Designers e marcas de decoração exportam peças e se consolidam com aberturas de lojas fora do país

Designers e marcas de decoração exportam peças e se consolidam com aberturas de lojas fora do país

Lojas e showrooms de designers cheios de brasilidade em sua essência começam a se multiplicar em endereços disputados pelo mercado de arquitetura e decoração no mundo

A utilização de materiais autênticos e o refinamento em acabamentos – resultando em peças com personalidade – têm destacado designers e marcas brasileiras no exterior. Lojas e showrooms cheios de brasilidade em sua essência começam a se multiplicar em endereços disputados pelo mercado de arquitetura e decoração no mundo, como Milão, Londres, Nova York e Dubai.

A Ornare, que teve a sua primeira loja na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, em 1993, é conhecida pelo mobiliário sob medida de alto padrão. Em abril, a marca anunciou a abertura de sua primeira flagship store na Europa, em Milão. O local escolhido para abrigar a unidade de 450 metros quadrados foi o imponente Palazzo Gallarati, datado do século 18, localizado no icônico Quadrilatero della Moda, na Via Manzoni – região famosa pelas diversas grifes. “Estamos preparados para encantar e inspirar, elevando a experiência a níveis de sofisticação e inovação no exterior”, compartilha Esther Schattan, sócia-fundadora da Ornare.

 

Closet da Ornare, em Milão – foto divulgação

 

Com um design sem excessos, a coleção Timeless Collection – protagonista da marca em Milão – é composta por móveis atemporais e feitos para durar gerações. A escolha da madeira maciça certificada, aliada à alta tecnologia e manufatura, garante um resultado de alta qualidade e duradouro. Quem passar pela loja na cidade italiana pode conhecer ainda outras linhas, como a Colette – que se destaca por sua ampla variedade de composições e design elegante, e inclui diversos ornamentos, como rodapé, rodateto, prateleiras, pés, tampos de mesa, paneleiro e portas com molduras entalhadas inspiradas em boiserie.

Já a Breton, marca brasileira com mais de 50 anos de mercado, inaugurou em março a sua primeira loja internacional, em Dubai. Com quase 3 mil metros quadrados, o novo showroom fica localizado na Al Wash Rd, um dos pontos mais disputados de Dubai, e tem estética moderna e elegante, ressaltando o mobiliário autoral brasileiro. A vitrine, que conta com uma coleção exclusiva em forma de cubo, junto com o projeto de interiores, foi assinada por Fernanda Marques – uma das arquitetas mais premiadas do Brasil.

Para a loja de Dubai, Fernanda também criou móveis que fazem parte da coleção I’ am Breton Brasil, como as mesas Gravetos, que podem ser configuradas de acordo com a necessidade de cada cliente, como mesa de centro ou lateral. Também serão lançados novos modelos de luminárias, a poltrona Maxx, cadeira Maxx, e a Chaise Fly. Além do sofá Lanscape e mesas da coleção Serras, lançadas no Brasil, que se renovam com novas possibilidades de acabamentos. “Foi um privilégio trabalhar em um espaço como esse, em terras tão distantes, tendo como base móveis desenvolvidos e criados por nós. Trabalhar dentro de condições de clima tão adversas e de uma cultura tão diferente da nossa nos fez refletir e projetar de uma forma que fosse muito assertiva”, afirma a arquiteta.

 

Loja da Breton em Dubai – foto divulgação

 

E a Evviva – marca gaúcha de móveis planejados – deu os primeiros passos no mercado externo, com a inauguração dos showrooms no Paraguai e em Portugal. Já no primeiro trimestre deste ano, a empresa anunciou também a inauguração da primeira loja na América Central, na República Dominicana, e avança com negociações no Panamá, Uruguai, Chile e Canadá.

“Costumamos dizer no mercado externo que a Evviva é uma alfaiataria de móveis, o que em alguns países pode soar um pouco estranho pois estão acostumados com móveis modulares ou medidas pré-determinadas, e isso é um diferencial para a marca”, explica Diego Machado, diretor da Evviva. Os produtos que mais se destacam fora do país são as cozinhas em aço inoxidável combinadas ou não com outros acabamentos, dormitórios, salas, painéis lisos, ripados e treliças. “Além das operações em Cascais, Ciudad Del Este e Santo Domingo, em breve devemos inaugurar operações em Toronto e Montevidéu.”

