Em novembro, São Paulo recebe shows, feiras e eventos esportivos que agitam fãs, giram a economia e coroam ano positivo para o entretenimento na cidade
A Fórmula 1, A CCXP e os shows internacionais de Taylor Swift, Roger Waters e Alanis Morissette já contribuíram para a elevação dos preços da hospedagem neste mês e movimentam o setor de serviços da capital paulista antes mesmo das festas de final de ano. Segundo um levantamento realizado pela Travel Tech Onfly – plataforma de gestão de viagens – o preço médio da diária em São Paulo aos finais de semana de novembro é 72% maior em relação ao de outubro.
São Paulo Grand Prix Official Party – foto divulgação
Em setembro, o valor médio da diária entre sexta e domingo costuma ser de R$ 453, preço 43% inferior ao cobrado em novembro, que é de R$ 562. Em outubro, as diárias sob esse mesmo recorte custam R$ 379; em dezembro, mês de festas e férias escolares, a diária média é de R$ 377 – a de novembro deste ano já é 73% superior. Neste mês, chama ainda mais atenção o valor médio da diária no primeiro final de semana, entre os dias 3 e 5 de novembro, quando a capital sedia a Fórmula 1: R$ 864.
E por falar no Grande Prêmio da Fórmula 1, quem acompanha o evento que ocorre no domingo (dia 5) no Autódromo de Interlagos – com ingressos esgotados há meses – confere pelo terceiro ano consecutivo a corrida Sprint, de 14 voltas, que é disputada no sábado.
GP São Paulo de F-1 – foto Shutterstock
Paralelamente às corridas, chega à cidade também a primeira edição da São Paulo Grand Prix Official Party – festa oficial do GP São Paulo, nas dependências do hotel Unique. As duas noites são assinadas pela Posh, club brasileiro de entretenimento que começou sua expansão internacional no último ano. A primeira noite (3/11) destaca Jack-E, famoso DJ de St.Tropez, e o americano Apache, um dos representantes da Spiritual House, estilo que alia dance music à espiritualidade, além dos brasileiros Dyve, Edo Krause e Druck & Soul Alchemist. A segunda festa traz como a principal atração Bedouin, uma parceria de produção musical dos Estados Unidos. Os ingressos começam no valor de R$ 500 e podem ser adquiridos no site www.blueticket.com.br
A música não para
Das pistas de dança para os palcos, o penúltimo mês do ano agita São Paulo com shows de artistas internacionais de peso – reflexo da intensa agenda de festivais e apresentações na cidade durante 2023. Um dos maiores nomes do rock mundial, o inglês Roger Waters traz sua turnê de despedida para o Brasil, passando por seis cidades – Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Na capital paulista, o artista se apresenta no dia 11 deste mês, no Allianz Parque. Até o fechamento desta edição, os ingressos seguem disponíveis a partir de R$ 190 na plataforma Eventim.
Roger Waters – foto Getty Images | Red Bull Content Pool
Sete vezes vencedora do Grammy Awards, com mais de 60 milhões de discos vendidos, a canadense Alanis Morissette volta ao país após 12 anos. A cantora embarca em turnê no segundo semestre deste ano para celebrar os 25 anos do emblemático álbum “Jagged Little Pill”, e o Brasil é o único país da América do Sul a receber esse show histórico. A única apresentação acontece no dia 14 (ingressos esgotados), no Allianz Parque, com um repertório que passa por músicas como “Ironic”, “You Oughta Know”, “Hand in My Pocket” e “You Learn”.
Alanis Morrissette – foto Depositphotos
E uma das maiores cantoras pop do momento, Taylor Swift chega ao Rio de Janeiro para três apresentações no Estádio Nilton Santos – Engenhão nos dias 18 e 19 de novembro e um show extra no dia 17 de novembro e três apresentações em São Paulo, no Allianz Parque, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com a sua “The Eras Tour”. Todos os ingressos já estão esgotados, mas o som da cantora pode ser curtido também em uma festa dedicada à Taylor, a “After Party The Eras Tour”, que acontece na Estação Marques, na Barra Funda, com entrada a R$ 40 por pessoa no Sympla.
