Documentário “Milton Bituca Nascimento”, sobre Milton Nascimento, chega aos cinemas do Brasil neste mês homenageando um dos maiores artistas do Brasil e da música de todo o mundo
Uma viagem pelo mundo. De Três Pontas a Nova York, dos tambores de Minas ao jazz mais inventivo dos anos 1970. O documentário “Milton Bituca Nascimento” chega aos cinemas do Brasil neste mês com a história de um ícone da nossa canção, que é reverenciado em toda parte e por diferentes gerações.
A diretora Flavia Moraes passou dois anos acompanhando a turnê de despedida dos palcos e fez muito mais do que registrar esse momento. Com imagens belíssimas e um elenco inacreditável de depoimentos que emocionam profundamente, o documentário dá conta da imensidão que é Milton Nascimento. Wagner Tiso, com lágrimas nos olhos, lembra do menino que equilibrava a gaitinha, a sanfona e o violão na varanda de casa e que depois foi seu parceiro nos bailes da vida e em gravações históricas. Chico Buarque, parceiro em “O Que Será”, assiste a uma gravação de Milton no palco nos anos 1970 e se derrete dizendo “Bituca manda em mim”. E o filme mostra um novo e raro encontro entre duas lendas: Wayne Shorter e Milton, que gravaram o genial “Native Dancer”, em 1975.
É uma profusão de depoimentos estelares: Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Simone, Sergio Mendes, Quincy Jones, Spike Lee, Pat Metheny… Isso mostra o alcance da música feita por Bituca. Tanto na diversidade como na assinatura particular do compositor e do intérprete. Um cantor de muitos timbres, de alcance raro, melódico, improvisador, incomparável. Elis Regina, que conheceu Milton e sua música por intermédio de Gilberto Gil, dizia que “se Deus cantasse, teria a voz de Milton Nascimento”.
foto divulgação
Há também os parceiros importantes: Zé Renato (“Alma”), Ronaldo Bastos (“Cais”, entre outras maravilhas), Marcio Borges, todo o Clube da Esquina, Fernando Brant e os artistas mais jovens para quem ele é mais do que referência: Maria Gadú, Zé Ibarra, Tim Bernardes, Dora Morelenbaum… (me perdoe as reticências, o documentário é tão rico que não daria conta de enumerar).
É bonito como os depoimentos se misturam com as canções. Um compositor conta sua história através delas e, quando elas quebram as barreiras do tempo, a mágica acontece. Ainda que seja um recorte que destaca a passagem dos anos, que mostra nosso Bituca agora, são os “mil tons geniais” que se apresentam.
O filme é corajoso e sensível como as canções escolhidas para contar essa história. Músicas que o Brasil canta há décadas. Frases, ou versos, que ilustram e traduzem também as nossas vidas, pois “sonhos não envelhecem”. Tudo muito amoroso como só poderia ser ao se falar de um homem como Milton Nascimento. As presenças fortes dessa família de escolha, o filho Augusto (que idealizou a turnê) e a tão querida Lilia (a mãe adotiva), com a narração luxuosa de Fernanda Montenegro.
Documentar a música feita no Brasil é documentar o país. É de fundamental importância. Vá ao cinema e mergulhe nessa beleza profunda! Eu fiquei encantada, mais uma vez. Salve Bituca e sua longa e bela história!
Falecido há poucos meses, Antonio Cicero tem suas poesias musicadas por muitos artistas nacionais e, para a sorte do público, ele ainda deixou livros muito especiais
Certamente você conhece Antonio Cicero, mesmo que não saiba. Duvido que você já não tenha cantado: “Você me abre seus braços e a gente faz um país”. Provavelmente bem alto!