Exportação em alta

Há mais de 35 anos no mercado, a catarinense Bell’Arte é reconhecida pela dedicação à originalidade na fabricação de produtos de decoração de alto padrão. No último mês, a empresa fez sua estreia na ICFF 2024 – a principal feira de móveis contemporâneos da América do Norte. A 35ª edição do evento aconteceu em Nova York – porta de entrada para o mercado de design dos Estados Unidos. A feira contou com palestrantes do setor de mobiliário, oportunidades de networking, apresentação de inovações materiais e as mais recentes abordagens sustentáveis.

 

A poltrona Wave da Bell’Artes – foto divulgação

 

Engenheiro de produção, designer autodidata e CEO da marca, Crystian Freiberger explora formas, materiais e tecnologias que agregam funcionalidade e encanto aos produtos que assina. Em 2023, essa dedicação se materializou com a conquista da premiação Gold Winner no concurso internacional A’ Design Award, com a poltrona Wave. Hoje, a Bell’Arte exporta para Estados Unidos, Porto Rico, Equador, República Dominicana, Uruguai, Panamá, Bolívia, Peru, Paraguai e África do Sul.

Secretário executivo do Observatório do Clima analisa a tragédia causada pelas chuvas no RS

Secretário executivo do Observatório do Clima analisa a tragédia causada pelas chuvas no RS

“Vamos ter que mudar ou seremos atropelados pela mudança”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima

Estamos batendo recordes
“De quatro anos para cá, tivemos diversos avisos de que esse momento extremo estava próximo. Enchentes em Recife, chuvas em Petrópolis (RJ), São Sebastião (SP), no sul da Bahia e no norte de Minas, incêndios no Pantanal, seca na Amazônia e no Rio Grande do Sul e nesse mesmo estado chuvas fortes em 2023. Esses eventos estão sendo calculados há muito tempo no mundo todo, estamos batendo recordes: os nove anos mais quentes já registrados na história são os últimos nove. Vamos ter que mudar ou seremos atropelados pela mudança.”

Não foi prioridade na agenda
“O governo do Rio Grande do Sul participou das três últimas conferências internacionais de clima, sabia de tudo o que poderia acontecer no seu estado, recebeu os avisos, mas não deu atenção. Em 2019, o governador mutilou o código ambiental do estado, mudou 400 regras e flexibilizou o licenciamento. Em 2021, aconteceu o evento de seca, mas não houve melhora da legislação; em 2022, a mesma coisa. Esse desastre foi anunciado, dito, estudado e apresentado à exaustão.”

 

Projeto do Parque Benjakitti Forest, sob conceito de “cidade-esponja”, na Tailândia – foto Turenscape | Srirath Somsawat

 

Combater, adaptar e planejar
“São três estágios de atuação. O primeiro é quando você ataca o problema. No Brasil, metade das emissões de gases de efeito estufa vem do desmatamento; portanto, nossa primeira missão é zerá-lo. Primeiramente porque grande parte acontece na Amazônia e é quase todo ilegal, e depois porque ele desregula toda a produção de chuvas que abastecem hidrelétricas e o agronegócio – segmentos importantes da nossa economia. O segundo estágio é se adaptar a um problema que já temos contratado: o planeta aqueceu cerca de 1,2 grau e vai continuar aquecendo, independentemente do que a gente faça. E o terceiro estágio é lidar com o desastre, quando é preciso evacuar áreas, deslocar pessoas, fornecer alimentos, medicamentos, assistência psicológica, todo o plano de resgate. Não podemos pensar nisso quando a água estiver batendo na cintura.”

A lição de outros países
“Na China, as ‘cidades esponja’ usam diversos recursos naturais para absorver a água da chuva e evitar inundações, como pavimentos e calçadas permeáveis e jardins de chuva. No Japão, com os terremotos, que não estão relacionados à mudança do clima, houve toda uma adaptação na engenharia, no treinamento da população e no planejamento. A Holanda e outros países europeus têm sistemas de diques e comportas para evitar inundações. Esses países aceitaram, entenderam e trabalharam sobre o problema. Essa é a lição: aceitar, acatar a existência.”

