Netflix aposta em nova super-agente internacional; Lionsgate+ traz de Portugal uma série sobre a saga de uma dona de casa que vira assaltante de bancos; Globoplay celebra os 60 anos de Xuxa e Star+ leva Maggie, a bebê da família Simpson, para outros universos
“HEART OF STONE”
Netflix
Em cartaz a partir do dia 11 de junho, este filme de ação foi criado para ser uma versão feminina de franquias como “007”, “Bourne” e “Missão Impossível”. Com a israelense Gal Gadot (de “Mulher Maravilha”) no papel principal, a superprodução acompanha a agitada rotina da agente de inteligência especial Rachel Stone, que trabalha para uma organização internacional que busca a paz. Na trama do filme, ela se esfola para evitar um grande confronto que pode desencadear uma nova guerra mundial.
Heart Of Stone – Foto divulgação
“VANDA”
Lionsgate+
Baseada em uma história real, a série portuguesa “Vanda” é um sucesso internacional. A produção, com oito episódios, relata a saga de uma cabeleireira de Lisboa que, afundada na crise financeira de 2008, se vê sozinha, falida e com dois filhos para criar. A saída que ela encontra para sustentar sua família é vestir uma peruca loira, empunhar uma arma de brinquedo e rodar o país assaltando uma série de bancos. Quem interpreta o papel principal é Gabriela Barros, atriz e vocalista da banda lusitana Seda.
“Vanda” – Foto divulgação
“MAGGIE EM NÃO EXATAMENTE ROGUE ONE”
Star+
Depois que a Disney incorporou a Fox, vários “crossovers” vêm sendo feitos entre estrelas de um estúdio e de outro. A bebê Maggie Simpson, depois de interagir com os Vingadores, da Marvel, agora invade o universo Star Wars. Neste curta disponível na plataforma Star+, ela se perde de seu pai, Homer, quando os dois estão a caminho da creche, e embarca em uma aventura intergalática com Grogu (também conhecido como Baby Yoda), trazendo a batalha espacial de “Guerra nas Estrelas” para Springfield.
Maggie em Rogue One – Foto divulgação
“XUXA, O DOCUMENTÁRIO”
Globoplay
No ano que a Rainha dos Baixinhos comemora 60 anos, a Globoplay exibe “Xuxa, o Documentário”, com direção-geral de Pedro Bial. A produção estará disponível na plataforma a partir do dia 13 de julho, dividida em cinco episódios e com depoimentos de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, (o Boni), Sérgio Mallandro, Renato Aragão e muitos outros. Um dos pontos altos e ansiosamente aguardado é o encontro entre a apresentadora e sua ex-diretora, Marlene Mattos – após um rompimento de quase duas décadas.
De volta aos palcos de São Paulo, o humorista lota as sessões do espetáculo “Histórias do Porchat” em que narra algumas de suas malucas viagens pelo mundo e, na TV, faz sucesso compartilhando experiências inesquecíveis de famosos e anônimos
Uma massagem na Índia, encontro com gorilas, safáris na África e até dor de barriga no Nepal. Essas são algumas das aventuras de viagens que Fábio Porchat compartilha com a plateia em “Histórias do Porchat”, em cartaz até outubro no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado. Com muita risada do público, o humorista lota o teatro há meses e prorrogou o fim da temporada na cidade depois de esgotar ingressos em seguidos finais de semana.
“Está indo tão bem porque é leve, tem um texto para todos, do adolescente ao avô, todo mundo queria rir de alguém depois da pandemia”, resume. Mesmo com tantas histórias e o passaporte cheio de carimbos – resultado de visitas a lugares inusitados e deslumbrantes – Porchat escolhe o Brasil como o melhor país para viajar: “Temos uma diversidade incrível de destinos, é impossível elencar apenas um lugar favorito”.
