Sucre reúne construções históricas em branco que formam uma arquitetura singular

Sucre reúne construções históricas em branco que formam uma arquitetura singular

Destino romântico e acolhedor, a cidade boliviana de Sucre reúne construções históricas em branco que formam uma arquitetura singular. Em um interessante equilíbrio, o Salar de Uyuni, também na Bolívia, é lugar de natureza desértica verdadeiramente encantadora Por uma feliz coincidência, a cidade de Sucre tem um nome que, em francês, significa “açúcar”. Nada mais propício: esse centro urbano da Bolívia – a distantes 550 km de La Paz e a 480 km de Santa Cruz de La Sierra– tem suas paisagens tomadas por edifícios pintados de branco e é dominado por um ambiente metaforicamente doce. Sucre é acolhedora e oferece um clima agradável durante grande parte do ano. Seu compacto centro histórico, considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, é perfeito para ser conhecido em tranquilas caminhadas. E, nessas andanças, o turista se depara com algumas das mais belas joias arquitetônicas da América do Sul.

Vista panorâmica da arquitetura histórica de Sucre - Foto Shutterstock

Vista panorâmica da arquitetura histórica de Sucre – Foto Shutterstock

A Bolívia, por sua vez, é famosa por sua enorme variedade de paisagens – e, além da “cidade de açúcar”, abriga um enorme deserto de sal: o Salar de Uyuni. Trata-se de um lugar completamente diferente de Sucre, assim como são opostos os sabores doces e salgados. No Salar, as obras da natureza substituem as construções humanas e encantam os visitantes: seu solo salino, plano e branco, parece se estender ao infinito, em um cenário que lembra um território extraterrestre. E na época de chuvas, quando surge um espelho d’água sobre esse terreno, com as nuvens refletidas no chão, o viajante sente que está caminhando no céu, em uma experiência turística única no mundo. Sucre é história. O Salar é natureza. Mais do que antagônicos, porém, os dois destinos são complementares. E devem fazer parte de qualquer viagem à Bolívia.   Cidade branca Sucre não tem esse nome em homenagem ao açúcar e à França. O município foi batizado dessa maneira em referência ao marechal Antonio José de Sucre, herói do processo de independência boliviano. E uma imersão na história da Bolívia é o que espera quem estiver disposto a desbravar esse lindo centro urbano do país. O coração de Sucre é a Plaza 25 de Mayo, densamente arborizada e onde se reúnem diariamente, para bater papo, muitos dos habitantes locais. Escute as conversas: além do espanhol, a língua quíchua ainda é falada nessas ruas, por uma numerosa população indígena.

Plaza 25 de Mayo - Foto Shutterstock

Plaza 25 de Mayo – Foto Shutterstock

De um lado da praça, surge a fotogênica Catedral Metropolitana, erguida a partir do século 16 e que abriga uma célebre imagem da Virgem de Guadalupe. São tantas as joias que adornam a santa que os nativos afirmam, às vezes sérios, às vezes brincando, que a dívida externa da Bolívia poderia ser paga com a venda das peças. No outro canto da praça, está um dos mais importantes museus do território boliviano: a Casa de la Libertad, edifício onde ocorreu a assinatura da ata de independência do país, em 1825 – e que hoje exibe objetos que contam a saga da Bolívia na busca pela liberdade.

Casa de la Libertad - Shutterstock

Casa de la Libertad – Shutterstock

Os prédios históricos de Sucre são pintados de branco para dar uniformidade visual à cidade e, entre eles, se destacam as edificações religiosas. Fundado no século 18 por frades carmelitas, o convento San Felipe de Neri abriga um belíssimo pátio com arcadas e estilo neoclássico – e tem um terraço, acessível a turistas, que proporciona a melhor vista do centro histórico. Já a Basílica de San Francisco exibe lindos exemplos de arte mourisca e altares em estilo barroco. Os arcos brancos que decoram a rua da igreja são uma das mais famosas imagens de Sucre. E a Iglesia de la Merced possui também um belo altar barroco e pinturas do famoso artista boliviano Melchor Pérez de Holguín.

Basílica de San Francisco, em Sucre - Shutterstock

Basílica de San Francisco, em Sucre – Shutterstock

Para curtir novas vistas panorâmicas de Sucre, suba a rua até o Mirador de la Recoleta, localizado à sombra dos morros Sica Sica e Churuquella e que é adornado com um fotogênico conjunto de colunas. A visão, de lá de cima, é incrível. E há um lugar que disputa com a Plaza 25 de Mayo o título de área verde mais bonita da cidade: o Parque Bolívar, recheado de alamedas e que tem, junto à sua paisagem, o imponente prédio da Corte Suprema de Justiça. Sucre abriga ainda bons restaurantes – principalmente nos arredores da Plaza 25 de Mayo – onde é possível provar saborosas receitas locais. Invista na cazuela de maní (sopa que mistura verduras, amendoim, carne, batata desidratada e grão-de-bico), no picante de lengua (língua de vaca com molho de tomate apimentado e servida com batata desidratada) e, logicamente, nas deliciosas salteñas (empanadas de massa levemente adocicada e recheadas com carne e caldos bem condimentados).

