Tiago Iorc viaja a seis cidades brasileiras neste mês com a turnê “Noite dos Namorados”

Tiago Iorc viaja a seis cidades brasileiras neste mês com a turnê “Noite dos Namorados”

O cantor e compositor Tiago Iorc leva o romance para seis cidades brasileiras em junho com a turnê “Noite dos Namorados” e aquece corações com novas composições

O amor é a força motriz que move Tiago Iorc em suas canções. Não à toa, vinte de suas suaves músicas estão em roteiros de cinema e novelas. Atualmente, ele contabiliza em sua trajetória musical mais de 250 shows e seis turnês no Brasil e no exterior. A próxima, em curta temporada, leva shows íntimos e exclusivos – no formato voz e violão – criados especialmente para celebrar a data mais romântica do ano.

“Noite dos Namorados” traz apenas seis apresentações, em locais com capacidade limitada, nas cidades de Maceió, Recife, Natal, São Paulo, Belo Horizonte e, por fim, Rio de Janeiro, em 15 de junho, no Teatro Multiplan, no Shopping Village Mall. “Queremos criar uma atmosfera íntima com meu público, ideal para celebrar este mês”, conta.

Natural de Brasília, Tiago cresceu no Rio de Grande do Sul e viveu na Inglaterra e nos Estados Unidos com sua família. Começou a cantar e compor em inglês, mas recuperou a sua brasilidade após dois álbuns lançados, em 2013. “Escrevi em português e mergulhei em influências de grandes artistas do nosso país, como Gilberto Gil e Djavan.”

 

foto Gleeson Paulino

 

O cantor soma sete indicações e cinco premiações no Grammy Latino, sendo o artista brasileiro mais indicado ao prêmio. Ele também coleciona parcerias musicais interessantes como Milton Nascimento, Sandy, Maria Gadú e o uruguaio Jorge Drexler. Em 2022, apresentou o álbum “Daramô”, que agora conta com um documentário especial com toda verba revertida para o Sul após as chuvas torrenciais que atingiram o estado – que faz parte de sua história familiar.

Neste ano, o cantor lançou ainda “Antes Que O Mundo Acabe”, que tem como inspiração a esperança e as relações humanas. “O álbum representa, mais do que nunca, meu sentimento frente a tudo que estamos vivendo. Acredito muito na resiliência humana e na capacidade de seguir em frente mesmo quando tudo parece perder o sentido”, define.

Em entrevista à 29HORAS, Tiago Iorc fala sobre sua personalidade romântica, suas referências brasileiras fortalecidas e a respeito de sua relação amadurecida com a fama e a privacidade. Confira os principais trechos dessa conversa nas páginas a seguir.

Sua nova turnê “Noite dos Namorados” passa somente por seis cidades em espaços menores e mais intimistas. Por que você escolheu esse formato?
A ideia desse projeto é criar toda uma atmosfera romântica e uma conexão mais íntima com meu público, o que tem muito a ver com a data! Por isso o formato menor, mais íntimo. É um show exclusivo e diferente dos meus outros projetos. Claro que adoraria passar por mais cidades, mas assim fica um gostinho de quero mais! Quem sabe no ano que vem a gente viaja a outros lugares…

Você se considera um cara romântico?
Acredito que a música tem essa força de ser trilha de grandes amores, então nada mais belo do que poder celebrar o amor com canções tão especiais que venho pensando com carinho para esse momento. E eu me considero romântico, o amor é a força motriz, acho importante mantermos o romantismo em nossas vidas nas mais diferentes fases!

