O presente da publicidade: ping pong com especialistas

O presente da publicidade: ping pong com especialistas

Confira um ping pong com especialistas em inovação na propaganda e empresários do setor.

Mauro Cavalletti Fundador da Bitnik Estratégias Criativas, plataforma para inovação, aceleração e transformação digital de negócios, e foi Head of Creative Shop do Facebook e Instagram no Brasil.

  • A tecnologia mostra que as empresas não podem mais se preocupar apenas com os produtos inerentes ao seu DNA. Como uma marca que não é essencialmente digital pode estar preparada para atravessar os nossos tempos?

O ponto mais importante é a calibragem de seu modelo de trabalho com a nova mentalidade que está por trás das mudanças na cultura e na economia. Talvez por propor novas regras de relacionamentos, a cultura digital tem impacto massivo em empresas de qualquer natureza. É preciso aprender a ver o mundo de uma nova maneira e compartilhar valores e crenças que sustentam as novas configurações que os mercados estão assumindo. É uma questão de pertencimento e de alinhamento com os setores em crescimento.

De um ponto de vista prático, isso se faz por meio de movimentos estruturados de avanço no digital, com objetivos claros e com espaço para experimentação, até que a dinâmica de inovação constante se torne natural.

  • Como a publicidade alia os diferentes formatos com a mensagem que quer passar? É possível ser coerente?

Hoje a publicidade vive um ambiente em que a marca troca mensagens diretas com seus diferentes públicos, gera conteúdo com eles, constrói valores compartilhados. É um ecossistema em que a propaganda está incluída e contribui ativa e continuamente, seja ativando essas conversações, seja provendo informações como material de troca. Existem formatos apropriados para cada momento dessa economia. Nos melhores casos, usam combinações de formatos que atendem ao máximo a necessidade e o desejo das pessoas com quem se relacionam nos momentos mais importantes de suas vidas. A coerência vem da percepção e da operação planejada desses fluxos de comunicação, vendas e serviços.

 

Mauro Cavelletti - Foto: Divulgação

Mauro Cavelletti – Foto: Divulgação

 

Mario d’Andrea – Presidente nacional da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP)

  • Nos negócios da propaganda, o que é ser multiplataforma?

É fazer com que a marca do seu cliente esteja em todos os lugares em que o consumidor está. É manter contato constante com ele e seus desejos, seja durante o consumo de entretenimento, durante troca de informações, ou mesmo apenas apoiando o consumidor em suas decisões. A propaganda é muito mais do que vender: é construir uma ponte entre a vida do consumidor e a promessa do produto e propósito da marca.

As agências brasileiras são cada vez mais multiplataformas, porque ninguém entende mais do consumidor do que nós. Ninguém conhece mais o que os interessa de verdade e o que é realmente relevante para a vida de cada um deles.

 

Mario D'Andre - Foto: Divulgação

 

Raul Nogueira Filho – Diretor do Portal Grandes Nomes da Propaganda e participa da diretoria do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo (SEPEX-SP)

  • É possível falar em tendências futuras nas agências, no marketing, na propaganda com a pandemia que ainda atravessamos? Se sim, quais seriam?

A tendência é a cultura analítica. Começar um planejamento a partir da análise de dados para saber mais sobre o momento dos nossos clientes e consumidores. Ter um planejamento com orçamento mais orientado para resultados. Isso vai provocar novas necessidades em termos de projetos e profissionais. A criatividade talvez tenha um novo tom. O marketing não será mais departamento. As empresas precisarão olhar para tudo isso como ciência, verdade absoluta, maturidade e coragem de expor novas ideias. Por enquanto, a forma é mais importante que o conteúdo. E vejo as mídias se transformando em ferramentas de gatilho. Elas são importantes para incluir um cliente em uma jornada de interesse.

 

Raul Nogueira Filho - Foto: Ale Oliveira

Raul Nogueira Filho – Foto: Ale Oliveira

Consultoria incentiva empresas a valorizarem a maternidade no ambiente corporativo

Consultoria incentiva empresas a valorizarem a maternidade no ambiente corporativo

PARA MUITAS MÃES, pensar sobre o futuro profissional é uma tarefa desafiadora. Segundo pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 48% das mulheres abandonam o mercado de trabalho antes de o filho completar um ano de idade. Os principais motivos para a evasão são demissão por justa causa e constrangimentos nas empresas. Na tentativa de transformar esse cenário, as mães e empreendedoras Susana Zaman e Luciana Cattony criaram a Maternidade nas Empresas, um programa de consultoria que busca ressignificar a maternidade sob a ótica corporativa.

“Eu estava na licença-maternidade do meu segundo filho quando percebi que fazia parte das estatísticas. A cultura institucional da empresa em que eu trabalhava não favorecia meu retorno, e eu decidi que precisava mudar isso”, conta Susana, que é engenheira de produção e uma das idealizadoras do projeto. Ela recorreu, então, à ajuda da amiga, publicitária, designer e mãe, Luciana Cattony. As duas iniciaram um mestrado na área de equidade de gênero com foco em questões de parentalidade no mercado de trabalho e, em 2017, inauguraram juntas o trabalho de consultoria.