Encontro geek
A CCXP é o maior festival de cultura pop do mundo. O evento já recebeu mais de 1,5 milhão de pessoas ao longo de todas as edições em São Paulo, uma edição da CCXP Tour em Recife e uma edição internacional da CCXP Cologne, na Alemanha. Neste ano, o festival acontece de 30 de novembro a 3 de dezembro, na São Paulo Expo, e recebe como convidado Julian Totino Tedesco – quadrinista contemporâneo argentino, que já teve passagens pela Marvel e DC Comics, e estará presente em todos os dias do festival.
CCXP – foto divulgação
O evento traz ainda o premiado quadrinista norte-americano Box Brown, listado entre os mais vendidos do jornal ‘The New York Times’ e reconhecido por obras de não-ficção em quadrinhos como “André, o Gigante”, “Tetris”, “Cannabis” e “Efeito He-man”. Brown é vencedor do prestigioso Prêmio Eisner, o mais cobiçado na indústria de histórias em quadrinhos. Os ingressos para a feira podem ser adquiridos em www.ccxp.com.br e começam no valor de R$ 190.
2023 começou com tudo no quesito festivais e São Paulo recebe mais shows nos próximos meses. Confira os eventos musicais e artísticos que acontecem em maio e junho
C6 Fest
O novo festival é ideal para os amantes de rock, soul e jazz, e acontecerá simultaneamente em São Paulo, no Parque Ibirapuera, nos dias 19, 20 e 21 de maio, e no Rio de Janeiro, no Vivo Rio, nos dias 18, 19 e 20. Dentre as atrações confirmadas, estão grandes nomes do jazz, como Jon Batiste e Samara Joy. A vencedora do Grammy deste ano na categoria de artista revelação se apresenta pela primeira vez no Brasil, e celebra: “Depois da pandemia, as pessoas perceberam o quanto a música ao vivo é importante para a comunidade”. Em São Paulo, o evento contará com quatro palcos: Tenda Heineken, Auditório Ibirapuera, Plateia Externa do Auditório Ibirapuera e Pavilhão das Culturas Brasileiras. Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº (portões 2, 3 e 10), Av. IV Centenário (portões 6 e 7). Ingressos a partir de R$ 80. www.c6fest.com.br
Samara Joy – foto Meredith Truax
Encontro das Tribos
A Arena Anhembi recebe a nova edição do Encontro das Tribos, que pela primeira vez ocorrerá em dois dias, 6 e 7 de maio. O tema deste ano é Circus e trará um ambiente lúdico, nostálgico e divertido para o público, com grandes nomes nacionais e internacionais do hip-hop, reggae, rock, R&B. Ice Cube, Whiz Khalifa, Steel Pulse, Racionais MC’s, Filipe Ret, Planet Hemp, Gloria Groove, Armandinho, Matuê, Pitty e Marcelo Falcão são alguns nomes que subirão aos palcos. Avenida Olavo Fontoura, 1.209, Santana. Ingressos a partir de R$ 370. www.ticket360.com.br
Steel Pulse – Foto Alan Hess | reprodução Facebook
Nômade Festival
Pela primeira vez, o Parque Villa-Lobos será palco da 4ª edição do festival, que acontece nos dias 20 e 21 de maio. O evento, que é conhecido pela atividade vanguardista em explorar diferentes cenas e gêneros musicais, traz em seu line-up grandes nomes da música brasileira, como Alcione, Nando Reis, Chico César e Geraldo Azevedo, Seu Jorge, Luedji Luna, Liniker e Criolo. O evento também terá obras dos ganhadores do concurso “Nômade Cria: Arte na Rua”. Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros. Ingressos a partir de R$ 120. www.ticket360.com.br
Festival Nômade – foto @Cabrauu
Festival MITA
Com o sucesso de sua primeira edição em 2022, o Mita (Music Is The Answer) está de volta este ano com o mesmo espírito de inovação e irreverência. Após passar pelo Rio de Janeiro (em 27 e 28 de maio), o evento chega ao Vale do Anhangabaú, em São Paulo, nos dias 3 e 4 de junho, com dois palcos, mais de 16 atrações, artistas nacionais e internacionais e ativações. Na programação, destaque para Lana Del Rey, Florence + The Machine, NX Zero, Capital Inicial, Natiruts e Duda Beat. Parque Anhangabaú, Vale do Anhangabaú, Centro. Ingressos a partir de R$ 467,50. www.eventim.com.br/mitafestival
