Revista Online: outubro 2024 – ed. 177 – SP
Restaurante Banana da Terra completa 30 anos e é patrimônio gastronômico de Paraty
Ana Bueno é a chef que comanda o Banana da Terra, que em 2024 está completando 30 anos de sucesso, com clássicos caiçaras e receitas originais
Na cidadezinha histórica de Paraty, a igreja de Santa Rita data de 1722 e o imóvel hoje ocupado pela Casa de Cultura, outrora conhecido como Sobrado da Rua Dona Geralda, foi erguido em 1754. Mas existem joias do patrimônio da cidade que são bem mais “jovens”. Exemplo disso é o restaurante Banana da Terra, que nasceu em 1994 e hoje, trinta anos depois, é um dos principais templos da gastronomia de Paraty.
Suas mesas quadradas e retangulares são tão disputadas quanto as mesas-redondas da Flip, e seu cardápio lista delícias como o peixe grelhado e servido com emulsão de mexilhões e as moquecas de peixe com palmito e banana – tudo preparado com frutos do mar fresquinhos e recém-pescados ali mesmo, na baía de Paraty, hortaliças fornecidas por pequenos produtores da região e bananas de algumas das 28 variedades da fruta que são cultivadas no Sítio Borboleta, do sr. Eraldo e da dona Miriam.
Quem comanda essa orquestra que serve entre 200 e 300 refeições por dia é a chef Ana Bueno, nascida em São José dos Campos, mas radicada em Paraty há mais de 35 anos. É ela também que comanda os trabalhos no Café Paraty, na Rua do Comércio, que tem um amplo e arejado salão e serve gostosuras para todas as horas do dia, como a salada Niçoise, perfeita para um almoço leve, o croque monsieur ideal para um lanchinho da tarde, as sensacionais coxinhas e drinques que deixam as happy hours mais animadas e um peixe com banana que é uma excelente pedida para o jantar. Aos domingos, a casa abre mais cedo, para brunchs e cafés da manhã.
E, como se isso tudo não bastasse, Ana inaugurou no primeiro semestre deste ano a Casa Paratiana, um restaurante que funciona em anexo ao alambique onde sua família produz a Cachaça Paratiana. O espaço tem deliciosos pratos e petiscos que se harmonizam de forma primorosa com as caninhas produzidas no engenho ali do lado.
Mas ela não para e Ana quer mais: como parte das celebrações dos 30 anos do Banana da Terra, ela fundou o Instituto Paratiano de Gastronomia, entidade sem fins lucrativos gerida por representantes do segmento com parcerias públicas e privadas para salvaguardar toda a cultura, a história, o conhecimento e os sabores da culinária de Paraty. É por causa de pessoas como Ana Bueno que Paraty foi reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa pela Gastronomia em 2017.
Banana da Terra
Rua Dr. Samuel Costa, 198, Centro Histórico, Paraty.
Reservas pelo tel. 24 99328-2688.
Festa Literária Internacional de Paraty deste ano homenageia João do Rio
Festa Literária Internacional de Paraty que acontece este mês na cidade histórica do litoral fluminense recebe também o youtuber Felipe Neto e grandes autores da Europa, das Américas e da África
Entre os dias 9 e 13 deste mês de outubro, a tranquila e aprazível cidade de Paraty é mais uma vez invadida por hordas de intelectuais e profissionais do segmento editorial. A 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty — Flip — promete ser grandiosa como já foi no passado. E, para isso, conta com um timaço de convidados.
A curadoria do evento, a cargo da livreira e editora Ana Lima Cecílio, montou uma programação eclética que terá como destaque uma homenagem a João do Rio (1881-1921), pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, um jornalista, contista, romancista, tradutor e teatrólogo carioca que foi um pioneiro das crônicas-reportagens. Na quarta-feira, dia 9, ele é o tema de uma conversa comandada pelo historiador Luiz Antonio Simas, considerado um dos maiores conhecedores das vielas cariocas pelas quais João do Rio flanou e autor do livro “O Corpo Encantado das Ruas”.
