Filmes, shows e festas no Vibra Open Air, que acontece no Jockey Club Brasileiro, no Rio

Filmes, shows e festas no Vibra Open Air, que acontece no Jockey Club Brasileiro, no Rio

Vibra Open Air tem filmes projetados a céu aberto em telona do tamanho de uma quadra de tênis e muitas outras atrações para animar as quentes noites de primavera

De 5 a 22 de outubro, a megatela de 325 metros quadrados do Vibra Open Air exibe clássicos, blockbusters, filmes nacionais, cults e sucessos infantojuvenis no Jockey Club Brasileiro. A sessão de abertura apresenta como atração principal Casablanca (1942), estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, celebrando os 100 anos dos estúdios Warner Bros. Nos outros dias, a programação inclui Barbie, Oppenheimer, Besouro Azul, A Pequena Sereia, Elementos, Indiana Jones e a Relíquia do Destino, Asteroid City, O Exorcista, O Iluminado e até o recém-lançado Meu Nome É Gal. A projeção digital com imagens cristalinas é complementada por um potente sistema de som, com 28 caixas Dolby Digital Surround. Confira a programação completa em www.openairbrasil.com.br.

 

foto divulgação

 

Jockey Club Brasileiro
Praça Santos Dumont, 31, Gávea.
Ingressos a partir de R$ 35.

Fora de série: Veja os principais destaques do mês de agosto nas plataformas de streaming

Fora de série: Veja os principais destaques do mês de agosto nas plataformas de streaming

Nos streamings, “One Piece” é inspirada em uma HQ japonesa de sucesso; HBO Max apresenta série ‘true crime’ protagonizada pela estrela de “Wanda Vision”; Disney+ traz animações que lançam um novo olhar sobre a África e Amazon Prime Video aposta em comédia com Monica Iozzi e Miguel Falabella

“ONE PIECE”
Netflix
Dia 31 de agosto, estreia esta série com oito episódios que é uma adaptação em live-action do mangá homônimo criado por Eiichiro Oda. A trama segue a história de Monkey D. Luffy, garoto que sonha em se tornar o Rei dos Piratas. Na infância, Luffy comeu sem querer um fruto encantado que deixou seu corpo com propriedades de borracha e o fez perder a capacidade de nadar. A atração chega como uma das mais caras da história: cada episódio tem um orçamento de US$ 18 milhões – mais do que “Game of Thrones”!

 

Foto Divulgação

 

“NOVELA”
Amazon Prime Video
Esta série também em oito episódios conta a história de Isabel (Monica Iozzi), uma roteirista que trabalha para, um dia, ser a autora de uma novela das nove. Quando a oportunidade enfim chega, ela é traída por seu mentor, Lauro (Miguel Falabella), que emplaca um folhetim de sua autoria. No dia da estreia dessa produção, Isabel acaba entrando magicamente na novela como protagonista. Aí começa a loucura! O projeto é produzido pelo Porta dos Fundos para a Amazon Studios, tendo João Falcão como showrunner.

 

Foto Divulgação

 

“KIZAZI MOTO: GERAÇÃO FOGO”
Disney+
Esta antologia de animação de ficção científica apresenta dez visões futuristas da África, inspiradas nas diversas histórias e culturas do continente. Com produção-executiva do diretor vencedor do Oscar, Peter Ramsey, esses dez curtas-metragens feitos por uma nova geração de criadores de animação se baseiam em perspectivas únicas africanas para imaginar mundos novos de tecnologia avançada, alienígenas, espíritos e monstros. Aqui, é possível termos contato com uma África nunca vista.

 

On Foto Divulgação

 

“AMOR & MORTE”
HBO Max
Baseada num crime real, a série em sete episódios é produzida por Nicole Kidman e David E. Kelley, a mesma dupla da ótima “Big Little Lies”. Na trama, Candy (Elizabeth Olsen, de “Wanda Vision”) é uma dona de casa texana que tem uma vida maçante como a de suas colegas de igreja. Entediada no casamento, Candy inicia um caso extraconjugal com Allan (Jesse Plemmons), marido de sua vizinha Betty (Lily Rabe). O affair vai bem, até a hora em que Allan decide dar um tempo. Aí a coisa esquenta e resulta em uma morte brutal!

 

Foto Divulgação

4 lançamentos imperdíveis nas plataformas de streaming

4 lançamentos imperdíveis nas plataformas de streaming

Netflix aposta em nova super-agente internacional; Lionsgate+ traz de Portugal uma série sobre a saga de uma dona de casa que vira assaltante de bancos; Globoplay celebra os 60 anos de Xuxa e Star+ leva Maggie, a bebê da família Simpson, para outros universos

“HEART OF STONE”
Netflix
Em cartaz a partir do dia 11 de junho, este filme de ação foi criado para ser uma versão feminina de franquias como “007”, “Bourne” e “Missão Impossível”. Com a israelense Gal Gadot (de “Mulher Maravilha”) no papel principal, a superprodução acompanha a agitada rotina da agente de inteligência especial Rachel Stone, que trabalha para uma organização internacional que busca a paz. Na trama do filme, ela se esfola para evitar um grande confronto que pode desencadear uma nova guerra mundial.