O sucesso do stand-up também se relaciona com a audiência cativa de seu programa no GNT, “Que História É Essa, Porchat?”, já na quinta temporada. Na TV, o artista propõe a famosos e anônimos que compartilhem suas experiências inesquecíveis, engraçadas e até mesmo assustadoras. E o resultado não poderia ser diferente, alguns desses causos bombam nas redes sociais logo depois da transmissão. Direto da sala de embarque do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, Fábio Porchat conversou com a 29HORAS entre um voo e outro. Confira os principais trechos da entrevista:
Você foi capa da 29HORAS em 2013. Qual é a diferença do Fábio Porchat de 10 anos atrás e agora?
Sinto que, em 2013, eu ainda era uma aposta do humor nacional. Aquele ano mudou a minha vida profissionalmente, as pessoas estavam me descobrindo, porque o Porta dos Fundos estourou, estreei o filme “Meu Passado Me Condena” nos cinemas e entrei para ‘A Grande Família’, na Globo. Hoje, já tenho um programa meu no GNT, ‘Que História é Essa, Porchat?’, e lancei dez filmes, o que me dá muita satisfação! Tenho ainda muito para conquistar na carreira, mas posso dizer que me estabeleci na profissão. Tenho 39 anos, faço 40 no dia primeiro de julho, então sou jovem para alcançar mais, até uma pandemia passou por nossas vidas… Agora sou um cara mais maduro, com maior entendimento sobre humor e entretenimento.
Entre tantas viagens, como foi montar o roteiro do “Histórias do Porchat”?
Quando decidi fazer o stand-up, pensei que as pessoas estavam com desejo de voltar aos teatros, de interagir ao vivo depois da pandemia. Todos estavam precisando rir, sem polêmicas, nada sobre política, queria fazer algo que todos da família poderiam assistir juntos. É isso que tem acontecido em “Histórias do Porchat”! Viajei para mais de 60 países e fui para muitos lugares no Brasil – que para mim é o país mais incrível do mundo – e resolvi selecionar histórias dessas viagens para contar para o público. Já falava muito sobre as minhas aventuras para os amigos! Fui separando as histórias em temas, em lugares, gosto de escrever show de stand-up com ‘começo-meio-fim’, aproveitando os assuntos…Como não tem ensaio, fui apresentando a ideia em comedy clubs primeiro, com 10 minutos dos textos e vendo o que funcionava. E meus amigos também foram me dizendo o que era mais engraçado, fui testando.
Fábio Porchat em Foz do Iguaçu – Foto arquivo pessoal – Divulgação
Por que você acha que o público recebeu tão bem o stand-up?
Vamos até o final de outubro em São Paulo, é incrível a recepção do público! Está indo tão bem porque é leve, tem uma risada a cada 12 segundos, já fizemos essa medição. Tem um texto para todos, do adolescente ao velho, todos queriam rir de alguém depois da pandemia. E acredito que o sucesso tem muito a ver com o programa também, as pessoas estão acompanhando muito o ‘Que História é Essa, Porchat?’, e muitos chegam sem ter me visto no teatro antes e mesmo sem nunca ter ido a uma peça, mas já são fãs do programa.
Como começou a sua paixão por viagens? Sua família sempre foi muito viajante?
Curiosamente, meus pais nunca foram muito viajantes. Comecei a viajar com meus tios, Júlio e Flávia, eles iam muito a Portugal porque tinham casa lá e eu acompanhava. Sou vascaíno por causa desse meu tio, inclusive. Eles me levavam junto, fomos para Espanha, França…isso me estimulou. Eu acho mágico viajar, porque estamos longe de tudo o que conhecemos, ninguém te conhece, você não fala a língua do lugar, os problemas se distanciam. Quando passo três semanas fora, acontecem diversas situações que não parecem muito grandiosas e não tem importância estando longe. A vida segue e não tem problema nenhum, traz paz de espírito! Viajar mostra como somos pequenos, tira esse universo centrado do ego, e fica evidente como o mundo é diverso e pode ser diferente do que concebemos.
O que faz uma viagem ser marcante? A companhia? O roteiro? A organização ou o espontâneo?