Apetitosas salteñas, empanadas típicas da região - Foto Shutterstock

Apetitosas salteñas, empanadas típicas da região – Foto Shutterstock

Entre o surreal e o fascinante Um deserto de sal com mais de 10 mil km² e localizado a mais de 3.500 metros sobre o nível do mar. Na época das chuvas, geralmente entre dezembro e março, o solo branco e extremamente plano fica coberto por uma lâmina de água que reflete, com perfeição, as cores e nuvens do céu. E, no resto do ano, um período mais seco faz com que o chão adquira um fotogênico aspecto árido, que lembra outro planeta. Esse é o Salar de Uyuni, que, por causa de sua enorme extensão, é explorado por turistas a bordo de carros 4×4, em roteiros guiados por agências de viagem. Os tours costumam sair da cidade de Uyuni, que fica perto do Salar – e, geralmente, duram entre dois e quatro dias.

Salar de Uyuni - Shutterstock

Salar de Uyuni – Shutterstock

Há muitas atividades para realizar nesse tempo: antes de chegar ao deserto de sal, os passeios visitam um cemitério de locomotivas no meio de uma área desértica, em uma paisagem que lembra um filme de apocalipse. Já no meio do salar, é possível sair do carro e subir, a pé, uma íngreme ilha de cactos gigantes. E, nos arredores do deserto de sal, existem fantásticas lagoas coloridas, cheias de flamingos e rodeadas por montanhas. Os roteiros também incluem visitas a gêiseres e piscinas naturais de águas termais – onde é possível dar um mergulho.

Paisagem desérticas do Salar de Uyuni - Foto Shutterstock

Paisagem desérticas do Salar de Uyuni – Foto Shutterstock

Não muito longe do Salar fica o surreal Deserto Salvador Dalí, que, com sua coloração com diversos tons de marrom e formações rochosas de aparência exótica, lembra um quadro do próprio Dalí. Explorar toda essa região exige muitas horas passadas dentro dos veículos 4×4. Mas tudo vale a pena. Durante o dia, repare como o céu sobre o Salar de Uyuni tem um azul diferente, mais intenso do que o visto em outros lugares do mundo. E, à noite, maravilhe-se com a quantidade de estrelas perfeitamente visíveis sobre sua cabeça. O fascínio é garantido.   Dicas importantes Reserve pelo menos oito dias para visitar Sucre e Salar de Uyuni, incluindo o tempo de locomoção entre os destinos. E, nesse roteiro, Sucre merece ser visitada antes, por uma razão: a cidade está a uma altitude mais baixa (cerca de 2.800 metros sobre o nível do mar) do que o Salar de Uyuni (que fica a mais de 3.500 metros de altura). Chegar a Sucre primeiro ajuda o turista a se adaptar melhor aos efeitos negativos da altitude no corpo. Partindo de São Paulo, a melhor opção é pegar um voo direto para Santa Cruz de La Sierra e, de lá, outro voo até Sucre. Uyuni, por sua vez, também é servida por um aeroporto. Mas há muitos turistas que vão de ônibus desde Sucre. A viagem por terra, porém, é cansativa, chegando a durar mais de oito horas. Para percorrer o Salar, agências podem ser contratadas na própria cidade de Uyuni. E os passeios quase sempre incluem pernoite em hotéis feitos de sal, que ficam no meio do Salar. Mesmo em épocas mais quentes do ano, as noites podem ser muito geladas na andina Bolívia: leve roupas para frio, junto com calçados de caminhada, óculos de sol, boné e protetor solar.

Foto Shutterstock

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Próxima sede da Copa do Mundo da FIFA, o Catar encanta turistas com modernidade, arquitetura e tradições árabes

Próxima sede da Copa do Mundo da FIFA, o Catar encanta turistas com modernidade, arquitetura e tradições árabes

Sede da Copa do Mundo 2022, Catar é um pequeno país com grandiosos templos da arte, da arquitetura, do luxo, da religião e, agora, também do esporte

Em 21 de novembro de 2022, quando soar o apito inicial do primeiro jogo da Copa do Mundo, os olhos do planeta inteiro estarão voltados para o Catar. E uma coisa é certa: as pessoas ficarão surpresas com o que verão. De centro de comércio de pérolas no Golfo Pérsico, o pequeno país se tornou um dos maiores exportadores de gás natural do mundo. Riquíssimo e com um território menor que o de Sergipe, o Catar se modernizou e virou um dos mais pujantes polos turísticos e econômicos do Oriente Médio. A Copa deste ano é a coroação da incrível trajetória de uma pequena nação destinada à grandeza.