 

Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima – foto Márcia Alves

Restaurante So-Lo abre unidade no Leblon e aposta na sustentabilidade e nos ingredientes orgânicos

Restaurante So-Lo abre unidade no Leblon e aposta na sustentabilidade e nos ingredientes orgânicos

Com cardápio bem variado, o So-Lo tem opções para brunch, almoço e jantar – tudo preparado com ingredientes orgânicos e fornecidos por produtores locais

Recém-inaugurada, a unidade do restaurante So-Lo no Leblon aposta na sustentabilidade e no uso de ingredientes orgânicos e locais, assim como a matriz, que fica em Ipanema. Só que, na matriz, a ênfase é nos brunchs, enquanto na nova casa o foco é também nos almoços e jantares. No eclético cardápio, é possível encontrar delícias como o falafel com hommus de beterraba e tzatziki, o atum em crosta de chia com macarrão de arroz e brócolis, o curry de legumes com leite de coco e castanha de caju, o peixe grelhado com camarões e molho de limão, os varenikes, o frango com molho de mostarda, o filé mignon com chimichurri e a couve-flor empanada com molho de cogumelos e gergelim.

Para quem prefere um sanduba, vale provar o de rosbife e o de camarão com alface romana, farofa de bacon e molho ceasar no pão folha. Da padaria saem também burekas, babkas de chocolate, apple rolls, sonhos com doce de leite, cookies e bolos.

 

Seleção de vegetais grelhados – foto Rodrigo Azevedo

 

So-Lo
Avenida Ataulfo de Paiva, 1.120, Leblon.
Tel. 21 99202-4587.

Inverno 2024 na Serra da Mantiqueira começa cheio de novidades em passeios, hotelaria e gastronomia!

Inverno 2024 na Serra da Mantiqueira começa cheio de novidades em passeios, hotelaria e gastronomia!

Entre as diversas novas atrações desta temporada de inverno, vale destacar a abertura do Parque Bambuí, o hotel Botanique recuperando a proposta e os padrões da época de sua inauguração e o enoturismo na Vinícola Ferreira, agora com rótulos premiados na Europa

Todo ano é a mesma coisa: o inverno chega e, em um movimento inverso, os paulistanos sobem a serra. Começa este mês a temporada 2024 nas cidades que compõem a Serra da Mantiqueira, que sempre preparam novidades para os visitantes da vez. Entre elas, destaque para um novo parque, uma vinícola premiada que se abre para o público e um hotel fabuloso que acaba de ganhar novo fôlego.

Depois de uma mal-sucedida parceria com o grupo Six Senses, o Botanique está sob nova direção, resgatando a coerência e a excelência que marcaram os primeiros anos do empreendimento, inaugurado há pouco mais e uma década. Com apenas sete apartamentos e 13 lindas vilas privativas espalhadas pela exuberante vegetação, o hotel oferece uma experiência de luxo única, baseada no bem-estar, na conexão com a natureza e em uma gastronomia inspirada pelas tradições locais – tudo em elegantes ambientes decorados sem excessos e sem emular chalés alpinos.

 

A fachada do Hotel Botanique Experience – foto divulgação

 

O restaurante Mina agora é comandado pelo chef Cristóvão Duque, que aprimorou seu talento na École de Cuisine Alain Ducasse e trabalhou em uma cozinha estrelada na Borgonha. Não deixe de provar seu wellington de mignon suíno servido com pêssegos assados e seu magret de pato acompanhado de purê de maçã.

O spa ganhou um deck com vista para as montanhas e novos tratamentos, como a massagem inspirada em movimentos de cura indígenas. Outra boa novidade é o bar que agora ocupa o lugar onde funcionava o cinema. O local é perfeito para tomar um drinque observando as estrelas do céu e para curtir os shows de jazz que animam as noites de sábado.

