Embaixador da The Macallan analisa o crescimento do mercado de whisky no Brasil

Embaixador da The Macallan analisa o crescimento do mercado de whisky no Brasil

Rosto da geração de consumidores com paladares exigentes, Gianpaolo Morselli aponta que o mercado de whisky single malt cresce de forma promissora no país

O Brasil se tornou o principal mercado de whisky na América Latina e o quarto maior do mundo, segundo a Scotch Whisky Association. Mas, ainda grande parte das garrafas consumidas por aqui são “standard”, ou seja, aquelas produzidas para atender larga escala e que não apresentam data de envelhecimento. “Temos ainda muito a crescer em educação entre os consumidores e em portifólio de qualidade”, enfatiza Gianpaolo Morselli, empresário, apreciador da bebida e embaixador da The Macallan – marca referência no mercado de luxo.

 

Gianpaolo Morselli, empresário, apreciador da bebida e embaixador da The Macallan – foto divulgação

 

A atenção à produção é o que distingue um whisky single malt premium dos muitos rótulos nas prateleiras. As particularidades que tornam a bebida da marca especial incluem a madeira usada no envelhecimento – sempre carvalho europeu ou americano com mais de 100 anos e que trazem como antepassado o envelhecimento de vinho Jerez –, o tamanho dos barris e até mesmo a quantidade envasada no alambique, já que apenas uma porcentagem pequena chega ao consumidor. “E o Brasil é a bola da vez no consumo de whisky de qualidade, não há outro país nesse tamanho em população e economia.”

É preciso paciência para qualquer aprofundamento e Gianpaolo explica que ele mesmo levou tempo para compreender a complexidade do whisky e seus rituais de consumo, e chegou a morar na Escócia para estudar. “Venho de uma família de italianos, tínhamos uma atenção especial aos vinhos, mas não ao whisky. Como estudei para ser diplomata, me acostumei a procurar conhecimento sozinho e foi assim o meu mergulho na bebida”, conta.

São Paulo tem presenciado um aumento no número de bares especializados na venda de whisky, como o Caledônia, em Pinheiros, onde é possível experimentar diferentes rótulos e até estudar a bebida, e o hotel Rosewood, na Bela Vista, que oferece em seus restaurantes coquetéis com o whisky da marca – e são lugares sugeridos pelo empresário para degustar. “O ritual de consumo é de cada um, mas gosto muito de apreciar a bebida em casa e em pequenas doses, como a tradição do whisky de qualidade sugere.”

Com os brechós de luxo, a economia circular é a nova tendência fashion

Com os brechós de luxo, a economia circular é a nova tendência fashion

Brechós de luxo ganham cada vez mais adeptos que buscam itens de grifes por um preço reduzido e com consciência ambiental

A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo. Além de ser responsável por 2% a 8% do volume global de emissões de carbono, o tingimento têxtil é o maior poluidor de fontes de água no mundo, segundo dados da ONU. A situação alarmante torna imprescindível a adoção de uma forma de consumo mais sustentável. Com o objetivo de reduzir os impactos ambientais e tornar o mercado de alto padrão mais acessível, os brechós de luxo são a nova febre entre os apaixonados pelo universo fashion. Além do formato de vendas online, muitos contam com espaços físicos que oferecem atendimento personalizado.

Esse é o caso da fashiontech Cansei Vendi, criada pela empreendedora Leilane Sabatini e que tem Luana Piovani como sócia e Arlindo Grund como head de estilo. A marca tem uma loja nos Jardins, que integra online e offline e é inspirada em galerias de arte contemporânea. Em seu acervo estão mais de 10 mil itens de 120 marcas de alta-costura, incluindo artigos de coleções, clássicos e raridades, vendidos a preços até 80% menores. “É um mercado em absoluta ascensão. Com o dólar alto e o fato de que muitas lojas de luxo não estão digitalizadas, o second hand, por vezes, se torna a única alternativa de se consumir determinadas marcas”, analisa Leilane.

 

O espaço físico da Cansei Vendi – foto Alberto Ricci

 

Outro brechó de sucesso é o Pretty New, criado em 2014 pela empresária Gabriella Constantino Leal. “Temos uma lista de 250 grifes nacionais e internacionais que aceitamos em nossa curadoria atualmente, que passa por muito estudo e busca contínua”, afirma. De acordo com ela, as pessoas estão perdendo o preconceito em relação ao second hand e descobrindo que podem fazer dinheiro com algo que está parado no armário. A sede da Pretty New é em Brasília, mas a marca tem um espaço físico em São Paulo, no Itaim Bibi.

 

Gabriella Leal, do Pretty New – foto Maria Eduarda Jardim

 

Uma das pioneiras do setor no Brasil, a boutique de luxo Fora do Closet tem 12 anos e conta com um espaço exclusivo na Vila Nova Conceição, que atende de forma individual e com hora marcada. Para a fundadora Sandra Raffaelli, muito mais do que comprar produtos de designers renomados, o consumidor de luxo busca compartilhá-los com pessoas que os valorizem da mesma forma.

