Costa Rica tem biodiversidade incomparável e está muito bem preparada para o turismo

Costa Rica tem biodiversidade incomparável e está muito bem preparada para o turismo

O slogan da Costa Rica representa bem o sentimento que esse país emana, tanto pela natureza abundante quanto pela gentileza e a atitude sustentável de sua população 

É nesse país pequenino, do tamanho do Espírito Santo e banhado tanto pelo mar do Caribe quanto pelo Pacífico, que se encontram mais de 3% das espécies de toda a biodiversidade do planeta. E a melhor parte? Os “ticos”, como se proclamam os nativos da Costa Rica, são extremamente conscientes em termos de sustentabilidade e preservação, e todo o intenso turismo gira em torno da proteção dos animais exóticos e dos cenários alucinantes em tão pouca extensão de terra.

Há vulcões, praias, montanhas, cachoeiras e florestas, porém com acesso de primeiro mundo a tudo! A Costa Rica está preparada para o turismo – com preços elevados, mas com programas muito bem-organizados e em total sinergia com a natureza. E trata-se de um destino que tem tudo a ver com os amantes de esporte – o país é referência para quem gosta do trekking e, principalmente, de surfe. 

 

Vista do Parque Nacional Manuel Antonio – foto Lucas Pinhel

 

Lugares como Santa Tereza, Roca Bruja e Tamarindo reservam ondas perfeitas para quem gosta de surfar, mesmo que as escolhas de acomodações possam variar muito, do nível mais “roots” acampando em um “surf camp” em Tamarindo, ao luxo do Ritz-Carlton ou do Four Seasons, na Península Papagayo – uma área inteira dedicada a quem busca mais exclusividade, quase na divisa com a Nicarágua. 

O hit do momento é o lifestyle dos nômades digitais que formam comunidades internacionais em lugares paradisíacos. Na Costa Rica esse movimento se concentrou em Santa Tereza e Dominical, onde é possível encontrar uma variedade surpreendente de restaurantes que oferecem brunchs à base de smoothies, bowls saudáveis, pokes e avocado toasts, que se alternam com pontos de aluguéis de prancha de surf e wellness centers. O resultado é bem divertido, especialmente quando se trata de um país em que você vê macacos, iguanas, quatis, bichos preguiças, sapos, beija-flores e araras ao longo dos dias à beira da estrada, em parques nacionais ou nas praias paradisíacas.

 

Nekajui, a Ritz-Carlton Reserve, na Peninsula Papagayo, na Costa Rica – foto Lucas Pinhel

 

Se você tem vontade de conhecer a Costa Rica, saiba que a alimentação e o acesso são fáceis, as pessoas são gentis, as estradas são ótimas e é um lugar seguro. Mas a dica valiosa é: alugue um carro. Nada é muito longe e o sistema de transporte interno não é muito funcional. E lembre-se também de reservar online as balsas que estiverem no seu roteiro. A recomendação é começar pela capital San Jose e sair para explorar as zonas de interesse: as águas calmas do Caribe, as cachoeiras escondidas pelas florestas, as trilhas em vulcões ou as ondas e o pôr do sol no lado do Pacífico… E separe tempo suficiente para conhecer o verdadeiro significado de “Pura Vida”.

Os cortes de carne argentinos que devem se estabelecer como as novas tendências das parrillas

Os cortes de carne argentinos que devem se estabelecer como as novas tendências das parrillas

Argentinos anunciam os novos cortes de carne que devem desbancar os atuais preferidos das parrillas tanto em terras vizinhas como também no Brasil

O churrasco é a preferência absoluta dos brasileiros e até poucos anos atrás apenas existiam dois tipos de restaurantes para atender essa demanda, os rodízios gaúchos, como Fogo de Chão, e as steak houses chiques, a exemplo do Rubayat. E mais, a joia da coroa era a picanha, que reinou absoluta por muito tempo, apesar desse corte chamado de “coleta de quadril” na Argentina nunca ter feito parte dos mais pedidos por lá. E vamos combinar que os argentinos sabem bem sobre a qualidade da carne e o jeito correto de assar. Tanto é que vimos São Paulo assumindo essa reverência ao “savoir faire” dos nossos hermanos e destacando os cortes considerados melhores em Buenos Aires. Basta dizer que a palavra “parrilla” substituiu a churrascaria, pelo menos na capital paulista.

 

A Entraña, do restaurante Parrillada Fuego Celeste – foto divulgação

 

“Parrilla” significa churrasqueira na Argentina e a diferença com a nossa grelha é que ela é inclinada, com canaletas que recuperam o sangue das carnes para regar os cortes e deixá-los mais suculentos. Essa mudança fez com que cortes antes tidos por aqui como “de segunda” passassem a ser percebidos como “de primeira”. Para ajudar a quebrar o preconceito, o nome de cada um foi substituído pelo original na Argentina. É o caso do “bife de chorizo”, antes conhecido como contrafilé, do “vazio” antes fraldinha, do “assado de tira” antes costela e do “ojo de bife”, vulgo miolo de alcatra no Brasil.

