Mesmo com a perda das vantagens no câmbio, Buenos Aires continua valendo muito a viagem pela beleza de seus parques, sua arquitetura e seus passeios
A capital argentina está lindíssima e mais bem cuidada do que nunca e, se comparada com a tão pungente São Paulo, a administração pública de Buenos Aires tem muito a nos ensinar. Gostei de sentir o otimismo e o tom de esperança que os argentinos estão transparecendo, dos garçons nos restaurantes aos motoristas de táxi.
A cidade continua sendo a campeã absoluta das melhores carnes, comi maravilhosamente bem nos clássicos Happening (da Avenida Costanera), no La Cabrera (em Palermo) e no Mirassol (na Recova). E, mesmo com o câmbio mais achatado, a conta chega bem mais barata que no Brasil – até com direito a um vinho melhor. Outra alegria foi no Fervor na Recoleta, que oferece a cada dia quatro peixes frescos diferentes feitos na grelha. Muito bom e com serviço impecável!

Vista aérea de Buenos Aires – foto iStockphoto
Conheci também um restaurante mais raiz chamado La Estancia Asador Criollo, em uma rua de pedestre ao lado do Obelisco, onde se come o melhor “civito” – no caso não o sanduíche, mas o verdadeiro cabrito feito no fogo de chão, que me foi indicado por um taxista que sabia bem o que dizia!
A verdade é que se come bem em toda a cidade e não é preciso ir a um restaurante renomado. Se entrar em qualquer café e pedir uma milanesa, um simples tostado ou um sanduíche de miga (de ovo com tomate e azeitona), você vai ficar feliz. Por falar nisso, meus cafés preferidos são o La Rambla, na Recoleta, e o Florida Garden, na Calle Florida.
Só não vou começar a indicar os inúmeros bares incríveis que permeiam a noite portenha, porque esse assunto é tão sério que merece uma coluna apenas para tratar desse fenômeno, que conseguiu incluir cinco endereços no ranking dos 50 melhores do mundo. E recomendo a todos ir andando da Recoleta até a Plaza San Martín (ou vice-versa), que não demora mais que meia hora e deixa claro porque chamam Buenos Aires de
“Paris de Sudamerica”.
Finalmente fiz também um passeio de barco que inaugurou em setembro, saindo de Puerto Madero e que desce o rio para o sul, em direção a La Boca. Gostei porque demora apenas 45 minutos e, além de poder ver Puerto Madero de longe, o barco passa pela reserva ecológica Costanera Sur, pelas docas, pelas quatro bocas de afluentes e pela famosa Puente Nicolás Avellaneda – antes de aportar em pleno bairro, a 200 metros da Fundación Proa com seu belo museu que sempre tem uma mostra de primeira linha em cartaz. Pegue um ticket só de ida e aproveite para conhecer o famoso “caminito” antes de voltar “up town”.
O resumo da história é que temos que torcer muito para que a nação de San Martín y Sarmiento, de Jorge Luis Borges e de Gardel se reerga logo para que possa nos dispor sempre do prazer de uma visita como essa.
Boa viagem e até mais!
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