Cada viagem é uma viagem. É clichê, mas é verdade. Viajar com amigos é uma experiência, que é totalmente diferente do que fazer uma viagem de casal…. Você pode ir para Paris com a sua esposa e brigar, acaba sendo péssimo. E uma viagem com os amigos para o Guarujá pode ser marcante e engraçada, a melhor da vida! O mais importante é conhecer um novo lugar, independente de onde for. Gosto de planejar e saber o que determinada região tem para oferecer, para onde ir naquela cidade, mas deixo espaços abertos para improvisar e para as situações chegarem também.
Fábio Porchat na Antártida – Foto arquivo pessoal – Divulgação
Muitas pessoas devem te pedir dicas de viagem, o que você costuma recomendar?
Quando alguém viaja e não me pede recomendação, fico até ofendido (risos). As minhas perguntas são sempre: com quem vai, quanto tempo vai passar no lugar e em qual época do ano é a viagem. São três pontos muito importantes! Se você vai para a Europa em dezembro, vai no inverno e em alguns lugares faz muito frio, por exemplo, e vale ver se é possível conhecer mais de um país…Se a viagem é em família e são muitas pessoas, precisa pensar na locomoção, são diferentes questões… E tento pensar em sugestões fora do comum. Tem que conhecer Roma, mas tem que conhecer Matera, na Itália, que ninguém vai e é uma região linda. Fiz uma viagem com o Paulo Vieira (também humorista) para o Caribe e foi através de uma recomendação de um casal que não conhecia. Eu estava na ponte área e eles disseram que eu precisava conhecer o arquipélago de San Blas, em uma viagem de barco. Se as pessoas vão me indicando, analiso, guardo as ideias e começo a me programar.
O Brasil tem uma diversidade incrível de destinos. Qual foi sua melhor viagem por aqui?
É difícil escolher apenas um lugar! Elenco três: Amazônia, porque fiquei muito encantado com o Festival Folclórico de Parintins, que acontece no final de junho todo ano. Eu até me autodeclaro um embaixador de Parintins! Gosto muito também de São Miguel dos Milagres, em Alagoas, que para mim tem as praias mais bonitas do país, e o Pantanal, que é um lugar único. Lá, acompanhei o projeto Onçafari, é demais ver as onças no habitat natural! Ah, e o Rio de Janeiro é obrigatório, não posso deixar de dizer, então são quatro (risos).
Qual lugar no Brasil você ainda quer conhecer? Por quê?
A Serra da Capivara, no Piauí, que tem arte rupestre, e se tudo der certo vou ainda neste ano; Alter do Chão, que tem a época certa para ir e ainda não consegui me programar; e com certeza a Chapada Diamantina. São os três lugares que estão na minha lista!
Você trabalha com humor e viagem, o que é lazer para muita gente. Como separa o trabalho da sua própria diversão? É possível desligar?
Assistir a um filme e a uma série, para mim, tem aspecto de trabalho também. Não consigo me desligar e distanciar totalmente, presto a atenção na direção, no trabalho de atores, em toda a produção. Leio um livro e, às vezes, penso que queria adaptá-lo para o audiovisual, é meio incessante. E até viajar virou trabalho (risos)!
Fábio Porchat em Genebra, na Suíça – Foto arquivo pessoal / divulgação
Você está sempre na ponte-aérea. O que você gosta de fazer em São Paulo? Quais são seus lugares favoritos na cidade?
São Paulo é uma cidade rara no mundo. Vejo gringos que vão para São Paulo e se impressionam com o tamanho da cidade, dos prédios, com a diversidade de lugares e bairros. Adoro o Masp, o Museu da Língua Portuguesa, o Mercadão, preciso visitar o Museu do Ipiranga depois da reabertura, lembro que fui com a escola quando era criança, vou aproveitar o final de semana para fazer isso! Amo os restaurantes e os musicais, que tem uma agenda cheia na cidade e são a cara de São Paulo. Sem falar de alguns lugares no estado que tenho muita vontade de conhecer, como o Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), com as suas cavernas maravilhosas.
E até agora, qual é a sua história favorita do “Que História é Essa, Porchat?”, no GNT? Quem foi o convidado que mais te surpreendeu?
