A região de Pipa reserva praias desertas, passeios com ou sem adrenalina e hospedagem exclusiva à beira mar

A região de Pipa reserva praias desertas, passeios com ou sem adrenalina e hospedagem exclusiva à beira mar

O Rio Grande do Norte, em especial Pipa, no município de Tibau do Sul, não fica mesmo atrás dos belos e disputados destinos caribenhos. A região é a prova de que o Brasil reúne as paisagens paradisíacas que o mundo todo busca, com toques de pura autenticidade da gastronomia farta e simpatia de moradores locais. Por suas formações naturais com a proteção de falésias e marés altas que impossibilitam a entrada e a saída constante de banhistas o local é preservado e algumas de suas praias são refúgios isolados.

A hospedagem no Kilombo Villas, na Praia de Sibaúma, intensifica toda essa sensação e comprova esses predicados. O hotel boutique à beira mar está a estratégicos minutos do centro de Pipa (12 km de distância), o que garante muita privacidade aos hospedes. Por ali, tartarugas vem por seus ovos e golfinhos visitam suas águas, e há ainda água potável disponível direto da fonte. Toda essa riqueza natural pode parecer banal para muitos brasileiros acostumados aos excessos de recursos presenteados pela natureza. Mas, hoje, esses são os maiores tesouros que um lugar pode prover, é o verdadeiro luxo do século 21.

Bangalô para descanso e contemplação do Kilombo Villas - Foto Divulgação

Bangalô para descanso e contemplação do Kilombo Villas – Foto Divulgação

 

São dez diferentes acomodações, as mais deslumbrantes são grandes bangalôs (mais parecem casas arejadas e confortáveis) de frente para o mar, como a Villa Desidéria, que aconchega muito bem um casal. São 160 m², com terraço com jacuzzi e linda vista do amanhecer, uma pequena academia privativa, além de redário, onde é possível relaxar no fim da tarde ao som do mar e de pássaros. A hospedagem é cercada de vidro e enormes cortinas que formam um casulo e, ao acordar, asseguram ao visitante a
visão do paraíso.

Acomodação Villa Desidéria - Foto Divulgação

Acomodação Villa Desidéria – Foto Divulgação

 

O hotel oferece um delicioso café da manhã, que valoriza frutas, tapioca, pães quentinhos (não deixe de pedir o queijo coalho com mel!), além de sucos, iogurte e bolos. O cardápio das refeições é sempre disponibilizado no dia anterior e o hóspede escolhe se quer ser servido no restaurante à beira da piscina, na acomodação ou em pequenos bangalôs espalhados com vista para o mar uma excelente opção àqueles que não estão hospedados nas vilas com pé praticamente na areia. Aqui vale ressaltar ainda o delicioso chá da tarde com chá, café, quiches e bolos que também podem ser oferecidos com vista para o mar e, em noites de lua cheia, a imagem que se tem ao passar das horas é maravilhosa, como belos quadros reais.

Outros destaques do Kilombo que leva esse nome em homenagem a rica história local e aos descendentes de pessoas escravizadas que lutaram em defesa de suas terras na região são as diferentes experiências. O dia de praia é uma delas e, pelo valor de R$ 800 para o casal, inclui uma pequena estrutura de praia, com guarda-sol d cadeiras, e funcionários à disposição que prepararam o almoço (tenha a sorte de experimentar o saboroso peixe local tainha) e drinques ao longo do dia tudo isso de frente às piscinas naturais da Praia de Sibaúma. O hotel disponibiliza bicicletas e é mais do que recomendável ir pedalando para esse momento especial, para se imergir na impressionante paisagem.

 

Espreguiçadeiras do hotel Kilombo Villas - Foto Divulgação

Espreguiçadeiras do hotel Kilombo Villas – Foto Divulgação

 

O BELO ENTORNO

É quase irresistível não sair desse refúgio, mas a aventura e o agito de Pipa também valem muito a pena. Comece pelas trilhas oferecidas pela agência Trieb Club (é possível contatar a empresa pelo Instagram ou pelo número 84.99188-8389), que exploram passeios por cima das falésias e adentram o Santuário Ecológico de Pipa, como o percurso de 3 km pela Baia dos Golfinhos partindo da sede da organização Preserve Pipa que leva até a Praia do Madeiro, que é o point de surfistas e praticantes de caiaque na região.