Lana Del Rey – Foto divulgalção
Best of Blues and Rock
Completando 10 anos de história em 2023, o Best of Blues and Rock segue com o objetivo de difundir o rock e o blues no Brasil. A edição comemorativa, que acontece nos dias 2, 3 e 4 de junho, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, terá como atração especial o veterano guitarrista norte-americano e lenda do blues Buddy Guy, que traz sua turnê “Damn Right Farewell Tour” para o país. Além dele, estão confirmados shows de Tom Morello, Steve Vai, Goo Goo Dolls, Extreme, Ira!, Dead Fish e Day Limns. Av. Pedro Álvares Cabral s/n° (portões 2, 3 e 10), Parque do Ibirapuera. Ingressos a partir de R$ 450. www.eventim.com.br
Buddy Guy – Foto divulgação
João Rock
Mais um festival que também está celebrando uma data especial. Este ano, o João Rock completa 20 anos e promete mais uma edição histórica. No dia 3 de junho, a cidade de Ribeirão Preto receberá mais de 30 atrações, distribuídas em quatro palcos, além de manifestações artísticas, esportes radicais e ações interativas com o público. O line-up traz apenas artistas brasileiros, entre eles Emicida, Capital Inicial, CPM 22, Pitty, Gilsons, Tom Zé, Zé Ramalho, Alceu Valença e Gilberto Gil. Av. Orestes Lopes de Camargo, 350, Jardim Jóquei Clube, Ribeirão Preto. Ingressos a partir de R$ 230. www.joaorock.com.br
Capital Inicial – Foto Leo Aversa
Festival Turá
Nos dias 24 e 25 de junho, a área externa do Auditório Ibirapuera receberá também a segunda edição do Turá, festival que contempla música, gastronomia e outras manifestações culturais brasileiras. No line-up já estão confirmados Zeca Pagodinho, Maria Rita convidando Sandra de Sá, Jorge Ben Jor, Gilberto Gil & Família com o espetáculo “Nós, A Gente” – pela primeira vez em São Paulo –, Pitty, Joelma convidando Mariana Aydar e banda Tuyo, e muito mais. Av. Pedro Álvares Cabral s/nº (portões 2, 3 e 10), Av. IV Centenário (portões 6 e 7ª), Av. República do Líbano (portão 7), Parque do Ibirapuera. Ingressos a partir de R$ 175. www.ticketsforfun.com.br
Série de shows dos Titãs marca o reencontro da banda original, que comemora suas quatro décadas de trajetória. Celebração tem tudo para se tornar um evento histórico do rock brasileiro
Transgeracional, ou melhor, atemporal. A banda Titãs, formada em 1982, em São Paulo, sempre se mostrou potente em conectar diferentes pessoas. Depois de 30 anos sem subir aos palcos com sua formação original, o grupo surpreendeu a todos com o anúncio de uma turnê de 21 shows com os sete integrantes – Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto.
“Estamos cantando em altos brados que o pulso ainda o pulsa. Afirmamos que a força criativa e a pulsão de viver se impõem sobre todas as adversidades”, resume Tony Bellotto. As apresentações já começaram em abril, no Rio de Janeiro, e seguem para outras cidades brasileiras e para Portugal nos próximos meses.
Titãs – Foto Bob Wolfenson
Até agora, a turnê “Titãs Encontro” já tem um público confirmado de incríveis 500 mil pessoas pelo país. Essa grande celebração tem shows ainda em Florianópolis (5 de maio), Porto Alegre (6 de maio), Manaus (11 de maio), Belém (12 de maio), Aracaju (26 de maio), Salvador (27 de maio), João Pessoa (1º de junho), Recife (2 de junho), Fortaleza (3 de junho), Brasília (7 de junho), Goiânia (8 de junho), Curitiba (10 de junho). Depois, a turnê passa por São Paulo (16, 17 e 18 de junho, as duas primeiras datas sold out), Vitória (23 de junho) e Ribeirão Preto (30 de junho). Dia 3 de novembro, o grupo toca em Lisboa.