Geralmente os anônimos, na plateia, contam as melhores histórias, porque eles não têm nada a perder (risos). Mas adorei a história da Fernanda Torres, da Regina Casé, do Lúcio Mauro Filho, que é o melhor contador de história do Brasil, a Dani Calabresa foi hilária, além da Heloisa Périssé, que foi a preferida do público. Recebemos muitas sugestões e fazemos uma triagem, todos mandam áudios contando as histórias, inclusive os famosos. Não adianta ter o Obama no programa e ele ter uma história ruim. É melhor o desconhecido com uma história boa! Tem vezes que descobrimos a melhor história já no camarim, tento tirar o melhor para além do que nos contam antes, foi assim com a Angélica, por exemplo.
Fábio Porchat com convidados famosos no “Que História É Essa, Porchat” – Foto Ju Coutinho
Para além do stand-up e do programa no GNT, quais outros projetos você desenha para o futuro próximo?
Terminei de filmar uma comédia romântica com a Sandy, que é meu par romântico em “Evidências do Amor”, inspirado na música do Chitãozinho e Xororó. O filme deve estrear no começo do ano que vem! “Que História é Essa, Porchat?” fica no ar até o final do ano e o stand-up também segue em cartaz. Neste ano devo filmar ainda mais um longa e tem o especial de Natal do Porta dos Fundos, claro!
O humorista com a plateia no “Que História É Essa, Porchat”, programa do GNT – Foto Ju Coutinho
Gastronomia, bares, shows, teatros, filmes, exposições, e muito mais! Confira a programação completa para aproveitar o mês de setembro
Encontro criativo
Até o dia 11, acontece na cidade um dos maiores encontros urbanos de design do mundo, o Festival DW. Desde seu nascimento, há 11 anos, a Semana de Design de São Paulo, como também é conhecida, tem como objetivo promover a cultura do design e suas conexões com a decoração, arquitetura, arte e diversos outros temas da economia criativa. Palestras, visitas guiadas, exposições, instalações, intervenções artísticas e urbanas, seminários, feiras de negócios, prêmios, festas e lançamentos de produtos ocorrem em shoppings, lojas, museus e universidades. A programação completa pode ser conferida em wwww.designweekend.com.br.
Foto divulgação
Arte 360º
A artista e designer de joias Elisa Stecca expõe até 7 de setembro na Biblioteca Mario de Andrade suas mais recentes criações. Da pedra ao ouro, da borracha à prata, do colar à aquarela, da gravura ao vidro, da escultura ao livro de caixinha, Elisa tira inspiração dos suportes mais variados. A mostra “Improvável” funciona como uma imersão no intenso processo criativo da artista. Entrada gratuita. Rua da Consolação, 94, Centro, tel. 3150-9453.
Desfile japa
Considerado o melhor rodízio de comida japonesa em São Paulo, o Oguru Sushi Bar acaba de abrir mais uma unidade, agora no shopping Market Place. Pelo valor fechado de R$ 169, o cliente pode degustar à vontade sashimis, sushis, temakis, usuzukuris, oniguiris, entradinhas, pratos quentes e sobremesas. Servido de segunda a sexta-feira no almoço, o menu executivo tem opções com preços a partir de R$ 79. Avenida Dr. Chucri Zaidan, 902, piso térreo, Brooklin, tel. 5183-7106.
Oguru Beef Sushi com ovo frito – Foto divulgação
Banzo sertanejo
O restaurante Macaxeira é conhecido na Zona Leste por oferecer o que há de melhor na gastronomia sertaneja. Para o happy hour, serve petiscos como torresmos, dadinhos de tapioca e caldo de mocotó. Para refeições mais substanciosas, tem pratos fortes e cheios de sabor, como sarapatel e baião de dois. Para bebericar, oferece caipirinhas variadas, além de dezenas de cachaças selecionadas por Leandro Batista, 1º sommelier de cachaça do Brasil. Rua Emília Marengo, 185, Jardim Anália Franco, tel. 2671-2233.
