Sugestões de vinhos e espumantes para brindar nas festas de fim de ano

Sugestões de vinhos e espumantes para brindar nas festas de fim de ano

Uma ótima notícia para as festas de final de ano é a decisão da Vinci Vinhos em criar a Natural Vinci, uma seção apenas de vinhos naturais. E são rótulos de raiz mesmo, pois vêm de vinhedos orgânicos, alguns biodinâmicos, com fermentação espontânea, leveduras indígenas e mínimo ou nenhum acréscimo de dióxido de enxofre (SO2). Cito apenas três para aguçar sua curiosidade: Micro Bio La Resistencia Verdejo, Solo Vino Rosso B Barbera (Maurizio Ferraro) e Müller Thurgau Steinterrassen (Stefan Vetter), que são simplesmente espetaculares!

Destaco ainda os vinhos Vitale, da brasileira Valparaiso especialmente o Nebbiolo e o Sangiovese, os espumantes Estrelas do Brasil, e o espumante lançamento do Luiz Henrique Zanini, chamado Indra, que é super cremoso e se encontra na Mistral. Aliás, na importadora também chegaram as super novidades do Etna, na Sicília produzidos pelo gênio Angelo Gaja o Idda, tem o branco e o tinto.

Mulheres brindando com espumantes

Photo iStock

 

Não posso me esquecer dos rótulos da Rua do Urtigão, de vinificação natural feitos por um médico talentosíssimo, que resolveu produzir vinhos e mostrou uma sensibilidade rara. Sugiro três rótulos, apesar de gostar de todos dele: o Atmã, o Poeira e o Vestal. Na Prem1um Wines, indico a você três lançamentos sensacionais: Domaine de Saint Pierre Arbois Blanc (Chapon), o Fabrice Dodane Ploussard Les Dos Chat Rouges 2020 e ainda o biodinâmico Domaine Pignier Crémant du Jurá Blanc Brut Nature.

Indico ainda, na World Wine, os vinhos de Julio Bouchon, da linha Longaví todos de fermentação espontânea e de parcelas especiais de vinhedos arrendados. Um espetáculo! Na Decanter, os vinhos RETA de Marcelo Retamal, em projeto solo, produziu um Chardonnay e um Pinot Noir de tomar ajoelhado. Sugiro na Grand Cru, o Piedra Infinita, da Zuccardi um vinho especialíssimo de um produtor muito competente!

Por fim, na De la Croix Vinhos, recomendo as novidades do Domaine Jean-Claude Lapalu, como o Tentation 2021, o Beaujolais Villages Nouveaux 2021 e o Côte de Brully 2020.

Saúde e boas festas!

Da esquerda à direita: Solo Vino Rosso B, Estrelas do Brasil, Fabrice Dodane Poussard Les Dos Chat Rouges 2020, Julio Bouchon Longaví Glup Naranjo e RETA Pinot Noir - Foto divulgação

Da esquerda à direita: Solo Vino Rosso B, Estrelas do Brasil, Fabrice Dodane Poussard Les Dos Chat Rouges 2020, Julio Bouchon Longaví Glup Naranjo e RETA Pinot Noir – Foto divulgação

Cabernet Sauvignon é a casta mais plantada em todo mundo e produz os vinhos mais consumidos no país

Cabernet Sauvignon é a casta mais plantada em todo mundo e produz os vinhos mais consumidos no país

Com cerca de 5% de toda a área de vinhedos do planeta, a Cabernet Sauvignon é a uva predileta dos brasileiros

Originária de Bordeaux (Graves), na França, a Cabernet Sauvignon originariamente se chamava “Petit Vidure”, por causa da dureza de seu caule. Trata-se de uma das uvas mais adaptáveis a diversos “terroirs” e resulta em vinhos muito sedutores. Segundo estudos de DNA feitos na década de 1990, na Universidade de Davis, na Califórnia, a uva seria um cruzamento da Cabernet Franc com a Sauvignon Blanc.

A Cabernet Sauvignon é a base de grandes e famosos rótulos, como os Grand Cru Classé de Médoc (Château Lafite, Mouton-Rothschild, Latour, Haut Brion e Margaux) os famosos vinhos que foram classificados por determinação de Napoleão III para a Exposição Universal de 1855, em Paris. Fora de Bordeaux, a uva é extraordinária também no Chile (como os vinhos Seña, Viñedo Chadwick, Alma Viva e Don Melchor, Montes), na Califórnia (Opus One, de Robert Mondavi) e na Itália (Sassicaia, Ornellaia, Tignanello e Guado al Tasso). Essas garrafas ficaram caríssimas pela junção de três fatores: sua alta qualidade, pequena produção e fama devido a sucessivas boas avaliações em concursos.

A casta apresenta normalmente cor profunda, aromas complexos, bom corpo, e capacidade de envelhecimento. Quando jovem, um Cabernet Sauvignon é poderoso e concentrado, com cores vermelho escuras e perfumes frutados. Os aromas costumam apresentar amora, cereja, groselha e ameixa. A grande maioria desses vinhos tem passagem por barricas, razão de diversas de suas essências como tabaco, cedro, baunilha que não são oriundas da uva, mas do afinamento em madeira.

 

Foto iStockphoto

 

Os vinhos costumam ter grande estrutura, boa acidez e taninos macios, e são versáteis para harmonizar com pratos com carne, das grelhadas às carnes de panela (harmonização imbatível), carnes assadas com molhos densos, massas com molhos à bolonhesa ou à calabresa, além de queijos duros como o parmesão.

Vale lembrar que na América do Sul se produz excelentes exemplares de Cabernet Sauvignon, seja na Argentina, no Brasil, no Chile ou no Uruguai, inclusive com bons preços e em diversos níveis e estilos. Recomendo o chileno Quereu Cabernet Sauvignon, que fez sucesso outro dia em um churrasco na casa do meu filho… Veja, com R$ 63 (importadora Premium Wines), todos ficaram felizes. Saúde!

 

10 vinhos de pequenas vinícolas nacionais que você provavelmente não conhece

10 vinhos de pequenas vinícolas nacionais que você provavelmente não conhece

Entre tantas opções de grandes produtores nacionais, vale descobrir vinhos de pequenas vinícolas espalhadas pelo país

Os vinhos brasileiros nunca estiveram em fase tão boa, tanto pela diversidade como pela qualidade. Gosto sempre de destacar as novidades dos pequenos produtores, que são a maioria no país, mas a minoria no mercado. Talvez o amigo leitor não saiba, mas o Brasil ostenta nada menos do que mil produtores de vinho, mas apenas cinquenta deles detêm 90% de toda a venda de vinhos brasileiros. Portanto quem precisa de divulgação são os pequenos! Prestigie, experimente e visite esses produtores.

Fiz uma lista a seguir, com dez vinhos que me surpreenderam recentemente e inverti a proporção apenas um é de grande produtor. São todos vinhos extraordinários, de qualidade e personalidade, muitos de fermentação espontânea aquela não manipulada e que acontece com as próprias leveduras das uvas e do ambiente onde são vinificadas.

São vinhos sinceros e autênticos. Procure nos sites ou busque no Google, pois os preços variam de site para site. Muitos deles também são vendidos pelo Facebook ou Instagram das vinícolas. Experimente os pequenos e bons produtores brasileiros, você vai se surpreender. Saúde!

 

Fotos Divulgação e Benzoix | Freepik.com

Fotos Divulgação e Benzoix | Freepik.com

 

Dez vinhos imperdíveis

1 Nuances Cabernet Franc – Vinhos da Rua do Urtigão (Taquara, Rio Grande do Sul)

2 Vitale Pinot Grigio – Valparaiso (Barão, Rio Grande do Sul)

3 Sangiovese Zanotto – Campestre (Vacaria, Rio Grande do Sul)

4 Espumante Évidence Cuvée Sur Lie – Salton (Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul)

5 Pinot Noir – De Lucca (Caçapava do Sul, Rio Grande do Sul)

6 Cabernet Franc – Vivente (Colinas, Rio Grande do Sul)

7 Merlot – Casa Viccas (Serafina Côrrea, Rio Grande do Sul)

8 Riesling Italico – Dominio Vicari (Monte Belo do Sul, Rio Grande do Sul)

9 Teroldego – Negroponte Vigna (Vacaria, Rio Grande do Sul)

10 Sangiovese – Leone di Venezia (São Joaquim, Santa Catarina)

5 excelentes vinhos para presentear no Natal e surpreender amigos e familiares

5 excelentes vinhos para presentear no Natal e surpreender amigos e familiares

Com antecedência e algumas informações básicas sobre quem amamos, o Natal é um bom momento para pensar em rótulos para presentear e surpreender amigos e familiares

O final de ano nos lembra a importância de ter pessoas queridas por perto, e merecemos brindar junto a elas. Fiz uma lista baseada em alguns relacionamentos que tenho em minha vida e saiu uma interessante composição, que pode te ajudar na hora de escolher um bom vinho para presentear alguém nessas festas.

 

 

Para uma moça simpática que está aprendendo sobre vinhos, pensei no Château St-Hilaire Rosé Tradition Coteaux D’Aix-en-Provence 2018, importado pela Premium Wines e que custa por volta dos R$ 230. Vai ser um sucesso pela finesse, qualidade e cor super sensual.

Se o presente for para um amigo do interior, brasileiro ufanista, que quer que tudo que é nosso seja valorizado, como um querido amigo meu, um Cabernet Sauvignon Millésime da Aurora 2017 é uma maravilha de vinho e custa cerca de R$ 140 no Pão de Açúcar. Satisfação garantida!

Já para aquele companheiro que faz o melhor pato que já comi e que também gosta dos vinhos brasileiros, mas não gosta de gastar muito com vinhos, o Talise Pinot Noir sai por R$ 85 na Vinci Vinhos e é uma excelente opção. Elegante, bem feito e muito em conta. Fica um espetáculo com o pato!

Para uma amiga que faz uns arenques defumados espetaculares e que prometi surpreendê-la com uma inusitada harmonização, o Alsace Complantation 2018, do Domaine Marcel Deiss da Alsace, custa por volta dos R$ 330 na Mistral e satisfaz pelo leve dulçor, pela ótima acidez e raiz forte. Certamente vai surpreender paladares exigentes!

E ao amigo super italianão, daqueles que tudo da Itália é melhor e que é bom de pizza em um forno a lenha, sempre levo o Chianti Riserva DOCG 2016 do Bonacchi, que sai por R$ 160 na Mistral e simplesmente arrebenta.

Àqueles que adoram espumante, a dica é um Chandon que está com rótulo novo, é espetacular sem custar muito (R$ 100) e se encontra fácil. Fica uma delícia com canapés de salmão defumado!

Para minha tia, que está velhinha e me adora, compro um Porto Taylor’s LBV, sai por R$ 300 no Pão de Açúcar e levo com um bolo de frutas que aquela minha amiga do arenque defumado faz e é de matar. E você? Qual amigo está esperando uma bela garrafa sua, hein? Saúde e boas festas!

 

Château St-Hilaire Rosé Tradition Coteaux D'Aix-en-Provence, Cabernet Sauvignon Millésime Aurora, Talise Pinot Noir, Alsace Complantation - Domaine Marcel Deiss e Porto Taylor's LBV

Château St-Hilaire Rosé Tradition Coteaux D’Aix-en-Provence, Cabernet Sauvignon Millésime Aurora, Talise Pinot Noir, Alsace Complantation – Domaine Marcel Deiss e Porto Taylor’s LBV

Decifrando rótulos de vinho: dicas e informações para você não errar na compra

Decifrando rótulos de vinho: dicas e informações para você não errar na compra

Recebo diversas perguntas de leitores que querem saber mais detalhes a respeito de vinhos e, muitas vezes, não sabem onde encontrar informações corretas e bem embasadas. Com grande prazer respondo aqui as dúvidas mais comuns e, quem sabe, algumas delas te ajudem na próxima escolha nas adegas e nos mercados!

 

 

O que é Vinho Reservado?
Eu brinco que o vinho é reservado para o desinformado… pois ele não tem atributo algum além do apelo de comunicação simplesmente genial que a Concha y Toro resolveu implementar em seus rótulos de entrada. Sabendo que o consumidor brasileiro pouco conhece sobre vinhos, a marca resolveu cunhar o termo “Reservado” e foi um sucesso. Entre um vinho comum que não traz destaque no rótulo e outro “Reservado”, o cliente fica com o “Reservado”, mas não há característica extra de qualidade. Hoje, outras marcas usam o mesmo apelo comercial.

O que torna um vinho encorpado?
Costuma-se chamar de “encorpado” um vinho com mais peso. Se colocarmos um gole de água na boca e uma colher com azeite depois, percebemos pesos totalmente diferentes, com o vinho acontece o mesmo. Um vinho com teor alcoólico alto, acidez alta e taninos bem presentes faz um conjunto de peso maior, o que o torna encorpado. Um bom teste é você comparar um Sauvignon Blanc com um Chardonnay, verá que o Chardonnay é mais encorpado. Isso também acontece com um Cabernet Sauvignon e um Pinot Noir, o Pinot Noir é menos encorpado.

O que é tanino?
Os taninos estão presentes nas uvas em seus engaços (armação do cacho da uva), em suas sementes e em sua pele. Normalmente não se quebram as sementes e nem se usam os engaços na fermentação, pois podem amargar o vinho. Assim extraem-se os taninos das peles das uvas que, inclusive, trazem inúmeros componentes benéficos a nossa saúde, especialmente o resveratrol. Para perceber os taninos, basta reparar que ele dá uma sensação de secura na boca, parece até enrugar nossos lábios internamente. Isso acontece com vinhos novos de taninos ainda muito presentes e nano polimerizados, que procuram por proteína e, se não temos alimento na boca, absorvem a proteína da nossa saliva, provocando essa sensação. Por essa razão, um alimento acompanhado de um vinho harmoniza melhor, deixando a refeição mais prazerosa.

O que torna um vinho ácido?
A acidez no vinho é sua coluna vertebral, percebe-se claramente um vinho com alta acidez ao colocarmos um gole na boca: salivarmos, é a reação natural do nosso organismo. A acidez é o que garante um bom futuro a esse vinho, aliada a bons taninos. Um vinho com boa acidez costuma ser um vinho gastronômico. No caso de brancos, por exemplo, acompanham bem as frituras e podem fazer o papel do limão em um peixe grelhado. Nos tintos, a acidez é fundamental para as harmonizações, é o caso dos Chianti, que fazem excelente companhia para massas com molhos de tomate.