Cinemas de rua em São Paulo que permitem emendar o passeio em um bom restaurante

Cinemas de rua em São Paulo que permitem emendar o passeio em um bom restaurante

Com filmes fora da rota comercial e ambientes aconchegantes, os cinemas de rua proporcionam um passeio maravilhoso 

Os números não mentem e, felizmente, voltamos aos cinemas após o longo trauma imposto pela pandemia. Mesmo com toda a evolução dos streamings, que serviu de consolo para os apaixonados pela sétima arte, e dos aplicativos de entrega que fizeram explodir o delivery, quem aprecia uma telona ou um bom restaurante sabe bem diferenciar uma experiência da outra.

Destaco o delicioso programa que é assistir a um filme em um dos maravilhosos cinemas de rua de São Paulo. E sempre há um restaurante de que gostamos ou que desperta o nosso interesse perto dessas salas. Curtir essa dobradinha sem ficar exposto ao bombardeio de consumo e ao barulho que uma ida ao shopping impõe faz uma grande diferença.

 

Cinesala – foto Sérgio Israel e Ligia Skowronski

 

Um dos mais antigos da cidade, de 1940, o Cine Marabá tinha originalmente mais de 1.600 lugares e, hoje, repaginado, oferece cinco salas de 160 até 450 lugares cada – ao lado da famosa esquina das avenidas Ipiranga e São João. É uma volta no tempo, ainda mais se dali formos jantar no charmoso francês La Casserole. Já para quem mora na Vila Mariana ou curte algum dos muitos restaurantes sediados no bairro, como o Mapu (taiwanês), o AE Cozinha, o Bawarchi (indiano) ou o Amazônia Soul (amazônico) – ou até mesmo um boteco de qualidade como o Veloso – a dica é escolher um filme que esteja em cartaz no Centro Cultural São Paulo ou na Cinemateca.

A famosa rua Augusta oferece também duas opções de telona. Do lado Jardins, o Cine Sesc é um dos mais tradicionais da cidade e é conhecido por não exibir blockbusters, além de ter um bar agradável. É demais! E ainda está cravado no meio da gastronomia dos Jardins, com todos os restaurantes à sua volta, dos mais chiques até o nosso querido Frevo. E do lado da Bela Vista, está o Espaço Itaú de Cinema, reconhecido por sua programação de filmes de qualidade artística e cultural. Para matar a fome ali perto, a oferta está mais para hamburguerias, mas não esqueça que duas quadras para baixo se encontra a lendária Rotisserie Bologna.

 

Saguão da Cinesala – foto Sérgio Israel e Ligia Skowronski

 

A Paulista é endereço de duas pérolas para os amantes da telona. O Cine Marquise fica no Conjunto Nacional e após o filme basta atravessar a Alameda Santos para jantar no lindíssimo Casimiro (do grupo Tatini). Projetado por Isay Weinfeld, esse restaurante também é dos mais bonitos da cidade. E ainda na avenida está o cultuado Reserva Cultural, que reúne quatro salas com programação de qualidade e dispõe de um café (Pain de France) e o ótimo Bistrô Reserva.

O Cine Reag Belas Artes, na esquina com a Consolação, com suas seis salas de tamanho médio impulsionou a vida cultural da região e fica a um quarteirão de clássicos da gastronomia paulistana, como o Mestiço e o La Tartine.

Finalmente vale dizer que Pinheiros abriga o cinema Cinesala, que conta com opções de sofás super confortáveis nas duas primeiras fileiras. É desnecessário ressaltar que o bairro oferece todo tipo de gastronomia e com qualidade. Aproveite e até!