 

Shutterstock - Foto divulgação - Catar Templo

Shutterstock – Foto divulgação

 

Seu principal cartão de visitas é a capital, Doha, que mistura ambientes futuristas com antigas tradições árabes. Na cidade aparecem, de um lado, os arranha-céus moderníssimos de West Bay e, do outro, o Souq Waqif – bazar com mais de um século de história e lojas que vendem tapetes, ouro, perfumes e especiarias.

 

Vista aérea da Ilha The Pearl, em Doha - Foto iStock

Vista aérea da Ilha The Pearl, em Doha – Foto iStock

 

Conecta esses dois lados de Doha a via chamada Corniche, um calçadão de 7 km que cerca as águas onde navegam embarcações de madeira conhecidas como “dhow”, típicas do Catar. Com vista panorâmica para a cidade, o local está junto ao imperdível Museu de Arte Islâmica, do arquiteto I. M. Pei – responsável pela pirâmide do museu do Louvre, em Paris. Seu interior exibe uma das melhores coleções de arte islâmica do mundo, com cerâmicas, azulejos e tecidos de centenas de anos.

E a 10 minutos de distância dali fica outra joia arquitetônica: o novo Museu Nacional do Catar, inaugurado em 2019, projetado por Jean Nouvel (prêmio Pritzker de arquitetura) e que conta a história do país.

 

Museu de Arte Istâmica - Foto Shutterstock

Museu de Arte Istâmica – Foto Shutterstock

 

Aos arredores de Doha

Perto da capital está a Education City, com obras arquitetônicas incríveis como a Biblioteca Nacional do Catar – que, com mais de um milhão de livros, tem um exterior que lembra um diamante. O lugar é também um museu ao ar livre, com obras de artistas renomados em suas ruas e praças, como as esculturas de bronze batizadas de “The Miraculous Journey”, do britânico Damien Hirst.

Já a 40 km Doha se encontra a Dahl Al Misfir, acessível caverna que chega a 40 metros de profundidade – e que impressiona com os raios de luz de aspecto sobrenatural que invadem seu interior. A 110 km da capital, o sítio arqueológico de Al Zubarah é considerado Patrimônio Mundial pela Unesco: é um lugar onde existiu um importante centro de comércio de pérolas no século 18 e 19 e que, hoje, exibe um fotogênico forte muito bem preservado.

E Khor Al Udaid é um dos pontos mais lindos do Catar: trata-se de uma área onde dunas que chegam a 40 metros de altura dividem a paisagem com o mar. Esse local mágico é explorado em passeios com veículos 4×4.

Deserto Khor Al Udeid - Foto Shutterstock

Deserto Khor Al Udeid – Foto Shutterstock

Uma nova cidade

O país está apresentando ao mundo nos últimos anos – e, especialmente, neste ano de Copa – muitas atrações turísticas. A maior delas é uma cidade novinha em folha chamada Lusail, projetada para ter pelo menos 200 mil habitantes e cheia de parques, hotéis, shoppings e obras grandiosas.

Um dos símbolos de Lusail são as Katara Towers, edificações curvas que, juntas, exibem uma forma que lembra a lua e que abrigam hotéis de luxo, escritórios e restaurantes. Também na novíssima cidade, a Place Vendôme é um centro de lazer, gastronomia e compras de luxo, com uma arquitetura de inspiração francesa e um canal vindo do mar que corta toda a sua extensão.

 

Katara Towers, em Lusail - Foto iStock

Katara Towers, em Lusail – Foto iStock

 

 

Mas a joia da coroa é o recém-construído Lusail Stadium, com capacidade para mais de 80 mil espectadores e que sediará a final da Copa do Mundo. Após o torneio, o local se transformará em um complexo com lojas, cafés, espaços esportivos e centro de saúde.

Entre os oito estádios da Copa, há pelo menos outros três que, por sua beleza, merecem uma visita. Na cidade de Al Khor, o Al Bayt Stadium encanta com seu formato que lembra uma tenda usada pelos nômades no deserto. Já o Al Janoub Stadium, situado na cidade de Al Wakrah, é inspirado no formato da embarcação “dhow”. E há ainda o espetacular Al Thumama Stadium, que exibe um formato circular que remete à “gahfiya”, tradicional touca usado por homens e meninos no mundo árabe.