Cicero é autor de maravilhas cantadas por Marina Lima, sua irmã, e por outros grandes nomes da música brasileira. Eu citei “Fullgás” para o nosso começo de conversa, mas vamos lembrar outros versos. “No dia em que fui mais feliz, eu vi um avião se espelhar no seu olhar até sumir…”, com Adriana Calcanhotto. “Tolice é viver a vida assim sem aventuras”, com Lulu Santos. São muitos exemplos e muitas belezas espalhadas pelo ar.
O compositor, poeta e escritor Antonio Cicero, imortal da Academia Brasileira de Letras – foto divulgação
Quando perguntado por que a demora em lançar um livro de poemas, Cicero disse que suas palavras estavam sendo tocadas no rádio e que não sentia falta de publicá-las. Mas para nossa sorte e imensa alegria, o poeta lançou “Guardar”, em 1996, “A Cidade e os Livros”, em 2002, e “Porventura”, em 2012. Como filósofo e pensador da cultura, temos ainda várias entrevistas incríveis especialmente reunidas no livro “Encontros”, da editora Azougue, organizado por Arthur Nogueira (compositor, poeta e parceiro de Cicero).
Gostava muito de ouvir Antonio Cicero ler poesia. Fiz uma oficina com ele há muitos anos em São Paulo e foi encantador. Para mim, o autor tinha o jeito definitivo de aproximar o leitor de um poema. Li outro dia em um dos vários artigos em sua homenagem que ele, jovem, foi flagrado por um amigo no meio da Mata Atlântica, em Ubatuba, lendo um clássico em voz alta. Imaginei a cena e tive inveja desse amigo!
Também tive duas oportunidades de gravar com ele meu podcast de literatura, o Peixe Voador. O primeiro ainda na pandemia, eu estava em uma praia de São Paulo e ele, no Rio. Rimos muito! A segunda ocasião foi em uma mesa com Maria Isabel Iorio, poeta jovem que admiro. Gravamos o podcast na Blooks, uma livraria deliciosa.
Antonio Cicero é imortal da Academia Brasileira de Letras, eleito em agosto de 2017. Notícia festejada pelo mundo da música, da canção popular, especialmente que tem entre seus letristas vários poetas. Mas aqui em casa, na rádio que toca na minha cabeça, nos discos que escolho para ouvir, ele é imortal faz tempo. Por isso começo o verão com essa sugestão de escuta. A obra é imensa! Vá ouvir Antonio Cicero e siga acordado por ele!
Músicas e artistas brasileiros que exaltam a conexão com a natureza, o ritmo certo das coisas e a beleza dos mais diversos instrumentos
Em pleno mês de novembro, eu estaria celebrando o tempo quente, a hora de ir para a praia, a proximidade das férias e das festas de final de ano. Mas sinto que nosso país vai passar por uma temporada quente demais. Voltei da Flip, em Paraty, no mês passado, e mais uma vez confirmamos coletivamente o poder da arte na transformação. Novamente digo que a música é parte importante nesse processo e me provoquei a buscar algumas canções que possam trazer o que precisamos agora.
Voltei no tempo e achei Guilherme Arantes com “Planeta Água”, lançada em 1978, uma ode a esse tesouro cada vez mais precioso. “Refazenda”, de Gilberto Gil, é uma obra prima. O rei das metáforas fala da passagem do tempo e das lições da natureza. Tom Jobim, ligadíssimo na Mata Atlântica, nos rios, na nossa exuberante diversidade, fez maravilhas como “O Boto”, no disco “Urubu”, de 1976: “Na ilha deserta o sol desmaia, do alto do morro vê-se o mar / papagaio discute com jandaia se o homem foi feito pra voar…” canta o maestro soberano com a querida Miúcha, em um arranjo absolutamente sublime. É um dos meus discos preferidos da vida inteira.