Escondidinho de Carne Seca do Macaxeira – Foto Elvis Fernandes
Spaghetti rock
O palco do Espaço Unimed recebe no dia 8 de setembro o show do quarteto italiano Måneskin, uma das bandas mais tocadas nesses últimos meses no mundo todo, graças a megassucessos como “Beggin’”, “I Wanna Be Your Slave” e “Supermodel” e ao grande prêmio conquistado no concurso Eurovision de 2021. A passagem por São Paulo, como parte da turnê “Loud Kids Tour”, acontece no dia seguinte à apresentação da banda no main stage do festival Rock in Rio. Ingressos a partir de R$ 190. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda.
Måneskin – Foto divulgação
Salve, simpatia!
Com 83 anos de idade, o rei da simpatia, Jorge Ben Jor vem a São Paulo para fazer um único show no dia 10 de setembro, no Espaço Unimed (antigo Espaço das Américas). O mestre do sambalanço vai fazer a plateia sacudir ao som de sucessos como “Samba Esquema Novo”, “Mas Que Nada”, “País Tropical”, “ Que Pena”, “Take it Easy my Brother Charles”, “Jorge da Capadócia” e “Taj Mahal”. Ingressos de R$ 60 a R$ 280. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda.
Jorge Benjor – Foto divulgação
Pro dia nascer feliz
Novo empreendimento dos sócios da hamburgueria Patties e do Bar Guarita (Jean Ponce, Greigor Caisley e Nick Johnston), o Fechado Bar tem ótimos drinques criados por Alice Guedes e gostosos brunchs. Entre as opções para começar bem o dia, o menu oferece cafés especiais do Cerrado mineiro, ovos mexidos servidos com cogumelos, linguiça artesanal, chutney de tomate e pão de fermentação natural e ainda waffles de pão de queijo com doce de leite. Rua Bela Cintra, 676, Consolação, tel. 99812-4889.
Gastronomia, bares, shows, teatros, filmes, exposições, e muito mais! Confira a programação completa para aproveitar o mês de setembro
Delícias carnívoras
Os amantes de carne só têm a comemorar: conhecido por sua parrilla típica e seus cortes exclusivos, o Pobre Juan acaba de completar 18 anos. Um dos cortes do menu para celebrar a data leva o nome do restaurante: o bife Pobre Juan trata-se da capa do bife Ancho, bem marmorizado, macio e saboroso. As croquetas de ossobuco se destacam entre as entradas. Rua Itaguaba, 38, Higienópolis, tel. 3825-0917.
Bife Pobre Juan – Foto Mauro Holanda
Velha é a sua avó!
“Ensina-me a Viver”, que fez sucesso nos cinemas do mundo todo e, posteriormente, também nos palcos brasileiros, com Glória Menezes no papel principal, agora ganha nova montagem, estrelada por Nívea Maria e Arlindo Lopes. A peça fica em cartaz no Teatro Porto Seguro até 9 de outubro e encena a improvável paixão entre um jovem obcecado pela morte, e uma octogenária livre e apaixonada pela vida. Ingressos de R$ 40 a R$ 100. Alameda Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, tel. 3366-8700.
Foto divulgação
Fusão Bahia-Japão
O novo empreendimento da chef Morena Leite é a Casa Capim Santo, um espaço de eventos e comidaria ambientado dentro do Instituto Tomie Ohtake. O cardápio da casa tem pratos de alma brasileira e sotaque japonês – caso das manjubinhas empanadas em tapioca e servidas com ponzu (molho japonês de base cítrica), do yakimeshi de suã (arroz com carne suína, nirá, ovo de gema mole e cebola crispy) e dos noodles em caldo cremoso de camarões, curry e leite de coco. Rua Coropés, 88, Pinheiros.