 

Salão do restaurante Mina, no Botanique – foto divulgação

 

Rebatizado como Hotel Botanique Experience, essa referência da hospitalidade nacional fica dentro de uma reserva de Mata Atlântica de Altitude com 1,2 milhão de metros quadrados, a 20 km do centrinho de Campos do Jordão e a apenas 8 km de Santo Antônio do Pinhal. As diárias variam de R$ 2.500 a R$ 6.000, mas a “entrega” justifica cada centavo desembolsado.

Ali perto, também na entrada de Campos para quem vem de São Paulo, foi inaugurado no final do ano passado o Parque Bambuí, um complexo de lazer que fica próximo do Hotel Toriba – e pertence aos mesmos donos. São 336 mil metros quadrados de área verde, com três lagos, uma Maria-Fumaça de 1920 ainda em operação, várias obras de arte espalhadas pelo bosque, um bar da cervejaria artesanal e um restaurante. O bar é tocado pelo pessoal da Gård (fazenda, em dinamarquês), que serve ali quatro de suas brejas – a bohemian pilsner, a wheat, a IPA e a escura Tmavé. Para beliscar, as melhores opções são o choripán e a currywurst.

 

Vista do lago do Parque Bambuí – foto divulgação

 

Já o restaurante Casa Bambuí é comandado por Anouk Migotto, conhecida por seu trabalho à frente do Donna Pinha, de Santo Antônio do Pinhal. Com um menu inspirado nos sabores da Mantiqueira e ingredientes locais, ela aposta em receitas como o Faux Gras (versão vegana do foie gras, feita com cogumelos, pinhões e lentilhas) e o cordeiro com aligot. Na hora da sobremesa, não deixe de provar o souflée de frutas vermelhas.

Entre as obras de arte do parque está a impactante escultura “Voo dos Pássaros”, criada pelo artista visual Eduardo Srur com mais de mil gaiolas apreendidas pela Polícia Federal em operações contra o tráfico de animais silvestres.

 

A escultura do artista plástico Eduardo Srur instalada no Parque Bambuí – foto divulgação

 

Mais distante, ali para os lados da Pedra do Baú e do projeto EntreVilas, já no município de Piranguçu (no estado de Minas Gerais), funciona a Vinícola Ferreira. O caminho até lá não é para qualquer carro, mas o que se vê ao chegar é algo impressionante: dezenas de hectares com vinhedos cobertos (para proteger as videiras das chuvas) e uma imponente construção onde as uvas são vinificadas, engarrafadas e armazenadas até o ponto ideal.

Recentemente, o Piquant Soléil, elaborado unicamente com uvas syrah, faturou em 2023 uma medalha de ouro na competição organizada pela revista britânica “Decanter”. Cada garrafa deste rótulo custa R$ 450. Outro rótulo cobiçado da vinícola é o São Bernardo, feito com um blend de uvas cabernet sauvignon, cabernet franc, marsellan, petit verdot e syrah. Com preço na faixa dos R$ 300 e ele ganhou em 2022 uma medalha de prata na PWC (Paris Wine Cup). O rosé Lavande de Montagne e o branco Fumé Blanche também surpreendem pelo equilíbrio e pela complexidade aromática. São, sem dúvida, os melhores vinhos produzidos nessa porção da Mantiqueira.

 

Os vinhedos da vinícola Ferreira – foto divulgação

 

Para degustá-los de maneira apropriada, a vinícola abriga o restaurante Mesa de Pedra, com cozinha comandada pelo jovem e promissor chef Gabriel Oliveira e com a simpática sommelière Tábata no salão, solucionando dúvidas e indicando as melhores opções aos clientes. Vale muito a pena provar o rigatoni em ragu de linguiça e a sensacional truta empanada no fubá, servida com arroz negro cremoso e farofa de pinhão.

Hotel Botanique Experience
Rua Elídio Gonçalves da Silva, 4.000, Campos do Jordão (SP).
Tel. 12 3662-5800.

Vinícola Ferreira
Rodovia MG383, km 2, Piranguçu (MG).
Tel. 11 95027-3808.

Parque Bambuí
Rua Fausi Rachid, 871, Campos do Jordão (SP).
Tel. 12 99632-8449.
Ingressos a R$ 40.