Heart Of Stone é um dos lançamentos da plataforma Netflix em junho - Foto divulgação

Heart Of Stone – Foto divulgação

 

“VANDA”
Lionsgate+
Baseada em uma história real, a série portuguesa “Vanda” é um sucesso internacional. A produção, com oito episódios, relata a saga de uma cabeleireira de Lisboa que, afundada na crise financeira de 2008, se vê sozinha, falida e com dois filhos para criar. A saída que ela encontra para sustentar sua família é vestir uma peruca loira, empunhar uma arma de brinquedo e rodar o país assaltando uma série de bancos. Quem interpreta o papel principal é Gabriela Barros, atriz e vocalista da banda lusitana Seda.

"Vanda" - Foto divulgação

“Vanda” – Foto divulgação

 

“MAGGIE EM NÃO EXATAMENTE ROGUE ONE”
Star+
Depois que a Disney incorporou a Fox, vários “crossovers” vêm sendo feitos entre estrelas de um estúdio e de outro. A bebê Maggie Simpson, depois de interagir com os Vingadores, da Marvel, agora invade o universo Star Wars. Neste curta disponível na plataforma Star+, ela se perde de seu pai, Homer, quando os dois estão a caminho da creche, e embarca em uma aventura intergalática com Grogu (também conhecido como Baby Yoda), trazendo a batalha espacial de “Guerra nas Estrelas” para Springfield.

Maggie em Rogue One - Foto divulgação

Maggie em Rogue One – Foto divulgação

 

“XUXA, O DOCUMENTÁRIO”
Globoplay
No ano que a Rainha dos Baixinhos comemora 60 anos, a Globoplay exibe “Xuxa, o Documentário”, com direção-geral de Pedro Bial. A produção estará disponível na plataforma a partir do dia 13 de julho, dividida em cinco episódios e com depoimentos de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, (o Boni), Sérgio Mallandro, Renato Aragão e muitos outros. Um dos pontos altos e ansiosamente aguardado é o encontro entre a apresentadora e sua ex-diretora, Marlene Mattos – após um rompimento de quase duas décadas.

"Documentário da Xuxa" é um dos lançamentos da plataforma Globoplay- Foto divulgação

Documentário da Xuxa – Foto divulgação

De Elis Regina à Lara de “Um Lugar Ao Sol”, Andréia Horta empresta sua voz e seu corpo a personagens complexas, potentes e genuinamente brasileiras

De Elis Regina à Lara de “Um Lugar Ao Sol”, Andréia Horta empresta sua voz e seu corpo a personagens complexas, potentes e genuinamente brasileiras

Com várias produções biográficas no currículo, a atriz e apresentadora mineira Andréia Horta agora se prepara para dar vida à mãe da dupla Chitãozinho e Xororó em nova série da Globoplay

Para dar vida às suas personagens, Andréia Horta recorre ao silêncio e à escuta. “Eu me calo para ouvir com clareza o que aquela história quer gritar”, explica. Depois, de ouvinte, se faz intérprete. Compartilha sua voz e seu corpo com outro alguém e, através de si, o permite que fale, cante e brade por liberdade. A imersão nesses universos particulares é também um mergulho solitário em si mesma.

Foi seguindo esse método que a atriz construiu Lara, sua mais recente personagem e a heroína da novela global “Um Lugar Ao Sol” – uma gastrônoma que parte de Minas Gerais para o Rio de Janeiro na tentativa de abrir seu próprio restaurante. Antes desse sonho se concretizar, ela vende quitutes nas ruas da metrópole. “O silêncio do estudo me trouxe memórias do início da minha carreira, de quando eu mesma, vinda de Juiz de Fora, fazia e vendia bolo de laranja, torta de carne moída e até poesia nas ruas paulistanas para custear meu sonho de ser atriz.”

 

A atriz em cena na novela “Império” ao lado do ator Alexandre Nero | Foto Alex Carvalho | Globo

 

Andréia já foi muitas. Viveu a revolução na pele, como Joaquina, a filha de Tiradentes na minissérie “Liberdade, Liberdade” (2016); foi filha de comendador em “Império” (2015); denunciou os horrores das internações psiquiátricas no extinto manicômio de Barbacena, na série “Colônia” (2021); e cantou a revolta contra a ditadura militar como Elis Regina, no cinema – papel que lhe rendeu, inclusive, indicação ao Emmy e um Kikito no Festival de Cinema de Gramado.

