De Santos a Fernando de Noronha, Dário Costa é o ‘Mestre dos Pescados’

De Santos a Fernando de Noronha, Dário Costa é o ‘Mestre dos Pescados’

Vencedor em 2020 do reality “Mestre do Sabor”, chef Dário Costa hoje comanda restaurantes em Santos, na capital paulista e em Fernando de Noronha – além de peixarias que têm uma incomum preocupação com a procedência, o manuseio e a qualidade dos frutos do mar

Nascido e criado em Santos, Dário Costa rodou o mundo para surfar e, entre um swell e outro, fez bicos na cozinha de restaurantes da Nova Zelândia, da Itália e da Indonésia para financiar suas viagens. Após descobrir sabores tão diversos, uma paixão pela gastronomia acabou despertando no seu coração. Foi aí que ele retornou ao Brasil, amargou alguns anos de muito trabalho e pouco reconhecimento até brilhar no reality gastronômico “MasterChef” (em 2016, na Band).

 

Chef Dário Costa – foto divulgação

 

Depois, ao sagrar-se vencedor no “Mestre do Sabor” (em 2020, na Globo), virou celebridade nacional e viu seu acanhado restaurante Madê bombar, dar cria e gerar o Paru, uma lanchonete moderninha no então recém-inaugurado Mercado de Peixes de Santos. No Madê, que serve menus-degustação com 11 tempos a R$ 398 por pessoa, dois dos destaques são o Sonho de Polvo (uma versão marinha dos sonhos de padaria) e uma releitura do Beef Wellington, com atum “en croûte” no lugar do filé mignon. No Paru, o fish&chips e as coxinhas de camarão estão entre os best-sellers.

Na capital, foi convidado para comandar dois empreendimentos em um mesmo arborizado trecho da Avenida Rebouças – o café da loja Deus Ex-Machina (que tem unidades em Berlim, Los Angeles e Seul) e o restaurante de pescados dos sócios da Fazenda Churrascada. Com mesas espalhadas em um agradável jardim, a comedoria da Deus tem como carros-chefes o tentador polvo na brasa e o apetitoso arroz lambe-lambe.

 

Prato Wellington de Atum, do restaurante Madê, em Santos – foto divulgação

 

Desde 2021, Dário também está à frente do Açougue do Mar – com uma loja em Santos e outra na capital – que vende e entrega pescados capturados artesanalmente e manipulados com técnicas que preservam seu frescor. “Oferecer o que o mar tem de melhor é o que me move”, afirma Dário. E, como se tudo isso não fosse suficiente, desde o verão passado, ele inaugurou o Benedita, em Fernando de Noronha. “Eu não queria investir em mais um negócio. Só mudaria de ideia se fosse localizado num paraíso. Aí que surgiu essa oportunidade…”, ri o chef. O Benedita é um restaurante de comida farta, com pratos para compartilhar e cardápio eclético.

Madê
Rua Minas Gerais, 93, Boqueirão, Santos.
Tel. 13 99115-1913.

Paru
Av. Mário Covas, 3.050, Ponta da Praia, Santos.
Tel. 13 3261-4055.

Churrascada do Mar
Avenida Rebouças, 3.415, Jd. Paulistano, São Paulo.
Tel. 94389-1435.

Deus Ex Machina
Avenida Rebouças, 3.685, Jd. Paulistano, São Paulo.
Tel. 2548-3831.

Em Ipanema, Si-Chou tem cardápio com receitas típicas da China, do Japão, da Coreia, da Tailândia e do Vietnã

Em Ipanema, Si-Chou tem cardápio com receitas típicas da China, do Japão, da Coreia, da Tailândia e do Vietnã

O Si-Chou é um restaurante pan-asiático que foi inaugurado no final do ano passado em Ipanema e idealizado pelos chefs Elia Schramm e Menandro Rodrigues 

