Porto Seguro e seus distritos são destinos com verdadeiras descobertas

Porto Seguro e seus distritos são destinos com verdadeiras descobertas

A viagem ao sul da Bahia é uma imersão na história do Brasil. Conhecida como a Costa do Descobrimento, as cidades de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Belmonte foram o cenário do primeiro encontro entre portugueses e povos originários há mais de 500 anos. No centro histórico de Porto Seguro, é possível encontrar pinturas com a Cruz da Ordem de Cristo e o brasão de Portugal, que retratam um pouco do nosso passado.

Por ali também estão algumas das primeiras igrejas construídas no país, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, de 1549 – que já carrega o sincretismo religioso em sua história e simboliza tão bem a Bahia e o Brasil. Em região alta, a vista desse antigo colégio jesuíta tira o fôlego, aproveite para recuperá-lo e carregue as energias na barraca de acarajé da Cris – que conta com a simpatia da baiana e oferece diversos recheios para o prato típico feito com vatapá e dendê, como bacalhau e camarão – e fica localizada estrategicamente na entrada do centrinho em frente à igreja.

 

Cris com seu acarajé – Foto divulgação/Paula Calçade

 

Outras iguarias para saborear entre as igrejas e as casas históricas, são as cocadas assadas, os nibs (grãos triturados) de cacau e o suco geladinho de morangola (morango com graviola), muito fáceis de encontrar entre as lojas e barracas.

Falando em bons petiscos, não faltam opções de restaurante na cidade, mas talvez a maior descoberta seja o charmoso e escondido Os Ribeirinhos. Há 6 anos, o chef espanhol David Peregrina montou com sua esposa, a baiana Érica da Silva, um lugar que é um verdadeiro refúgio na Ilha do Pau do Macaco, no rio Buranhém, distante a uma hora de barco de Porto Seguro.

Para chegar lá, é possível agendar com os proprietários do restaurante via instagram (@osribeirinhosdeporto) ou ainda contratar um passeio mais longo pelas belezas fluviais com a empresa Irmãos Estrela Turismo – que disponibiliza diferentes embarcações para passeios como mergulhos e descanso em praias afastadas, inclusive Caraíva – e faz parada no restaurante. Entre paella, moqueca, as conhecidas linguiças artesanais e a manjubinha com limão (pequeno peixe de água doce), o lugar oferece almoço para pequenos grupos em um ambiente que exalta a sustentabilidade, com energia solar e desconexão em meio à natureza.

 

Embarcação da Irmãos Estrela Turismo atracada na Ilha do Pau do Macaco – Foto divulgação

 

De volta ao continente, descanse no Porto Seguro Praia Resort, ambiente ideal para família com atividades para crianças e serviço all inclusive para o conforto dos pais, com vista para a praia de Caruípe. O diferencial do hotel é o amplo quiosque que estende os serviços de petiscos e drinques aos hóspedes na praia.

 

Visão aérea do Porto Seguro Praia Resort – Foto divulgação

 

Distritos puro charme

Houve o tempo em que Arraial D’Ajuda e Trancoso eram vilas rústicas. Com charme e muita preservação, os distritos de Porto Seguro tem infraestrutura para receber turistas, mas ainda refletem a alma pé na areia. Em Arraial, faça um pedido para Nossa Senhora D’Ajuda com as famosas fitinhas que são amaradas no mirante atrás da Igreja da padroeira, de 1551, que fica na praça central. Perto dali, prove o delicioso sorvete de tapioca da sorveteria Oba Oba e a caipirinha de cacau, oferecida em diversas barracas do centro.

 

Igreja Matriz Nossa Senhora D’Ajuda – Foto Paula Calçade

 

O jantar fica por conta do Bistrô D’Oliveira, que reserva um ambiente agradável e um menu com apresentação contemporânea e ingredientes locais, assinado pelo chef Salmo Oliveira. Experimente a deliciosa lambreta gratinada e o camarão com caviar de tapioca, e aproveite a extensa carta de vinho.

