Um interessante roteiro de trem percorre a natureza do litoral do Paraná e chega a Morretes, deixando o turista ainda mais perto das isoladas ilhas do estado
Uma das regiões mais preservadas da Serra do Mar está no trajeto que liga Curitiba ao litoral paranaense. Adentar o robusto verde e recortar os declives das montanhas dessa parte da Mata Atlântica é possível em um passeio de trem, que se tornou o segundo principal atrativo turístico do Paraná, atrás apenas da cidade de Foz do Iguaçu. Entre as diferentes experiências e categorias de vagões disponíveis oferecidas pela empresa Serra Verde Express – que administra a operação ferroviária turística – a viagem nos trilhos leva até Morretes, que preserva arquitetura colonial e gastronomia típica.
Vagão boutique do Serra Verde Express – Foto divulgação
Antes de optar pela categoria luxo do trem – que conta com vagões mais fechados, lembrando os expressos europeus antigos – vale se atentar à opção boutique, que disponibiliza varandas, amplas janelas e livre circulação, além do serviço de bordo com bebidas como água, café, chá, refrigerante e cerveja à vontade. Nessa categoria, o vagão “Bove” – em homenagem ao veterinário Sílvio Bove, primeiro médico a fazer um transplante em um animal de estimação – é pet friendly, com espaço para cães e gatos, e possui uma varanda. Já o vagão Imperial tem decoração que remete aos anos 1930, com mesas, cadeiras e luminárias de época. E o Camarote, como o nome já diz, possui cabines exclusivas.
Vagão pet friendly do Serra Verde Express – Foto Brunno Covello
Depois de apreciar os encantos do passeio sobre os trilhos, o pacote boutique – que sai pelo valor de R$ 449 por pessoa – inclui um almoço típico com o tradicional Barreado, em Morretes. De origem açoriana, o prato leva carne bovina de segunda e magra, cozida até desmanchar. O verdadeiro ritual de servir o Barreado consiste em levar a panela à mesa e colocar um pouco da carne em um prato fundo, com arroz branco ou farinha de mandioca crua e banana prata fatiada.
Para a digestão, vale uma caminhada entre as feirinhas de rua da cidade ou ainda, para os mais radicais, há opções de roteiros em 4×4 que atravessam os rios da região – também oferecidos pela Serra Verde Express. O retorno a Curitiba acontece a bordo de uma van, ônibus ou microônibus climatizado, que está incluso no pacote.
Passeios de 4×4 – Foto divulgação
Na capital paranaense, se houver espaço para um jantar depois de tanta comilança, o restaurante Hai Yo, dentro do Grand Mercure Curitiba Rayon, no Centro, propõe gastronomia asiática variada em um ambiente intimista. Sob o comando do chef Lucas Coelho, o lugar destaca três tipos de menu degustação, além de um cardápio à la carte. O Menu Keiken (sete tempos) é o mais curto e conta com os clássicos do restaurante, como o camarão com nozes e o pato de Sichuan; o Menu Hai Yo (11 tempos) é uma viagem pelos países da Ásia, como Japão, China, Vietnã, Tailândia e Coreia; e o Menu Omakase (16 tempos) inclui uma degustação exclusiva no balcão do sushi bar, no qual o maior foco é o Japão. Outros destaques do Hai Yo são pato de Sichuan, barriga de porco com texturas de milho e o churrasco coreano.
Menu asiático do Hai Yo, em Curitiba – Foto Adriana Cardoso
Desconexão quase total
A 120 km de Curitiba e 68 km de Morretes, a Ilha do Mel é um refúgio para os amantes de natureza preservada e praias rústicas. O viajante pode optar por diferentes rotas até chegar a Paranaguá ou Pontal do Sul, que são os locais de embarque e travessia para a ilha. Apesar da distância ser um pouco mais longa, a Estrada da Graciosa é o caminho mais bonito para quem quer chegar até a Ilha do Mel sem pressa. Ligando Curitiba às cidades históricas de Antonina e Morretes, pela PR-410, é uma rota histórica na Serra do Mar. Na Ilha, vale conhecer os passeios de barco disponíveis que passam pela Praia de Encantadas, Baía dos Golfinhos, pelo Farol das Conchas e pela Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres.