Casa Capim Santo Yakimeshi De Suã – Foto divulgação
Donzela metálica
Há 47 anos, a banda de heavy metal Iron Maiden encanta multidões. O palco da celebração desta noite (4 de setembro) é o Estádio do Morumbi, que recebe o show da turnê “Legacy of the Beast”. Com mais de 100 milhões de discos vendidos, mais de 2 mil shows em 63 países e milhões de fãs, o sexteto britânico comandado por Bruce Dickinson e Steve Harris apresenta hits como “Run to the Hills” e “The Number of the Beast”. Ingressos a partir de R$ 120. Praça Roberto Gomes Pedrosa, 1, Morumbi
No mês do Bicentenário da Independência, Cauã revive Dom Pedro I em longa com direção de Laís Bodanzky. O filme ainda marca o início da carreira do ator como produtor e showrunner
Na manhã do dia 22 de agosto, o Palácio de Itamaraty se alvoroçou com a chegada de um célebre visitante. Às vésperas do Bicentenário da Independência, aterrissou em Brasília, ao som do Hino Nacional e sob escolta da cavalaria, Dom Pedro I. Mergulhado em formol e conservado dentro de um cálice de prata, o coração do imperador veio diretamente da cidade do Porto para duas semanas de homenagem. “Arauto da independência e representante primeiro da nossa democracia, ele deve ser tratado como se estivesse vivo e presente”, ressaltou, na ocasião, o Chefe do Cerimonial do Ministério de Relações Exteriores, Alan Coelho de Séllos.
Essa não foi a primeira vez que os restos mortais de Dom Pedro I passearam pelo Brasil – em 1972, durante a ditadura, seus ossos rodaram o país em um cortejo saudosista. “Curioso ato de devoção a uma figura tão dúbia”, reflete Cauã Reymond à 29HORAS. A partir do dia 1° de setembro, o ator estreia nos cinemas vestindo a pele do imperador – mas do avesso. No longa “A Viagem de Pedro” – que também marca a estreia mundial de Cauã como produtor –, heroísmo e glória são postos à prova, em uma superprodução de tom ácido e intimista.
Cauã Reymond – Foto Thomas Tebet
“O filme se passa nove anos após a Proclamação da Independência, durante a viagem de Pedro de volta a Portugal. Naquele momento, ele se prepara para guerrear contra seu irmão, Dom Miguel, pela sucessão ao trono português, e já se vê enfraquecido pela doença que o mataria três anos depois”, explica Cauã. No roteiro idealizado por ele em parceria com Laís Bodanzky, Luiz Bolognesi e grande time, o ex-imperador, vendo-se sozinho no oceano, parte em uma viagem por seus erros e suas angústias. “Não há nenhum registro histórico que descreva esse período. Tudo que narramos é nossa versão do que poderia ter se passado em seu subconsciente ali.”
Despido do glamour, da saúde e dos nobres títulos, Pedro ganha camadas de fragilidade, vulnerabilidade e insegurança. “Nossa ideia era desnudá-lo de qualquer sacralidade ou reverência. No longa, Pedro é humano, e apenas isso.” Idealizado em 2013, rodado em 2018 e lançado oficialmente em 2022, durante o Festival de Gramado, “A Viagem de Pedro” vem em momento oportuno. “Não foi algo planejado, mas era para ser assim. Nosso filme propõe uma reflexão sobre quem o Brasil tem chamado de herói da pátria”, medita.
Cauã Reymond – Foto Thomas Tebet
Mulheres a bordo
Se nas epopeias clássicas, os poetas rogavam às deusas e musas do Olimpo o êxito de suas jornadas, em “A Viagem de Pedro” quem guia essa travessia interior são as muitas mulheres de seu convívio. Amélia, Leopoldina e Domitila são invocadas para confrontá-lo nesse solitário mergulho pelo passado. “O feminino teve papel crucial na vida e no governar de Pedro. Nada mais natural que ele retornar ao seu subconsciente nesse momento de desamparo e aflição”, analisa a diretora e co-roteirista do longa, Laís Bodanzky.
A mente brilhante por trás das produções premiadas “Chega de Saudade” (2007) e “Como Nossos Pais” (2017) foi a escolhida por Cauã para lançar luz sobre essas figuras que, em palavras dela, “sempre tiveram sua relevância histórica reduzida a seu gênero”. “Pintadas pelos documentos da época como ‘amantes’ do imperador, essas mulheres ao redor de Pedro foram, na realidade, grandes articuladoras do poder. Leopoldina, por exemplo, foi quem firmou as bases para nosso processo de independência. Enquanto mulher, nas rédeas de uma produção dessas, me sinto honrada por expor essa outra face da história.”