A 28km de Arraial D’Ajuda e a 35km de Porto Seguro (em um trajeto que inclui balsa), está o charmoso distrito de Trancoso. A praia do Espelho é cercada de falésias rochosas em tons de rosa, vermelho, bege e ocre, e o mar azul torna o lugar um paraíso. O visual fica completo com os coqueirais que beiram a faixa de areia e o rio que desemboca no mar, dando um ar bucólico e ainda mais charmoso.

À noite o famoso Quadrado de Trancoso fica decorado com luzes em suas árvores, as casinhas simpáticas abrem suas portas e os restaurantes do distrito dão as caras. O Gino Gastronomia serve um delicioso jantar italiano ao ar livre. De entrada, prove o carpaccio de polvo; e entre os pratos principais, o ravioli de espinafre e ricota, o atum grelhado com redução de balsâmico e morango e a lagosta se destacam. A panacota com frutas vermelhas fecha uma noite leve e verdadeiramente praiana.

Para descasar depois da experiência gastronomia e das andanças pelo centro de Trancoso, o Hotel Boutique Bahia Bonita, na Praia do Rio Verde, traduz o encanto que tantos têm pela região. Com apenas onze suítes que unem o conforto da natureza com o luxo dos serviços, o hotel encanta com a piscina de hidromassagem, bar e restaurante com café da manhã servidos até às 13h, além dos bangalôs na areia que combinam muito bem com os diversos drinques à base de gin disponíveis no cardápio.

 

Bangalôs do Hotel Boutique Bahia Bonita, na praia do Rui Verde, em Trancoso – Foto Paula Calçade

 

Mesmo depois de tamanha imersão na natureza e conforto, é preciso voltar. Para a deprê pós viagem não ser tão intensa, os passageiros podem descansar e aguardar o voo com segurança e bom gosto no Isla Lounges Porto Seguro – novo complexo de entretenimento e varejo, com sofás, mesas, serviço de concierge e decoração inspirada na natureza – que fica localizado ao lado do aeroporto, ligado ao terminal. Assim a descompressão é mais suave e a volta para o paraíso no sul da Bahia é certa.

 

Isla Lounges Porto Seguro – Foto Marcelo Aniello

 

Cultura viva dos Pataxó

Com quase 830 hectares de vegetação nativa e fundada por três mulheres, a aldeia pataxó da Reserva Indígena da Jaqueira, em Porto Seguro, introduz viajantes a rotina de 34 famílias da etnia. Em uma visita guiada de três horas, é possível conhecer casas, a escola infantil indígena e a loja de artesanato, além de conversar com os moradores, entre eles o cacique Syratã. Ao final, todos participam do Auê, um ritual típico de agradecimento a Iamissun, o criador, e degustam um delicioso peixe assado na folha da patioba (espécie de palmeira). Para conhecer a reserva, é necessário agendar com a Pataxó Turismo, nos números (73) 3288-1256 ou (73) 99985-4430.

 

Foto Paula Calçade

 

*A repórter viajou a convite da Embratur (embratur.com.br) e da Secretaria de Cultura e Turismo de Porto Seguro (portosegurotur.com)

O turismo fluvial é uma maneira surpreendente de mergulhar em destinos naturais

O turismo fluvial é uma maneira surpreendente de mergulhar em destinos naturais

Além de econômico e pouco poluente, o turismo fluvial é uma maneira deliciosa de conhecer destinos naturais, como a floresta amazônica.

Nos cruzeiros fluviais é possível conhecer lugares praticamente recônditos, escondidos, onde só é possível chegar de barco. E de uma forma relaxante e confortável, enquanto se observa tranquilamente a mansidão do rio e o desfile de belezas ao navegar. Bastante comum em países da Europa, esse tipo de turismo começa a se tornar mais conhecido no Brasil, país que reúne as maiores bacias hidrográficas do planeta, como a do Rio Amazonas, considerado o maior e mais volumoso rio do mundo, com cerca de sete mil quilômetros de extensão e mais de mil afluentes.

Com uma mobilidade muito mais sustentável e econômica do que o transporte rodoviário, por exemplo, o turismo fluvial proporciona, a cada curva do rio, a experiência de conhecer vilarejos e comunidades ribeirinhas, vivenciar de perto a natureza e aproveitar uma viagem praticamente ao ar livre, de cara para o sol – ponto importante nesse período de pandemia.