Trilha | Foto Divulgação

Trilha | Foto Divulgação

 

Para quem gosta de mais adrenalina, há roteiros de quadriciclo em todo o entorno do hotel. A Brave Adventure apresenta diferentes tours, o mais longo leva três horas e passa por verdadeiros cartões postais locais, como a Praia do Amor, a Praia das Minas, as piscinas naturais de Sibaúma, a Barra Cunhaú e o mirante da Baía Formosa há paradas estratégicas para fotos e banhos de mar, e o aventureiro pode dirigir o próprio quadriciclo ou ir de carona com um guia. Para fechar o passeio, basta ligar no número (85) 98612-2514.

Passeios de quadriciclo da Brave Aventure - Foto Divulgação

Passeios de quadriciclo da Brave Aventure – Foto Divulgação

 

E quando a noite cair, visitar o centro de Pipa é uma excelente opção. A região é frequentada por turistas de todo o país e argentinos, muitos deles se tornaram moradores ao longo dos últimos anos, e emana um astral jovem e leve. Sempre há uma festa de reggae ou forró acontecendo nos clubes e restaurantes locais.

Por falar nisso, para o jantar a dica é o Macoco, que oferece comida autêntica e bem-feita. Com cozinha que mistura brasilidades com a Argentina, os destaques são as empanadas de milho; a entradinha de queijo de cabra maturado com chutney e pesto; o delicioso peixe potiguar, com farofa de feijão verde e purê de batata-doce com leite de coco e o irresistível alfajor de colher da casa. A comilança dá energia para as aventuras desse paraíso e estimulam ainda mais o relaxamento em meio as belas paisagens potiguares.

 

Atum selado ao molho de laranja do restaurante Macoco - Foto Divulgação

Atum selado ao molho de laranja do restaurante Macoco – Foto Divulgação

 

Kilombo Villas
Rua das Tartarugas, s/n, Sibaúma, Rio Grande do
Norte, tel. 84 99147-7595
Diárias: A partir de R$ 850

 

Surpreendentes rótulos portugueses de diferentes regiões do país do Velho Mundo para compor a sua adega

Surpreendentes rótulos portugueses de diferentes regiões do país do Velho Mundo para compor a sua adega

Minha recente viagem a Portugal, para conhecer o novo quarteirão cultural WOW (World of Wine), em Vila Nova de Gaia, nas margens do Rio Douro, não poderia ter sido mais WOW! Imaginem que o complexo do grupo Fladgate, que compreende o hotel The Yeatman, a renomada Taylor’s e todas suas outras marcas de vinho do Porto como Croft, Fonseca, Krohn contempla nada menos do que sete museus, nove lojas e 12 restaurantes, além de uma escola de vinhos tudo em uma região magnífica que rodeia uma grande praça com vista para o Porto.

Entre visitas e passeios, pude frequentar diversos desses restaurantes e provar diferentes vinhos, aliás o WOW possui uma enorme adega onde circulam cerca de 90 mil rótulos ao ano, e faz questão de mostrar aos frequentadores a enorme diversidade vínica que Portugal tem uma das maiores em termos de castas autóctone e, certamente, a maior se considerarmos o pequeno território. Fantástico… o Brasil é vinte e duas vezes mais populoso que Portugal, mas o consumo per capita de vinho no país europeu é vinte e duas vezes maior que o dos brasileiros!

 

Praça Principal WOW | Foto Divulgação

Praça Principal WOW | Foto Divulgação

 

Anotei os vinhos que degustei com o agradável grupo com quem viajei e relaciono aqui os melhores para você: Porto Taylor’s 20 anos, espumante rosado Soalheiro, Branco Mira de Bucelas, Tinto Proibido A Capela (cem castas sendo 90 tintas e 10 brancas), Terras de Lava Açores, Terras de Bragão e Fonseca Terra Prima orgânico. Experimentei ainda cinco rosés no Pink Palace, um museu dedicado ao vinho rosé dentro do complexo, dos quais apenas anotei o Vale do Bragão Rosé e o Croft Pink, que valem a prova.