 

foto @mechamoanderson

 

Entre suas composições, qual você considera a mais romântica? E quais artistas contemporâneos mais te emocionam?
É impossível escolher uma música mais romântica, são tantas! Têm as mais conhecidas pelo público, como “Amei Te Ver” e “Coisa Linda”, outras do meu mais recente álbum, como “Fala que me Ama” e “Amor Delicioso”, que é uma parceria com a minha companheira Duda Rodrigues. Todos os meus trabalhos e albuns têm músicas que falam sobre o amor, definitivamente ele é uma inspiração para mim! Vários artistas me emocionam muito, como Djavan, Laura Pausini, Marisa Monte, Caetano Veloso e muitos muitos outros…

Apesar de todo amor, assistimos nas últimas semanas ao desastre humanitário causado pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Você cresceu no estado, como acompanhou esses tristes acontecimentos?
Fiquei e ainda estou extremamente tocado e mexido com os últimos acontecimentos no Rio Grande do Sul, minha terra querida. Está sendo muito difícil acompanhar cidades inteiras destruídas e famílias que perderam tudo. Eu e minha equipe mudamos o curso de alguns lançamentos e projetos previamente agendados para que, de alguma forma, nossas ações pudessem ajudar o povo gaúcho que tanto precisa de nós. Em parceria com a plataforma Vakinha, lançamos o documentário sobre o meu disco anterior, “Daramô”, com toda renda revertida para o Sul. Para assistir, é só acessar o meu site tiagoiorc.com, fazer a sua doação e aguardar o link do vídeo por e-mail. É importante reforçar que essa tragédia está longe de acabar, não podemos desviar a atenção, ainda terá muito o que ser feito por lá! Por isso, vamos nos unir e continuar doando e ajudando como pudermos!

Você iniciou a sua carreira com álbuns em inglês, como o primeiro “Let Yourself In”. É diferente se expressar em outra língua? Por que cantar em inglês?
Eu e minha família moramos muito tempo em países de língua inglesa, eu tinha apenas dez meses quando a gente se mudou pela primeira vez, para a Inglaterra, e mais tarde fomos para os Estados Unidos. Depois minha família continuou a falar muito inglês dentro de casa. Foi um processo natural, e eu vi que fazia sentido com o tipo de música que queria fazer. Acabou se tornando uma particularidade do meu trabalho. No final abriu as portas para o universo inteiro na música.

Quando você decidiu que seria interessante gravar em português também? O que te motivou?
Acho que foi acontecendo de maneira natural e orgânica, de acordo com o que fazia mais sentido para mim em cada momento de vida. Depois do sucesso de “Amei Te Ver” e do “Troco Likes”, estabeleci uma comunicação maior com o grande público brasileiro, por isso era inevitável me aprofundar em um processo de busca da brasilidade. E mergulhei mais em influências de grandes artistas do nosso país, como Gilberto Gil e Djavan.

Entre diversas apresentações no Brasil e no exterior, qual foi a marcante?
Mais uma vez, é impossível escolher (risos). Para mim, estar no palco é sempre uma emoção imensa, seja no Brasil ou fora, com banda ou sem. Ver o público cantando as letras junto comigo não tem preço, as pessoas se emocionam e eu me emociono junto, todas as vezes, eu amo estar no palco, é a sensação mais gratificante que existe!

Em seus 16 anos de carreira, você soma parcerias com grandes nomes, como Milton Nascimento e, recentemente, a cantora Laura Pausini. Como você escolhe esses encontros? E quais parcerias ainda gostaria de realizar?
Cada parceria acontece de forma diferente, às vezes parte de mim, durante o processo de composição eu penso que certa canção teria tudo a ver com um artista e convido a pessoa, às vezes chegam até mim, fico sempre muito honrado quando sou convidado.

No caso da Laura, ela sempre foi uma referência para mim, fiquei muito feliz quando ela me convidou para participar desse projeto, que é a versão em português da música “Durare”. Já com Milton, fui para Juiz de Fora e passei alguns dias na casa dele despretensiosamente. Durante essa longa visita, começamos a conversar e acabou surgindo essa parceria que deu certo!