O chef Elia Schramm e o especialista em culinária nipônica Menandro Rodrigues são os idealizadores do Si-Chou, restaurante pan-asiático que foi inaugurado no final do ano passado em Ipanema. O cardápio tem receitas típicas das culinárias da China, do Japão, da Coreia, do Vietnã e da Tailândia, e a cozinha é comandada pelo chef Rodrigo Tristão, que foi chef executivo do Grupo Lilia. É da Coreia que vem o Yokhoe (espécie de tartare feito com finas lâminas de carne temperada, gergelim, pera, gema caipira e alga nori). Do Japão, além de sushis e sashimis, um dos destaques é o Makimono Temp Roll (tempurá de camarão com ovas e molho dinamite); da China vêm os Dim Sum (dumplings recheados de camarão, broto de bambu e cebolinha) e direto da Tailândia brilham os aromáticos currys de peixe, camarões, palmito e leite de coco. Autor de várias das delícias servidas em seu Babbo Osteria, Elia Schramm é também o responsável pelo sincretista Carbonara Si-Chou, feito com noodles, creme de queijo, bacon cantonês, pimenta preta, ovo perfeito e cebolinha.

 

foto divulgação

 

Si-Chou
Rua Barão da Torre, 472, Ipanema.
Tel. 21 99867-5933.

Ao sul de Portugal, o Alentejo reserva vinícolas que hospedam com conforto e muito sabor

Ao sul de Portugal, o Alentejo reserva vinícolas que hospedam com conforto e muito sabor

Atravessar a Ponte Vasco da Gama, sobre o Rio Tejo, e dar com os costados no Alentejo tem sido a opção de quem é ávido por paz

Lisboa, todo mundo sabe, hoje é uma das cidades mais agitadas da Europa. A de aluguéis mais altos também, segundo recente levantamento da plataforma HousingAnywhere. Inegável o borogodó da capital portuguesa, com sua vida noturna sacudida, a comida generosa, a arquitetura secular, o fado e tanta história. Mas o que torna Lisboa tão atraente também afasta quem visita Portugal em busca de sossego, discrição e exclusividade.

Atravessar a Ponte Vasco da Gama, sobre o Rio Tejo, e dar com os costados no Alentejo – viagem que dura um pulo de uma hora e meia – tem sido a opção de quem é ávido por paz. A questão nem é financeira: hospedar-se em hotéis de charme, em formosas propriedades rurais da região, está longe de ser um programa econômico. Fugir da muvuca e curtir alguns dias de prazer em meio aos vastos vinhedos e olivais, porém, vale cada centavo de euro desembolsado.

O Alentejo não é exatamente bonito, se o compararmos a outras regiões vinícolas de Portugal, como a dos Vinhos Verdes, de natureza luxuriante, ou o Douro, com suas colinas dando bossa à paisagem. Quente e seco, o Alentejo oferece vistas monótonas e planas em quase toda sua extensão, mas guarda encantos escondidos. Quem sabe das coisas os conhece. Talvez a melhor forma de camuflar-se por lá, unindo vários úteis a inúmeros agradáveis, seja escolher vinícolas que hospedam com luxo e sabor.

Torre de Palma

O hóspede do Torre de Palma Wine Hotel, em Monforte – a duas horas da capital portuguesa, quase na fronteira com a Espanha, em direção sudeste – é recebido com um coquetel no topo da construção que dá nome ao lugar. A torre foi erguida no século 14, quando a propriedade pertencia à Coroa Portuguesa. Hoje não tem o sentido de guarda e, sim, o de contemplação. Dali temos a visão infinita da planície alentejana, dos sete hectares de vinhas e da construção em forma de fortificação que nos abrigará pelos próximos dias.

 

Vista aérea do Torre de Palma, em Monforte – foto divulgação

 

A história contada pelos funcionários bem descreve a paz que se consegue ter no hotel. Uma senhora solitária reservou uma semana de estadia. Alongou-a por mais um pouco e mais um pouco… Quando se deu conta, estava ali por três meses. Passava os dias lendo, deliciando-se com a culinária da equipe do chef Miguel Laffan, dono de uma estrela Michelin, e harmonizando-a com vinhos produzidos na casa com uvas regionais como Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Arinto e Antão Vaz.

A produção de vinhos da Torre de Palma é pequena, de até 60 mil garrafas por ano, e seus proprietários não pretendem fazê-la crescer. Não querem perder o caráter artesanal de sua elaboração, com uvas colhidas manualmente e pisadas a pé, vinificadas em uma elegante adega, aberta à visitação guiada para hóspedes e turistas avulsos.