Há ainda o Taylor’s Chip Dry, Taylor’s Late Bottled Vintage 2017, Taylor’s Port 10 Years Old Tawny, Taylor Fladgate Vintage Port 2018, Quinta do Pinto, Rol de Coisas Antigas do Campolargo e Quinta das Carvalhas Branco. Amplie a sua lista com as recomendações portuguesas e acrescente outros, como Soalheiro Alvarinho, Abanico Quinta da Passarella, Lagar de Baixo Bairrada Baga do Niepoort, Casa Cadaval Trincadeira Preta e Pintas Character.

Totalizando 36 vinhos em cinco dias de viagem, finalizo as sugestões com Arco d’Guieira, Casa de Santar Encuzado de Curtimenta, Tinta Carvalha chão dos Eremitas do Antonio Maçanita, Ramisco Colares 2012, Krohn Colheita 2005, Taylor’s Vintage Port2018, Taylor’s Reserve Tawny Port, Mapa Vinha dos Pais do meu amigo Pedro Garcias o Carrau Teles, do querido Amigo Mateus Nicolau de Almeida, e o Manoela Douro Vinhas Velhas.

Agradeço ao grupo Fladgate pelo convite. Saúde!

Cantora Clara Nunes é tema de exposição inédita no Museu de Arte do Rio

Cantora Clara Nunes é tema de exposição inédita no Museu de Arte do Rio

A cantora mineira radicada no Rio de Janeiro é tema de uma mostra montada no Museu de Arte do Rio (MAR), que explora sua ligação com a escola de samba Portela e com a Pequena África carioca

O foyer da Escola do Olhar, no Museu de Arte do Rio (MAR), abriga até o dia 26 de fevereiro a exposição “Clara Nunes”. A mostra apresenta ao público uma leitura contemporânea da cantora mineira que marcou a música brasileira, abordando a relação da artista com o Rio de Janeiro (para onde ela se mudou no início da década de 1970), em especial com a região da zona portuária. Com cerca de 50 obras, a exposição conta com fotografias inéditas da intérprete registradas pelo fotógrafo Wilton Montenegro no Morro da Saúde, localizado na Pequena África, e com duas peças inéditas de artistas contemporâneos. Com atenção especial à estética afro-brasileira, a mostra também explora a conexão de Clara Nunes (1942-1983) com o Jongo da Serrinha e com a Escola de Samba Portela, além de sua viagem a Angola, apresentando assim uma visão ampla da trajetória da artista.

Clara Nunes | Foto Wilton Montenegro - Divulgação

Clara Nunes | Foto Wilton Montenegro – Divulgação

 

Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5, Centro. Entrada gratuita.

Para muito além de suas grutas, cachoeiras e rios, Bonito também guarda encantos às margens de suas águas

Para muito além de suas grutas, cachoeiras e rios, Bonito também guarda encantos às margens de suas águas

A cidade sul-mato-grossense conhecida por seus passeios de flutuação em águas límpidas explora seu turismo em atividades não-aquáticas – que vão de cavalgadas pelas montanhas a trilhas com 4×4

Para muito além de suas grutas, cachoeiras e rios absurdamente cristalinos ideais para passeios de flutuação em meio à vida aquática pantaneira a cidade de Bonito também guarda encantos às margens de suas águas. Eleito por 16 vezes o melhor destino ecoturístico do Brasil, esse famoso município do Mato Grosso do Sul que fica a pouco menos de 300 km da capital, Campo Grande, e desde o ano passado recebe voos diretos de Congonhas em seu modesto aeroporto local pode muito bem ser explorado a seco, em passeios em terra firme diferentões, mas igualmente sedutores.