Além desse tributo, a Flip 2024 recebe o youtuber Felipe Neto, influenciador com mais de 40 milhões de seguidores que recentemente causou tumulto na Bienal do Livro com o lançamento de “Como Enfrentar o Ódio”, editado pela Companhia das Letras. Ele é a grande estrela da sexta, dia 11. Neste mesmo dia, uma mesa com Atef Abu Saif discute o trabalho mais recente do escritor palestino, “Diário do Genocídio em Gaza”.
O sábado, dia 12, tem mesas com a argentina Gabriela Cabezón Cámara (autora de “Nossa Senhora do Barraco”), o senegalês Mohamed Mbougar Sarr (de “A Mais Recôndita Memória dos Homens”, “Homens de Verdade” e de “Terra Silenciada” – vencedor do prestigioso prêmio Goncourt) e do francês Édouard Louis, sensação da autoficção francesa, que vem ao Brasil para lançar “Monique se Liberta”, sobre sua mãe.
A programação traz ainda mesas e encontros com os norte-americanos Robert Jones Junior e Danny Caine, o belga Mark Coeckelberg, a mexicana Jazmina Barrera, a italiana Lisa Ginzburg, a espanhola Brigitte Vasalo, o colombiano Juan Cárdenas, a chilena Arelis Uribe e as lideranças indígenas da Amazônia Txai Suruí e cacique Raoni Metuktire.
Festa Literária Internacional de Paraty
Praça da Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, s/ nº, Centro Histórico, Paraty.
Ingressos à venda pelo site www.flip.org.br
Coluna Cidadania: Qual é o clima das eleições municipais?
Nestas eleições, é fundamental escolher prefeitos e vereadores comprometidos com a pauta climática
Neste outubro de eleições municipais, o eleitor deve considerar fortemente os programas e as intenções dos candidatos em relação às questões climáticas, uma vez que enfrentamos uma crise sem precedentes. Além do longo período de seca, tivemos cerca de 60% do território brasileiro coberto por fumaça em razão de incêndios nos últimos meses.
Segundo a equipe do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG), as emissões das queimadas de junho a agosto, apenas na Amazônia, resultaram em 31,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente – quase o que a Noruega emite em um ano inteiro. Apenas em setembro, o interior de São Paulo perdeu 372 Maracanãs de mata para as queimadas.
Como todas as pautas mais importantes sofrem influência do clima (saúde, alimentação, moradia, mobilidade etc.), é fundamental escolher candidatos com projetos efetivos, que estejam aptos a enfrentar os impactos desiguais que os eventos extremos impõem.
Políticas públicas focadas no meio ambiente e na saúde da população são inspiradoras e podem ser reproduzidas em diversos municípios. No ABC paulista, São Caetano do Sul atingiu, desde os anos 2000, a marca de 100% dos domicílios abastecidos com água e 100% de esgoto coletado e tratado.
Há anos a cidade de São Paulo busca ampliar sua frota elétrica de coletivos, com 214 veículos movidos a bateria e 201 trólebus. Além disso, concede incentivo fiscal para quem tem carro elétrico, com a devolução de até R$ 3.642,08 do IPVA e a liberação do rodízio. Outra ação positiva foi a declaração recente de 32 áreas verdes particulares como de utilidade pública, que vão ampliar em 10,9% a área de proteção da cidade, passando de 15% para 26% do território municipal.
Na região sul do país, Curitiba, conhecida pelo seu sistema de transporte público rápido e os mais de 280 km de ciclovias, também conta com um dos melhores sistemas de gestão de resíduos sólidos do mundo. Já Maringá é uma das cidades mais arborizadas do Brasil, pois priorizou a criação de parques e praças seguindo o conceito de “Cidade Jardim”. Ela também adota o programa IPTU Verde, que oferece descontos para imóveis que tenham aproveitamento de águas pluviais e uso de energia solar, entre outros recursos sustentáveis. São políticas públicas eficientes e que melhoram a vida das pessoas nas cidades!
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