Vinhos para Páscoa: 5 rótulos que proporcionam harmonizações perfeitas com doces

Vinhos para Páscoa: 5 rótulos que proporcionam harmonizações perfeitas com doces

Para acompanhar deliciosos doces, especialmente na Páscoa, alguns vinhos de sobremesa se destacam e proporcionam harmonizações perfeitas

No mundo dos vinhos há uma frase que todo importador, produtor ou comerciante profere: “Vinho de sobremesa todo mundo gosta, mas ninguém compra”. E é verdadeira, pois normalmente são vinhos mais caros e as garrafas são menores, de 375 ml. Apesar disso, eu particularmente considero um presente muito elegante e versátil.

Esses vinhos, que existem em diversos tipos e com diferentes processos de produção, podem fechar com chave de ouro uma boa refeição. Quando um vinho de sobremesa acompanha um doce, deve-se observar que sempre precisa ser ainda mais doce do que a própria sobremesa. Há a opção também de degustá-lo como uma sobremesa em si, o que gosto muito, além de acompanhar muito bem queijos fortes.

Para quem quer harmonizar esses vinhos com os chocolates da Páscoa, sugiro os Vinhos do Porto, os Madeira doces e os Banyuls, todos fortificados, quando os chocolates têm pouca presença de cacau – aqueles que fazem parte de nossa memória afetiva. Casam-se bem por similaridade, ou seja, doce com doce e por causa do álcool elevado, que dissolve a gordura do chocolate que costuma encobrir nossas papilas, impedindo assim uma boa percepção de sabores.

 

Vinho e doces de páscoa - Foto Lechatnoir | Istockphoto

Vinho e doces de páscoa – Foto Lechatnoir | Istockphoto

 

Como tem aumentado o interesse por chocolates com 70%, 80% até 90% de cacau, que são mais intensos, bem menos doces e bastante estruturados, indico que os harmonize com os vinhos das castas Syrah Grenache e Cabernet Franc. Para esse tipo de chocolate amargo ou meio amargo, curiosamente esses vinhos ficam bons por seu perfil de taninos, especialmente os novos, mais adstringentes. Já entre os chocolates brancos, experimente combiná-los com espumante demi-sec.

Certa vez estive em um jantar muito fino promovido pelo rótulo dos vinhos argentinos Cheval des Andes, o chef era importante e os convidados idem. No cardápio, um dos pratos era um foie gras com figo maduro caramelizado, logo pensei como seria essa harmonização, que pediria um vinho doce, como Sauternes ou Tokaji. Pois o chef deu um toque de mestre, incluiu no prato um bom pedaço rústico de cacau, intenso, austero, com uma estrutura enorme e alta acidez. Foi o equilíbrio perfeito!

Feliz Páscoa! Bacio!

Da esquerda para a direita: Vinho Elégance Syrah Grenache; Gérard Bertrand Banyuls Vintage Rouge; Cheval des Andes; Vinho do Porto Taylor’s Fine Tawny; e espumante Salton demi-sec

 

Ex-campeão mundial de bodyboard, Paulo Barcellos, faz sucesso com retratos do Rio poduzidos em meio às ondas do mar

Ex-campeão mundial de bodyboard, Paulo Barcellos, faz sucesso com retratos do Rio poduzidos em meio às ondas do mar

Paulo Barcellos é um profissional de bodyboard que se especializou em fotografar o esporte e, em sua volta ao Rio, fez uma série de fotografias da Cidade Maravilhosa de um ângulo inusitado: de dentro da água. A grande intimidade com o mar e as ondas permitiu um resultado de beleza ímpar, com cenas cotidianas transformadas em obras de arte. O fruto desse trabalho são lindas fotos em formato 60 cm x 90 cm, vendidas com preços a partir de R$ 2.900 no perfil do fotógrafo nas redes sociais (www.instagram.com/paulobarcellos__). Na série de fotos “Retratos do Rio” cenários são revelados pelo ângulo de ondas cristalizadas, areias coloridas e mosaicos poéticos. A luz atravessa ondas gigantes e emoldura as montanhas, criando uma sensação de paz e conexão com a beleza da natureza.

Revelado ao ganhar o título de campeão mundial de bodyboard em 2000, Paulo participou de 18 temporadas no Havaí, 17 no Tahiti e 10 no Chile ao longo de quase 20 anos de carreira como bodyboarder. Em 2010, o paulista criado na praia de São Conrado resolveu expandir os seus horizontes e iniciou sua carreira como fotógrafo de surfe.

 

Foto Paulo Barcellos - “Rio Infinito” - Divulgação

Foto Paulo Barcellos – “Rio Infinito” – Divulgação

 

Atualmente, Paulo Barcellos é câmera aquático e personagem nos programas de TV “Prancha e Pé de Pato” e “Retratos do Mar”, apresentados pelo Canal OFF. Entre os melhores surfistas do mundo que teve a chance de trabalhar, destacam-se nomes como; Kelly Slater, John John, Adriano de Souza, Gabriel Medina, Carlos Burle, Pedro Scooby e Jamie O’Brien. Saiba mais em: barcellosimages.com.

Colônia do Sacramento preserva construções históricas, reinventa sua gastronomia e apresenta novas experiências na reabertura

Colônia do Sacramento preserva construções históricas, reinventa sua gastronomia e apresenta novas experiências na reabertura

Quem caminha pelas estreitas ruas do centro histórico de Colônia do Sacramento tem certeza de que está revivendo o passado de uma das cidades mais turísticas do Uruguai. Os raios de sol batendo no piso de pedras, as lamparinas amareladas, as construções antigas com paredes desgastadas e os plátanos que abraçam as ruas são cenários que parecem obra de arte. Embora mantenha viva sua história, o local decidiu não ficar parado – no tempo e está em plena evolução para um turismo voltado para a enogastronomia e as experiências exclusivas.