Cantor e compositor Lenine – foto Daryan Dornelles / Divulgação
Comecei pelos anos 1970, mas temos na música contemporânea quem se preocupe com o século 21 e seus desastres ambientais e humanos. Lenine talvez seja um dos maiores exemplos. A paixão pelas orquídeas, pelo mar e pela leveza percorre sua obra. É bonito de ver e ouvir. A canção “Vivo”, parceria com Carlos Rennó gravada com o piano maravilhoso do também pernambucano Amaro Freitas, é uma dessas. Leve e suave faz pensar na resistência pela beleza nesse mundo de tanta brutalidade.
E já que falei de Amaro Freitas, esse fenômeno mundial, quero chamar a sua atenção para a música instrumental brasileira que sempre me traz alento. Heloisa Fernandes e seu piano sentimental, Paulo Bellinati e seu violão, Teco Cardoso e seus sopros divinos, Léa Freire, que toca tudo magnificamente, Joana Queiróz, Luísa Mitre, Ivan Vilela e sua viola… é muita gente boa fazendo música brasileira e levando nossos corações e mentes para lugares bons e melhores.
É o que desejo para esse verão. Um pouco de quietude e que a gente se reconecte com aquilo que faz bem de verdade. Perto da natureza e do que ela ensina. Aproveite essa lista, escute músicas, cuide do jardim, plante uma árvore, um vaso de samambaia que seja. Perceba o tempo do abacateiro, estenda a mão e pegue um caju. Faça da música a sua inspiração e respire o melhor ar que você conseguir! Bom verão!
Documentário “Luiz Melodia – No Coração do Brasil” chega aos cinemas, após prêmios em festivais, amplificando a arte de um compositor e cantor autêntico e versátil
Luiz Carlos dos Santos, conhecido como Luiz Melodia – sobrenome artístico herdado do pai –, nasceu no Rio de Janeiro em janeiro de 1951, no morro do Estácio. Sempre fui admiradora e fã de sua música e obra. Em 2002, publiquei meu primeiro livro de entrevistas e ele está lá, registrado em fotos em um ensaio de Luciana De Francesco e contando sua história como nunca tinha feito antes.
O áudio completo dessa entrevista virou filme! Alessandra Dorgan, cineasta e uma querida amiga, me chamou para fazer cinema e o resultado foi o documentário “Luiz Melodia – No Coração do Brasil”. Alessandra é a diretora, o argumento é nosso, fiz a direção musical e, junto, também o roteiro. Cinema é um trabalho de equipe, são muitos para fazer uma obra acontecer. A montagem de Joaquim Castro é poética como a gente queria e como pedia a história desse artista. Estreamos no festival
É Tudo Verdade, ganhamos prêmio de melhor filme no In-Edit Brasil, prêmio do júri popular no Bonito Sur, e melhor documentário no Festival Internacional de Paraty. Seguimos correndo festivais e, agora, temos distribuição nos cinemas! A história de Luiz Melodia vai entrar em cartaz a partir de janeiro! Essa notícia é maravilhosa por muitos motivos, mas principalmente porque Melodia merece ser visto e ouvido.
foto Daryan Dornelles / Divulgação
Nesse filme, ele conta a própria história. Sua voz é o guia e nos conduz pela trajetória de um menino nascido em um morro carioca, que conviveu com poetas como Waly Salomão e Torquato Neto, foi gravado por Gal Costa e Maria Bethânia, antes mesmo de lançar seu próprio disco, estourou com “Juventude Transviada” e fugiu para a Bahia assustado com o sucesso. Lá conheceu Jane Reis, fez o “Mico de Circo” com festa de lançamento “nos braços do povo”, chegando em uma charrete no mercado das sete portas. Uma sequência linda no filme, que tem uma belíssima pesquisa de imagens de arquivo. Assisti ao documentário em uma sessão no Rio de Janeiro ao lado de Jards Macalé, que emocionado me disse que muita coisa ali ele nunca tinha visto. Temos imagens preciosas de uma fita super 8 desse tempo na Bahia. Um presente de Rica Saito, que sabendo do nosso trabalho, ofereceu esse material incrível para o que era ainda apenas um projeto.