Laís Bodanzky no Septimius Awards em que “A Viagem de Pedro” foi laureado como Melhor Filme Americano da temporada – Foto divulgação
Sob essa nova e feminina ótica, debates sobre masculinidade tóxica, misoginia e racismo ganham destaque inédito. Em cenas inteiramente rodadas em dialetos originários, atrizes de ascendência africana – destaque para a angolana Isabél Zuaa – homenageiam a cultura de sua terra e falam, sem tabu, sobre prazer, sexo e ancestralidade. “Pedro é uma das maiores representações do domínio patriarcal brasileiro. Dizia-se liberal, antirracista, devoto ao povo, mas, para que tivesse a chance de ser lembrado e glorificado, quantas narrativas tiveram de ser silenciadas? No filme, essas vozes são amplificadas à medida que esse ‘herói’ é desconstruído e, sozinho com suas tormentas, se mostra dúbio, frágil e vacilante”, conclui Laís.
Vida de navegante
Em 42 anos de travessia pessoal, Cauã também teve de enfrentar seus revezes particulares. Filho de pais distantes, viveu boa parte da adolescência à sua própria sorte, em terras que não eram suas. “Eu havia abandonado minha carreira como modelo e passei alguns anos nos Estados Unidos, vivendo do que dava. Trocava lâmpada e limpava o chão em troca de aulas de teatro. Com o pouco que ganhava, uma refeição por dia às vezes era luxo, mas conseguia manter o sonho vivo.”
De lá para cá, foram onze novelas, 23 longas e oito participações em séries globais. Vieram junto uma legião de fãs e o lisonjeiro – porém taxativo – rótulo de galã. “Minha aparência me rendeu personagens memoráveis, mas também limitou meus desafios”, desabafa o ator, que tem encontrado, atrás das câmeras, um meio de se revelar por inteiro, em suas muitas faces. “Descobri que sendo produtor ou diretor, posso mergulhar em personas ainda mais complexas, e ir além da imagem que o público construiu e espera de mim.”
Em 2008, coroou essa descoberta no premiadíssimo “Se Nada Mais Der Certo”. No filme – dirigido por José Eduardo Belmonte, produzido com auxílio financeiro de Cauã, e, à época, laureado Melhor Longa de Ficção no Festival do Rio –, o ator vive um jornalista perturbado, que se envolve em um triângulo amoroso golpista. “Foi a minha primeira produção desse outro lado, oferecendo não só minha arte na prática, mas meu apoio e olhar de fora. Pude, assim, encarnar um personagem com suas dores acima de seus amores, diferente de tudo que já havia feito até ali. Sem dúvidas, esse foi meu trabalho mais marcante. Esse e ‘A Favorita’, novela que está em reexibição nas tardes da Globo e marcou minha estreia como protagonista jovem”, conta o multiartista.
Cauã Reymond – Foto Thomas Tebet
Sem a menor pressa para escolher entre as telas e os sets, nos próximos meses Cauã retorna às noites globais na pele do gerente de uma plataforma de petróleo Dante, na segunda temporada de “Ilha de Ferro”, ao mesmo tempo que se lança como showrunner em duas produções para o streaming. Em uma delas – a documental “Mata-Mata”, para o Globoplay –, ele descortina os bastidores da negociação futebolística; na outra, ainda sem nome ou data de estreia prevista, viaja de volta ao universo da moda e do entretenimento.
Seja como tripulante ou capitão dos sets, Cauã é do time dos navegantes ousados em mares tranquilos. Ao mesmo tempo que aponta para novos e instigantes caminhos, mantém as bases firmes, ancoradas no chão. Se quer retornar ao estrangeiro para ampliar seu império? Anunciem o “não” à Hollywood: ele declara que fica. “Me lançar no mercado internacional já foi uma ambição, mas há 10 anos deixou de ser meu objetivo de vida. Quando Sofia, minha filha, nasceu, eu percebi que o mundo era pequeno e o tempo, curto demais. Claro que posso viajar ao exterior por alguns meses para um trabalho ou outro, mas é no Brasil que meu coração está. Entre ser visto por milhões e ser lembrado por ela, escolho a segunda opção. É esse legado que me fará sentir herói, um dia.”
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