 

Al Bayt Stadium - Foto Shutterstock

Al Bayt Stadium – Foto Shutterstock

 

Ao chegar ao Catar nos próximos meses, espere encontrar mais atrações recém-inauguradas. A sofisticada loja de departamento francesa Printemps abrirá uma unidade na capital em setembro de 2022. Também em Doha, o West Bay North Beach é um empreendimento que oferecerá praias privativas e diversos restaurantes e cafés de frente para o mar.

Para continuar no espírito da Copa do Mundo, vale a pena visitar também o recém-inaugurado 3-2-1 Qatar Olympic and Sports Museum – museu com um acervo dedicado à história dos esportes no mundo.

 

Al Janoub Stadium, em Al Wakrah - Foto iStock

Al Janoub Stadium, em Al Wakrah – Foto iStock

 

Recomendações para lá de importantes

Evite visitar o Catar entre junho e agosto, quando as temperaturas passam facilmente dos 40ºC. O melhor período no país é entre novembro e abril, quando o clima está mais ameno e propício para passeios na capital e no deserto.

Para chegar, é fácil. Com voos diretos entre o Brasil e o Catar de duração aproximada de 14 horas, a Qatar Airways foi eleita, em 2021, a melhor companhia aérea do mundo pela Skytrax World Airline Awards, premiação considerada o Oscar da aviação.

O pouso no país por sua vez, é realizado no Hamad International Airport, eleito o melhor aeroporto do mundo em 2021 também pela Skytrax. E o melhor: o aeroporto está a apenas 15 minutos do centro de Doha.
Excelentes opções de hospedagem não faltam. O hotel W Doha, por exemplo, fica em West Bay, com quartos com decoração artística e diárias a partir de US$ 220. Já o Four Seasons parece um palácio árabe, fica junto a uma praia e tem diárias a partir de US$ 550. Vale lembrar que é possível chegar com navios de cruzeiro a Doha e, durante a Copa, algumas dessas embarcações serão usadas como hotéis flutuantes.

 

Hamad International Airport, a quinze minutos de Doha - Foto iStock

Hamad International Airport, a quinze minutos de Doha – Foto iStock

 

Para aqueles que ainda desejam programar uma viagem ao Catar para assistir à Copa do Mundo, a CVC Corp vende pacotes de quatro noites para diferentes períodos do Mundial, com hospedagem com café da manhã no City Centre Rotana, hotel 5 estrelas de Doha. Inclui traslados do aeroporto ao hotel, dois dias de transfer entre hotel e estádio, além de ingresso para um jogo e serviços no estádio.

Também estão inclusos um ingresso para evento off-site (evento privativo oficial fora do estádio), seguro-viagem e suporte local ao passageiro, com guias brasileiros. Os pacotes saem a partir de US$ 8.240 por pessoa em acomodação dupla e o aéreo não está incluso.

Já na Decolar, ainda estão disponíveis passagens aéreas para o Catar. Com embarque em 22 de novembro, a passagem (ida e volta) de São Paulo para Doha começa em R$ 9.256. Há ainda opções de viagem em 26 de novembro e 1º de dezembro.

Turistas brasileiros não precisam de visto para entrar no Catar. Porém, as regras podem mudar de uma hora para outra. Sempre pesquise informações atualizadas sobre novas possíveis exigências. E as regras sanitárias para ingresso no país também estão em constante mudança. Antes de viajar, consulte os protocolos sanitários para ingresso na nação árabe no site (www.visitqatar.qa/intl-en/plan-your-trip/travel-tips/reopening-qatar-visitors).

 

Dicas culturais

Mesmo com um ambiente de modernidade, o Catar é um país muçulmano conservador: nas ruas e outros lugares públicos, os visitantes devem usar roupas que cubram pelo menos os ombros e joelhos. Na hora de visitar mesquitas, é importante que as mulheres carreguem um véu na bolsa, para cobrir os cabelos ao entrar nos templos.

Em mercados tradicionais como o Souq Waqif, peça desconto nos produtos que quer adquirir – e não é preciso falar árabe nessas e em outras interações, já que muitos nativos sabem se comunicar em inglês. No mundo muçulmano, a sexta-feira é o dia de folga, quando muitos negócios se encontram fechados, pricipalmente as feiras de ruas.

E lembre-se: com tantas possibilidades de passeios no Catar, a viagem tem tudo para ser surpreendente!

Katara Cultural Village - Shutterstock

Katara Cultural Village – Shutterstock

 

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