 

Sala de exibição da Cinesala, em Pinheiros – foto Sérgio Israel e Ligia Skowronski

Em um casarão no Jardim Botânico, a Casa Camolese reúne restaurante, casa de shows e cervejaria

Em um casarão no Jardim Botânico, a Casa Camolese reúne restaurante, casa de shows e cervejaria

Há seis anos, a Casa Camolese ocupa um casarão no Jardim Botânico reunindo em um mesmo espaço restaurante, bar, casa de shows, cervejaria e um lindo jardim para eventos. É lá que acontece o Fauna, bazar de moda que tem curadoria de Flora Camolese e ênfase em criações de jovens designers. O cardápio do restaurante, com uma pegada “mediterrâneo-carioca”, inclui maravilhas como o polvo salteado (R$ 72), servido com batatas, azeitonas e cebolas grelhadas, o duo crudo (com salmão e atum fresquinhos), os gnocchi de mandioquinha com vôngole, o bife ancho grelhado com risoto de tomate seco e rúcula e a moqueca vegana, sem falar nas pizzas e pães feitos com massa de fermentação lenta.

 

foto divulgação

 

Casa Camolese
Rua Jardim Botânico, 983, Jardim Botânico.
Tel. 21 99790-6559.

No AquaRio, mostra “Uma Janela para o Oceano” reúne fotos subaquáticas feitas por Rodrigo Thomé

No AquaRio, mostra “Uma Janela para o Oceano” reúne fotos subaquáticas feitas por Rodrigo Thomé

As 68 fotos subaquáticas feitas por Rodrigo Thomé e expostas no AquaRio encantam e ajudam o espectador a entender a urgência e a importância da preservação dos oceanos

As fotos subaquáticas do fotógrafo e documentarista Rodrigo Thomé compõem a mostra “Uma Janela para o Oceano”, em cartaz no AquaRio. São imagens belíssimas, que exigem fôlego e transportam o espectador a um mundo maravilhoso que precisa ser desvendado. Thomé capitania, ao lado do também documentarista Rodrigo Cebrian, o projeto EUceano, do qual a mostra faz parte. As 68 fotos ajudam a conectar as pessoas com o mar em toda sua imensidão e propiciar mais conhecimento para que se entenda a relevância e a urgência da sua preservação.

 

foto divulgação

 

“O meu objetivo é levar o oceano às pessoas, utilizando imagens, vídeos e ações práticas que criem conhecimento, empatia e amor pelo mar”, reitera o artista que acredita que a mais complexa “missão” do mar é a de conquistar a empatia da humanidade e desfazer a ideia descabida que os mares são o lar de mistérios e medos, um ambiente inóspito povoado por criaturas monstruosas, que só pode ser desafiado pelos mais corajosos e fortes.

AquaRio
Praça Muhammad Ali, s/ n°, Gamboa.
Tel. 21 3900-6670.
Ingressos a partir de R$ 99.

Aventura Jurássica, maior parque de dinossauros do Brasil, é inaugurado em Balneário Camboriú

Aventura Jurássica, maior parque de dinossauros do Brasil, é inaugurado em Balneário Camboriú

Em uma área de 100 mil metros quadrados de vegetação preservada, o parque Aventura Jurássica leva os visitantes a uma viagem no tempo repleta de diversão

Quem nunca se perguntou como seria visitar o Jurassic Park dos filmes de Steven Spielberg? Tirando a parte aterrorizante, ver de perto as gigantes criaturas históricas sempre fez parte do imaginário coletivo. Recentemente, o fascínio pelos dinossauros parece ter sido resgatado com a série de filmes “Jurassic World”, que instigou também as novas gerações.

 

Dinossauro em tamanho real – foto divulgação

 

Para transformar esse encantamento em realidade, houve um boom mundial de atrações, exposições e restaurantes temáticos. E a cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, agora recebe o parque Aventura Jurássica em uma área de 100 mil metros quadrados de vegetação preservada.

“Queremos trazer a ciência e história de forma lúdica e divertida. Um dos grandes diferenciais, além da quantidade de animais expostos, é o fato do parque ter uma exposição de fósseis reais, que impressionam pela preservação e fascinam quem nos visita”, conta o paleontólogo do parque, Sérgio Cabreira.