 

Tiago com a cantora Anitta – foto Rodrigo Varela | Getty Images

 

Você também optou por momentos de hiato e de afastamento das redes sociais e de eventos públicos na sua carreira. Como você equilibra a privacidade e a fama? Quais impactos a reclusão trouxe para seu trabalho e para a vida pessoal?
As redes sociais são como uma máquina de caça-níqueis, que algumas vezes te recompensam, mas quando não, continuam alimentando seu desejo de ganhar. Por isso vemos muita gente com alguma exposição sofrendo com problemas de saúde mental. Elas não sabem como lidar com tanta agressividade, incompreensão ou com o excesso de amor, que também é danoso. Assim, busco estar presente, mas também na medida certa para mim, a que me faz continuar saudável. Quero que as pessoas saibam que estou ali, retribuindo de alguma forma essa atenção que recbo delas, mas preciso de tempo para que possa estar conectado com a minha criatividade. Nas primeiras semanas após me afastar das redes sociais, foi um choque, como qualquer mudança brusca. Mas depois senti uma felicidade tremenda, e entrei em um ritmo de pequenos prazeres. Voltei a jogar futebol, ver os amigos, fazer coisas que eu não fazia mais. Essa vida mais cotidiana restaurou minha saúde mental e vitalidade. Foi a partir daí que peguei o violão e voltei a compor.

Na sua opinião, o que a vida online tem de melhor e de pior?
Claro que tem vantagens, o encurtamento das distâncias, poder falar com alguém em qualquer lugar do mundo, me aproximar do meu público através do contato pelas redes sociais. Mas corremos o risco de perder o que tem de mais gratificante na vida, que é sentir a emoção das pessoas pessoalmente, o contato olho no olho, essa conexão é fundamental e não podemos trocar isso pelas relações da vida online.

 

Posando ao lado de sua companheira Duda Rodrigues, na festa do Grammy Latino – foto Borja B. Hojas | Getty Images

 

No ano passado, você lançou o álbum “Daramô”, e recebeu três indicações ao Latin Grammy 2023, sendo o artista brasileiro mais indicado. O que essas indicações significam para você?
É sempre gratificante receber essas indicações, é um grande reconhecimento, claro, além de poder reverberar o Brasil em uma premiação internacional! Não somente eu, mas todos os envolvidos no projeto ficam muito felizes, é uma maneira de medir a resposta das pessoas, um tipo de recompensa pelo trabalho que fazemos com tanto amor e dedicação.

Hoje, você soma mais de vinte canções em roteiros de cinema e novelas. Quando você compõe, imagina a música como trilha sonora de uma história?
Assim como as premiações, é muito legal ver o trabalho rendendo esses frutos e desdobramentos. Quando a música vai para alguma trilha de filme ou de novela, acaba chegando em muitas pessoas, o que é incrível e faz com que a minha arte chegue a novos lugares, alcance mais pessoas. Mas nunca penso nisso quando estou compondo e criando. Meu processo de criação acontece de forma muito natural e orgânica, porque a canção fala com muita gente e expressa sentimentos em diferentes enredos, é muito bonito.

 

 

Foto da capa: João Almeida

Reynaldo Gianecchini experimenta novos formatos e estreia este mês o musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”

Reynaldo Gianecchini experimenta novos formatos e estreia este mês o musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”

O ator Reynaldo Gianecchini desfruta de sua liberdade e investe em novos formatos e narrativas. Este mês, ele estreia em seu primeiro Musical, “Priscilla, a Rainha do Deserto”, no teatro Bradesco

Ícone máximo no universo drag, RuPaul fez história na televisão norte-americana ao apresentar para a sociedade sua arte e inspirar milhares de meninos do mundo todo a seguirem o mesmo sonho. Seu reality de competição “RuPaul’s Drag Race”, lançado em 2009, foi um sopro de ar fresco para aqueles que queriam se ver representados e ter coragem para assumir suas verdadeiras identidades e sexualidades.

Mais de uma década antes, em 1994, um filme também quebrou barreiras e foi fundamental para que artistas como RuPaul viessem com mais força: “Priscilla, a Rainha do Deserto” (do diretor australiano Stephan Elliott), que conta a história de duas drag queens e uma transexual contratadas para fazer um show em Alice Springs, cidade no deserto da Austrália. Para chegar ao destino, elas viajam a bordo do ônibus Priscilla e, claro, passam por diversas aventuras ao longo do percurso. Com tamanho sucesso, a obra foi adaptada para os palcos em 2006, virou um hit na Broadway e ganhou versões no mundo todo.