Em entrevista exclusiva à 29HORAS, Nando Reis, Paulo Miklos e Tony Bellotto discorrem sobre as razões desse reencontro. Nas próximas semanas, a formação clássica promete resgatar a vocação que tem de se apresentar em grandes arenas e impactar a todos – novos fãs e aqueles de longa data. Leia os principais trechos a seguir:
Vamos falar de reencontro, mas primeiro uma pergunta sobre o início. O que intriga é que todos vocês estudavam juntos. Foi isso mesmo? Tantos talentos juntos ao acaso? Quais principais memórias vocês carregam desse começo? Paulo Miklos: A maioria estudava no mesmo colégio. Em classes de anos diferentes. Mas foi o interesse pela música que nos aproximou. Nos encontrávamos para mostrar as canções uns para os outros. A melhor lembrança foi quando gravamos uma fita K7 com o tema ‘As Musas’, em que todos gravamos canções dedicadas às paixões da época. Tony Bellotto: Não é que todos estudávamos juntos, mas a maioria, sim. Quem não estudava, tipo eu, frequentava a escola onde os outros estudavam, o colégio Equipe. Marcelo, Branco, Brito, Nando, Paulo, Arnaldo, Ciro Pessoa e o André Jung faziam parte da primeira formação da banda, todos eles estudavam no Colégio Equipe. Não é que estudavam juntos, mas, em diferentes salas, em diferentes momentos. Eu frequentava ali porque era uma escola que tinha muita atividade cultural, muita efervescência artística. O Serginho Groisman era o diretor do grêmio estudantil e ele promovia muitos shows, a escola tinha alunos muito criativos e ali faziam festivais. Enfim, teve essa coisa da gente se conhecer e começar a trocar as primeiras ideias e mostrar o que cada um estava fazendo na escola. Por isso que a educação é tão importante!
Tony Bellotto – Foto Bob Wolfenson
O que motivou o reencontro com os integrantes originais? Como é ensaiar e subir aos palcos 30 anos depois? O que mudou e o que continua igual? Nando Reis: As razões que levaram a esse encontro são múltiplas, mas a origem se dá no marco de 40 anos daquilo que a gente adotou como início dos Titãs, que foi nosso primeiro show, em 1982. Na minha interpretação, a pandemia tem uma contribuição, porque foi um momento em que todo mundo teve que ressignificar as coisas, rever as coisas. E evidentemente que para todos nós, mesmo aqueles que saíram da banda em diferentes momentos, os Titãs é parte fundamental da nossa história de vida, profissional e pessoal.
Esse reencontro é carregado de significados, é muito emocionante. Os ensaios estão sendo ótimos, muito trabalhosos, interessantes, justamente por essa ótica da semelhança e da diferença. A semelhança é muito maior, na verdade, porque é estrutural – das individualidades e na nossa relação, na dinâmica, que está representada de forma cabal naquilo que produzimos.
O que mudou? Muita coisa também! É difícil até descrever. E, curioso, a minha mudança, a única da qual eu posso falar, sou um músico melhor. Muito melhor do que era há 22 anos, 40 anos… E posso tocar aquelas músicas, aquilo que fiz, especialmente as linhas de baixo, de uma maneira muito melhor até. E tem isso, todo mundo mais velho, características de temperamento acentuadas, mas essencialmente, somos os mesmos.
Sérgio Britto – Foto Bob Wolfenson
Qual momento da banda que você gostaria de reviver? O que o público pode esperar da turnê? TB: Não existe um momento único, determinado e específico, eu acho que o que eu estou gostando de reviver nesse encontro é esse convívio como um todo. Quer dizer, é fazer o show junto, entrar no palco junto e depois comemorar no camarim, ir para o hotel, e no dia seguinte ir para o aeroporto, todo mundo junto… As conversas que ocorrem coletivas ou individualmente com cada um, esse convívio, né?
E penso que o que o público pode esperar da turnê é isso mesmo. É essa banda reunida com ex-integrantes, numa formação como era ali até 1993. E tocando as músicas que viraram tão importantes. O público pode esperar essa celebração, essa troca de energia com a gente, que estamos esperando do público também.