 

A empresária Sandra Raffaelli, do Fora do Closet – foto divulgação

 

Cansei Vendi
Alameda Lorena, 1969, Jardins.
Tel. 94138-3112.

Fora do Closet
Rua Afonso Braz, 579, Conj 31, Vila Nova Conceição.
Tel. 95981-0169.

Pretty New
Av. Nove de Julho 4865, sala 101A, Itaim.
Tel. (61) 99925-3912.

Nordeste terá voos charter só com classe executiva a bordo

Nordeste terá voos charter só com classe executiva a bordo

No pacote VP Premium, criado pela Viagens Promo, a companhia aérea Sideral vai colocar um Boeing 737 com apenas 52 espaçosos e confortáveis assentos de classe executiva para voar de São Paulo para Pernambuco e Bahia durante a temporada de verão – incluindo Réveillon e Carnaval

Muito populares no verão europeu, os voos charter não são muito usuais aqui no Brasil. Essa situação começa a mudar em dezembro, quando acontece a primeira saída do VP Premium, um produto desenvolvido pela Viagens Promo em parceria com a companhia aérea Sideral e os resorts Nannai Muro Alto (em Pernambuco) e Transamérica Comandatuba (na Bahia).

O pacote inclui viagem de ida e volta em um Boeing 737 em que todos os 52 assentos são de classe executiva (com direito a champanhe de boas-vindas e refeição completa a bordo), traslados e hospedagem em um desses dois renomados hotéis “pé na areia”.

 

foto divulgação

 

As saídas para Comandatuba são nos dias 27 de dezembro e 3, 7 e 14 de janeiro. No “pacote”, os preços para sete noites no hotel custam de R$ 10.420 a R$ 26.430 por pessoa, all inclusive e em ocupação double. Para o Nannai, as datas são 6, 13, 20 de janeiro e 9 de fevereiro, e os valores vão de R$ 14.740 a R$ 17.980 para acomodação categoria Jardim e meia-pensão.

Pode parecer muito, mas é preciso entender algumas variáveis antes de dizer que eles estão fora da realidade. Duas passagens em um voo básico de Congonhas para Recife não saem por menos de R$ 6.500 no Carnaval. Dois bilhetes de Congonhas para Comandatuba no Réveillon ficam na faixa dos R$ 9.000. Nesse período, sete diárias no resort baiano custam no mínimo R$ 43.200, e as estadias com cinco noites no Nannai durante o Carnaval ficam em R$ 16.250. Ou seja, em um esquema “do it yourself”, essas viagens somam R$ 51.200 e R$ 22.750 por casal, enquanto no VP Premium elas saem por R$ 52.860 e R$ 29.500, respectivamente. Mas o “pacote” já inclui traslados, segurança, mimos e muito conforto. Às vezes o preço mais alto é bem mais vantajoso…

Radar

Ponte mais barata
Nos primeiros quatro meses de 2023, os voos entre Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) ficaram mais baratos do que custavam entre janeiro e abril de 2022, segundo levantamento da Anac. As passagens de ida e volta foram vendidas pelo valor médio de R$ 877 no ano passado, e neste ano a média caiu para R$ 760. A queda é um provável reflexo da baixa no preço do querosene de aviação, que encolheu 40% entre julho de 2022 e maio de 2023.

Freio à beira-mar
O aeroporto Santos Dumont vai implantar o EMAS, sistema de segurança que já funciona em Congonhas. O EMAS (Engineered Material Arresting System) consiste em um piso de concreto que se deforma quando um avião ultrapassa o limite da pista, desacelerando a aeronave até ala parar. Ele vai ter 70 metros de extensão em uma cabeceira e 75 m na outra. A obra deve custar R$ 100 milhões e a expectativa é que dure de 12 a 18 meses.

Inferno no céu
Os voos da Avianca operados com aeronaves A320 agora têm metade da Classe Econômica com assentos que não inclinam. Só tem acesso às poltronas reclináveis quem paga mais. A medida permitiu à empresa elevar em 20% o número de passageiros a bordo, de 150 para 180. A maioria dos voos da Colômbia para SP, Rio, BH e Manaus são feitos com esses aviões adensados. Segundo a companhia, a mudança possibilita passagens básicas mais baratas.

Projeto Pra Cego Ver cria ambiente em que pessoas com deficiências visuais podem vivenciar a arte no Beco do Batman

Projeto Pra Cego Ver cria ambiente em que pessoas com deficiências visuais podem vivenciar a arte no Beco do Batman

Beco do Batman ganha grafite em braile que inclui pessoas com deficiências visuais ao reduto da arte urbana de São Paulo

Primeiro grafite em braile do mundo, o projeto Pra Cego Ver criou um ambiente inclusivo em que pessoas com deficiências visuais podem vivenciar a arte de rua, no Beco do Batman, na Vila Madalena. Os grafites são táteis e acompanhados pelo texto em braile detalhando as formas da imagem, suas cores e dimensões, proporcionando uma experiência completa e imersiva.