 

Embarcação Jacaré-açu, da Expedição Katerre, percorrendo o Parque Nacional da Anavilhanas

 

Além disso, o turismo com base na água, quando bem estruturado, leva à compreensão do valor desse bem e da importância de proteger os ecossistemas, assim como as comunidades no seu entorno, que conhecem meios de subsistência mais sustentáveis​.

O município de Novo Airão, localizado a 200 km de Manaus, é o ponto de partida para explorar toda a extensão do Alto Rio Negro, seja em expedições mensais regulares de três a sete noites, ou em roteiros customizados disponíveis o ano todo. As viagens fluviais são organizadas pela Expedição Katerre, que nasceu em 2004 com o objetivo de criar experiências de ecoturismo em comunhão com as comunidades do Rio Negro.

O roteiro inclui observações diurnas e noturnas de animais – entre focagem de jacarés, macacos, preguiças, araras e outras espécies da região –, banhos de cachoeira, paradas na Reserva do Madadá, onde é possível percorrer uma trilha pela mata até alcançar um incrível conjunto de grutas, e a possibilidade de pernoitar em um mirante, com vista para a floresta, ouvindo os sons noturnos.

A Katerre conta com duas embarcações, Jacaré-açu e Jacaré-tinga, que, feitas em madeira de lei e com acabamentos em tecidos de fibras naturais, não destoam do genuíno cenário amazônico. A conexão com a natureza é profunda e feita pelas águas, enquanto se observa pássaros, botos e vilarejos ao longo do passeio. A Katerre não tem conexão de internet, o que ajuda a tornar essa viagem ainda mais exclusiva e inesquecível.

 

Duas poderosas marcas do segmento do turismo de luxo se instalam no Estado em 2021

Duas poderosas marcas do segmento do turismo de luxo se instalam no Estado em 2021

O terreno que, por 90 anos, abrigou o Hospital Matarazzo (fechado desde 1993) na Rua São Carlos do Pinhal, deve finalmente receber em 2021 o complexo Cidade Matarazzo, que vai incluir o Hotel Rosewood São Paulo, poderosa marca do segmento do turismo de luxo.

 

Fachada do novo Rosewood São Paulo, na Cidade Matarazzo.

 

O hotel palácio e as residências serão instalados entre o edifício de 1943 totalmente restaurado – onde funcionava a Maternidade Matarazzo – e uma torre construída pelo vencedor do Prêmio Pritzker, Jean Nouvel. Serão 180 quartos, e todos os interiores terão assinatura do aclamado arquiteto e designer francês Philippe Starck. O lugar contará ainda com dois restaurantes, incluindo um localizado em uma varanda com vista para os Jardins, um bar e um salão de caviar.

 

Interior assinado pelo designer francês Philippe Starck

 

Para o lazer e bem-estar, haverá duas piscinas – sendo uma no terraço e outra entre jardins paisagísticos – e um grande spa, com 50 atividades em 6 mil metros quadrados. Os hóspedes do hotel também terão acesso a um estúdio de música, sala de cinema e lojas de grifes nacionais e internacionais.

Para Radha Arora, presidente da rede Rosewood, o hotel manterá o espírito brasileiro. “Seja no spa, com tratamentos 100% nacionais, ou na coleção de arte, criteriosamente selecionada para valorizar as obras de 57 artistas locais que representam a arte paulista”, conta. Uma das obras é da artista Sandra Cinto que, para a piscina na cobertura do hotel, pintou a mão azulejos com desenhos que homenageiam a flora e a fauna brasileira.

 

Interior assinado pelo designer francês Philippe Starck

 

E, a 180 km de São Paulo, em Campos do Jordão, a rede de hotéis de luxo Six Senses assume a administração de seu primeiro empreendimento na América do Sul, encravado na Serra da Mantiqueira, em meio a 283 hectares de Mata Atlântica de Altitude preservada.