Branco Mello – Foto Bob Wolfenson
Os anos 1980 foram bastante agitados e efervescentes para o rock nacional. Como enxergam esse cenário hoje? Houve renovação, na sua opinião? Em quais artistas da nova geração devemos ficar de olho? TB: Realmente, os 1980 foram incríveis principalmente para o rock nacional e para essa geração da qual a gente faz parte, que colocou o rock como uma música popular mesmo, ouvida por todo mundo, aparecia nos programas de televisão e estava inserida nesse contexto da redemocratização. Isso é o que acho mais legal de tudo, a nossa geração veio afirmar aquele grito de liberdade, fim da ditadura, denunciando os horrores da ditadura e da repressão, elogiando a importância da democracia, da liberdade.
O cenário de hoje eu não acompanho muito, acho que a gente vai ficando mais velho, tem uma tendência, pelo menos eu, a escutar as coisas de que eu gostava, cada vez eu vou mais para trás. Eu posso dizer muito sobre o cenário do blues nos Estados Unidos, na década de 1930 e 1940. Não é sobre isso que estamos falando aqui (risos). Mas eu sempre fui um grande admirador da força e variedade da música brasileira. Não sou o cara mais indicado para falar de novidades, mas sou um ouvinte atento.
Olhando para trás, quais conselhos vocês dariam para os Titãs de 20 anos? PM: Eu diria: ‘Acredite sempre e trabalhe duro’. NR: Curioso você fazer essa pergunta, porque no meu disco, que acabei de gravar, há um verso de uma das músicas em que falo: ‘Eu não acredito em conselhos’. Então, talvez essa é uma coisa que não é concebível para mim, não dou conselho para ninguém, nem para os meus filhos, a não ser que eles peçam alguma opinião.
É que assim, não existe isso de olhar para trás, é tão especulativo que passa a ser inócuo. É claro que há muitas coisas que fiz das quais gostaria de não ter feito, mas não houve possibilidade. Tanto que eu as fiz e muitas delas involuntariamente. De todas as ordens, ações, reações, falas, comportamentos… E, óbvio, comparar com a forma com que eu vejo minha profissão hoje em dia, há muita bobagem que fiz. Mas, o que vou fazer em relação a isso? Não faço terapia de vidas passadas, não creio nisso. TB: Vale para todo mundo: ‘Acredite em si mesmo, ouse, faça coisas diferentes e não se paute, não se mire pelo que os outros esperam de você. Surpreenda-se mesmo porque você acaba surpreendendo os outros e talvez quem sabe acabe chamando atenção e fazendo sucesso’.
Paulo Miklos – Foto Bob Wolfenson
Qual é a música preferida de cada um? Ou qual o momento favorito entre ensaio, show e composição? PM: São muitas preferidas. Posso citar a primeira de todas: ‘Sonífera Ilha’. E meu momento predileto é, sem dúvida, o show, o encontro com o público, o palco. TB: Não tem uma música preferida, são como filhas e filhos, cada um do jeito que é. Mas tem uma de que eu gosto particularmente que é ‘Polícia’; é uma música minha e que tem uma trajetória muito interessante dentro da carreira dos Titãs. Fiz como um desabafo e virou realmente um hino de uma geração, permanece até hoje como uma música muito atual e ela nunca trilhou os caminhos que uma música trilha para fazer sucesso, como não tocou muito em rádio, nada disso, mas se transformou em um grande sucesso.
Como foram as discussões entre os membros originais para que alguns seguissem carreira solo? Qual rompimento foi o mais difícil e por quê? NR: Não me lembro, não tenho a menor ideia dos rompimentos. A única coisa que posso dizer é que a mais difícil foi a minha própria. Na dos outros, eu não estava presente, fora o do Arnaldo. Mas, vou dizer, o momento mais difícil que vivemos nem se compara com qualquer saída de um membro: foi a morte do Marcelo Fromer. Isso foi um desastre, uma tragédia para a vida de todos nós, que fez com que qualquer aspereza de uma eventual discussão entre nós se tornasse uma questão menor.