“A democratização e a inserção da arte para além do sentido visual, é algo inclusivo e transformador do espaço público, uma vez que a arte manifesta a presença de diferentes pessoas”, conta o curador do projeto, Roberto Parisi. As obras buscam não apenas inserir frases, mas trazer uma representação completa dos murais para cegos e pessoas com baixa visão.

 

foto divulgação

 

O grafite levou 11 horas para ser montado. Após a “leitura” em braile, o artista paulistano Subtu – com obras também em outras ruas de São Paulo, como Teodoro de Sampaio, e em Salvador – levou mais de cinco horas para colorir a obra, que fica exposta até 19 de outubro. Os grafites contam a história do projeto por meio do personagem Yoko, um macaco japonês que simboliza a luta por inclusão, diversidade e representatividade social. A narrativa é apresentada em três murais diferentes que se conectam como um enredo em quadrinhos, proporcionando uma experiência única aos espectadores.

“Nosso objetivo é difundir a técnica de aplicação tridimensional para o grafite”, explica o diretor artístico, Murillo Denardo. Após a criação dos desenhos, eles foram digitalizados e transformados em impressões 3D, que foram encaixadas e fixadas nos murais, formando três painéis distintos, mas autônomos, que completam a história do projeto quando vistos e experimentados juntos.

 

foto divulgação

 

Os encantos da Serra Gaúcha em uma viagem de carro inesquecível

Os encantos da Serra Gaúcha em uma viagem de carro inesquecível

Após nossa deslumbrante visita à Serra Catarinense, apresentada na coluna da edição passada, a viagem continua pela BR 116 em direção à Serra Gaúcha

Vindo de Lages, em Santa Catarina, pela Regis Bittencourt, já às margens da cidade de Vacaria, o cartão de boas-vindas gaúcho não poderia ser mais bonito e acolhedor. O visual do rio Pelotas – que se avista atravessando a ponte da divisa de estado ao pé de uma serra que rasga uma floresta de araucárias centenárias – é lindo. Estamos adentrando um estado onde a influência das colônias alemã e italiana desenharam não apenas os costumes, a arquitetura e a culinária, mas também a indústria.

Logo antes de chegar a Vacaria e à beira da rodovia, encontra-se a primeira parada obrigatória: a Vinícola Campestre. Ali são produzidos os rótulos da Zanotto, que são premiados na Europa, e o lugar apresenta ainda um restaurante no mezanino envidraçado que oferece uma vista para as parreiras. Além dos vinhos e espumantes para venda e degustação, ficam expostos os sucos de uva, geleias, queijos da colônia e outros produtos regionais.

Cuidado para não se exceder e carregar demais o carro, porque a viagem é longa e há muito mais pela frente. Ainda em Vacaria, vale a pena parar na Dalaio Alimentos para levar as excelentes maçãs e experimentar os diversos tipos de queijos coloniais, são surpreendentes. O roteiro segue em direção a Caxias do Sul, que fica a 110 km e passa por São Marcos – cidade conhecida pelo apelido “cidade dos caminhoneiros”, isso porque em determinada época um a cada dois homens dessa cidadezinha era caminhoneiro.

 

Skyglass, em Canela, é uma das maiores plataformas de aço e vidro do mundo – foto divulgação

 

O ideal é se programar para chegar em Caxias entre 11h30 e 14h para almoçar maravilhosamente bem. A melhor galeteria da região é a disputada Alvorada. Trata-se do famoso galeto primo canto (baby galeto) na brasa no esquema rodízio, que começa com a sopa de capeletti seguida pelo galeto grelhado e seus acompanhamentos típicos da colônia italiana. São eles a salada de radicci (folha meia amarga) com bacon, maionese de batata, polenta frita e polenta ao forno e uma escolha de massa e de molhos variados.

Continuamos descendo para Porto Alegre e logo chegamos em Nova Petrópolis – que parece um cartão postal da Bavaria, com as casas parecendo de boneca e seus jardins de flores coloridas e milimetricamente recortados. E é dali que seguimos pela famosa estrada das hortênsias, rumo a Gramado e Canela. Essas duas cidades já estão no top 3 dos destinos turísticos do Brasil. São muitos passeios, como o Mundo de Chocolate da Lugano, com famosas paisagens do mundo feitas de chocolate maciço.

E no vale da Ferradura há uma atração recém-inaugurada. A Skyglass (foto), em Canela, que é uma das maiores plataformas de aço e vidro do mundo e que avança 35 metros para o vale. Ali, a cereja do bolo é o Abusado: um monotrilho suspenso que leva a um passeio a 360 metros de altura sobre o rio Caí.

No caminho entre Gramado e Canela, avista-se ainda o Vale dos Quilombos. O famoso hotel Laje de Pedra, com paisagem incrível para esse mesmo vale, deu lugar a um empreendimento de altíssimo luxo chamado Kempinsky. E para quem gosta de cerveja, deve conhecer a Cervejaria do Farol, pioneira na produção de brejas artesanais na Serra Gaúcha.

Se continuássemos pela estrada que sai de Canela, iríamos para São Francisco de Paula e Cambará do Sul, que é a base para explorar cânions, como o do Itaimbezinho. Mas isso é outra viagem. Até a próxima!