Agora, o espetáculo chega ao Brasil, no Teatro Bradesco, em uma temporada que vai de 7 de junho a 1º de setembro, e traz no papel principal Reynaldo Gianecchini – que estreia no gênero musical e promete fazer jus ao clássico, mas com um tempero brasileiro. “Nossa versão é bastante atualizada e traz essa drag que canta e dança, ao contrário de antigamente, que era mais dublagem. Não será super fiel à Broadway e ao filme. Terá toques brasileiros bem interessantes, como o nosso humor”, avisa. Para viver o personagem Anthony “Tick” Belrose, que se transforma em Mitzi Mitosis, Gianecchini fez um mergulho profundo na arte drag e teve como maior inspiração RuPaul, de quem virou fã após assistir a todos os episódios do reality. 

 

foto Pedro Dimitrow

 

Aos 51 anos, com mais de 20 de carreira, o eterno galã da Globo diz estar pronto para alçar novos voos, especialmente fora da televisão – seu último papel em novela foi em “A Dona do Pedaço”, em 2019, como o vilão Régis – e investir em papéis e narrativas diferentes, que o desafiem e permitam mostrar sua versatilidade como ator. É o caso do thriller “Uma Família Feliz”, lançado este ano e que traz Grazi Massafera como companheira de cena, e da série de sucesso “Bom dia, Verônica”, da Netflix, em que interpreta o arquivilão Matias. 

Em entrevista exclusiva à 29HORAS, o artista fala sobre esse novo momento em sua carreira, revela suas expectativas para a estreia da peça, relembra papéis icônicos na televisão e reflete sobre a maturidade. Leia, nas páginas a seguir, os principais trechos dessa conversa.

“Priscilla, a Rainha do Deserto – O Musical” é sua estreia nesse gênero. Como surgiu o convite?
Eu já estava flertando com essa ideia há bastante tempo, quase atuei com a Cláudia Raia na peça “Cabaré”, em 2011, mas fiquei doente naquela época. Concluí que estava na hora, ainda mais com esse personagem que é muito lindo, em um espetáculo que tem muita coisa legal e atual para falar, sobre a liberdade e a beleza de ser. O convite veio pela produção e eu de cara – mas com bastante medo – aceitei e estou muito feliz de ter encarado esse desafio.

Você já tinha feito algum trabalho com canto? Como foi o processo de imersão no personagem?
Venho trabalhando o canto há um tempinho, não exatamente com o objetivo de fazer musical, mas porque eu gosto de cantar e sempre tive muita vontade de ampliar a minha percepção musical. Gostaria de tocar mais instrumentos também, mas como não tenho muito tempo, o canto é algo importante na minha profissão, porque conhecer o seu aparelho vocal te ajuda na interpretação e a trabalhar as nuances da voz. Mas encarar um musical é outra coisa, é um trabalho muito mais vertical para o canto. Então a preparação se deu muito pela voz, claro, mas pela dança também, porque fazer uma drag queen exige expressão corporal, tem que estar com o corpo bem molinho e solto para interpretar danças que são tradicionais do mundo drag, principalmente o jazz. E muito da composição acontece nas trocas com os diretores (Mariano Detry e Jorge de Godoy) e com o resto do elenco maravilhoso. 

 

O ator como a drag queen Mitzi Mitosis, em “Priscilla, a Rainha do Deserto – O Musical” – foto Pedro Dimitrow

 

Como o espetáculo da Broadway te inspirou e influenciou na composição do seu Anthony “Tick” Belrose?
Não vi o espetáculo da Broadway nem lá e nem aqui no Brasil, quando teve a versão anterior. Eu assisti ao filme quando lançou (em 1994) e revi há pouco tempo novamente. Acredito que ele está um pouco antigo, hoje em dia uma drag, principalmente depois do RuPaul, atinge outro patamar! Então a nossa versão é bastante atualizada, tem todos os tipos de drag e traz a moda e essa drag que canta e dança, ao contrário de antigamente, que fazia mais dublagem. A minha inspiração tem sido na presença dos meus colegas incríveis e me alimento de ver tanta gente boa ao meu redor.