Nando Reis – Foto Bob Wolfenson
Todas as questões que geraram as saídas do Arnaldo, do Nando e do Charles foram superadas? A união de vocês está mais sólida e madura agora? TB: Superadíssimas, parecem nem ter acontecido. Tanto é que, como eu já falei, quando a gente se encontrou agora para valer, trabalhar juntos, discutir e definir repertório, é como se nada tivesse mudado. Como se as coisas continuassem iguais, como se eu tivesse ainda uma banda com todos aqueles membros. Então, isso prova que estão tão superadas as divergências eventuais quando se tem uma relação muito profunda e forte que resiste ao tempo e à distância. Acho muito legal porque também é uma maneira de provar isso para todo mundo sem precisar explicar. As pessoas vão olhar a gente no palco e vão entender que todas as separações, as divergências, tudo aconteceu porque tinha que ter acontecido, porque é dinâmica natural do convívio, da criação artística, mas a gente está lá reafirmando o que fizemos juntos e comemorando a potência e a força da nossa música e união. Acho que essa turnê vai entrar para a história do rock brasileiro por tudo isso que estou falando.
Como é ver fãs agora mais velhos entoando hinos como “Polícia”, “Igreja” e “Bichos Escrotos”? Vocês se consideram um sucesso transgeracional? Do que vocês sabem, a maioria da plateia desses shows é composta por jovens ou por fãs de longa data? NR: Não sei se o público vai entoar, mas vou tentar responder diante da minha expectativa. Acredito, pela maneira como eu me reaproximei desse repertório, que ele tenha força e qualidade consideradas transgeracionais. Diria mais, atemporal. Até porque a gente nunca fez música, eu também não faço, acreditando que você se comunica apenas com sua faixa etária. Acho que se comunica consigo mesmo e através dessa comunicação, aquilo que você produz no microcosmo individual se transpõe para aquilo que é universal. E, consequentemente, para aquilo que não está diretamente associado à idade. Os temas, óbvio, as músicas do ‘Cabeça Dinossauro’ foram escritas a partir de um contexto que, curiosamente, guarda mais semelhanças – o contexto político, da conjuntura nacional – com aquilo que já vivemos nos anos 1980 com o que foi nos anos 2000.
Mas a maneira como cada um ouve é tão diversificada, que é impossível mensurar. Eu encontrei, por exemplo, na votação do primeiro turno, um camarada que veio pedir foto comigo, que é fã absoluto dos Titãs com uma camisa da Seleção Brasileira. Quase perguntei para ele: ‘Mas, vem cá, você não entendeu nada?’. Então, assim, vai saber o que se passa na cabeça das pessoas, né. Acho que é provável que tenha gente de todas as idades, fãs da época. O único parâmetro que tenho é a reação das pessoas, desde quando foi anunciada a turnê, de quem me pergunta, pede convite. Aí, sim, são antigos fãs, da minha idade, gente que nunca nos viu e gosta do nosso trabalho. Também vejo isso pelo interesse dos meus filhos e netos.
Arnaldo Antunes – Foto Bob Wolfenson
A letra da música “O Pulso”, com aquela lista de doenças, faz ainda mais sentido para vocês hoje em dia? TB: Está chamando a gente de velho, hein? Não entendi (risos)! Estou brincando. O sentido é de que o pulso ainda pulsa e isso realmente afirma essa permanência que quer dizer: passam as adversidades, passam as coisas boas e ruins, e a gente permanece ali relevante, forte, potente e afirmando e reafirmando que o pulso ainda pulsa. Agora esse outro lado que eu falei brincando também faz sentido, né? Porque estamos todos na faixa aí dos sessenta, já somos tecnicamente idosos e driblando todas as doenças, dores, mazelas, adversidades, governos ruins e dificuldades. E estamos aí cantando em altos brados que o pulso ainda o pulsa, acho que é a grande ideia dessa música brilhante, aliás, é isso mesmo. A letra afirma que a força criativa, a força de vida e a pulsão de viver se impõem sobre todas as adversidades que aparecem na nossa frente. É isso mesmo.