É por causa desse movimento que é fácil circular pelas ruas e encontrar hospedagens e restaurantes cada vez mais charmosos, além de um clima sem pressa para passear. Afinal, à beira do Rio da Prata e em uma das mais belas cidades uruguaias, por que precisamos correr?

É com passos lentos e olhar atento que se deve percorrer Colônia. A cidade, fundada por portugueses no século 17 e disputada por espanhóis e lusitanos, faz vizinhança com o Rio da Prata e é um saboroso refúgio especialmente para quem vem de passeios a partir de Montevidéu (a 180km) ou de Buenos Aires (a 100km).

 

Casa portuguesa no centro histórico de Colônia do Sacramento - Foto Anelise Zanoni

Casa portuguesa no centro histórico de Colônia do Sacramento – Foto Anelise Zanoni

 

No centro histórico, onde geralmente se inicia a jornada, estão muralhas que resistiram ao passado. O Portão de Campo é uma grande porta que dá as boas-vindas. É a partir dali que os visitantes seguem caminhando para pontos importantes como a Rua dos Suspiros, construída em cunha de pedra, o Farol e os museus.

Galerias de arte, lojas de artesanato e muitos bares e restaurantes surgem no caminho. No final da manhã, é comum o leve aroma de fumaça da lenha queimada. É o indicativo de que as parrillas estão aquecidas, esperando os assados.

De estilo moderno e gastronomia criativa, os bares e restaurantes reinventam a culinária do Uruguai e utilizam ingredientes locais em receitas ousadas. No Charco, bistrô à beira do rio, o cardápio é jovial e inclui tradicional provoleta, só que feita com queijo de cabra e coberta com molho de chutney de tomates. O clássico sanduíche chivito ganha lombo ao pão com ovo e recebe bacon crocante, mussarela, alface, tomate e batata cunha.

Em um passeio por Colônia do Sacramento, não fique apenas no centro histórico. Pelo contrário: ao afastar-se da rota turística, você descobre incríveis empreendimentos. O mais recente é a Plaza de Toros, reinaugurada em dezembro de 2021. O local foi construído em 1908 para receber touradas, que foram proibidas após a oitava festa toureira. Depois de ficar fechada e passar por um período de reformas, a praça recebeu nova estrutura e hoje recebe visitantes em visitas guiadas, que custam cerca de R$ 20 por pessoa.

 

Joias descobertas

A Comarca Las Liebres é um refúgio intimista. Em meio a um vasto jardim, um casarão envidraçado abriga um restaurante e um hotel com apenas duas suítes. A propriedade tem quartos com decoração leve e descontraída, espelhos com design único e banheira moderna. A hospedagem, com tarifas a partir de US$ 400, mantém uma linda biblioteca com projeção audiovisual de alta tecnologia e um terraço exclusivo com vista para Buenos Aires.

 

Vista do Comarca Las Liebres - Foto Las Liebres | divulgação

Vista do Comarca Las Liebres – Foto Las Liebres | divulgação

 

O restaurante é aberto ao público e comandado por Hugo Soca, chef que reivindicou a comida caseira como um manifesto cultural uruguaio. Os pratos são preparados com ingredientes naturais provenientes da horta orgânica da propriedade. É uma cozinha criativa, colorida e particularmente saborosa.

 

Pudim de leite do restaurante Las Liebres - Foto Fefo Bouvier

Pudim de leite do restaurante Las Liebres – Foto Fefo Bouvier

 

A poucos minutos dali e pertinho das praias, o Sheraton Colonia Golf & Resort é outro destaque. Mesmo em uma cidade tão turística, o hotel tem vida própria, especialmente porque mantém diversas opções de lazer. Com arquitetura moderna, o lugar fica no meio da natureza, cercado por campo de golfe e piscinas à beira da areia, que lembram uma praia. Restaurantes de gastronomia internacional complementam a experiência. Os quartos, com vista para os jardins, lembram que realmente é preciso tempo para aproveitar Colônia do Sacramento. As tarifas ali custam a partir de US$ 160.

 

Entre taças e lindas paisagens

A vocação para o enoturismo é evidente no Uruguai e tem se acentuado nos últimos anos. Em Colônia, a rota pelas vinícolas inclui 13 empreendimentos. A cerca de 30 minutos do centro está a Bodega Los Cerros de San Juan. Considerada a mais antiga vinícola uruguaia, fica em uma fazenda e mantém construções históricas datadas do século 19. A bodega tem visita guiada ao custo médio de R$ 40 por pessoa e inclui passeio pela área de produção e pela adega. Os almoços acontecem em um charmoso e antigo armazém que, aos finais de semana, incluem entrada, prato principal, sobremesa e dois vinhos ao custo médio de R$ 180 por pessoa.

 

Produção de vinhos da Bodega Los Cerros de San Juan - Foto Anelise Zanoni

Produção de vinhos da Bodega Los Cerros de San Juan – Foto Anelise Zanoni

 

Bem mais moderna e jovem, a Vinedos y Olivares Del Quintón traz no currículo a mistura de produção de vinhos e de azeite de oliva. No topo de uma colina, em um prédio de pedras, o empreendimento abriu para o turismo em 2020 e, atualmente, mantém 120 hectares de oliveiras e produz vinhos das uvas malbec e cabernet franc. As experiências geralmente incluem degustação de vinhos e azeites, acompanhados por pães e tábuas de frios. As visitas custam US$ 40 por pessoa.

 

Azeites da Vinedos y Olivares Del Quintón - Foto Anelise Zanoni

Azeites da Vinedos y Olivares Del Quintón – Foto Anelise Zanoni