Sophie Charlotte vive Gal Costa nos cinemas e antecipa seus próximos projetos

Sophie Charlotte vive Gal Costa nos cinemas e antecipa seus próximos projetos

A atriz Sophie Charlotte celebra período intenso e frutífero de sua trajetória profissional, coroado por atuação em filme biográfico de Gal Costa, que chega aos cinemas neste mês

Honrar Gal Costa, uma das maiores artistas da música popular brasileira, é uma missão, no mínimo, bonita e desafiadora. A atriz Sophie Charlotte, nascida na Alemanha e criada no Brasil – entre as ruas e as maravilhas de Niterói – assumiu esse feito protagonizando o filme “Meu Nome É Gal”, das diretoras Dandara Ferreira e Lô Politi, que estreia no dia 12 de outubro nos cinemas do país.

 

foto Bob Wolfenson

 

“Foi uma grande responsabilidade e um enorme privilégio”, define. Com 57 anos de carreira musical, Gal somou mais de 30 álbuns e diversos prêmios, entre eles o Grammy Latino à Excelência Musical, recebido pelo conjunto de sua obra. A cantora nos deixou há quase um ano, em São Paulo, no dia 9 de novembro de 2022. Seus sucessos atemporais compõem a trilha sonora do longa. “Meu Nome é Gal” – canção composta por Erasmo e Roberto Carlos e a preferida de Sophie Charlotte –, “Baby”, “Aquarela do Brasil” e “Divino Maravilhoso” embalam a produção. O filme destaca ainda “Eu Vim da Bahia”, “Alegria, Alegria”, “Coração Vagabundo”, “Mamãe, Coragem”, “Vaca Profana” e “Festa do Interior”.

Em sintonia com tamanha potência que ecoa da imortal artista baiana, Sophie vive fase efervescente de sua carreira. Além de protagonizar a novela “Todas as Flores”, exibida na TV Globo, ela também atua em “O Assasino”, novo filme do cineasta norte-americano David Fincher – o mesmo de “Clube da Luta” e “A Rede Social” – que estreia em novembro na Netflix. Ainda nos streamings, a atriz estrela o longa “Rio Desejo”, do diretor Sérgio Machado, já disponível no Globoplay. Por essa atuação, recebeu menção honrosa como Melhor Atriz, no Festival Internacional de Cinema de Punta del Este (Cinepunta), no Uruguai.

Em meio ao sucesso, Sophie Charlotte diz que exerce a profissão com afeto. “É que amo muito ser atriz! Então, seja no Brasil ou no exterior, em novelas ou séries, o que importa é o propósito de contar histórias”, festeja.

Em entrevista à 29HORAS, a atriz compartilha detalhes de sua imersão na mente, na pele e na arte de Gal Costa e antecipa seus próximos projetos. Confira nas páginas a seguir o que mais ela revelou.

 

Pôster do filme “Meu Nome É Gal” – foto divulgação

 

Você é protagonista do filme “Meu Nome é Gal”, que estreia neste mês nos cinemas. Como foi interpretar uma figura tão forte e potente para a cultura brasileira?
Ter a honra e o privilégio de viver Gal Costa no nosso filme ‘Meu Nome é Gal’ foi uma grande responsabilidade. Porque admiro e respeito imensamente a Gal e sua obra. Sua história e sua trajetória musical são tão especiais para mim e para tanta gente, que coloquei todo meu coração nessa jornada, foi realmente desafiador e bonito.

 

Sophie Charlotte em cena no longa – foto Stella Carvalho

 

Como foi seu processo imersivo em Gal Costa?
Foi muito profundo e longo – entrei no projeto antes de ter roteiro e, do convite até a estreia, já se vão cinco anos! Ouvi obsessiva e apaixonadamente a discografia, os shows que encontrava na internet, e assisti muitas vezes à série documental da Dandara Ferreira, uma das diretoras do nosso filme: ‘O Nome Dela é Gal’. Mas ninguém faz nada sozinho! Eu contei com a ajuda de muita gente! Dandara me passou todo seu material de pesquisa e mostrou Gal com tanto amor que nunca vou esquecer! Ela e a Lô Politi (também diretora e roteirista do filme) me apresentaram Salvador, que é a cidade natal de Dandara – e de Gal, Caetano, Gil, Bethânia –, o Gantois… passamos um verão inesquecível na Bahia.