 

Lanchonete do parque – foto divulgação

 

No Jardim Mesozóico, o visitante se depara com animais em tamanhos reais, que se movimentam e reproduzem rugidos. Além de 80 espécies e mais de 100 animais em exposição, o público confere ainda um ovo de Hadrossauro original, com cerca de 80 milhões de anos, e uma mandíbula de Mosassauro – a única em exposição na América Latina. O parque conta, também, com playground in e outdoor, labirinto, passeio de barco, fonte interativa, arvorismo, tirolesa, mirante, lanchonetes e restaurante temático.

 

Brinquedo do Aventura Jurássica – foto divulgação

 

Aventura Jurássica
Rua Aqueduto, 360, Estados, Balneário Camboriú, Santa Catarina.
Tel. 47 3311-7000.
De segunda a sexta, das 9h às 18h; sábados, domingos e feriados das 9h às 19h.
Ingressos a partir de R$ 49,90.

Bar Drunks aposta na produção artesanal dos ingredientes utilizados nos drinques e mostra que coquetelaria é gastronomia

Bar Drunks aposta na produção artesanal dos ingredientes utilizados nos drinques e mostra que coquetelaria é gastronomia

Aproveitamento total de ingredientes, finalização com confeiteiros e novos profissionais no balcão são tendências que se espalham em bons bares como o Drunks

O mundo da coquetelaria sempre se reinventa e uma das grandes novidades é a produção artesanal dos ingredientes utilizados nos drinques. No Drunks, bar no Itaim, em São Paulo – do qual sou sócio junto com Guilherme Mora e Cassiano Oliveira – temos uma atenção especial às guarnições, infusões, sodas, xaropes, bitters, cremes e cordiais. Selecionamos os insumos para a construção da ideia e priorizamos explorar a matéria-prima ao máximo para minimizar qualquer tipo de desperdício. Frutas, verduras, ervas e até especiarias passam por um estudo para que possamos criar algo que seja sustentável, saboroso e harmônico.

Gosto de pensar que, para além de coquetéis, fazemos arte com ingredientes. É o caso de um dos drinques mais pedidos no Drunks, o “Juro que é o Último” (foto), que tem aproveitamento total da banana. Esse coquetel é composto por um blend de runs, infusão de manteiga noisette, vermute seco francês, óleo saccharum de banana da terra, limão taiti e leite e vem acompanhado de um entremet feito com a polpa da fruta que sobra do óleo de saccharum e com pó feito da casca desidratada por três dias e processada. Costumo dizer que acontece uma pequena explosão de sabores e uma verdadeira festa nas papilas gustativas de quem experimenta esse coquetel.

 

Um dos drinques mais pedidos no Drunks, o “Juro que é o Último”, que tem aproveitamento total da banana – foto Neuton Araújo

 

Também decidimos levar a confeitaria aos drinques. A ideia é que o cliente prove um coquetel que contenha, por exemplo, um xarope elaborado por um bartender, aperfeiçoado por um chef de cozinha e finalizado com a técnica de um confeiteiro. É o caso das fermentações que produzimos, desde as mais tradicionais, com frutas, até as mais complexas, com grãos, leveduras e especiarias, como pimenta Jamaica, galanga, puxuri, losna, fava de aridan e cumaru.

E todos os meus drinques autorais vêm com uma guarnição, como o flan de framboesa com maracujá que acompanha o coquetel Sip by Sip. Com uma textura levemente mais consistente que o tradicional doce maria-mole, esse ingrediente tem uma acidez que faz com que o degustador salive e experimente um sabor inesperado em um coquetel.

Tudo o que produzimos apenas é possível porque acreditamos que a coquetelaria é de fato um braço da gastronomia, e nossa equipe conta com verdadeiros profissionais de cozinha que escolheram se dedicar a um bar. Hoje temos uma carta com 12 coquetéis autorais e mais de 150 clássicos – todos produzidos com o conceito de que quanto mais unirmos conhecimento e técnicas, melhor será o resultado do nosso trabalho.

*Marlon Silva é chef de bar e sócio do Drunks, no Itaim