Agora com a marca Six Senses, o conhecido Botanique Hotel – aberto em 2012 por Fernanda Ralston Semler, que sempre foi referência de luxo e hospitalidade – agora terá sete suítes principais com 60 a 90 metros quadrados, e 13 vilas privadas de 110 a 300 metros quadrados, todas cercadas por vegetação exuberante, garantindo a mais absoluta privacidade de seus hóspedes.

 

Botanique Hotel, em Campos do Jordão, agora adquirido pela rede de luxo Six Senses

 

Outras 14 vilas serão construídas de maneira modular, usando matérias-primas locais, de forma a minimizar o impacto na flora e fauna ao redor. Será possível ainda comprar uma das 37 residências da marca, e ter acesso a todas as instalações, comodidades e serviços do hotel.

O resort contará também com o Alchemy Bar, que servirá uma variedade de “bebidas vivas”, de probióticos caseiros a tônicos feitos com ingredientes locais, além de um menu de drinques tradicionais.

 

Botanique Hotel, em Campos do Jordão, agora adquirido pela rede de luxo Six Senses

 

Ao ar livre, haverá uma programação de exercícios, incluindo capoeira, trilhas para caminhadas e passeios a cavalo para explorar a mata nativa e observar a beleza ao redor.

O spa terá oito salas de tratamento, suítes de relaxamento, piscina de flutuação, banho de CO2 e sauna úmida de chuva tropical para uma série de terapias. Será um verdadeiro paraíso holístico com programação de bem-estar integrando ioga, desintoxicação e anti-envelhecimento, com previsão de lançamento ainda neste semestre.

 

 

Fábrica de Arte em Itu expõe esboços de Tarsila do Amaral

Fábrica de Arte em Itu expõe esboços de Tarsila do Amaral

Museu exibe 203 desenhos de Tarsila do Amaral que revelam um pouco do processo de criação desta que, nos últimos anos, consolidou-se como a mais cultuada artista brasileira

Inaugurado em 2019, a Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA Museu) ocupa 25 mil metros quadrados em Itu, onde funcionava a Fábrica São Pedro, de produtos têxteis. Seu acervo é composto por cerca de 1.300 obras, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e instalações de artistas como Aleijadinho, Carmela Gross, Cildo Meireles, Nelson Leirner e Tunga.

Outra atração do centro cultural é a exposição de longa duração “Estudos e Anotações”, que reúne um raro conjunto de 203 desenhos de Tarsila do Amaral, artista nascida em Capivari, próxima a Campinas, em 1886 que foi um dos principais nomes do Movimento Modernista.

 

Exposição no FAMA Museu

 

Tarsila do Amaral tinha o hábito de carregar consigo cadernos de anotações para desenhar. Com o lápis sobre um pedaço de papel, registrava as paisagens pelas quais passava. Produzidas entre 1910 e 1940, as obras agora expostas revelam as várias fases da artista e apresentam temas recorrentes em sua linguagem, como as vistas de viagens que ela fez pelo Brasil afora, desde as bucólicas cidades históricas mineiras, até suas andanças pela Europa e a passagem pelo deserto do Egito.

 

Estudo para Operário

 

Longe da vista do público há mais de cinco décadas, engavetado em uma coleção privada, esse conjunto de desenhos foi exibido uma única vez, em 1969, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Ao chegarem ao acervo da FAMA, com danos ocasionados pelo tempo e pela falta de cuidados museológicos, as obras foram submetidas a um minucioso processo de restauração. “Essa coleção, praticamente desconhecida, tem um valor inestimável para memória da cultura brasileira e vem contribuir, de forma efetiva e criteriosa, como ferramenta pedagógica da instituição para a formação de crianças e jovens estudantes que serão, no futuro próximo, o público de arte”, afirma Ricardo Resende, curador do museu.

A mostra inclui esboços e estudos de obras como “A Negra”, “Operários” e “A Cuca”, em nanquim, grafite e aquarela. Após receber mais de 400 mil visitantes e quebrar todos os recordes de público do Masp com a exposição “Tarsila Popular”, em 2019, a modernista atualmente é a artista brasileira mais valorizada no mercado internacional. Sua obra “A Lua” foi adquirida pelo MoMA (Museu of Modern Art) de Nova York por aproximadamente 20 milhões de dólares – o equivalente a 110 milhões de reais.