O que mais você leu e ouviu? Quem mais ajudou?
Também tive a ajuda do Claudio Leal, jornalista formidável, que encontrava matérias, entrevistas e histórias sobre Gal e aquele tempo, que me guiaram muito no processo; ele me apresentou ainda Jorge Salomão (irmão de Wally e amigo da turma que manteve a energia do desbunde a vida toda!), Cézar Mendes, que me ensina violão até hoje, não toco bem, mas ele é um grande mestre. Encontrei também com Regina Boni, que foi responsável pelo figurino que Gal usou no Festival de 1968, quando cantou ‘Divino Maravilhoso’, e Fernando Barros, fotógrafo que era muito amigo de todos da turma e, hoje, também chamo de amigo!
Contamos com a preparação maravilhosa da Amanda Gabriel; ela e o diretor de arte Thales Junqueira me estimularam a fazer uma pesquisa iconográfica e encontrar nas fotografias a evolução do corpo de Gal. Tive preparação vocal com Mirna Rubim e depois Tatiana Parra. E quando chegou a caracterização da Tayce Vale e o figurino de Gabriella Marra, tudo encaixou. Então, construir a evolução da Gracinha tímida até a Gal das dunas do barato foi formidável! E te digo que não valeria de nada sem meus parceiros de cena, meus amigos geniais! Rodrigo Lelis, Dan Ferreira, Camila Márdila, Luis Lobianco, Claudio Leal, Dandara Ferreira, Elen Clarice, Chica Carelli, Caio Scot, Pedro Meirelles, Barroso e George Sauma. Nossa amizade se firmou na preparação e sinto muito amor por todos. E eu preciso agradecer ao diretor de fotografia, José Pedro Sotero: foi uma parceria tão linda e forte, foi uma dança mesmo! Vivi a nossa Gal, minha e de todas essas pessoas e muitas outras que não vou conseguir citar aqui.

 

Sophie na pele de Gal Costa – foto Stella Carvalho

 

Muitas pessoas carregam uma admiração pela cantora. Como equilibrar todo esse afeto e ter um olhar crítico e aprofundado à vida de Gal?
Na verdade, escolhi não separar todo o afeto e a importância de Gal Costa para as pessoas e para o Brasil no processo, porque isso é a realidade, seria impossível! Não busquei ter uma visão crítica com relação à Gal, busquei, sim, ter um entendimento humano sobre ela e esse recorte de sua história.

Quais passagens da vida de Gal Costa mais te marcaram nesse processo de interpretação? O que você não sabia sobre ela que acabou descobrindo graças ao filme?
Acho que o que mais me impressiona nesse momento da Gal, que está no filme, é o rasgo que ela viveu da própria timidez para dar o grito por e para toda uma geração! ‘É preciso estar atento e forte! Não temos tempo de temer a morte!’, como cantou. A plenos pulmões, em um palco, televisionado, em plena ditadura militar! Era um grito, foi um ato revolucionário de liberdade! Descobri muito sobre Gal no processo, mas há muito ainda por conhecer. Até hoje me surpreendo com histórias que não conhecia, os fã clubes de Gal são maravilhosos. Tenho um amor e interesse inesgotável por tudo de belo que ela colocou no mundo, toda sua obra imensurável.

 

Sophie como Gal Costa – foto Stella Carvalho

 

A sua carreira começou em novelas na TV Globo, como foi transitar entre formatos e atuar em filmes e séries? Há um formato preferido?
Eu comecei meu caminho como atriz no teatro e fazendo novelas, sou imensamente grata a todas as oportunidades que recebo da TV Globo, aprendi meu ofício nos estúdios com cada funcionário, cada colega de cena, cada diretor, cada câmera. O cinema me arrebatou! A verdade é que amo muito ser atriz! Então, seja no Brasil ou no exterior, em português, inglês ou alemão, no cinema, em novelas ou séries, o que importa é o propósito de contar histórias! De me reinventar, de me divertir e desafiar cada vez mais.

 

A atriz contracenando com as colegas Letícia Colin e Regina Casé, em “Todas As Flores” – foto Globo | stevam Avellar

 

Quem são os diretores, roteiristas e atores com quem você ainda deseja trabalhar?
Tem muitos diretores com os quais gostaria de trabalhar … vou realizar um sonho agora com o Jorge Furtado, que admiro muito! Mas quem sabe um dia trabalhe com Kleber Mendonça, Carolina Markowicz, Karim Aïnouz, Lírio Ferreira, Matheus Nachtergaele, Walter Salles, Vera Egito, tanta gente! E, com certeza, trabalhar novamente com José Pedro Sotero, diretor de fotografia do nosso longa ‘Meu Nome é Gal’.