Em 2022, prestes a completar 39 anos de idade e 22 de carreira, ela se prepara para ampliar a coleção de biografias vividas. Vai encarnar dona Araci, a mãe de Chitãozinho e Xororó, na série “As Aventuras de José e Durval”, que deve chegar ao Globoplay nos próximos meses.

Em entrevista à 29HORAS, a atriz comentou seus trabalhos mais recentes, celebrou os ecos da obra de Elis em sua vida e refletiu sobre o papel transformador da arte. Confira os principais trechos dessa conversa.

 

Foto – Fotógrafo: Marcus Leoni @marcusleonii | Diretora de arte: Renata Willig @renata_willig | Make/Hair: Cristian Dalle @cristian.dalle | Stylist: Yakini Rodrigues @yakini_kiki

 

 

 

A Lara, de “Um Lugar Ao Sol”, é mineira como você. Interpretá-la é um retorno às suas origens?
Sem dúvida. Embora tenhamos ambições diferentes, nós compartilhamos uma alma muito próxima. Um frescor que vem da nossa origem e extravasa no nosso jeito de falar. Foi uma experiência muito acolhedora e feliz poder compor essa personagem a partir da musicalidade primeira da minha vida, que é o sotaque mineiro. A Lara fala como a Andreia, ri as mesmas gargalhadas e tem uma simplicidade que encanta.

 

Assim como a Lara se aventurou pela metrópole, de Juiz de Fora você veio para São Paulo estudar teatro e, antes de se firmar como atriz, chegou a improvisar como “empreendedora das ruas”. Vendeu bolo, torta e até poesia. Como foi esse período? Quais são as suas principais memórias dessa época?
Foi um momento muito duro financeiramente, mas ainda assim, um dos mais férteis para o meu desenvolvimento artístico. As ruas foram um super laboratório. Vivi momentos de intenso contato humano, estava sempre cercada de gente, e elas viraram parte do meu estudo cênico. Essa experiência também me ensinou muito sobre a necessidade de se acreditar no trabalho que se faz. Eu sempre amei escrever e rabiscava versos há um tempo, mas levar às ruas o meu livro, escrito a próprio punho, me fez mais corajosa com relação a minha arte e mais inspirada a produzir.

 

Andréia Horta como Lara, ao lado da atriz Marieta Severo - Foto Fábio Rocha | Globo

Andréia Horta como Lara, ao lado da atriz Marieta Severo – Foto Fábio Rocha | Globo

 

Você chegou a declarar em entrevistas que a Lara é um desafio diferente, em comparação às personagens que estava acostumada a viver. O que ela traz de novo?
É uma personagem difícil porque combina potência e ingenuidade de uma forma muito ímpar. Ela é uma mulher firme e com muita consciência do que deseja para si, mas, ao mesmo tempo, está atravessada pelo amor que sente e se deixa levar a conflitos éticos que a afastam de seu senso de justiça e honra, muito fortes. Ela é cheia de saudade e mistério, mas muito límpida e simples. É um equilíbrio delicado. Entender essa tônica e construí-la em todas as suas nuances foi desafiador.

 

Seja vivendo Lara, Joaquina ou Elis, sua carreira é marcada por personagens mulheres, fortes, potentes e (por que não?) empoderadas. Qual é o papel da arte na construção e desconstrução do feminino?
Bertold Brecht disse uma vez que “a arte serve para denunciar o velho e anunciar o novo”. Quando estamos em um set ou em um palco, diante de um personagem, assumindo seu lugar, estamos também assinando aquela mensagem, nos posicionando perante o mundo. E é crucial nos posicionarmos avessos a qualquer possibilidade de seguir perpetuando a narrativa da mulher insegura, histérica e submissa. Esse tipo de representação, mais que ultrapassada, é irreal e nos limita. A arte, com todo o seu alcance, pode apontar novos caminhos, em direção a um mundo mais justo e, enquanto artista, fico muito feliz de estar nessa posição e poder dar vida a mulheres de todas as faces e interiores.

 

FOTO GLOBO | SERGIO ZALIS

FOTO GLOBO | SERGIO ZALIS

 

 

Você também está acostumada a encarnar papéis com altíssimo teor dramático, a exemplo da prostituta Valeska, que é internada no Manicômio de Barbacena, na série “Colônia”. Como manter o equilíbrio emocional em trabalhos deste teor, sobretudo em um momento difícil como o que estamos passando desde 2020?
Meu exercício de vida é entender, todos os dias, que esse é o meu ofício, e parte dele consiste em fluir por energias distintas da minha e carregar pesos que, na maioria das vezes, nunca foram meus. Eu busco sempre situar e delimitar muito bem a vivência da personagem e dissociá-la da minha. Assim, quando é necessário me retirar dela, faço isso com a clara consciência de que aquela dor não segue comigo.