Localizada a pouco mais de 20 minutos do movimentado centro comercial da cidade, a fazenda Recanto do Peão abre suas porteiras a turistas que desejam imergir no estilo de vida pantaneiro “raiz”. Todo final de tarde, são realizadas por ali cavalgadas em grupo sob o pôr do sol da Serra da Bodoquena. Ao longo do percurso, de aproximadamente 5 km, os visitantes conhecem a história da região por onde passavam as antigas comitivas boiadeiras e realizam pausas para degustar lanches típicos. Pipoca fresquinha, café preparado em forno a lenha e porções da clássica sopa paraguaia espécie de bolo salgado feito com milho, cebola, leite e parmesão são itens indispensáveis ao cardápio. O passeio completo sai por R$ 120 por pessoa, e é obrigatório o uso de capacetes e de calçado fechado.

Recanto do Peão | Foto Divulgação

Recanto do Peão | Foto Divulgação

 

Já aos turistas que preferem momentos de adrenalina, a Trilha Boiadeira aluga quadriciclos 4×4 para passeios radicais, em meio à mata ciliar. Por R$ 190 (em baixa temporada), todos os visitantes com mais de 16 anos e que não tiverem ingerido bebida alcoólica recentemente podem se arriscar em um trajeto de 7 km com obstáculos, assumindo a direção ou simplesmente contemplando a vista, da garupa, guiados por monitores. Crianças de até 6 anos passeiam de graça, no banco de trás. Em dias fortuitos, é possível topar com um ou outro tamanduá se banhando nas poças de lama que recobrem o caminho.

Trilha Boiadeira | Foto Divulgação

Trilha Boiadeira | Foto Divulgação

 

E por falar em fauna e flora, uma boa pedida para quem quer mergulhar na diversidade ecológica da região é se hospedar no charmosíssimo Hotel Cabanas Aventura. Ao longo de seus 400 mil m² de área preservada onde tatus, cutias e outros animais silvestres circulam livremente, cabanas rústicas e bangalôs privativos de alvenaria ficam à disposição dos hóspedes. Com diárias que variam dos R$ 555 aos R$ 1235, o hotel oferece ainda um programa completo de atividades, inclusas no valor e pagas à parte por visitantes. Vale reservar uma tarde para praticar arco-e-flecha, se aventurar em circuitos de arvorismo ou, ainda, explorar a vegetação em trilhas autoguiadas ao redor do célebre Rio Formoso.

 

Hotel Cabanas | Foto Divulgação

Hotel Cabanas | Foto Divulgação

 

Hotel Cabanas
Rodovia MS 382, KM 6, Bonito, Mato Grosso do
Sul, tel. 67 3255-3013.
Reserva pelo site www.hotelcabanas.com.br

Miguel Rio Branco ganha mostra no IMS Rio sobre sua obra

Miguel Rio Branco ganha mostra no IMS Rio sobre sua obra

Em sua carreira de mais de 50 anos, Miguel Rio Branco (1946) construiu uma obra singular, marcada pelo cruzamento entre a fotografia, o cinema, a instalação e a pintura. Sua produção fotográfica é o foco da exposição “Palavras Cruzadas, Sonhadas, Rasgadas, Roubadas, Usadas, Sangradas”, em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS) Rio. A seleção reúne trabalhos produzidos desde os anos 1970, quando Rio Branco iniciava as experimentações com a fotografia, até os dias de hoje. A mostra é também a última oportunidade de visitar a sede do IMS, localizado na Gávea, antes de o local passar por um restauro, que deve se estender por quatro anos. Projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos, em 1948, e inaugurada em 1951 como residência da família Moreira Salles, a casa está situada em um terreno de aproximadamente 10 mil m², em meio à floresta da Tijuca. Em 1999, passou por adaptações para se transformar em centro cultural.

 

IMS Rio - Foto Robert Polidori | acervo IMS

IMS Rio – Foto Robert Polidori | acervo IMS

 

Série "Coração, espelho da carne", 1980, da mostra de Miguel Rio Branco | Foto Divulgação

Série “Coração, espelho da carne”, 1980, da mostra de Miguel Rio Branco | Foto Divulgação

 

IMS RIO: Até 26 de março. Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, Rio de Janeiro.