Roberta Sá lança novo álbum “Sambasá – Ao Vivo” no Circo Voador

Roberta Sá lança novo álbum “Sambasá – Ao Vivo” no Circo Voador

Cantora faz show no Circo Voador, onde apresenta os sambas de seu novo álbum e clássicos de grandes compositores, como Arlindo Cruz, Dudu Nobre e Martinho da Vila

Dia 17 de junho, a cantora Roberta Sá volta ao Circo Voador para o lançamento de seu mais recente álbum, “Sambasá – Ao Vivo”, gravado ali mesmo, numa celebração pós-pandêmica. Há 20 anos pesquisando de forma incansável e apaixonada o samba, seus compositores e intérpretes, Roberta revela essa dedicação e amor ao gênero nas escolhas que fez ao montar o repertório desse show – repleto de canções assinadas por bambas como Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz, Martinho da Vila, Beth Carvalho e Dudu Nobre. No palco, Roberta conta com o apoio de uma banda especialista em conduzir o batuque, levantar a poeira e fazer toda a plateia chacoalhar: Alaan Monteiro (cavaquinho), André Manhães (bateria), Gabriel de Aquino (violão), João Rafael (baixo) e Thiaguinho Castro (pandeiro, congas, caixa, repique e tamborim). Sambasá apresenta ao público um Brasil que se orgulha do Brasil, que celebra e se orgulha de sua cultura, de sua música, de sua beleza e de sua identidade.

Roberta Sá - Foto Anne Karr

Roberta Sá – Foto Anne Karr

Circo Voador
Rua dos Arcos, s/ n°, Lapa, tel. 21 2533-0354.
Ingressos a partir de R$ 70.

‘Disney On Ice’ promove grande celebração na Jeunesse Arena

‘Disney On Ice’ promove grande celebração na Jeunesse Arena

Em nova temporada carioca, o espetáculo “Disney On Ice – 100 Anos de Emoção” conta com personagens que fazem enorme sucesso no cinema e na TV

Os carismáticos protagonistas de longas de animação como “Moana”, “Frozen – Uma Aventura Congelante”, “Enrolados”, “Encanto”, “Procurando Nemo” e “Toy Story” criam a magia do espetáculo “Disney On Ice – 100 Anos de Emoção”, que tem apresentações programadas para os dias 14, 15, 16, 17 e 18 desse mês de junho na Jeunesse Arena. Mickey, Minnie, Pateta e Pato Donald são os mestres de cerimônia dessa celebração, e recebem no rinque de patinação do gelo uma enorme lista de convidados, como o boneco de neve Olaf, as princesas Elsa e Anna, a cabeluda Rapunzel, o astronauta de brinquedo Buzz Lightyear, a peixinha esquecida Dory e a garotinha encantadora Mirabel, que conduz a plateia por um passeio pelas montanhas da Colômbia. A produção é da Feld Entertainment Inc., empresa responsável pelas turnês mundiais das companhias circenses Ringling Bros. e Barnum & Bailey.

Disney On Ice - Foto Heinz Kluetmeier

Disney On Ice – Foto Heinz Kluetmeier

 

Jeunesse Arena
Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 3.401, Barra da Tijuca. Ingressos de R$ 50 a R$ 835.

Lulu Santos roda o país com show “Barítono”, em que celebra o grave natural de sua voz

Lulu Santos roda o país com show “Barítono”, em que celebra o grave natural de sua voz

Nas estradas brasileiras com sua turnê comemorativa “Barítono”, Lulu Santos chega aos 70 anos com um legado artístico glorioso, em paz com a sua voz e pronto para o futuro

Voz masculina entre o tenor e o baixo”. Essa é a definição de um barítono, segundo o dicionário da língua portuguesa. E é também a última descoberta pessoal e profissional de Lulu Santos, que apenas recentemente deixou de lado os tons agudos para cantar no timbre de voz que lhe é natural e confortável: barítono.