Quais projetos você desenha para um futuro próximo?
Agora estou lançando ‘Meu Nome é Gal’ e posso dizer que estou feliz da vida! Mas já estou me preparando para o longa ‘Virgínia e Adelaide’, dirigido por Jorge Furtado e Yasmin Thayná; estou muito animada para contar essa história ao lado da atriz Gabriela Corrêa. As filmagens serão ainda neste ano, em novembro. E depois sigo para as gravações da novela ‘Renascer’, na qual vou viver Eliana, que foi interpretada pela genial Patricia Pillar na primeira versão, uma atriz que admiro imensamente. Gostaria de gravar um disco também! E fazer mais teatro… é muito sonho!

Você nasceu na Alemanha e veio ao Brasil ainda criança. Como essa infância e família internacional influenciaram a sua vontade de se tornar atriz? Em que isso ainda te atravessa?
Minha família incentivou meu sonho desde cedo, meus pais me possibilitaram uma formação maravilhosa e acesso à cultura. Ter uma família com culturas tão distintas me possibilitou entender as diferenças e buscar o meu jeito de navegar os ritos e os ritmos à minha maneira. Sou uma mistura de Belém do Pará com Hamburgo, criada na Alemanha até os 8 anos e depois em Niterói, no Rio de Janeiro. Minha família é muito unida e sempre será muito importante para mim!

 

Cena do filme “Rio Desejo”, disponível no Globoplay – divulgação

 

Aena Brasil assume o Aeroporto de Congonhas e diretor-presidente fala sobre melhorias

Aena Brasil assume o Aeroporto de Congonhas e diretor-presidente fala sobre melhorias

Diretor-presidente da Aena Brasil, que assume o Aeroporto de Congonhas neste mês, Santiago Yus detalha planos de reformas no terminal e compartilha resultados da administração em outros aeroportos do país

São Paulo é a maior metrópole da América do Sul e o principal polo econômico e industrial do Brasil. A cidade é também palco de eventos corporativos, culturais, esportivos e gastronômicos de expressão nacional e internacional. Porta de entrada para essa efervescência urbana, o Aeroporto de Congonhas é o segundo terminal mais movimentado do país. Em 2022, 18 milhões de pessoas passaram pelo aeroporto e, neste cenário, uma nova operadora assume sua gestão a partir de outubro, para colocar o terminal na rota dos mais modernos do planeta.

 

foto Mayra Azzi

 

A empresa espanhola Aena – maior operadora aeroportuária do mundo – arrematou por R$ 2,45 bilhões o bloco de aeroportos liderado por Congonhas. A concessão será de 30 anos e prevê investimentos de mais de R$ 3 bilhões no aeroporto nos primeiros cinco anos. “Temos um planejamento de melhorias de curto e médio prazo, já trazendo mais conforto e eficiência para a operação atual”, resume o espanhol Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil. Entre os destaques para a melhor experiência dos passageiros, estão: implementação de novas tecnologias no check-in e no despacho de bagagens, uma melhor ambientação na sala de embarque, além da ampliação dos canais de inspeção e de reparos imediatos na infraestrutura das áreas comuns e restrita.

De acordo com o executivo, as reformas estarão alinhadas ainda aos compromissos globais de sustentabilidade, visando a redução dos impactos para o meio ambiente. Cerca de 2,5% das emissões globais de gases de efeito estufa são geradas pelo setor de aviação. Desse total, 95% vêm das aeronaves, enquanto o restante é atribuído ao controle direto dos aeroportos, ou seja, a atividades realizadas nas instalações aeroportuárias. “Trabalhamos para mitigar esses efeitos, buscando eficiência energética e a valorização de fontes renováveis”, pontua.

 

Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil – foto Mayra Azzi

 

Além disso, com arquitetura inspirada no estilo art déco – obra dos arquitetos Ernani do Val Penteado e Raymond A. Jehlen – o prédio do aeroporto é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), assim suas características arquitetônicas serão preservadas nas futuras adaptações.