 

Estudo de A Negra, de 1923.

 

Fábrica de Arte Marcos Amaro – FAMA Museu: Rua Padre Bartolomeu Tadei, 9, Itu, tel. 11 4022-4828. De quarta-feira a domingo, das 10h às 17h. As visitas devem ser previamente agendadas pelo site www.famamuseu.org. Ingressos a R$ 10.

 

Atlas do Espaço Rural Brasileiro revela as características dos produtores e estabelecimentos agropecuários

Atlas do Espaço Rural Brasileiro revela as características dos produtores e estabelecimentos agropecuários

O IBGE lançou em dezembro a 2ª edição do “Atlas do Espaço Rural Brasileiro”, elaborado a partir dos dados do Censo Agropecuário de 2017. Em quase 250 páginas, a obra traz de mapas, gráficos, tabelas e textos que compõem um perfil do produtor e dos 5.073.324 estabelecimentos agropecuários do país.

O Atlas revela que a estrutura fundiária do Brasil segue concentrada. A área média dos estabelecimentos agropecuários é de 69 hectares. 81% dos estabelecimentos agropecuários têm até 50 hectares e ocupam apenas 12,8% da área total. No outro extremo, 0,3% dos estabelecimentos têm mais de 2.500 hectares, porém ocupam 32,8% da área total.

 

 

A pecuária é a principal atividade no campo, em especial nos maiores estabelecimentos, seguida pela lavoura temporária. Juntas, são praticadas em mais de 80% dos estabelecimentos do país. Na lavoura temporária, mandioca e soja retratam os contrastes: a primeira, fortemente marcada pela produção em propriedades de até 50 hectares (64,2%), e a segunda, pelo cultivo em estabelecimentos com mais de 2.500 hectares (39,5%).

Pela primeira vez, o Censo registou dados sobre a cor ou raça do produtor dirigente dos estabelecimentos. 47,9% deles pertencem a brancos, enquanto os pardos comandam 42,6%, os pretos detêm 7,8%, os indígenas somam 0,8%, e os amarelos, 0,6%.

Em 2017, 83% dos estabelecimentos agropecuários tinham acesso à rede elétrica. Se a eletricidade se consolidou, a internet ainda é escassa no meio rural. Ela está presente em menos de 30% estabelecimentos, mas evoluiu: em 2006, apenas 1,5% dos estabelecimentos tinham acesso à internet. A publicação pode ser acessada gratuitamente em formato digital no Portal do IBGE e na Plataforma Geográfica Interativa (PGI).

 

Prosa rápida

 

Para intolerantes
A fazenda Santa Rita, em Descalvado, em São Paulo, é uma das raras que vendem leite tipo A2A2, livre de beta-caseína A1, proteína que causa alergia em parte das pessoas. A produção de leite só com beta-caseína A2 é definida por fatores genéticos. Vacas com genes “A2” sempre produzem leite “A2A2”. A fazenda tem 100% de seu rebanho certificado, e a ordenha do gado A2 é feita sempre antes do A1 – os leites nunca são misturados. O valor pago pelo litro do leite “A2A2” é 3 a 4 vezes maior do que o do comum.

Doce colheita
Estimada em 41,8 milhões de toneladas, a produção brasileira de açúcar na safra 2020/21 será a maior da história. O recorde era da safra 2016/17, com 38,7 milhões de toneladas. Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), a supersafra, após três anos seguidos de retração, se deve à alta do dólar no Brasil e à elevação do preço do açúcar no mercado internacional.

Veneno à deriva
A região da Campanha, no Rio Grande do Sul, deve amargar uma perda de 40% na produção de uvas, segundo estimativa do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Os danos nos vinhedos foram causados pelo perigoso herbicida 2,4-D, muito utilizado nas plantações de soja da região. Ele é levado pelos ventos e, além de comprometer a produção dos vinhedos, olivais e pomares de outras frutas, pode também contaminar os rios e afetar a saúde das pessoas e dos animais que vivem na área.