 

uciana Cattony e Susana Zaman, à frente da consultoria Maternidade nas Empresas - Foto divulgação

Luciana Cattony e Susana Zaman, à frente da consultoria Maternidade nas Empresas – Foto divulgação

 

Hoje, a dupla utiliza técnicas de benchmark (análise e gestão de boas práticas) para produzir cartilhas, webinars, eventos online, plataformas de gamificação, rodas de conversa e workshops sobre o tema. Todas as soluções são criadas em colaboração com os clientes. “Nós queremos proporcionar um ambiente profissional mais acolhedor. Para isso, oferecemos um material personalizado para cada necessidade corporativa”, explica Luciana. Bauducco, Microsoft e Whirlpool são algumas empresas que já contrataram ações da consultoria.

Segundo a publicitária, a estratégia é sofisticar o mindset das instituições. “Nós partimos do pressuposto de que a maternidade é um processo de autodesenvolvimento que aprimora as habilidades profissionais das mulheres, e não o contrário”, comenta. “Mães desenvolvem habilidades de escuta ativa, negociação e gerenciamento de crise, além de aperfeiçoarem a produtividade. As empresas só têm a ganhar com isso”, acrescenta.

São muitos os benefícios desse novo olhar. Dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que negócios que zelam pela maternidade e valorizam as lideranças femininas tendem a um crescimento de 5% a 20% nos lucros. “Diversidade traz inovação, e inovação move o mercado. Empresas que olham com afeto para suas trabalhadoras criam uma rede de apoio que faz toda a diferença”, explica.

Quanto ao futuro, a palavra é otimismo. “Nosso negócio hoje é para permitir que esse tema não seja mais pauta quando nossos filhos e filhas chegarem ao mercado de trabalho. E acreditamos muito que isso é possível”, finaliza Luciana.

 

Três mulheres que comandam negócios de sucesso no interior paulista

Três mulheres que comandam negócios de sucesso no interior paulista

No interior paulista, três negócios distintos e de sucesso possuem uma similaridade: foram criados e são chefiados por mulheres.

Bolos, acessórios e biquínis, três produtos que pouco se parecem, mas que são a receita de sucesso de três empresárias de Campinas e Jundiaí, no interior de São Paulo. O empreendedorismo e o espírito criativo levaram essas mulheres a caminhos por vezes diferentes de suas formações, porém as preparou para momentos de grandes mudanças, como a pandemia – que impulsionou seus negócios.

 

Bolo da Madre - Foto: Divulgação

Bolo da Madre Itatiba – Foto: Divulgação

 

Daniela Pelipas e a simplicidade afetiva

Em um momento de revisão de suas escolhas profissionais, Daniela Pelipas criou seu próprio negócio, muito diferente de sua formação em Direito. “Percebi uma brecha no mercado com a venda de bolos simples e, em 2013, abri a matriz do Bolos da Madre”, conta a empresária mineira sobre a primeira loja inaugurada em Jundiaí. Desde a festa de inauguração da loja, em que também vendeu sua primeira franquia, Daniela e a sócia, Fernanda Castanheda, hoje contam com mais de 47 pontos de venda (e 10 contratos já fechados). Por serem duas mulheres à frente da marca, Daniela acredita que é por isso que 80% dos franqueados também são. “Ter mulheres em cargos de liderança cria mais pontes e dá mais representatividade para nós”, pontua. Presente em quatro estados e em 19 cidades, a pandemia acelerou as vendas do Bolos da Madre em 23% no ano passado. “Acredito que as pessoas voltaram a valorizar os momentos em família, com um café da tarde com um bolo fresquinho na mesa”, finaliza.

 

Daniela Pelipas - Foto: Divulgação

Daniela Pelipas – Foto: Divulgação

 

Samara Favoretto e a herança ourives

Neta de um ourives e uma comerciante de roupas, os negócios sempre estiveram na vida de Samara Favoretto, que passava as férias nas lojas de roupas das tias e da avó. Em 2008, sua mãe decidiu iniciar um negócio no universo das semi joias, a Favoretto Acessórios, e Samara e suas irmãs embarcaram junto na empreitada. O tempo passou e a dedicação aumentou, em 2010 surgiu a loja física e, em 2014, a expansão para o centro de Campinas. Para ajudar na visão de negócios, Samara se formou em Propaganda e Marketing. No ano passado, a marca contava com mais de 40 revendedoras por Campinas e região. Com a pandemia, veio o fim das revendas e o início da empreitada online, que trouxe um crescimento de 10% para a marca em 2020. “A pandemia foi um baque, mas focamos no investimento do e-commerce”, conta Samara que dá sua dica para quem deseja empreender: “Sempre busque aprendizado, seja em cursos ou até mesmo no YouTube, se tiver dúvidas, apenas faça, pois são nos erros e acertos que se aprende”.