 

Adega do Torre de Palma – foto divulgação

 

Quem não é do álcool tem à disposição aulas de equitação e passeios a cavalo pelas redondezas, workshops de gastronomia e agricultura, voo de balão, observação de pássaros, piquenique no campo, visitas a ruínas romanas e passeios guiados pela natureza. Quem é do bem-bom pode escolher o spa com diversas massagens e tratamentos ou refestelar-se no seu canto. São 19 opções de acomodação, do quarto duplo à suíte master, cada uma decorada em estilo diferente.

 

Quarto do hotel Torre de Palma – foto divulgação

 

São Lourenço do Barrocal

O hotel-fazenda São Lourenço do Barrocal, em Monsaraz, impressiona pelo aspecto pitoresco e pela tipicidade alentejana. Propriedade rural fundada há 200 anos, passou por um sensível trabalho de arquitetura que adaptou antigas instalações em comodidades para o turista, sem prejuízo às linhas originais do lugar. É uma viagem no tempo em que também nos deparamos com o moderno e com o surpreendente.

Os quartos dos trabalhadores que viviam na fazenda tranformaram-se em acomodações para hóspedes. Casas antes dedicadas aos convidados da família foram convertidas em algumas das opções mais luxuosas de estadia. O antigo canil hoje abriga o restaurante principal. Os dormitórios dedicados aos trabalhadores sazonais foram convertidos num spa com assinatura da marca austríaca Susanne Kaufmann.

 

Quarto em São Lourenço de Barrocal – foto Nelson Garrido

 

Boa parte da comida e da bebida servidas no Barrocal é produzida ali: hortaliças orgânicas, mel, azeite, vinho. Os hóspedes participam de colheitas, têm aulas sobre a produção desses víveres ou simplesmente aproveitam seu sabor a cada garfada ou gole. A vinícola é diminuta, dá conta do consumo no próprio hotel. Mas o visitante pode comprar seus rótulos na loja, que oferece não somente o que é feito na propriedade, mas privilegia a tradição gastronômica e artesanal alentejana.

 

Degustação de vinhos e azeites em São Lourenço do Barrocal – foto Ash James

 

Quem gosta de colocar a mão na massa pode participar de workshops de apicultura, arranjos florais, olaria, coquetelaria e culinária ou aprender a fiar lã de ovelha. Fãs de aventura têm a seu dispor passeios a cavalo, de bicicleta, caminhadas e outras atividades. Quem é dos programas culturais engaja-se em roteiros pelo Alentejo, guiados por historiadores.

Herdade do Sobroso

Impossível visitar a Herdade do Sobroso e não ter vontade de ficar. O lugar tem um quê tão acolhedor que tudo o que pensamos, de imediato, é passar dias à beira da piscina, sorvendo refrescantes vinhos brancos ou rosés produzidos ali, embasbacando-se com a vista, agora não mais plana. O Sobroso está na Vidigueira, região alentejana pródiga em relevos e recortes, a 190 km de Lisboa.

 

Piscina do Herdade do Sobroso, no Alentejo – foto divulgação

 

Se a natureza local flechar seu coração, é possível programar um safári fotográfico, pois a propriedade está dentro de uma área de preservação, onde vivem veados, javalis, lebres, patos selvagens e outras espécies. Em ritmo de adrenalina, é possível ainda programar passeios de balão, cavalgadas, trilhas de mountain bike ou corridas de caiaque. O spa, as aulas de ioga e de meditação realinham quem volta exausto das peripécias.

 

Restaurante do Herdade do Sobroso – foto Jeronimo Heitor Coelho

 

A oferta de vinhos é extensa, elaborada com mais de dez castas locais e algumas internacionais, como Cabernet Sauvignon e Syrah. Há várias opções de harmonização no menu do Sobroso, que conta com quitutes típicos: empadas alentejanas, queijos, embutidos e farta culinária local. Você também pode levar para casa azeites, vinagres, compotas, mel e infusões de ervas produzidos na herdade.