Para além da modernização de Congonhas, a atuação da Aena objetiva o desenvolvimento da aviação civil no Brasil. “O mercado brasileiro é estratégico e nos instiga a apostar em soluções conjuntas, seja com companhias aéreas e outras empresas, para a evolução do setor como um todo”. Segundo Santiago, a Aena é, hoje, uma operadora que se propõe a investir no país – com escritório em São Paulo e Recife – são 800 funcionários, sendo quase 100% das equipes formadas por brasileiros.

O gestor

Santiago Yus é graduado em ciências econômicas e empresariais pela Universidade de Zaragoza, na Espanha, e em administração pela The Nottingham Trent University, da Inglaterra. O executivo possui MBA pelo Instituto de Empresas em Madrid e PDD (programa de desenvolvimento de altos executivos) pela IESE Business School, ambos na Espanha, que é seu país natal.

Ele iniciou sua carreira profissional na Aena há vinte anos, na área de Planejamento e Gestão, e foi diretor dos aeroportos Almeria e Tenerife Sur. Desde novembro de 2019, Santiago Yus ocupa o cargo de diretor-presidente da Aena Brasil, coincidindo com sua mudança de residência para o Brasil. Fluente em português, ele se firmou no país nos últimos anos: “Não apenas construo a minha trajetória profissional por aqui, mas já posso dizer que me sinto acolhido pelo país e tenho minha casa no Brasil”.

 

foto Mayra Azzi

 

Santiago também é membro dos dois Conselhos de Administração dos aeroportos da operadora e participa, desde o primeiro momento, de todo o planejamento da concessionária no país, acompanhando os planos de investimento, os projetos e a sua execução.

Dimensão nacional

A Aena Brasil é a maior operação da empresa fora da Espanha, o que revela a importância da aviação civil brasileira para o setor. “Estamos tropicalizados, é a única administração no exterior que opera com o nome do grupo, o que reflete esse compromisso”, afirma. Desde começo de 2020, a operadora também administra seis aeroportos da região Nordeste: Recife, Juazeiro do Norte, João Pessoa, Campina Grande, Aracaju e Maceió. Em 2019, os seis aeroportos somaram quase 14 milhões de passageiros.

Santiago Yus reforça ainda que a cobertura estratégica da Aena no país mostra as potencialidades de diferentes regiões: “Temos a oportunidade criar polos comerciais no entorno dos aeroportos e desenvolver essas regiões, que podem se tornar hubs e proporcionar novas conexões para os passageiros. Nosso objetivo também é oferecer um serviço de excelência em diversas rotas distribuídas pelo Brasil.”

O Aeroporto de Recife, em Pernambuco – administrado pela empresa – é um exemplo. O terminal conquistou premiações relacionadas à qualidade e pontualidade e ganhou, pelo 2º ano consecutivo, o Prêmio Aviação Mais Brasil, do Ministério de Portos e Aeroportos, como o mais pontual do país na categoria entre 5 e 10 milhões de passageiros por ano. Em dezembro de 2022, o aeroporto foi eleito o segundo melhor do mundo pelos usuários, segundo dados da consultoria AirHelp – ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Haneda, em Tóquio.

 

foto Mayra Azzi

 

Em Maceió, no estado de Alagoas, a Aena entregou um aeroporto renovado em julho deste ano. Por lá, o novo check-in agora tem 21 balcões, onde operam as quatro companhias – TAP, Azul, Latam e Gol. No desembarque, o processo de recolhimento das malas dos passageiros ficou mais rápido, com a instalação de três novas esteiras, e o pátio foi redesenhado para receber aeronaves de grande porte.

Depois da administração regional no Nordeste, a Aena venceu a licitação de mais 11 aeroportos, em agosto do ano passado. Hoje, a empresa é responsável por cerca de 20% do tráfego aéreo nacional, com a operação de 17 aeroportos do Brasil, incluindo o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. “O grande desafio agora é equilibrar a complexa operação do terminal paulistano com o restante do bloco, mas estamos confiantes”, conclui.

 

 

Internacionalização

Na Espanha, a Aena opera 46 aeroportos e dois heliportos. É acionista controlador, com 51%, do aeroporto de Londres-Luton, no Reino Unido, além de gerenciar aeroportos no México, Colômbia e Jamaica, que totalizaram um volume de passageiros de mais de 78 milhões, em 2019.