Preocupadas com a sustentabilidade e a procedência dos materiais, novas joalherias artesanais chegam com força ao mercado brasileiro
Em 1953, a atriz Marilyn Monroe eternizou a música que dizia que os diamantes são os melhores amigos das garotas. Hoje, além da joalheria ser para todos os gêneros, os diamantes nem sempre são os maiores destaques na ourivesaria – há uma enorme variedade de pedras preciosas igualmente valiosas e atraentes aos olhos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos aponta que, em 2021, o setor arrecadou US$ 4,5 bilhões – 20% a mais do que no ano anterior. E o Brasil está no ranking dos 15 maiores produtores de peças em ouro, com um total de 22 toneladas de joias criadas e comercializadas. Segundo a Mordor Inteligence – empresa de pesquisa de mercado global –, o tamanho do mercado brasileiro de joias é estimado em US$ 3,59 bilhões e deverá atingir US$ 5,34 bilhões até 2029.
“O perfil do consumidor mudou nos últimos anos. Atualmente, vemos que ele está cada vez mais preocupado com a qualidade e procedência dos materiais usados, exigindo transparência. Há uma crescente busca por joias que tenham história, design e despertem emoções”, analisa Bia Abadia, designer brasileira e fundadora da marca de alta joalheria Beare Gioielli – lançada em 2023, que trabalha somente com fornecedores regulamentados e dá preferência à aquisição de ouro reutilizado.
A marca já conta com três coleções atemporais inspiradas na arte, na natureza e na espiritualidade, priorizando o ouro e gemas de nosso país, como esmeraldas, turmalinas, citrinos e águas marinhas. “Cada uma é feita de forma artesanal, com muito esmero, excelência em materiais e design que foge do que se vê nas joalherias tradicionais. Misturamos técnicas de ourivesaria artesanal com o uso de tecnologia e fundição direta”, explica.
Fruto do sonho de duas amigas de infância, a Eunoyah também tem como propósito repensar o luxo e trazer beleza não apenas ao design autoral, mas em toda a cadeia produtiva. A marca produz suas peças com ouro brasileiro de upcycling, de origem ética e responsável, e trabalha com minas sustentáveis. “Tomar medidas conscientes é fundamental para o futuro desse segmento. Por isso, nossos clientes terão acesso a toda a cadeia do metal usado em nossas peças a partir de rastreio via blockchain” afirma Marcella Bighetti, designer e fundadora.
Os modelos minimalistas e adaptáveis às mais diversas situações traduzem bem o conceito de slow living, que prega a desaceleração, o autoconhecimento e o respeito próprio, e está no DNA da Eunoyah – nome que significa pensamento bonito, mente pura e equilibrada, e desejo de colaborar. Atualmente, já estão disponíveis duas coleções: “Substrato”, inspirada nas camadas orgânicas do solo; e “Vínculos”, que remete aos laços invisíveis que ligam as pessoas. A empresa recebe ainda joias antigas para purificá-las e transformá-las em novas, incentivando a economia circular.
E o designer e alquimista Mika Ferrari lançou sua marca homônima no mercado no ano passado, inspirada em sua paixão por amuletos e saberes como xamanismo, alquimia e kemetismo – a antiga religião egípcia. “Trabalho com componentes de determinados padrões vibratórios específicos, a partir de minerais, ervas, fósseis, meteoritos e, em algumas peças, com alquimia espagírica, que são líquidos poderosíssimos”, conta Mika.
Quase 100% do ouro é reutilizado e os minerais são de colecionadores ou mineradoras com um processo transparente. Além disso, ele consegue elementos diretamente com sacerdotes, colecionadores de antiguidades e até mesmo com pajés — como é o caso da erva velandinho, que vem da aldeia dos Fulkaxó, em Sergipe. “A peça final fica em um padrão vibratório superior ao do nosso corpo. Então, quando utilizamos como um pingente, por exemplo, pode elevar a nossa própria energia”, finaliza.
Beare Gioielli
Tel. 91280-6127.
@bearegioielli
Eunoyah
Tel. 95134-6587.
@eunoyahjewelry
Mika Ferrari
Tel. (51) 99336-2566.
@mikaferrari_
0 comentários