Lina Bo Bardi recebe Leão de Ouro em homenagem a sua obra na Bienal de Veneza

Lina Bo Bardi recebe Leão de Ouro em homenagem a sua obra na Bienal de Veneza

Ativista apaixonada pela natureza moderna da cidade e com uma admiração especial pela cultura popular, a ítalo-brasileira Lina Bo Bardi fez história produzindo uma arquitetura voltada à coletividade. Não à toa agora ela é a escolhida para receber a honraria desta edição da 17ª Mostra Internacional de Arquitetura de La Biennale di Venezia, um dos grandes prêmios internacionais de urbanismo.

Segundo Sol Camacho, arquiteta Diretora Cultural do Instituto Bardi, não podia ser diferente. “O tema desta Bienal é ‘Como Viveremos Juntos?’ e Lina nos ofereceu a resposta antes mesmo da pergunta. Ela desenhou museus e teatros, espaços que são puras definições do que é convivência”, explica. Nas criações que carregam a assinatura de Lina, seja no vão-livre do MASP ou na comunicabilidade dos corredores do Sesc Pompeia, fica evidente a aposta arquitetônica em dar lugar à “gente”, à manifestação e ao encontro.

 

A arquiteta Lina Bo Bardi - Foto Divulgação

A arquiteta Lina Bo Bardi – Foto Divulgação

 

A nomeação póstuma, que foi divulgada no Dia Internacional da Mulher deste ano, é também um convite à reflexão sobre a falta de reconhecimento da produção feminina no século XX. “É muito significativo que o primeiro prêmio internacional de Lina só tenha vindo depois de sua morte. Agora que ela não está mais aqui, a homenagem só fará sentido se for usada para evidenciar que as mulheres não são reconhecidas, na arquitetura e em todas as outras áreas”, comenta a arquiteta, que foi uma das escolhidas para acompanhar a cerimônia de premiação e receber em mãos o Leão de Ouro.

Devido à pandemia, essa será a primeira vez que a Bienal acontece também virtualmente. O projeto da mostra poderá ser acompanhado ao longo do mês de abril por meio de transmissões ao vivo nas redes sociais e no site oficial da premiação. A cerimônia presencial de entrega dos prêmios está prevista para 22 de maio. O Brasil não ficará de fora da celebração e o Instituto Bardi planeja para julho uma exposição inédita. “Queremos fazer um projeto colaborativo que reúna arquitetos e profissionais de outras disciplinas, usando como fio condutor a ideia de viver juntos, que é o tema da Bienal”, explica Camacho.

 

Casa de Vidro no Morumbi, onde está o acervo de Lina Bo Bardi - Foto divulgação

Casa de Vidro no Morumbi, onde está o acervo de Lina Bo Bardi – Foto divulgação

 

A ideia é que a futura mostra ocorra no jardim da Casa de Vidro, no Morumbi, em São Paulo – primeira criação de Lina, onde ela morou por quatro décadas e onde hoje se encontra seu acervo profissional. Nenhum trabalho já conhecido está entre as escolhas da curadoria e a inovação será protagonista: “Nós queremos apresentações, instalações, intervenções, ir para além do clássico, do usual. Assim é a obra de Lina”, finaliza.

 

Hotéis do Rio de Janeiro apostam nos serviços de room e resort-office

Hotéis do Rio de Janeiro apostam nos serviços de room e resort-office

O sonho de ter um escritório na praia com uma linda vista nunca esteve tão ao alcance dos cariocas. Após meses de isolamento social, o home office já é parte da rotina de mais de 7 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE. De olho nessa tendência, muitos hotéis do Rio de Janeiro uniram o útil ao agradável para dar um novo uso aos quartos que ficaram vazios na pandemia. Equipados com wi-fi potente e conforto, os serviços de room e resort-office têm atraído turistas locais que desejam fugir da mesmice e trabalhar em novos ares.

A premissa é simples: as camas dão lugar a mesas de escritório e os dormitórios viram salas de reunião. É assim que tem funcionado nos hotéis da rede Accor desde janeiro. Andares inteiros de apartamentos foram adaptados para receber o público executivo. “Ainda oferecemos descontos no consumo de alimentos e bebidas e um valor diferenciado na utilização do estacionamento para as empresas que se conveniarem ao hotel”, comenta Omar Cáffaros, Diretor Regional de Operações Midscale e Econômico do grupo.

 

Deluxe One-Bedroom Suite do Belmont Copacabana Palace, equipada com mesa de escritório - Foto Edgardo Contreras

Deluxe One-Bedroom Suite do Belmont Copacabana Palace, equipada com mesa de escritório – Foto Edgardo Contreras

 

Para quem quer aliar o turismo às atividades profissionais, uma opção é o ilustre Copacabana Palace. O cartão-postal da capital fluminense criou pacotes especiais para o novo público de hóspedes locais que cresce com a pandemia. Quem optar pela oferta long stay usufrui de sete diárias com tarifas diferenciadas e até um jantar cortesia na última noite. “Todos os nossos quartos possuem estação de trabalho para o hóspede seguir sua rotina profissional. E para quem prefere estar ao ar livre, espaço é o que não falta nas nossas áreas comuns”, conta Ulisses Marreiros, gerente geral do hotel.