 

Aliás, o que fez durante esses dois anos de pandemia para se manter centrada e em sintonia consigo mesma?
Eu estudei muito, principalmente literatura. Li Machado de Assis, Clarice Lispector, Hannah Arendt, Dostoiévski. Foi visceral. Também fiz a energia criativa circular em novos projetos. Um deles, de que me orgulho muito, é o “Cara Palavra”, uma peça desenvolvida 100% à distância, no formato de um “diário de quarentena”, que ficou em cartaz em transmissões virtuais no final de 2020. Éramos eu na minha casa no Rio de Janeiro, Débora Falabella em um palco de teatro, Bianca Comparato em Los Angeles e Mariana Ximenes em São Paulo dividindo com a plateia nossas angústias e descobertas no isolamento. Transformar essas incertezas em arte nos ajudou a ficar de pé.

 

Em 2022, o Brasil completa 40 anos sem Elis, personalidade que você já viveu duas vezes, no cinema e no streaming. O que Elis representa hoje para você? Como você situa essa mulher na sua e na história do nssso país?
Elis ecoa em mim desde muito antes de eu ser convidada a vivê-la no cinema. Eu a escuto desde muito nova e mergulho nela desde então, imergindo em entrevistas, artigos, vídeos, documentos pessoais. Ela foi uma mestra na minha vida e me fascina com a sua coragem de ser o que era. Elis deixa para o Brasil uma obra colossal, um legado de perfeição técnica e uma habilidade própria de ser clara e incisiva nas mensagens que cantava. Eu bebi muito dessa fonte, e o país também. Ela é uma de nossas maiores vozes, que se elevou por nós em um momento tão agudo da nossa história, durante o qual se posicionou e se manteve indignada até o fim.

 

Andréia no papel de Elis Regina - Foto André e Carioba

Andréia no papel de Elis Regina – Foto André e Carioba

 

O que, durante o processo de imersão e estudo de Elis, mais te marcou?
A relação dela com o canto. Elis dizia que cantar é um ato que se comete absolutamente sozinho, e ela adorava isso. Naquele momento em que estava dentro de uma canção, ela estava também viajando por dentro de si, e toda essa verdade visceral nos atingia como público. Também me fascinou a maneira como ela sabia escrever cartas de amor para as pessoas que amava. Ela tinha um lirismo tão potente, que emociona tanto quanto sua música. No fundo, acho que tudo nela me marcou.

 

Este ano você se prepara para viver outra biografia, agora na pele de dona Araci, mãe da dupla Chitãozinho e Xororó. É mais difícil encarar um personagem real?
Não sei se é mais difícil, mas é diferente. Para dar vida a alguém que já existiu, temos acesso a registros e relatos que nos oferecem todas as nuances que uma existência pode ter. Mas isso não impede nosso exercício de criação. Aliás, nessa série, eu não me ocupei em perseguir e reproduzir à risca o modo como a Dona Araci falava ou se movimentava. Recorri à imaginação. Imaginei o que uma figura materna representaria naquela história e construí essa persona a partir desse estalo.

 

E o que ela representa?
Força. Dona Araci teve oito filhos, driblou a fome e a falta de amparo com amor e delicadeza. Ela representa a maternidade em sua mais pura essência.

 

Andréia Horta no cenário do programa "O País do Cinema", do Canal Brasil - foto Ana Paula Amorim | Canal Brasil | divulgação

Andréia Horta no cenário do programa “O País do Cinema”, do Canal Brasil – foto Ana Paula Amorim | Canal Brasil | divulgação

 

Você também é a apresentadora do programa “O País do Cinema”, no Canal Brasil. Hoje esse título chega a ser quase irônico… Como você avalia o atual momento do cinema brasileiro?
Mais do que irônico, é trágico. Presenciamos um desmonte brutal da nossa Cultura que, apesar de não receber incentivos, é o que nós temos de mais rico. Antes de ser atacado, o cinema nacional vivia um período de efervescência, em todos os gêneros, da comédia ao terror. Com esses cortes, fica claro o esforço que o governo faz para atrapalhar os artistas e impedir que eles coloquem seus depoimentos e denúncias no mundo.

 

Há saída?
Com certeza, e ela depende de nós e da nossa luta. Toda sociedade precisa de seus artistas, pensando o mundo à frente e mostrando ao ser humano o próprio ser humano. Nosso trabalho é muito importante e esses caras sabem disso, é por isso que tentam destruí-lo. Mas não vão conseguir. Somos muito mais numerosos, temos coração e estamos vivos. Um dia, até essa treva em que nos encontramos, nas nossas mãos, há de virar arte.