“Admiti tardiamente várias coisas importantes sobre mim, entre elas o fato de ser um barítono. Desde que ‘assumi’ essa condição, facilitou enormemente minha vida e arte. O primeiro passo foi em 2000 quando gravei e lancei o álbum Acústico, ali, por conforto e sabedoria, baixei um tom de boa parte do repertório e funcionou perfeitamente. Mas o estalo mesmo aconteceu recentemente, coisa de dois anos atrás, conversando com Caetano Veloso, que concordou comigo que, diferentemente da grande maioria dos cantores populares, em geral tenores, meu registro mais grave me faz um barítono, ainda que um barítono ligeiro. Percebi que se baixasse mais um tom, algumas canções voltariam a ser cantáveis sem sobressaltos ou esforço. Sou barítono com paixão, gosto dos graves, gosto de como minha voz soa assim”, reflete.

Lulu Santos - Foto Jorge Bispo

Lulu Santos – Foto Jorge Bispo

 

Ser cantor é apenas uma das muitas versões de Lulu Santos, que também é compositor, produtor musical e um exímio guitarrista, que merece seu lugar entre os grandes nomes mundiais. Com sete décadas de vida recém-completas em maio deste ano, o artista dono de hits imortais como “Toda Forma de Amor”, “Assim Caminha a Humanidade”, “Tempos Modernos” e “Um Certo Alguém”, acabou de rodar os Estados Unidos com sua turnê comemorativa “Barítono” – nome muito apropriado –, que passou por cidades como Miami, Orlando, Chicago, Nova York e Los Angeles, e estreia agora em junho seu giro pelo Brasil, que se estenderá até novembro. No repertório, ao lado de seus maiores sucessos, estão lançamentos recentes como “Presente”.

No dia de seu aniversário, 4 de maio, para dar início às comemorações, ele fez uma apresentação ao vivo direto do Rio de Janeiro, sua cidade natal, que foi transmitida pelo Globoplay e Multishow. O especial foi recheado de momentos marcantes, como no hit “Toda Forma de Amor”, que ganhou um remix com funk e uma letra mais inclusiva no verso “Eu sou um homem, você é o que quiser”.

Em terras tupiniquins, entre as cidades escolhidas para levar “Barítono” estão São Paulo, São José dos Campos e Volta Redonda, ainda este mês; Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro, em julho; Curitiba, Goiânia e Brasília, em agosto; Belo Horizonte, Manaus, Belém e Aracaju, em setembro; Salvador e Maceió, em outubro; e Criciúma, em Santa Catarina, onde finaliza a turnê em 18 de novembro.

O tempo voa

Luiz Maurício Pragana dos Santos é carioca da gema, nascido em Copacabana, e despertou para a música logo cedo. “Quando tinha cinco anos minha família relocou para os Estados Unidos. Na casa em que morávamos em Rantoul, Illinois, havia um piano no qual se manifestou a minha curiosidade sobre as notas musicais e suas possibilidades”. E não faltaram inspirações em instrumentistas nacionais e internacionais. “Tenho sempre algo a aprender com alguém, foi assim que me formei. A princípio, foi a chamada ‘Invasão Britânica’ do início dos anos 1960 que me capturou, os grupos de pop ingleses e logo após seus pares americanos me engatilharam para o som da guitarra elétrica. As guitarras dos Beatles, Stones, The Who e mais tarde os grandes nomes do blues foram meu farol. No Brasil, Sergio Dias, Lanny Gordin e Pepeu Gomes também foram fundamentais.”

Já sob o nome artístico Lulu Santos, estreou de fato no universo musical em 1982, quando lançou seu primeiro disco “Tempos Modernos”. Antes disso, na década de 1970, ele fez parte da banda de rock progressivo Vímana, que tinha como integrantes Ritchie, Lobão, Luiz Simas, Fernando Gama e o suíço Patrick Moraz, ex-integrante do Yes. Já em 1985, Lulu se apresentou na primeira edição do Rock in Rio, que contou com nomes como Queen, Rod Stewart, Paralamas do Sucesso e Blitz.

 

LP Tempos Modernos (1982) - Foto divulgação

LP Tempos Modernos (1982) – Foto divulgação

 

De lá para cá, lançou um hit atrás do outro e gravou seu nome na história da música brasileira. Em 2019, o álbum “Pra Sempre” celebrou seu novo momento de vida, ao lado do marido Clebson Teixeira. E depois de tantos anos de carreira, compor continua um processo profundo e não necessariamente mais fácil. “Não é sobre fácil ou difícil, é mais sobre a necessidade de dizer algo em algum momento. Sempre caberá um comentário sobre o que se vive, individual e coletivamente. Tecnicamente também fiquei mais proficiente, me custa menos esforço, tempo e energia para chegar aonde quero. Sei reconhecer melhor meus limites”, define.