Já na região serrana, a aposta do resort Le Canton é outra. A inovação vem para o público infantil e promete trazer diversão e aprendizado ao isolamento familiar. Enquanto os pais aproveitam os espaços de home office, as crianças recebem acompanhamento pedagógico em uma sala com computadores, internet e material escolar higienizado. “Elas podem assistir às aulas online e fazer dever de casa, sempre com acompanhamento de uma professora para tirar dúvidas e auxiliar no uso da tecnologia”, explica Mônica Paixão, diretora geral do Le Canton.

Foi graças a esse serviço que o resort localizado em Teresópolis driblou a crise do setor e terminou 2020 com resultados positivos. “Desde que lançamos o home school, houve um aumento de 30% a 40% na ocupação durante os dias de semana”, aponta. Quanto ao futuro, Paixão acredita que o anywhere-office é uma tendência que persistirá após a pandemia. “Nós percebemos que não precisamos ficar presos em escritórios ou em casa e que a performance pode ser muito melhor de forma híbrida, ainda mais se podemos estar com a família”, finaliza.

 

 

Istambul lidera o ranking de terminais aéreos da Europa

Istambul lidera o ranking de terminais aéreos da Europa

Mais passageiros passaram pelo aeroporto turco (Istambul) em 2020 do que nos tradicionalmente movimentadíssimos hubs do Reino Unido, da França, da Alemanha e da Holanda

Nem Heathrow (Londres), nem Charles de Gaule (Paris), nem Schiphol (Amsterdam) e nem Rhein-Main (Frankfurt): o aeroporto europeu que teve maior movimento em 2020 foi o de Istambul, na Turquia. Por lá passaram 23,4 milhões de viajantes. Em seguida, veio o de Paris (com 22,3 milhões de pessoas transportadas) e só então o de Londres (com 22,1 milhões), que tradicionalmente lidera este ranking.

Inaugurado em outubro de 2018, o Aeroporto Internacional de Istambul é o mais moderno do Velho Continente e o mais gigantesco: tem capacidade para receber 90 milhões de passageiros por ano, com a possibilidade de ampliar esse contingente para 200 milhões/ano. Possui 143 fingers (pontes de embarque), 371 spots para estacionamento de aeronaves e 228 guichês de imigração e controle de passaporte.

Todos os aeroportos da Europa tiveram quedas drásticas na movimentação em 2020 por causa da pandemia do coronavírus, e o Reino Unido possui uma das políticas mais restritivas de circulação de viajantes do mundo. Tanto que os voos ligando a Inglaterra ao Brasil estão suspensos.

 

Foto Divulgação

 

Os números seguem em queda por lá. O total mensal de passageiros no aeroporto de Heathrow em fevereiro de 2021 caiu para menos de 500 mil – o menor desde 1966! O tombo foi de 91% em relação ao ano passado. Se compararmos a performance desses terminais europeus com a de Guarulhos – o mais movimentado da América Latina –, veremos que o Aeroporto Internacional de São Paulo até que conseguiu ter um desempenho razoável durante o período da pandemia. Por lá passaram 20 milhões de passageiros ao longo dos doze meses de 2020. A queda nos voos internacionais foi enorme, mas os voos domésticos seguraram a onda, respondendo por mais de 85% dessa movimentação.

 

Radar

SP-BsAs
Autoridades do Brasil e da Argentina negociam a criação de uma ponte aérea entre o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o Aeroparque, em Buenos Aires. O processo de internacionalização de Congonhas é uma ideia que está sendo discutida na Infraero e pode ser mais um atrativo para os candidatos a operadores do aeroporto paulistano, que deve entrar na 7ª rodada de concessões, em 2022.

Rotas bloqueadas
A Latam Airlines avisa que as rotas de São Paulo (Guarulhos) para Barcelona (Espanha), Joanesburgo (África do Sul), Milão (Itália) e Tel Aviv (Israel) só devem voltar a ser operadas, na melhor das hipóteses, a partir de novembro. Os voos já estavam suspensos e com venda fechada desde o início da pandemia. Quem tiver bilhetes para essas rotas serão atendidos por companhias aéreas parceiras, como a Iberia, a Lufthansa e a Virgin Atantic, via Madri ou Frankfurt.

Preços em baixa
Em 2020, voar pelo Brasil foi mais barato do que nunca. O Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas da Anac, que faz esse cálculo desde 2002, mostra que o preço médio das tarifas comercializadas no ano passado ficou em R$ 376,29. Em 2019, a média alcançou R$ 439,89. O recuo foi de 14,5%. No período, 9% das passagens foram comercializadas com tarifas abaixo de R$ 100, e os bilhetes acima de R$ 1,5 mil representaram apenas 1,5% do total vendido.