Com apenas 25 anos de idade e 10 de carreira, Gustavo Mioto se consagra como uma das grandes estrelas da música atual

por | jun 30, 2022 | Entrevista, Pessoas, Pessoas & Ideias | 2 Comentários

Com vários hits arrebentando no Spotify, no YouTube, nas rádios e nas festas de rodeio, Mioto celebra em 2022 seus dez anos de carreira, rodando o país com mega shows para recuperar o tempo perdido após dois anos longe dos palcos

No início de junho, Gustavo Mioto foi ao programa “Altas Horas”, de Serginho Groisman, para participar de uma homenagem a Fabio Jr. Lá, o jovem de Votuporanga cantou o hit de 1979 “20 e Poucos Anos” e seu famoso refrão: “Nem por você, nem por ninguém / eu me desfaço dos meus planos”. Foi com essa determinação que o cantor, hoje com apenas 25 anos de idade, já conquistou vários discos de ouro, de platina e de diamante. Sem falar nos 3 bilhões de visualizações em seus clipes no YouTube, nos seus 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify e nos milhões de fãs que já compareceram a seus shows. Gustavo Pieroni Mioto é um fenômeno do sertanejo, da sofrência e do pop brasileiro!

Agora em 2022, ele comemora dez anos de carreira. E vai celebrar essa marca com 10 projetos: três shows “Sem Cortes” (o primeiro já rolou no rodeio de Jaguariúna), três apresentações do “Pé na Areia”, em formato mais intimista (o primeiro no Rio, com Ludmilla, o segundo em Floripa, com Luan Santana, e o terceiro em Salvador), três edições do festival “Solteiro Não Trai” e um show acústico para a gravação de um novo álbum, no final do ano. “2022 está sendo uma grande festa pra mim”, diz, sorrindo.

Nesta entrevista que concedeu à 29HORAS, Gustavo fala do início de sua carreira, da crise criativa que viveu durante a pandemia e de sua atuação como empresário no segmento dos games. Confira a seguir os principais trechos dessa conversa.

 

Gustavo Mioto - Foto Ítalo Gaspar | Divulgação

Gustavo Mioto – Foto Ítalo Gaspar | Divulgação

 

Você nasceu em Votuporanga e teve uma banda – a Oxigênio – em São José do Rio Preto. Quais as recordações que você tem dessa fase no interior?
A Oxigênio foi meu primeiro trabalho, eu tinha apenas 13 anos e foi ótimo para eu começar a viver no mundo da música. Era uma banda de bailes e festas, mas quem conhece o ramo artístico sabe que esses grupos funcionam como excelentes escolas, em que a gente aprende muito fazendo, encarando as lições na prática. Foi um período de grande aprendizado. Tenho lembranças fantásticas de viajarmos de ônibus de uma cidade para outra, ficarmos o tempo todo convivendo… A gente respirava música. Acho que era por isso que a banda se chamava Oxigênio.

Hoje você mora em Alphaville, na Grande São Paulo. Do que mais sente falta? O que você tinha lá no interior e agora não tem mais?
Sinto falta da tranquilidade que tinha no interior. Gostaria também de poder sair com os amigos numa boa, sem preocupações. Agora organizei a minha vida para poder voltar a Votuporanga com uma frequência maior, sem que seja para ficar por lá apenas dois ou três dias. Essas pequenas viagens são boas para ficar um tempo off, limpar a mente, dar uma renovada nas energias…

 

Gustavo Mioto e Ludmilla - FOTO REPRODUÇÃO | INSTAGRAM

Gustavo Mioto e Ludmilla – FOTO REPRODUÇÃO | INSTAGRAM

 