O Embaúba Boutique Hotel, em Teresópolis, possui apenas 24 chalés espalhados por uma área de 480 mil m2 – além de um bem equipado spa e um aconchegante restaurante
Inaugurado na última primavera, o Embaúba Boutique Hotel é um local perfeito para quem busca acolhimento, conforto e tranquilidade em meio à exuberante natureza da região de Teresópolis. O empreendimento ocupa uma área de 480 mil m², totalmente recuperada cinco anos após o início de um plano de manejo para reverter a degradação da mata nativa, de suas nascentes e da fauna local. O nome escolhido homenageia a Embaúba – árvore que é a “casa natural” dos bichos-preguiça e que produz frutinhos que servem de alimento para aves como tucanos, pica-paus e trinca-ferros. A propósito, graças a esse trabalho de regeneração da natureza, hoje os hóspedes têm a possibilidade de contemplar no local esses animais e outros, como saguis, pacas, lontras, lebres e cachorros-do-mato.
O Embaúba Boutique Hotel possui 24 chalés com design contemporâneo e decorados com móveis e revestimentos de fibras naturais, como bambu, vime e palha. 14 das unidades contam com banheiras de hidromassagem e cromoterapia. Todos foram desenhados para receber casais de hóspedes. Mas um deles acomoda confortavelmente até seis pessoas. A construção dessa unidade tem dois pisos, três quartos, duas salas de estar, dois banheiros e sala de jantar.
Piscina do hotel em Teresópolis – Foto divulgação
No restaurante Ymbu, o cardápio privilegia ingredientes da região. Exemplos disso são o risoto negro de cogumelos, servido com nacos de polvo e tapenade de pimentão vermelho, o filé de peixe com bisque de moqueca e arroz negro e legumes da horta ou ainda a korma de vegetais (aromático cozido de origem indiana).
Outra atração do hotel é o Matahari Spa, onde são oferecidos tratamentos estéticos e terapias relaxantes, rejuvenescedoras e revigorantes para quem busca o equilíbrio entre o corpo e a mente. Todos os óleos, fragrâncias e cremes utilizados no local são da grife Avatim. Não deixe de experimentar a banheira de pedra vulcânica trazida diretamente de Bali, na Indonésia.
As diárias começam na faixa dos R$ 1.700, e o hotel é um estabelecimento pet friendly, que se abre para animais de pequeno porte, com até 12 kg. É permitido apenas um por aposento, pelo qual é cobrada uma taxa adicional de R$ 350 por dia.
Banheira dos chalés do Embaúba Boutique Hotel – Foto divulgação
Embaúba Boutique Hotel
De Estrada de Andradas, 1.300, Teresópolis, tel. 21 99244-0320.
O poderoso país europeu é um prato cheio para quem ama cerveja e gastronomia, mas também surpreende com paisagens espetaculares, construções históricas e um lago dos sonho
Quando você pensa em Alemanha, quais são as primeiras coisas que vêm à sua mente? Cerveja? Salsichão? Casas simpáticas? Tudo isso, de fato, pode ser encontrado por lá, mas o país vai muito além do que sugerem essas imagens. A começar pela simpatia e receptividade dos locais, que faz cair por terra a ideia de que os alemães são sisudos e frios. Outra barreira que deve ser derrubada é a de que Berlim é a grande joia do território.
Capital da Bavária, Munique é parada obrigatória para quem visita a Alemanha. Famosa pela tradicional Oktoberfest, a cidade exala charme e descontração em seus Biergartens, ou “Jardins da Cerveja”, que são áreas ao ar livre onde são servidas comidas locais para acompanhar as cervejas, muito comuns em todo o país. Um dos biergartens mais famosos da cidade é o histórico Augustiner-Keller, cuja cerveja Augustiner tem mais 670 anos de tradição.