Não deixamos passar a pressão do mercado e da imprensa para que ele gravasse discos de samba. Ficou bem clara a formação plural e diversa que ele teve ouvindo rádio, o gosto pela música negra feita no mundo, pelo jazz e pelo blues, está lá a presença da banda Black Rio e também da poesia – suas “canetadas” coloquiais e maravilhosas. Um artista único!
A música é personagem principal, porque a história também é contada pelas canções. Preste atenção nas letras, sempre digo. E no cinema fique até o fim para ver nos créditos a lista de canções. Como disse, cinema é equipe. Por isso, é fundamental falar dos nossos produtores: Muk (do querido parceiro Daniel Gaggini) e Big Bonsai. E a nossa distribuidora é a Embaúba, nome de árvore da Mata Atlântica, que vai fazer Luiz Melodia correr o Brasil.
Enquanto isso, ouçam seus discos. O primeiro é o “Pérola Negra”, de 1973. O mais recente é o “Zerima”, lançado também na versão ao vivo em 2018. A música é um dos nossos maiores tesouros e Luiz Melodia é uma joia de real grandeza.
A obra de Chico Buarque conta a história deste país. Ele consegue falar de amor nos versos mais doídos e retratar a sociedade brasileira ao mesmo tempo
Chico Buarque completou 80 anos no dia 19 de junho. Participei do lançamento da biografia escrita por André Simões pela editora 34, falei sobre seus olhos azuis para o “Metrópolis” da TV Cultura, fizemos especiais de rádio, shows, tudo que ele merece. E nesta edição da 29HORAS dedico a ele minha coluna.
Tive a sorte de assistir a alguns shows de Chico. Sempre lindos. Uma banda de craques que bate esse bolão com ele há anos e, no mais recente, teve ainda a participação de Mônica Salmaso. É sempre emocionante, mas dessa vez, com a mudança de um governo de extrema direita para o democrático, estávamos especialmente sensíveis e vimos a vida passar na nossa frente com um enredo muito especial.
A obra de Chico Buarque conta a história deste país. Ele consegue falar de amor nos versos mais doídos e retratar a sociedade brasileira ao mesmo tempo. “Que Tal um Samba” foi uma lufada de vento bom na nossa cara: “Que tal um samba? Puxar um samba, que tal? Para espantar o tempo feio, para remediar o estrago, que tal um trago? Um desafogo, um devaneio…” – lançada em junho de 2022, a música trazia a contraposição da beleza ao mal-estar que nos governava.
foto Francisco Proner | divulgação
Tempos brutos pedem poesia e o cantor e compositor tem nos entregado esse alento desde sua estreia. Enfrentou a ditadura como Julinho da Adelaide, pseudônimo para burlar a censura, e com esse nome assinou “Jorge Maravilha”, em 1974, que tem os famosos versos: “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”. Cantou em italiano no exílio. Gravou um disco lindo com Bethânia, outro mais lindo ainda com Caetano. Cantou travestis, putas, mulheres de Atenas, mulheres em casa. Fez aquela maravilha que é “Futuros Amantes”, fazendo do Rio uma cidade submersa com escafandristas buscando o amor no seu quarto, na sua alma… fez com Tom Jobim a tristíssima e bela “Retrato em Branco e Preto” e mais uma dúzia de maravilhas, entre elas “Eu Te Amo”, o clássico absoluto de uma separação: “Te dei meus olhos pra tomares conta…” E uma das maiores declarações de amor ao Brasil, “Sabiá”, cuja letra me emociona sempre que sinto qualquer saudade.
É parceiro de Francis Hime, de Edu Lobo, de Ruy Guerra, Dori Caymmi, Cristovão Bastos e muitos outros. Para entender a música brasileira, é preciso passar por Chico Buarque. Para entender o Brasil, é preciso ouvir a nossa música. Nem que seja só para sentir saudade.
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