Um dos templos das parrillas em Buenos Aires, o Mago, no bairro de Belgrano, apresentou os dois cortes que devem se estabelecer como as novas tendências das parrillas. O primeiro, já conhecido por lá e que está disponível em algumas parrillas em São Paulo, é a entraña (aqui entranha). O segredo é a maciez desse corte (é o diafragma do boi), que é excepcional porque é uma parte do animal que nunca se estressa. Em alguns restaurantes é cortada na mesa apenas com uma colher. Esse corte é muito apreciado também na França, onde é conhecido como “onglet”.

 

Localização de Ceja em relação ao Ojo de Bife – foto divulgação

 

Outra novidade se chama “la ceja de ojo de bife”. Ceja significa sobrancelha e é um pequeno corte de não mais de 300 gramas situado logo acima do “ojo de bife”, que se traduz como o olho da carne. Por isso a sobrancelha (la ceja), que fica acima do olho, aqui corresponde ao miolo da alcatra. O custo da ceja e da entranha é superior ao dos outros cortes, mas ganhou o paladar do público na Argentina.

Por pura ironia o único lugar de São Paulo onde encontrei a ceja foi em uma parrilla uruguaia, o Fuego Celeste. Mas a entranha já consta em vários cardápios de parrillas paulistanas. Que desfruten!

Os sabores da praia podem ser encontrados em ótimos restaurantes na capital paulista

Os sabores da praia podem ser encontrados em ótimos restaurantes na capital paulista

Os cheiros e os ingredientes do litoral se espalham cada vez mais por São Paulo, em restaurantes de qualidade especializados em peixes e frutos do mar

Para quem não pode estar no litoral nesse verão, sugiro que desfrute dos sabores que a gastronomia paulistana oferece em seus restaurantes focados em tudo que o mar tem de bom.  A verdade é que até poucos anos atrás, São Paulo tinha poucos restaurantes de peixe e frutos do mar, em comparação à enorme oferta gastronômica de qualidade na cidade. A boa notícia é que em meio à grande quantidade de inaugurações a qual a capital assistiu entre 2023 e 2024, surgiram ótimas casas lideradas por uma nova geração de chefs decididos a explorar e a valorizar os insumos vindos do litoral.

Prova disso é a Le Bulo, no Itaim, definida pelo próprio chef franco carioca Ricardo Lapeyre como uma “brasserie do mar”. Além de só trabalhar com produtos frescos, ele utiliza todo o seu conhecimento adquirido em cozinhas francesas icônicas – como as do Alain Ducasse e do Frédéric Doucet – para oferecer um cardápio próximo ao do Comptoir de la Mer, em Paris. O chef serve um plateau du chef (misto de frutos do mar frescos do dia), peixes grelhados e uma incrível pescada amarela crua com tucupi e shissô. É sucesso total, por isso não deixe de reservar. 

 

Peixe grelhado de Azur do Mar, no Mercado de Pinheiros – foto reprodução Instagram

 

Outra casa de destaque é o Cais, muito aclamado e vencedor de vários prêmios. O restaurante de aparência simples e descontraída muda seu menu em função dos peixes e frutos do mar frescos disponíveis. Nos pratos que entram no cardápio existem influências e origens variadas, reflexo da vivência do chef em boas cozinhas, como francesa, espanhola, portuguesa e até árabe (kafta de atum) ou asiática (guioza de camarão).

Com estilo mais descontraído e gostinho de praia, mas sem abrir mão de frescor e de qualidade, está o Azur do Mar, situado no Mercado de Pinheiros e em frente à peixaria Nossa Senhora de Fátima – onde você pode escolher o peixe ou fruto do mar que quiser para ser preparado na parrilla do restaurante. Você também pode pedir a parrillada do mar (com camarão, polvo, lula, mexilhões e peixe) ou até mesmo um simples choripolvo, que traz o polvo grelhado na brasa dentro de um pão brioche. É fantástico! 

Outra boa novidade é o Irina, nos Jardins, endereço também descontraído no estilo bistrô de praia, que evidencia uma culinária com forte sotaque portiguar – já que a chef é de Natal. Tem um cardápio reduzido e bem resolvido, como a pescada-cambucu no forno com manteiga e tapioca com coco ou o crudo de robalo com quiabo e azeite de pimenta de cheiro. Os molhos e os acompanhamentos são basicamente nordestinos, assim como o camarão no molho de manteiga da terra com maracujá.

Fico feliz em ver que o interesse por peixes e frutos do mar parece estar aumentando na cidade, porque é um capítulo da culinária que prestigia o maravilhoso mar que banha toda a costa brasileira. Bom apetite e até!

Centro de Tradições Nordestinas reúne o melhor da cultura regional em São Paulo

Centro de Tradições Nordestinas reúne o melhor da cultura regional em São Paulo

O Centro de Tradições Nordestinas é o maior ponto de concentração da cultura regional em São Paulo e é o programa ideal para comer bem e ouvir música

Os centros de tradições são espaços criados por pessoas de um determinado estado ou região para, além de matar a saudade da terra natal, divulgar os costumes, a cultura e a culinária de seu povo. E a população de cada um dos estados do Nordeste carrega costumes e simpatia que encantam cada vez mais os paulistanos e o resto do Brasil. Não é à toa que é o destino de férias mais desejado por unanimidade.