Outro lugar que também proporciona uma experiência autêntica da Bavária é a cervejaria Hofbräuhaus, a mais famosa de Munique e que, inclusive, já conta com uma unidade aqui no Brasil, em Belo Horizonte. Fundada em 1589, está localizada no centro histórico, em um prédio em estilo neorrenascentista recheado de enormes mesas coletivas. Além da cerveja icônica, serve culinária típica da Bavária, que inclui joelho de porco, pretzel salgado, bife empanado (os schnitzels) e a salsicha branca feita com carne de vitela e de porco. A experiência fica completa com as marchinhas bávaras tocadas por uma banda local.
Nova Prefeitura de Munique – foto Anastasya Dalenka | Unsplash
Depois de se deliciar com a bebida e as iguarias regionais, é hora de descobrir a cidade a fundo. Comece pela Marienplatz, famosa praça no centro de Munique e que abriga os prédios da Antiga Prefeitura e da Nova Prefeitura, sendo esta última uma construção gótica do século 19 e um dos cartões-postais do destino. Em seu porão, você encontra o restaurante Ratskeller, que serve especialidades da gastronomia alemã. Já no alto da torre, há um relógio mecânico que, em alguns momentos do dia, vira a grande estrela com uma apresentação de bonecos em miniatura que cantam e dançam.
Antiga Prefeitura de Munique – foto Vivian Monicci
Para descansar e curtir a natureza, o parque Englischer Garten é o ponto perfeito. Localizado na margem do Rio Isar, é um dos maiores parques urbanos do mundo, tendo uma área maior que a do Central Park, em Nova York. No mesmo estilo relax, outra atração turística imperdível é o Palácio Nymphenburg, um palácio barroco construído em 1664 e que foi residência de veraneio dos governantes da Baviera. Por ali, há um jardim belíssimo e fontes em estilo francês.
Cenário relax do Palácio Nymphenbur – foto Vivian Monicci
Os apaixonados por carros vão gostar de saber que a cidade é a sede da BMW e abriga o museu da marca. Já aqueles que gostam de futebol não podem deixar de conhecer o Allianz Arena, estádio oficial do Bayern de Munique.
Reserve um dia para visitar o icônico Castelo de Neuschwanstein, outro cartão-postal da Alemanha, a aproximadamente duas horas de Munique. O palácio alemão construído na segunda metade do século 19 é tão bonito que até inspirou Walt Disney para construir os mundialmente famosos castelos da Cinderela e da Bela Adormecida. De fato, ao visitar Neuschwanstein, você se sente em um conto de fadas.
Castelo de Neuschwanstein – foto David Sjunnesson | Unsplash
Não faltam excelentes opções de hospedagem em Munique, entre elas o moderno Eurostars Grand Central. Situado no centro, o hotel oferece quartos muito confortáveis e espaçosos, com design contemporâneo. O estabelecimento conta ainda com bar, piscina, ginásio e sauna.
Mergulho profundo no Lago de Constança
A cerca de 200 km de Munique, na fronteira entre Alemanha, Áustria e Suíça, está o Lago de Constança, ou Bodensee (em alemão), maior lago do país e o terceiro maior da Europa central, com aproximadamente 530 km2. É um tesouro muito conhecido dos alemães, mas pouco difundido no Brasil e, por isso mesmo, merece sua visita.
Lago de Constança – Foto Anton konstantinov | Unsplash
Maior cidade do lago, Konstanz dá acesso terrestre a outra pérola: a Ilha de Mainau, também conhecida como “Ilha das Flores”. Como o próprio nome já diz, sua atração principal são os belíssimos jardins com diferentes tipos de flores, mas há ainda outros pontos imperdíveis, como o borboletário e o Palácio Barroco.
Seguindo viagem, faça uma parada em Friedrichshafen, que na tradução para o português significa Porto do Frederico. A cidade é berço da concepção e produção do dirigível Zeppelin e foi um alvo militar estratégico durante a Segunda Guerra Mundial, sendo quase totalmente destruída após uma série de bombardeios aéreos.
Entardecer em Friedrichshafen – Foto Vivian Monicci
Na região e durante o verão acontece a Seehasenfest, festa que dura uma semana e faz o centro ferver com parque de diversões, roda gigante iluminada e diversas barraquinhas com comidas tradicionais alemãs. Por lá não faltam música, cantoria e dança, regadas a muitos canecos de cerveja que unem gerações nas mesas. Da torre do píer, é possível avistar a cidade inteira e apreciar o pôr do sol que pinta o céu de rosa, funde-se com as águas do lago e cria uma paisagem de tirar o fôlego.