Mais Vinícolas do Alentejo que hospedam (ou não)

Há mais opções para quem quer fazer o roteiro vinho-aventura-descanso na região. A Herdade dos Grous é mais uma vinícola de respeito que abriga um hotel de charme com quartos e suítes lindamente decorados. A chique Herdade da Malhadinha Nova tem quartos, suítes e villas modernas e minimalistas para quem preza o sossego e a vida zen.
Estando no Alentejo, procure conhecer outras vinícolas bonitas e importantes, que não hospedam, mas garantem a visita pela qualidade dos vinhos e pela rica gastronomia. Quinta Dona Maria está em um recanto construído no século 18 pelo rei Dom João V para sua amante. Os vinhos são clássicos e espetaculares. Os salões, revestidos com a mais fina azulejaria portuguesa, fazem cair os queixos.

Já a Herdade do Rocim tem arquitetura contemporânea, produz rótulos ousados e foi uma das responsáveis por resgatar comercialmente a técnica dos vinhos de talha, tradição de mais de 2.000 anos no Alentejo. Outra jovem vinícola é a Herdade Aldeia de Cima, notável pelo look clean e pelos vinhos elegantes.

 

Quinta Dona Maria, em construção do século 18 – foto divulgação

 

Visitar a Adega Cartuxa é um passeio que boa parte dos turistas quer fazer, pela fama de seus vinhos, sobretudo o cobiçado Pêra-Manca. E a Herdade do Esporão é outro ponto forte, pelos belos vinhos, pela fina produção de azeite e pelo restaurante estrelado no Guia Michelin.

Para quem é fã da bebida de Baco, visita indispensável também deve ser feita à Herdade do Mouchão, a mais antiga da região, fundada no século 19. Apesar de espartana, sem grandes atrativos para o turista comum, é o berço um dos vinhos mais complexos e simbólicos do Alentejo.

Torre de Palma Wine Hotel
Herdade de Torre de Palma, 7450-250
Vaiamonte, Portugal
Tel. +351 245 038 890
Diárias a partir de R$ 1.600.

São Lourenço do Barrocal
7200-177 Monsaraz, Portugal
Tel +351 266 247 140
Diárias a partir de R$ 3.180.

Herdade do Sobroso
Herdade Do Sobroso, 7960-909 Pedrogão, Portugal
Tel. +351 284 456 116
Diárias a partir de R$ 1.600.

Cantora paulistana Mônica Salmaso traz sua casa para o palco da Vivo Rio

Cantora paulistana Mônica Salmaso traz sua casa para o palco da Vivo Rio

No dia 24, Mônica Salmaso apresenta para o público carioca seu show “Minha Casa”, com canções de Chico, Gil, Milton, Guinga, Tom Zé e Egberto Gismonti, entre outros

A paulistana Mônica Salmaso apresenta no dia 24 de fevereiro o show “Minha Casa” no palco da Vivo Rio. “Minha casa é meu norte, a identidade dos afetos, o Brasil pulsante, a força da criatividade e da resistência. Da Re-existência!”, define a cantora que, durante a pandemia, produziu 175 encontros musicais em lives exibidas pela internet, como parte do projeto “Ô De Casas”. No período pós-pandemia, ela lançou dois CDs, “Canto Sedutor” (2021), com Dori Caymmi, e “Milton” (2022), em duo com André Mehmari e participação especial de Teco Cardoso. Além disso, a artista foi a convidada da turnê “Que Tal Um Samba?”, de Chico Buarque, que percorreu o Brasil e Portugal por 10 meses em 2023. O repertório do novo show inclui pérolas como “Morro Velho” (de Milton Nascimento), “A Violeira” (de Tom Jobim e Chico Buarque) e “Saudações” (de Egberto Gismonti e Paulo César Pinheiro), “Paulistana Sabiá” (de Guinga), “Menina Amanhã de Manhã” (de Tom Zé) e “Xote” (de Gilberto Gil e Rodolfo Stroeter).

 

Mônica Salmaso – foto Dani Gurgel

 

Vivo Rio
Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, Glória.
Ingressos de R$ 60 a R$ 260.