Agora falando de música, você gravou seu primeiro álbum solo com apenas 15 anos. Ser filho de Marcos Mioto – um dos maiores contratantes de shows do país – ajudou muito nesse seu sucesso precoce? O que você diz para aqueles que te acusam de ter “pulado etapas” na sua trajetória?
Ajudou, sim. Deu uma força, com certeza. Não sou hipócrita de dizer que não teve nada a ver. Mas o meu sucesso não se deve a isso. Não acho correto dizer que eu pulei etapas. Nos primeiros quatro, cinco anos da minha trajetória, nada dava certo. Cometi muitos erros a aprendi com eles. E o sucesso veio depois que eu já havia colocado um a um os tijolos que compõem os alicerces da minha carreira. Meu pai me ajudou a enxergar muitas coisas com mais clareza. Não dá para ter aquela experiência toda do meu lado e não absorver um monte de dicas boas, dos anos de traquejo que ele tem nesse setor. Conheço artistas que alcançaram o sucesso de forma ainda mais repentina do que a minha, com e sem pais famosos. Não é o fato de ser filho de sicrano ou beltrano que define o meu trabalho ou o meu êxito profissional..

 

Outro dia, assistindo a uma entrevista sua ao Tiago Abravanel, vi você dizer que, em 2015 ou 2016, foi demitido de uma gravadora de forma humilhante. Na sua opinião, a indústria da música é muito cruel?
Querendo ou não, um músico é um produto para a gravadora. Se ele não der resultado, vai ser tirado do mercado. É assim que funciona. Música é um negócio, e é preciso que a gente tenha a compreensão disso. Eu não acho que essa indústria seja particularmente cruel, mas nem sempre ela é justa. Tem muitos artistas talentosos que não são reconhecidos e muita gente sem talento que faz um enorme sucesso. É difícil entender.

Gustavo Mioto - foto Ítalo Gaspar | Divulgação

Gustavo Mioto – foto Ítalo Gaspar | Divulgação

 

Em 2021, você foi o coautor e intérprete da música mais tocada do ano no país, “Com ou Sem Mim”. Como você explica esse sucesso todo? O que essa canção tem de mágico? Como ela conquista o ouvinte?
“Com ou Sem Mim” conquista porque tem muita verdade. É uma conversa, é um lamento de uma pessoa que está abrindo seu coração, libertando sua parceira para que seja feliz depois de um rompimento. A música tem uma melodia meio doída no começo, mas depois cresce e dá uma levantada, com um refrão bem chiclete, que impregna e fica na nossa cabeça. A letra é forte e tem uma parte que, para muitos, é surpreendente, com o cara privilegiando a felicidade do próximo em detrimento da sua própria. Para mim, essa canção é um sucesso por uma conjunção de diversos fatores: a melodia, o ritmo, o tema, a letra, o momento do lançamento, no auge da pandemia, com todo mundo carente… E a minha interpretação!

 

Observando a sua discografia, vemos que você tem apenas um álbum de estúdio e quatro ao vivo. É no palco que você se sente mais à vontade?
O ‘ao vivo’, no segmento sertanejo, é muito forte. O público adora, e eu também. Gosto do som “sujo” das gravações ao vivo, com a banda tocando junto e com plateia gritando, cantando e interagindo comigo. Pode ser que num futuro próximo eu grave mais um álbum de estúdio, mas isso é algo que demanda bastante tempo e, agora, eu só quero saber é de fazer shows, de retomar o contato com o público. Depois de anos sem subir num palco, eu quero reencontrar a galera!

 

O cantor se apresentando com Luan Santana - Foto reprodução | Instagram

O cantor se apresentando com Luan Santana – Foto reprodução | Instagram

 

Você gosta de apresentações cheias de luzes e recursos visuais. Que astros pop te inspiram na hora de conceber um novo show?
Gosto de efeitos de luz, de usar trucagens, elevadores, mágicas. Acho que isso tudo ajuda a tornar ainda mais imersiva e inesquecível a experiência de quem nos vê no palco. Sempre acompanho o que algumas estrelas do pop estão fazendo nesse quesito, como o Justin Bieber e o Ed Sheeran. Os shows deles são visualmente muito impactantes.