A charmosa Meersburg – Foto Vivian Monicci
E a apenas 18 minutos de carro de Friedrichshafen está a encantadora cidade medieval Meersburg, cuja estrela é o seu castelo construído no século 7, sendo o mais antigo habitado do país e aberto à visitação. Vale a pena dedicar um dia para desbravar suas ruazinhas charmosas, construções históricas e casas coloridas em estilo enxaimel (típico alemão) com floreiras nas janelas. Também a poucos minutos dali, está Lindau, uma das cidades mais turísticas da região. Entre seus pontos imperdíveis estão o farol, o Leão da Baviera e o mercado Marktplatz.
A turística Lindau – foto Max Bottinger | Unsplash
Escapada para os países vizinhos
Partindo de Lindau, um percurso de apenas 15 minutos leva até a Áustria, na cidade de Bregenz, na margem oposta do Lago de Constança. Uma de suas grandes atrações é a montanha Pfänder, que pode ser desbravada de teleférico, o Pfänderbahn. Com janelas panorâmicas, o transporte já proporciona vistas espetaculares. Lá no topo, é possível se surpreender ainda mais com a paisagem única, formada pelo Lago de Constança e pelos picos dos Alpes ao fundo, que pode ser observada a partir dos mirantes e das deliciosas espreguiçadeiras. Há ainda a possibilidade de fazer trilhas e avistar animais silvestres.
Outra grande estrela de Bregenz é seu teatro a céu aberto no lago, com o maior palco flutuante do mundo e famoso pelos festivais de ópera. A cada montagem, o palco se transforma em uma obra de arte de encher os olhos da plateia.
Teatro de Bregenz, na Áustria – Foto Vivian Monicci
Innsbruck é um encanto que vale descobrir em um dia em território austríaco. Passeie sem pressa pelas ruas coloridas com a arquitetura tirolesa e recheadas de restaurantes convidativos. Para quem é fã dos reluzentes cristais da Swarovski, a marca tem uma loja imponente no centro histórico, a Swarovski Kristallwelten Store, localizada em um dos prédios mais antigos da cidade. Em Wattens, a apenas 17 minutos de Innsbruck, você encontra o Mundo dos Cristais Swarovski, um museu de arte que é uma ode ao brilho, com esculturas, instalações de artistas e outras criações coruscantes.
Uma vez na região, não deixe de conhecer o Principado de Liechtenstein, sexto menor país do mundo, com apenas 160 km2 – apesar de pequeno, é um dos mais ricos do planeta – e cerca de 40 mil habitantes. Governado pela Casa de Liechtenstein desde o século 18, o destino tem um charme único. A capital Vaduz, cujo centro pode ser percorrido inteiro a pé em poucas horas, tem como grande estrela o medieval Castelo de Vaduz, que fica em um penhasco e é residência oficial do Príncipe Hans-Adam II.
Castelo de Vaduz, em Liechtenstein – Foto Vivian Monicci
Para fechar a viagem com chave de ouro, dê um pulo na Suíça e inclua Zurique no roteiro, já que fica a apenas 108 km de Vaduz. A maior cidade do país combina perfeitamente história e modernidade e tem um clima jovem e descontraído. Não deixe de passear pela Bahnhofstrasse, principal rua do centro e recheada de lojas de altíssimo padrão, sendo uma das avenidas comerciais mais caras e exclusivas do mundo. Para garantir uma foto espetacular da paisagem, vá até a colina de Lindenhof, na Cidade Velha, de onde se avista um ângulo único do Rio Limmat e das belezas suíças.
A Fazenda Santa Vitória é o local perfeito para se conectar com a natureza e com os saberes locais, em interessante diálogo com design contemporâneo e gastronomia atemporal
A sensação é de visitar uma fazenda de um amigo, não há recepção e, sim, muitos espaços para descanso e imersão completa na gastronomia e na cultura regional. Na Fazenda Santa Vitória – local com 4 mil hectares e produção de queijos e outros laticínios – o design é cuidadoso e as experiências na natureza são autênticas. Situado entre a Serra da Mantiqueira e a Serra da Bocaina, em Queluz, no Vale do Paraíba, o lugar está a 240km de São Paulo.