Com 10 milhões de discos vendidos, mais de um bilhão de streams nas plataformas digitais de música e milhões de seguidores nas suas redes sociais, o cantor faz um balanço da vida até aqui. “Faço o doce balanço a caminho do mar. Para o navegador, é sempre uma remada depois da outra e quando se vai ver, já foram 70 léguas. Quem diria… Se por um lado, com o uso, algumas peças e juntas comecem a apresentar desgaste, por outro, o mesmo uso e o tempo conferem uma sapiência acerca dos próprios recursos e como otimizá-los”, reflete. E se você pensa que os shows são sempre redondinhos, Lulu destaca sua memória mais curiosa da longa estrada profissional: “A sensação das calças que eu não havia experimentado caindo em cena pelas pernas na última estreia em São Paulo. Pode parecer ridículo, mas você ter que se concentrar em cantar, tocar, operar equipamentos e se relacionar com um público numeroso com as calças caindo não é exatamente simples”, diverte-se.

Lulu Santos - Mondo cane (1992) - Foto divulgação

Lulu Santos – Mondo cane (1992) – Foto divulgação

 

Tempos modernos

É importante incluir nessa balança mais uma faceta que o aproximou ainda mais do público: a de jurado do programa “The Voice Brasil”, da Globo. Sentado na famosa cadeira vermelha giratória há 11 anos consecutivos, sendo o único jurado a participar de todas as edições, ele destaca a importância do reality show na sua vida pessoal e profissional: “O The Voice é um jogo recheado de aprendizado e amadurecimento, é uma chance de compartilhar e uma oportunidade de repensar meu próprio desempenho vocal, minhas possibilidades e limitações. E muito disso está na meditação que nos traz ao episódio ‘barítono’. Mas sou exatamente a mesmíssima pessoa, sem tirar nem pôr, no palco ou sentado na plateia ajudando outros profissionais. Tenho absoluta certeza de que foi o desempenho do artista de palco que fez com que os diretores do programa me selecionassem para o papel, no qual me sinto absolutamente confortável”, analisa. Lulu Santos ganhou a 3ª temporada do programa, em 2014, como técnico da dupla sertaneja Danilo Reis e Rafael, que originalmente pertencia ao time de Daniel e foi salva da eliminação por ele, passando a integrar seu time até a final.

 

Lulu como técnico do The Voice Brasil - Foto TV Globo GNT | divulgação

Lulu como técnico do The Voice Brasil – Foto TV Globo GNT | divulgação

 

Em quase cinco décadas de carreira, sem dúvida muita coisa mudou. Hoje em dia, o cenário musical brasileiro parece estar mais aberto para a diversidade, inclusive no pop e no rock, do que nos anos 1980. “É melhor estar e de fato está, é evidente. O pop brasileiro atual tomou um atalho radical da origem rock e se fundamenta nas linguagens eletrônicas contemporâneas e sobretudo no funk. Isso me encanta e um pouco confirma minhas ‘previsões’ sobre os destinos e caminhos do pop, no Brasil e no mundo”, opina.

Sobre parcerias musicais, Lulu garante que já trocou experiência e arte com todos que admira, mas está sempre aberto ao convite. “O que vier pela frente é lucro, mas também não alimento expectativas impossíveis”, brinca. O artista lançou, recentemente, canções com nomes da nova geração, como Vitão, Vitor Kley, Melim, Luísa Sonza e OutroEu.

 

Lulu Santos, Thaís Fersoza, Michel Teló, Gaby Amarantos, Fátima Bernardes e Iza celebram a vitória de Keilla Júnia, integrante do time Teló e campeã da última temporada do The Voice Brasil - Foto TV Globo GNT | divulgação

Lulu Santos, Thaís Fersoza, Michel Teló, Gaby Amarantos, Fátima Bernardes e Iza celebram a vitória de Keilla Júnia, integrante do time Teló e campeã da última temporada do The Voice Brasil – Foto TV Globo GNT | divulgação

