

Cena do longa “Bacurau” dirigido por Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles