Decifrando rótulos de vinho: dicas e informações para você não errar na compra

por | out 4, 2021 | Bebidas, Comida & Bebida, Vinho | 0 Comentários

Recebo diversas perguntas de leitores que querem saber mais detalhes a respeito de vinhos e, muitas vezes, não sabem onde encontrar informações corretas e bem embasadas. Com grande prazer respondo aqui as dúvidas mais comuns e, quem sabe, algumas delas te ajudem na próxima escolha nas adegas e nos mercados!

 

 

O que é Vinho Reservado?
Eu brinco que o vinho é reservado para o desinformado… pois ele não tem atributo algum além do apelo de comunicação simplesmente genial que a Concha y Toro resolveu implementar em seus rótulos de entrada. Sabendo que o consumidor brasileiro pouco conhece sobre vinhos, a marca resolveu cunhar o termo “Reservado” e foi um sucesso. Entre um vinho comum que não traz destaque no rótulo e outro “Reservado”, o cliente fica com o “Reservado”, mas não há característica extra de qualidade. Hoje, outras marcas usam o mesmo apelo comercial.

O que torna um vinho encorpado?
Costuma-se chamar de “encorpado” um vinho com mais peso. Se colocarmos um gole de água na boca e uma colher com azeite depois, percebemos pesos totalmente diferentes, com o vinho acontece o mesmo. Um vinho com teor alcoólico alto, acidez alta e taninos bem presentes faz um conjunto de peso maior, o que o torna encorpado. Um bom teste é você comparar um Sauvignon Blanc com um Chardonnay, verá que o Chardonnay é mais encorpado. Isso também acontece com um Cabernet Sauvignon e um Pinot Noir, o Pinot Noir é menos encorpado.

O que é tanino?
Os taninos estão presentes nas uvas em seus engaços (armação do cacho da uva), em suas sementes e em sua pele. Normalmente não se quebram as sementes e nem se usam os engaços na fermentação, pois podem amargar o vinho. Assim extraem-se os taninos das peles das uvas que, inclusive, trazem inúmeros componentes benéficos a nossa saúde, especialmente o resveratrol. Para perceber os taninos, basta reparar que ele dá uma sensação de secura na boca, parece até enrugar nossos lábios internamente. Isso acontece com vinhos novos de taninos ainda muito presentes e nano polimerizados, que procuram por proteína e, se não temos alimento na boca, absorvem a proteína da nossa saliva, provocando essa sensação. Por essa razão, um alimento acompanhado de um vinho harmoniza melhor, deixando a refeição mais prazerosa.

O que torna um vinho ácido?
A acidez no vinho é sua coluna vertebral, percebe-se claramente um vinho com alta acidez ao colocarmos um gole na boca: salivarmos, é a reação natural do nosso organismo. A acidez é o que garante um bom futuro a esse vinho, aliada a bons taninos. Um vinho com boa acidez costuma ser um vinho gastronômico. No caso de brancos, por exemplo, acompanham bem as frituras e podem fazer o papel do limão em um peixe grelhado. Nos tintos, a acidez é fundamental para as harmonizações, é o caso dos Chianti, que fazem excelente companhia para massas com molhos de tomate.

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