Back2Black celebra os 60 anos do Dia da África com diversas atrações

Back2Black celebra os 60 anos do Dia da África com diversas atrações

11ª edição do Festival Back2Black acontece dos dias 25 a 28 de maio e reúne artistas de diversas áreas, inclusive da música, com nomes como Emicida e Iza

Pioneiro na motivação de juntar o mundo para celebrar a cultura negra, o Festival Back2Black, lançado em 2009, chega à sua 11ª edição este ano. Nos dias 25, 26 e 27 de maio, ele acontece no Armazém da Utopia, e o encerramento é no Parque Madureira, no dia 28. A programação diversa reúne palestras, arte contemporânea, dança, literatura, moda, gastronomia, além, é claro, de muita música e um line-up que inclui nomes como Emicida (com Dino Santiago), Iza, Agnes Nunes, Salif Keïta e o multi-instrumentista Chico Brown – filho de Carlinhos Brown e neto de Chico Buarque –, que convida o cantor nigeriano Mádé Kuti.

A cantora Iza é uma das atrações confirmadas no Festival Back2Black - Foto divulgação

A cantora Iza é uma das atrações confirmadas no Festival Back2Black – Foto divulgação

Armazém da Utopia
Boulevard Olímpico. Av. Rodrigues Alves 1.7944 (Armazém 6), Gamboa.

Parque Madureira
Rua Soares Caldeira 115, Concha Acústica Madureira.

Composições e interpretações da música brasileira que falam da maternidade

Composições e interpretações da música brasileira que falam da maternidade

Canções que dialogam sobre a maternidade e exaltam figuras complexas, imensas e amadas

Olá, viajante! Nesta coluna sugiro um mergulho nas mães da música brasileira. Mães cantadas, cantoras, compositoras. Começo com “Mamãe, Coragem”. Essa canção de Torquato Neto e Caetano Veloso não é emblemática por acaso. “Mamãe, não chore, a vida é assim mesmo, eu quero mesmo é isso aqui…” Deixar a casa da mãe para cair no mundo. Ritual necessário, mas não raramente doloroso. A música virou um clássico na voz de Gal Costa no disco “Tropicália” e foi gravada no mesmo ano pela incomparável Nara Leão. Quero lembrar aqui deste trecho da letra:

“Pegue uns panos pra lavar, leia um romance
Veja as contas do mercado, pague as prestações
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra os corações dos filhos
Seja feliz, seja feliz”

Só não é mais dramática do que a letra de “Coração Materno” de Vicente Celestino, que Caetano gravou em 1968 no mesmo “Tropicalia” e, em 1999, no belíssimo “Omaggio a Federico e Giulietta”. Vale lembrar que as duas canções são antigas, do século passado. Anos 1950 e 1660. Vamos falar também da maternidade de hoje, retratada em canções contemporâneas. Em seu primeiro disco, a baiana Josyara gravou “Nanã”, escrita por ela mesma. A cantora conversa com a mãe por meio de conselhos. Uma mãe mais próxima, mais amiga, indicando caminhos. Nada de corações sangrando pela estrada. Nada de tristeza pelo ninho vazio. É musicalmente deliciosa com aquele acento Moacir Santos e João Gilberto ao mesmo tempo:

 Josyara - Foto Julia Rodrigues | divulgação

Josyara – Foto Julia Rodrigues | divulgação

“Persigo meu destino
Ouço a voz, ouço a voz de minha mãe (nanã)
Dizendo: Filha, olha ao seu redor, entenda
Tudo é como deve ser
Tenha coragem, cresça, procure um abrigo
Quando a tristeza canta, desobedeça a dor”

Quando a compositora é mãe, a história também é muito interessante. Vide “Clara e Ana”, de Joyce Moreno, talvez um dos maiores sucessos dessa grande compositora, violinista e cantora. E Anelis Assumpção gravou “Receita Rápida”, que fala da maternidade de uma forma mais fluída, mais cotidiana, ampla:

“Quem é farinha no bolo, não sola
Quem centeio integra o pão
Quem liga os ovos a todos, consola
Quem é o calor do fogão
Quem que dá gosto e recheia, põe fruta
Quem na massa põe a mão
Quem é o forno ou a forma, quenta
Quem dá forma de coração”

Mães e filhas. Maternidade. Tema complexo, imenso e realmente maravilhoso. Vamos ouvir música e pensar sobre isso?