Casas do Pomar – Foto André Yamamoto | divulgação
É necessário excluir qualquer conceito de hotel fazenda que ainda possa constituir ideias de viagens ao campo. Recomendada pelo disputado guia de hotelaria de luxo Condé Nast Johansens, a fazenda de 1923 é ideal para casais e grupos de amigos, conta com apenas cinco opções de hospedagens e, em breve, deve inaugurar uma nova vila com suítes reclusas e afastadas da sede.
Por ali, as Casas do Pomar atraem por equilibrar conforto e desconexão. Contam com lareira, quarto amplo, banheiro com banheira estilo vitoriana, varanda, wi-fi, frigobar e dispositivo Alexa. Há ainda as Casas na Montanha, com arquitetura contemporânea integrada à paisagem, compostas de duas suítes, sala de estar, cozinha de apoio e um amplo deck com vista para a Serra da Mantiqueira. Isoladas no alto de uma encosta, essas hospedagens oferecem uma visão panorâmica para o vale e acomodam até dois casais.
Piscina e spa – Foto André Yamamoto | divulgação
Entre as experiências rurais, o convite para adentrar os encantos naturais acontece em caminhadas e passeios a cavalo e bicicleta. É possível acompanhar o curso do ribeirão, identificar as árvores, os pássaros e vivenciar o cotidiano de uma fazenda produtiva de leite e derivados. Outros destaques do lugar são a quadra de tênis, o spa com massagens e espaço para a prática de yoga, além das saunas, dos caldários e das piscinas.
Área para caminhada da Fazenda Santa Vitória – Foto André Yamamoto | divulgação
Talvez ainda mais agradável que tudo isso seja a gastronomia da Fazenda Santa Vitória. Sob o comando do chef Alex Sander Lopes, as refeições – do lento café da manhã em etapas ao jantar – utilizam ingredientes frescos produzidos na fazenda, como as deliciosas ricotas, e fornecidos por pequenos produtores da região. Há também noites de pizza no haras e almoço tradicional caipira servido próximo a uma cachoeira.
Cozinha da Fazenda Santa Vitória – Foto André Yamamoto | divulgação
Fazenda Santa Vitória
Rodovia João Batista Melo Souza, km 5, Queluz (SP). Tel 12 99784-2568.
Diárias a partir de R$ 2.200.
Um fim de semana em Campos do Jordão é ideal para recarregar as energias, ficar imerso na Serra da Mantiqueira e experimentar a deliciosa gastronomia local
Sortudos aqueles que conseguem escapar em direção à Serra da Mantiqueira sempre que possível e redescobrir seus encantos. A cadeia montanhosa faz parte dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e concentra muitas cidades charmosas pelo caminho, como é o caso de Campos do Jordão, a cerca de 180 km de carro da capital paulista.
Além do badalado centrinho, o Capivari – recheado de lojas e opções gastronômicas variadas –, Campos tem atrações para os amantes de natureza e aventura, como o Parque Estadual de Campos do Jordão, também conhecido como Horto Florestal. Com mais de 8 mil hectares, a unidade de conservação abriga área remanescente da Mata Atlântica, com imponentes araucárias e mais de 186 espécies de aves e animais ameaçados de extinção, como a onça-parda, a jaguatirica e o papagaio-de-peito-roxo.
É, sem dúvida, um dos passeios imperdíveis na região, especialmente em épocas mais quentes e ensolaradas, já que oferece atividades como arvorismo, trilhas, cachoeiras, tirolesa, roteiros de bike e restaurantes deliciosos a céu aberto.
Do campo à mesa
No Horto Florestal, não deixe de almoçar no Restaurante Dona Chica, do chef Anderson Oliveira, natural de Campos do Jordão. O cardápio segue o conceito sustentável do campo à mesa, com ingredientes frescos colhidos na horta do próprio espaço, e tem como base a comida afetiva de família – com receitas passadas de geração em geração. O chef não utiliza produtos industrializados e prestigia itens da Mantiqueira, fortalecendo a economia local.