Como era o seu contato com o universo drag queen antes da peça? Quais são as maiores descobertas com esse trabalho?
Comecei a me interessar pelo universo drag queen na pandemia, porque comecei a assistir a todas as temporadas do programa ‘RuPaul’s Drag Race’ e fiquei absolutamente fascinado! Eu via com a minha mãe, que estava comigo, e ela também amava. Descobrimos um universo, a arte drag é de muito talento e, hoje em dia, você tem que saber cantar, dançar, atuar, ter senso de humor, ser maliciosa e sexy. Comecei a ampliar o meu horizonte vendo documentários e séries, o que me fez admirar ainda mais essa arte e quem a faz com tanta excelência. São verdadeiros artistas completos, raros de se ver!

O que o público pode esperar do musical? Terá algum toque brasileiro?
O público pode esperar um grande show, porque os números musicais são muito espetaculosos. Também pode esperar diversão, humor, emoção – tem vários momentos lindos que tocam demais –, hit atrás de hit para querer levantar da cadeira e dançar junto. Tem tudo! O figurino é um personagem à parte, muito lindo e criativo, e o elenco é incrível e diverso, com gente talentosa de vários lugares. É um espetáculo de encher os olhos. Tenho certeza de que todo mundo vai sair muito tocado e leve. A peça não será super fiel à montagem da Broadway e ao filme, não é uma franquia, e tem sim toques brasileiros bem interessantes, como o nosso humor. Apesar de se passar na Austrália, tem muitas referências ao Brasil, tem o nosso jeitinho, o que deixa tudo mais especial.

Seu último trabalho na TV foi em 2019, como o Régis na novela “A Dona do Pedaço”. Qual foi o motivo do afastamento? Pretende voltar às novelas?
Depois da pandemia, mudei bastante o meu direcionamento e surgiu o desejo de experimentar coisas novas. Eu venho fazendo novelas há 20 anos, então quis me exercitar em outras narrativas, outros jeitos de contar histórias, mais curtas principalmente, que desgastam menos. A novela toma muito tempo e eu queria aproveitar mais a vida, por isso decidi que, pelo menos por enquanto, eu quero me aventurar em outras áreas e fazer outros tipos de personagens. Quero explorar outros caminhos, como o streaming, que ainda está engatinhando, mas vai crescer. Há muitas possibilidades novas e agora que não tenho um contrato fixo, tenho liberdade de poder escolher e não ficar preso a nada. Como artista, essa liberdade é fantástica, estou gostando bastante dessa fase!

Já se passaram 24 anos desde a sua estreia na TV, na novela “Laços de Família”. Quais recordações você tem desse primeiro trabalho e quais foram os maiores aprendizados nessas mais de duas décadas?
Eu tenho lembranças maravilhosas dessa primeira novela, porque quase me misturei ao meu personagem. Assim como o Edu, eu também estava descobrindo o Rio e morava no Leblon. Tinha um lado muito lúdico, com colegas incríveis e pessoas que admirei a vida inteira. Por outro lado, talvez tenha sido o ano mais difícil da minha vida, porque trouxe muita mudança e responsabilidade. E agora olhando, depois desse tempo todo que passou, sou muito grato por ter adentrado nesse universo da televisão e por ter recebido tantos convites depois para que pudesse continuar a minha carreira. Fui aprendendo, especialmente com tantos excelentes profissionais, atores e diretores incríveis com quem trabalhei, e ganhando repertório, experiência e ferramentas para trabalhar cada vez melhor. Fui conquistando tranquilidade, o que é fundamental para o trabalho do artista, ficando cada vez mais presente e me divertindo mais.