Acontece que nem todos podem realizar esse desejo de visitar a região, menos ainda durante o verão, visto os preços cobrados pelas companhias aéreas. Uma ida e volta para Salvador nesse período chega a custar mais caro que uma viagem internacional. Assim, o Centro de Tradições Nordestinas (CTN), no Limão, na zona norte da cidade, é uma alegria tanto no almoço como para uma noitada com direito a forró ou show ao vivo. O galpão reproduz uma vila tipicamente nordestina em volta de uma pista enorme, que vira plateia para as noites de apresentações de bandas e estrelas nordestinas.

 

Centro de Tradições Nordestinas (CTN) – foto reprodução Instagram

 

São doze restaurantes e onze quiosques servindo pratos e petiscos típicos de todos os estados. Muito deles são filiais ou representantes das casas originais, como o Chapéu de Couro, o Xique no Úrtimo, Sabor de Mainha e o Jeri. Por ali, rola baião de dois, escondidinho de carne seca, bobó de camarão, acarajé, carne seca com pirão, queijo coalho grelhado e por aí vai. Quando não há show, os restaurantes colocam mesas pela pista inteira.

Os preços são bem honestos e o ideal é estar em grupo para conseguir dar conta das porções. Os drinques também são genuínos e as batidas e caipirinhas mais pedidas são as de caju, cajá, seriguela e cupuaçu. No mezanino, os camarotes oferecem conforto para quem não está disposto a disputar lugar na pista.

 

Baião de dois do Xique no Úrtimo – foto reprodução Instagram

 

No almoço de quarta-feira a domingo, o CTN mantém seis ou sete restaurantes abertos até às 15h30 para quem quiser saborear a comida e o tempero nordestino. E uma boa noitada nesse lugar passa pelos sabores, pelas cores, pelo ambiente, pela música e pelo sotaque da região – e só perde mesmo para uma viagem ao Nordeste, porque aquele mar não dá para reconstituir. Até!

Marrocos está em alta e oferece uma escapada deliciosa com dias ensolarados

Marrocos está em alta e oferece uma escapada deliciosa com dias ensolarados

Cresce a busca por experiências inusitadas e o Marrocos está entre os destinos do momento pela proximidade com a Europa e pela garantia de tempo ensolarado

Não é novidade que, em contraponto à busca pelos já conhecidos destinos badalados, a procura por um turismo mais consciente, raiz e conectado com a natureza tem crescido muito. Foi a partir da pandemia que se intensificou o interesse por lugares como Nova Zelândia, Austrália, Machu Picchu e até mesmo Islândia.

O Marrocos sempre foi visto pelos europeus, principalmente pelos franceses, como uma opção de escapada com a certeza de tempo ensolarado e a apenas 3 horas de voo (e a 90 minutos de Lisboa). Tanto as praias de Tânger como as de Agadir encantam o público com charmosos hotéis do tipo riads (palacetes tradicionais) em Marrakesh, Casablanca ou Taroudan. Sem contar que quase todo mundo ali fala francês – esse era o destino preferido e residência de Yves Saint Laurent fora da França. Aliás, uma visita à residência que ele viveu por 40 anos com o seu companheiro Pierre Bergé, com museu e belos jardins, é obrigatória.

 

Tendas com piscina e muito conforto da hospedagem Les Roches Noires, no Marrocos – foto Georges Henri Foz

 

Em novembro fui convidado para um casamento da turma dos nômades digitais em um lugar muito diferente a 40 quilômetros de Marrakesh, em direção à Cordilheira do Atlas, chamado Les Roches Noires. O evento consistia em três dias de festa, de convívio e de comemorações em um acampamento no Deserto de Agafay. Os camps são estruturas montadas em regiões aparentemente inóspitas, onde não há luz elétrica e nenhuma construção – há somente tendas para abrigar os quartos, o restaurante e o lounge que atende uma linda piscina de borda infinita.

As amplas acomodações garantem todo o conforto possível no melhor estilo berbere, a começar pelos tapetes que forram a estrutura e pelas peças de decoração africana. Camas king size e banheiros com chuveiros também fazem um contraponto com o isolamento do local – que é inteiramente iluminado com lâmpadas marroquinas, o que faz o hóspede ter um gostinho de como os exploradores se sentiam.

Almoços e jantares trazem invariavelmente pratos locais como tagines, couscous e michui de cordeiro acompanhado de legumes assados e saladas com romãs e especiarias locais. Tudo acompanhado por um serviço delicado como em todo o camp e o Marrocos em geral. É um povo de uma gentileza extrema!

 

Passeio de balão no Marrocos – foto Georges Henri Foz

 

Em uma estadia normal, o máximo de atividade que você encontra por ali é a opção de andar a camelo ou balão, que é uma vivência maravilhosa, ou participar de uma aula de astronomia sob um céu excepcional. Não é à toa que a procura por esse tipo de experiência está em alta, seja para realizar um evento ou para simplesmente desconectar de todo e qualquer ritmo.
Inspire-se e até!