 

Em outra entrevista recente, você disse se lamentou por não ter feito “coisas normais que pessoas anônimas fazem na adolescência e na época da faculdade. Sinto falta de ter vivido mais amores”. Você acredita que uma juventude com mais perrengues e uma vida amorosa mais intensa teriam sido úteis para te ajudar na hora de compor hits de sofrência?
Essas coisas da vida às quais eu me referi não teriam sido incríveis só para eu escrever com mais propriedade sobre sofrência, seriam para eu escrever melhor a respeito de tudo. Saí cedo para a vida, desde os 13 eu já estava trabalhando, mas sinto que há um pequeno “gap” na minha trajetória. Eu não tive aquelas vivências e aqueles romances que muita gente tem na época da faculdade. Mas eu tenho uma bagagem que os meus amigos não têm. Foi mais ou menos nesse sentido que eu falei. Não me ressinto disso.

 

Gustavo Mioto no Palco - Divulgação

Gustavo Mioto no Palco – Divulgação

 

No final de 2020, você foi convidado pela Globo para participar do “BBB21”. Consegue imaginar como teria sido sua passagem pela edição do reality que teve Karol Conká, Fiuk, Gil do Vigor, Carla Diaz e Lucas Penteado? Já teve medo de ser cancelado?
O medo de ser cancelado é algo que afeta todo mundo hoje em dia. As pessoas são muito impiedosas e agem muitas vezes sem empatia nenhuma. Todo mundo erra. Não gosto de linchamentos virtuais e prefiro me manter longe de polêmicas bobas. Agora, quanto à minha participação no “BBB”, só posso dizer que realmente fui convidado, mas não tinha como aceitar. Muita coisa estava acontecendo aqui fora na minha carreira musical, e eu não poderia dar uma pausa em tudo por quatro meses. Como teria sido a minha participação? Não faço a menor ideia. Pelo que vejo, tudo lá é muito diferente daqui, no mundo real. Não sei como eu reagiria, como eu me comportaria.

 

O que você mais fez durante a pandemia? Criativamente, as quarentenas foram produtivas?
Aproveitei que o mundo parou e me reconectei à minha família. Passamos muito tempo juntos, e isso fez com que a quarentena ficasse mais leve, menos sofrida. Mas, musicalmente, para mim não foi um período produtivo. Fiquei travado, preso, deprimido. A distância da banda e dos meus colegas acabou me trazendo uma grande tristeza. Foi uma fase muito melancólica da minha vida, e as poucas canções que eu escrevi imprimiam essa angústia.

 

Foi nesse período que você resolveu transformar sua paixão por videogame em negócio sério e abriu uma empresa de jogos eletrônicos, com uma equipe de garotas para disputar os torneios de Rainbow Six: Siege. Como está se sentindo nesse novo trabalho?
Durante a pandemia, surgiu uma oportunidade de investirmos nesse setor de games, e então criei a 4Dreams com meus parceiros Dani Alves (do Barcelona), Fransérgio (do Bordeaux) e o PSK, da Liquid. Estamos muito satisfeitos com os resultados iniciais – no primeiro circuito de que nossa equipe participou, ficamos em segundo lugar! Acredito demais nas nossas meninas. Resolvemos investir em uma equipe feminina para fortalecer ainda mais a presença das mulheres nos games. Eu adoro jogar, mas estou me divertindo também nesse papel de cartola. Acho que herdei do meu pai algum dom para empresariar talentos! Tem sido muito massa começar um lance novo, colocar a energia em um negócio inédito para mim. É algo estimulante, enriquecedor, serve para abrir a minha cabeça. Acho que ainda vou me aprofundar muito nesse universo.

 

Gustavo Mioto - Foto Reprodução | Instagram

Gustavo Mioto – Foto Reprodução | Instagram

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2 Comentários

  1. PRI BENEVIDES

    Gustavo Mioto é simplesmente sensacional. Só quem teve o prazer de conhecê-lo de perto consegue ter noção do quanto esse menino tem luz própria. Talento e carisma incomparável. O mundo é pequeno pra ele. Fazer parte desses 10 anos é uma honra pra mim

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  2. Sayuri Fuzisaki

    O Gustavo ele é uma pessoa incrível que merece todo o sucesso desse mundo e o nosso amor tbm.

    Responder
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