Chef Anderson Oliveira do restaurante Dona Chica na Horta – Foto Vivian Monicci | divulgação
Este ano, o grupo Dona Chica Alimentação de Campos do Jordão, cujo nome é uma homenagem à bisavó de Anderson, comemora dez anos de operação. Para coroar o momento, foi inaugurado no início de março o novo Dona Chica na Horta, dentro do Espaço Chão no bairro dos Mellos, na zona rural. Aninhado em uma grande estufa de legumes e hortaliças, o local também segue o conceito farm to table.
Dona Chica na Horta – Foto Vivian Monicci | divulgação
“O Dona Chica na Horta é um projeto de vida muito especial. Sua essência é um domingo em casa, onde a gente coloca o que tem de melhor no meio da mesa”, explica o chef. “Para mim é uma imensa alegria abrir uma unidade no bairro dos Mellos, pois nele tenho as minhas referências familiares, meus avós são de lá e nossa história começa ali. Podemos dizer que o Dona Chica volta para o seu chão”.
Entre as opções do variado menu estão receitas típicas da região, como grelhados feitos na parrilla, legumes frescos na brasa, purês e novas criações vegetarianas e veganas. Na ala das bebidas, cervejas produzidas na Serra e novos drinques com e sem álcool são apresentados com ingredientes locais.
Para completar a experiência, há uma Feira de Orgânicos e um Empório com produtos artesanais como azeites, queijos, geleias e vinhos, além de um espaço de brincar para crianças. No Dona Chica na Horta, os animais de estimação são muito bem-vindos e têm até um menu especial preparado pelo chef.
Alta gastronomia e refúgio urbano
Para quem não abre mão de uma experiência gastronômica sofisticada, o restaurante de vanguarda Puriman é uma opção interessante. Comandado pelo chef João Izar – com passagens pelos restaurantes Evvai, Tuju, Loup, Corrutela e Dinner in the Sky, todos na capital –, o espaço desenvolve uma cozinha de pesquisa e produto baseada também na valorização de pequenos produtores e de insumos da Serra da Mantiqueira, extraídos de forma consciente.
Chef João Izar do Puriman – Foto Vivian Monicci | divulgação
O grande destaque é o menu degustação, que muda a cada estação e pode ser harmonizado, mas há cardápio à la carte com criações contemporâneas, além de café da manhã. Por lá, destaques para a bochecha de BBQ, pêra e bernaise; arroz pomodoro, boursin e manjericão; pudim de cítricos e sorvete de baunilha do cerrado.
Pudim de cítricos do Restaurante Puriman – Foto Vivian Monicci | divulgação
Nesse mesmo conceito de refúgio elegante – a poucos metros da Praça do Capivari – o Hotel Boutique Quebra-Noz foi inaugurado em 2019 e está perfeitamente integrado à natureza, respeitando a geografia do local e com arquitetura que prioriza materiais como aço, o vidro e a madeira.
Em meio aos 9 mil m² de área verde e às centenárias árvores que envolvem a propriedade, o lugar dispõe de acomodações confortáveis, que podem abrigar de três a cinco pessoas – caso do charmoso Araucária Bungalow, que possui 100 m² distribuídos em dois andares com um total de dois quartos, dois banheiros com chuveiro, sala de estar com mini-copa e varanda exclusiva com vista para o bosque.
O hotel conta ainda com uma piscina aquecida com borda infinita em pedras naturais e salinizadas, spa, academia, sauna, quadra de beach tenis, trilha, biblioteca, adega com mais de 300 rótulos, espaços para as crianças e bicicletas para passeios em meio à bela paisagem de Campos do Jordão.
Bangalôs do Hotel Boutique Quebra-Noz – Foto Vivian Monicci | divulgação
Dona Chica na Horta
Rua Elídio Gonçalves da Silva, 800, Bairro dos Mellos – Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 99714-0019.
Restaurante Dona Chica
Avenida Pedro Paulo, S/N, Horto Florestal – Campos do Jordão, SP.
Tel. 12 99731-3953.
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