 

Samara Favoretto - Foto: Divulgação

Samara Favoretto – Foto: Divulgação

 

Eloisa Fummero e os negócios de praia

Ainda que Jundiaí não tenha praia, Eloisa Fummero sempre se interessou por beach wear. Crescendo em meio aos negócios de confecção do pai, a paulista foi em busca de sua própria marca aos 21 anos, enquanto cursava Negócios da Moda. Criando biquínis para as amigas, sua marca começou a vingar. “Meu maior desafio era ser nova e as pessoas acharem uma loucura eu querer empreender”, conta a empresária que hoje conta com 20 funcionários e vendas para todo o país, além de Portugal e Miami. Com e-commerce desde o início, Fummero enfatiza alguns segredos para quem deseja empreender. “Ter seu próprio negócio é um mix de sentimentos e emoções. Acredito que é fundamental seguir seu propósito, acumular conhecimentos, estar comprometido e valorizar as pessoas e funcionários. Tenho dois filhos, e a empresa é o meu terceiro”, brinca a empresária.

 

Eloisa Fummero - Foto: Divulgação

Eloisa Fummero – Foto: Divulgação

Resposta à crise: caminhos do empreendedorismo na pandemia

Resposta à crise: caminhos do empreendedorismo na pandemia

Em meio às incertezas causadas pela pandemia, o empreendedorismo cresce e já representa fatia significativa da economia do país.

O Brasil registrou, em 2020, um recorde histórico na abertura de novas empresas e encerrou o ano com quase 20 milhões de negócios ativos. Por causa da alta no desemprego, os grandes destaques foram os microempreendedores individuais (MEI). Segundo o Ministério da Economia, houve o registro de 2,6 milhões de MEI no ano passado, representando um aumento de 8,4% em relação a 2019. Nesse cenário, o empreendedorismo já equivale a 30% do PIB do país.

Setores como comércio varejista, cabeleireiros, manicure, obras de alvenaria e restaurantes foram as atividades econômicas mais exploradas pelas empresas abertas em 2020. “Essas pequenas empresas representam hoje 56,7% de todo setor empresarial do Brasil”, afirma César Rissete, Gerente de Competitividade do Sebrae Nacional.

A crise causada pela pandemia da Covid-19 exige dos potenciais empreendedores ou daqueles que já possuem um pequeno negócio uma atenção redobrada sobre pontos importantes na gestão, principalmente no que diz respeito ao planejamento financeiro. “Outro cuidado primordial nesse momento em que muitas cidades voltaram a enfrentar a situação de lockdown é o processo de transformação digital. As vendas online dispararam em 2020, nesse aspecto, quem já estava investindo na presença digital sentiu menos os impactos da crise.”

De acordo com César Rissete, uma das principais recomendações do Sebrae é que os donos de pequenos negócios busquem a inovação como forma de driblar a queda na receita. “Desde o início da pandemia, temos visto empresas que incorporaram o modelo de entregas, ampliaram sua presença nas redes sociais ou até mesmo mudaram completamente o seu modelo de negócio para aproveitar oportunidades e melhorar o nível de competitividade”, finaliza.

 

Foto - Getty Images

Foto – Getty Images

Criatividade contra o vírus: soluções inovadoras para combater a Covid-19

Criatividade contra o vírus: soluções inovadoras para combater a Covid-19

A pandemia fez nascer uma série de produtos e serviços, criando nichos de mercado para empresas de variados ramos e startups com soluções voltadas ao combate do coronavírus. Muitas dessas ideias não perduraram ao longo do ano de enfrentamento ao vírus. Outras inovações, porém, fizeram sucesso e já são produtos que fazem parte da rotina das pessoas graças ao empreendedorismo de marcas.

Ao entrar em um táxi ou carro de aplicativo, como Uber, já não espanta a presença de uma capa que separa o motorista do passageiro. A Toyota desenvolveu uma cabine separadora, feita de filme PVC cristal, para os modelos Etios, Yaris e Corolla – disponível nas concessionárias. Cada separador foi desenhado exclusivamente para cada modelo, levando em consideração as dimensões internas do veículo.

Marcas de roupa correram para apresentar soluções que reduzissem a contaminação em máscaras e outras vestimentas. A Lupo desenvolveu uma linha com a tecnologia Amni Virus-Bac OFF, na qual os produtos são feitos com fio de poliamida antiviral e antibacteriano com efeito permanente. Além de máscaras de pano, a marca apresenta meias e roupas esportivas com o mesmo tecido. É importante ressaltar, entretanto, que essa linha não recebeu certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porque ela é necessária apenas no caso de itens para uso médico e hospitalar.

 

Máscara da Lupo - Foto divulgação

Máscara da Lupo – Foto divulgação

 

Já a Ambev, em parceria com a startup Bizsys, fabricou 3 milhões de máscaras do tipo face shield, que cobrem o rosto todo, e doou para profissionais de saúde do país em 2020. A matéria-prima para a produção dos protetores foi o PET, mesmo material utilizado nas embalagens de Guaraná Antarctica. Os equipamentos contaram com a avaliação técnica do Inova USP – o Centro de Inovação da Universidade de São Paulo. P.C.

 

Face Shield feito com garrafa PET - Ambev - Foto divulgação

Face Shield feito com garrafa PET – Ambev – Foto divulgação