Charles Gavin – Foto Bob Wolfenson
Qual o personagem que cabe a cada um de vocês na banda? Quem é o organizador, quem é o caótico do rolê, quem é o romântico, quem é o revoltado, quem é o mais ligado em inovação e quem é o mais conservador? PM: Temos uma dinâmica muito especial. Mudamos muito de posição na hora do jogo. Se necessário, nos revezamos em ser conciliadores, questionadores ou encrenqueiros. NR: Nenhum de nós é um personagem, o que temos são personalidades e características. De alguma maneira elas se mantêm, porque é uma dinâmica que desenvolvemos e que neste reencontro tem traços de semelhança muito grande na forma. Porque nós, embora estejamos mais velhos, estruturalmente, somos os mesmos indivíduos. Ali, vejo… Esses são alguns estereótipos, que não cabem, são muito redutores. Naquela época, eu, Marcelo e Britto estávamos mais à frente quando tínhamos que falar com empresário, gravadora, representávamos os outros. Então, é uma experiência que tive que, de certa maneira, ainda aplico. O Branco sempre foi o cara que cuidou das imagens, o Charles, mais próximo da questão técnica, do arquivo da música, da relação de conservação. O Arnaldo é aquele sujeito brilhante. O Paulo é um multi-instrumentista, multitalentoso. Ali, as características agem dentro de um equilíbrio que percebo que se mantém. Porque também é a forma que a gente conhece. É o que está acontecendo.
Para quem prefere atrações ‘Made in Brazil’, nossas dicas de programação incluem série nacional de terror e plataforma com um rico catálogo de shows das inúmeras edições anteriores do Rock in Rio
“BLONDE”
Netflix
Dirigido pelo cineasta Andrew Dominik, este longa apresenta uma ousada releitura da história de Marilyn Monroe (1926-1962), com a atriz cubana Ana de Armas no papel da icônica bombshell. Baseado no best-seller de Joyce Carol Oates, o filme reavalia a vida íntima da loira. Adrien Brody e Bobby Cannavale interpretam os dois maridos de Monroe, o dramaturgo Arthur Miller e o jogador de beisebol Joe DiMaggio, respectivamente. Caspar Phillipson interpreta John Kennedy, ex-presidente dos EUA e amante da atriz.
Blonde Netflix | Foto Divulgação
“O VALE DOS ESQUECIDOS”
HBO Max
A produção é a primeira série brasileira de suspense da plataforma. Com dez episódios rodados em Paranapiacaba, ela tem direção de Fabinho Mendonça e Daniel Lieff. Na trama, um grupo de jovens se perde durante uma caminhada de fim de semana e, por causa dos riscos enfrentados na floresta, busca abrigo na vila do Vale Sereno, um lugar amaldiçoado, sem saída e sem comunicação com o resto do mundo. O elenco é formado por atores como Caroline Abras, Jiddu Pinheiro, Daniel Rocha, Rita Batata e James Turpin.
Vale dos Esquecidos – HBO Max | Foto Divulgação
“CÁSSIA ELLER NO ROCK IN RIO”
We Play Music TV
O Rock in Rio 2022 já terminou, mas a WePlay Music TV, primeira plataforma de streaming de shows de música brasileira, disponibiliza shows de bandas e artistas que se apresentaram nas edições anteriores do festival. Entre elas, o show de Cássia Eller em 2001. É antológica a participação de Chicão, filho da cantora, então com sete anos, tocando percussão durante o cover de “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana. Outro show que merece ser revisto é o dos Titãs com o grupo português Xutos e Pontapés, de outubro de 2011.
Cassia Eller – Rock In Rio | Foto Divulgação
“PISTOLS”
Star+
A minissérie com seis episódios é dirigida por Danny Boyle (de “Yesterday” e “Quem Quer Ser um Milionário”) e conta a trajetória de Steve Jones, o guitarrista da lendária banda punk Sex Pistols, que fez um sucesso avassalador na Grã-Bretanha em meados dos anos 1970. Baseada no livro de memórias “Lonely Boy: Tales from a Sex Pistol”, escrito pelo próprio Jones, a série é intensa, engraçada e desoladora ao mostrar a vida de jovens trabalhadores, bagunceiros e “sem futuro”, revoltados com o capitalismo e o conservadorismo da monarquia e dos governantes.
