Mulheres que estão transformando a mobilidade urbana

por | mar 4, 2021 | Coluna, Lifestyle, Mobilidade, Pessoas & Ideias, São Paulo, Saúde & Bem Estar, Saúde & Bem-estar | 0 Comentários

Elas lutam pela mobilidade ativa e por metrópoles mais saudáveis e sustentáveis

Em Paris, a prefeita Anne Hidalgo se reelegeu em 2020 ampliando as ações para reduzir a poluição e fazer da capital francesa uma cidade mais segura, verde e inclusiva. Ela já vinha fazendo grandes transformações na mobilidade – construiu 1.000 km de ciclovias em seu primeiro mandato – e agora, reeleita em plena pandemia, investiu na “Cidade de 15 Minutos”, um conceito criado pelo cientista franco-colombiano Carlos Moreno e que propõe uma cidade descentralizada, equilibrada, com mais saúde, solidariedade, diversidade, ecologia, participação das pessoas e melhor utilização dos recursos.

Claudia López tomou posse como prefeita de Bogotá, em janeiro de 2020, com o desafio de implantar “um novo contrato social e ambiental, trazendo aos jovens e às mulheres um projeto de vida digno e uma cidade que não contribua para destruir o planeta.” Começou com 117 km de ciclofaixas temporárias para reduzir os riscos de contágio na pandemia, a poluição e a interação no sistema de ônibus TransMillenio (BRT), que tem lotação acima da média. Como Hidalgo, ela costuma pedalar e caminhar pela cidade, dando um exemplo transformador nos dias de hoje.

 

Foto - Divulgação

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No Brasil, Renata Falzoni tem 67 anos e 44 dedicados à mobilidade ativa. Formada em arquitetura e urbanismo, é uma referência quando se fala em bicicleta no país. Sua luta para fortalecer o cicloativismo a levou à política. Em 2020, concorreu ao cargo de vereadora de São Paulo e teve mais de 26 mil votos, mas infelizmente não foi eleita. Para Renata, as cidades que apostarem na bicicleta na pós-pandemia não vão apenas se recuperar, elas vão prosperar muito. “Abrir as ruas para as pessoas é o tipo de ação que pode aquecer a economia e trazer saúde para a população. Cada vez mais vamos precisar de espaços públicos de lazer ao ar livre que garantam segurança e qualidade de vida.”

Várias outras brasileiras são presença forte no cenário da mobilidade sustentável. Ana Luiza Carboni, consultora carioca formada em psicologia e com mestrado em Gestão de Recursos Humanos pelo King’s College London, tem uma vida de puro ativismo sobre duas rodas: ela coordena, questiona, pressiona, reúne grupos, dá palestras, ensina… Tanto carinho e empenho a tornaram a primeira Prefeita da Bicicleta de Niterói, além de diretora presidenta da União de Ciclistas do Brasil.

Já a paulistana Martina Horvath é responsável, junto a outras ciclistas, pela criação de um pedal exclusivamente feminino, o Bike Anjas, que hoje se espalha por várias cidades brasileiras, ajudando mais mulheres a conhecer, curtir e valorizar a magrela. E a professora paranense Viviane Ferreira Mendonça, a Vivi, criadora da plataforma Vou de Bike e Salto Alto, com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, criou um projeto comunitário com os estudantes da escola pública em que trabalha, em Curitiba. Juntos, construíram um bicicletário e um programa que envolve passeios e oficinas de conscientização para a melhora do trânsito. E ela, fazendo jus ao nome da sua marca, só vai de salto alto. Vivi se arruma cuidadosamente para andar de bike e acabou lançando uma grife própria, com roupas charmosas, femininas e práticas.

Foto - Divulgação

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