Gastronomia, bares, shows, teatros, filmes, exposições, e muito mais! Confira a programação completa para aproveitar o mês de setembro
Encontro criativo
Até o dia 11, acontece na cidade um dos maiores encontros urbanos de design do mundo, o Festival DW. Desde seu nascimento, há 11 anos, a Semana de Design de São Paulo, como também é conhecida, tem como objetivo promover a cultura do design e suas conexões com a decoração, arquitetura, arte e diversos outros temas da economia criativa. Palestras, visitas guiadas, exposições, instalações, intervenções artísticas e urbanas, seminários, feiras de negócios, prêmios, festas e lançamentos de produtos ocorrem em shoppings, lojas, museus e universidades. A programação completa pode ser conferida em wwww.designweekend.com.br.
Foto divulgação
Arte 360º
A artista e designer de joias Elisa Stecca expõe até 7 de setembro na Biblioteca Mario de Andrade suas mais recentes criações. Da pedra ao ouro, da borracha à prata, do colar à aquarela, da gravura ao vidro, da escultura ao livro de caixinha, Elisa tira inspiração dos suportes mais variados. A mostra “Improvável” funciona como uma imersão no intenso processo criativo da artista. Entrada gratuita. Rua da Consolação, 94, Centro, tel. 3150-9453.
Desfile japa
Considerado o melhor rodízio de comida japonesa em São Paulo, o Oguru Sushi Bar acaba de abrir mais uma unidade, agora no shopping Market Place. Pelo valor fechado de R$ 169, o cliente pode degustar à vontade sashimis, sushis, temakis, usuzukuris, oniguiris, entradinhas, pratos quentes e sobremesas. Servido de segunda a sexta-feira no almoço, o menu executivo tem opções com preços a partir de R$ 79. Avenida Dr. Chucri Zaidan, 902, piso térreo, Brooklin, tel. 5183-7106.
Oguru Beef Sushi com ovo frito – Foto divulgação
Banzo sertanejo
O restaurante Macaxeira é conhecido na Zona Leste por oferecer o que há de melhor na gastronomia sertaneja. Para o happy hour, serve petiscos como torresmos, dadinhos de tapioca e caldo de mocotó. Para refeições mais substanciosas, tem pratos fortes e cheios de sabor, como sarapatel e baião de dois. Para bebericar, oferece caipirinhas variadas, além de dezenas de cachaças selecionadas por Leandro Batista, 1º sommelier de cachaça do Brasil. Rua Emília Marengo, 185, Jardim Anália Franco, tel. 2671-2233.
Escondidinho de Carne Seca do Macaxeira – Foto Elvis Fernandes
Spaghetti rock
O palco do Espaço Unimed recebe no dia 8 de setembro o show do quarteto italiano Måneskin, uma das bandas mais tocadas nesses últimos meses no mundo todo, graças a megassucessos como “Beggin’”, “I Wanna Be Your Slave” e “Supermodel” e ao grande prêmio conquistado no concurso Eurovision de 2021. A passagem por São Paulo, como parte da turnê “Loud Kids Tour”, acontece no dia seguinte à apresentação da banda no main stage do festival Rock in Rio. Ingressos a partir de R$ 190. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda.
Måneskin – Foto divulgação
Salve, simpatia!
Com 83 anos de idade, o rei da simpatia, Jorge Ben Jor vem a São Paulo para fazer um único show no dia 10 de setembro, no Espaço Unimed (antigo Espaço das Américas). O mestre do sambalanço vai fazer a plateia sacudir ao som de sucessos como “Samba Esquema Novo”, “Mas Que Nada”, “País Tropical”, “ Que Pena”, “Take it Easy my Brother Charles”, “Jorge da Capadócia” e “Taj Mahal”. Ingressos de R$ 60 a R$ 280. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda.
Jorge Benjor – Foto divulgação
Pro dia nascer feliz
Novo empreendimento dos sócios da hamburgueria Patties e do Bar Guarita (Jean Ponce, Greigor Caisley e Nick Johnston), o Fechado Bar tem ótimos drinques criados por Alice Guedes e gostosos brunchs. Entre as opções para começar bem o dia, o menu oferece cafés especiais do Cerrado mineiro, ovos mexidos servidos com cogumelos, linguiça artesanal, chutney de tomate e pão de fermentação natural e ainda waffles de pão de queijo com doce de leite. Rua Bela Cintra, 676, Consolação, tel. 99812-4889.
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