 

Gianecchini com Vera Fischer em “Laços de Família” – foto Globo | divulgação

 

Qual é seu personagem favorito na TV?
É muito difícil escolher um personagem, tenho seis planetas em libra (risos), para mim é muito difícil escolher qualquer coisa. Parece clichê, mas de fato a gente aprende com todo papel. Mas claro que tem alguns que são ‘turning points’. O Edu de ‘Laços de Família’ foi um, porque me deu uma oportunidade incrível. Em ‘Esperança’, fazia um italiano, então mexeu muito comigo e com as minhas origens. Até hoje assisto e falo ‘que beleza!’, tenho muito orgulho de ter feito. 

O Pascoal de ‘Belíssima’ também foi importante, porque ele me inseriu no mundo da comédia. Em ‘Da Cor do Pecado’, eu fiz os gêmeos Paco e Apolo e é uma novela que até hoje as pessoas falam muito. Amei fazer o remake de ‘Guerra dos Sexos’, pois foi logo após meu autotransplante de medula e eu era apaixonado pelo meu personagem Nando desde os anos 1980, quando estreou a original. Depois veio ‘Verdades Secretas’, que para mim é uma das melhores coisas que a televisão fez até hoje. Adorei fazer o vilão Fred em ‘Passione’, ao lado de Fernanda Montenegro, foi um exercício gigante! Na última, ‘A Dona do Pedaço’, começava vilão e depois me apaixonava, tinha uma curva bonita e eu gosto de personagens que começam de um jeito e terminam de outro, que trazem várias camadas.

Você lançou este ano o filme “Uma Família Feliz”, ao lado de Grazi Massafera, que chamou a atenção por ser um suspense, gênero ainda pouco trabalhado no cinema nacional. Como foi o processo de produção e atuação? E como foi a recepção do público?
Eu adoro esse filme e tenho muito orgulho! É um gênero que a gente não faz muito no Brasil, mas ele é muito bem-feito, tem todos os elementos que um bom cinema de gênero precisa. Tenho um carinho gigante por essa equipe, pela Grazi, pelo diretor José Eduardo Belmonte e pelo escritor Raphael Montes, com quem já tinha feito a série ‘Bom dia, Verônica’. O processo foi muito feliz e rápido, fizemos tudo em menos de um mês e foi filmado em Curitiba, o que é bacana porque foge do eixo Rio-São Paulo. O filme exigia uma interpretação que não fosse óbvia, era tudo meio escondido, eram as camadas que estavam por trás que interessavam – foi bem difícil de fazer. Eu percebi que o público gostou muito, impressionante a repercussão nas minhas redes sociais, como as pessoas vibraram e ficaram impactadas. Fico muito feliz, porque esse é o grande objetivo do ator: impactar de alguma forma a audiência. É muito legal fazer cinema e é algo que eu quero explorar mais.

 

Com Grazi Massafera no filme “Uma Família Feliz” – foto divulgação | Pandora Filmes

 

Quais gêneros você mais gosta de trabalhar? Há ainda um estilo ou formato que deseja experimentar na atuação?
Gosto de me experimentar em todas as frentes e cada vez mais quero tentar novas narrativas. O fundamental é sempre contar uma boa história, com bons personagens. Quando exploramos o universo do personagem, estamos explorando esse universo dentro de nós também. Então, crescemos muito como seres humanos e como artistas. Esses processos me interessam cada vez mais, tanto no cinema quanto no teatro e na televisão, mas eu não tenho preferência, gosto de intercalar. Eu não tenho preconceito com nada, acho que o ator tem que se testar mesmo em tudo, ter um olhar atento para todas as artes. Agora estou testando o formato musical e sinto que está começando uma fase muito legal de experimentação na minha vida. 

Você sempre foi considerado um galã brasileiro. Ao longo de sua carreira, quais foram os prós e contras desse rótulo?
Nunca briguei com esse rótulo, porque acho que tem um lance legal em ser galã. Mas também nunca me vi preso ou resumido a isso, sempre quis experimentar outras coisas. No teatro, tive a oportunidade de fazer uns personagens mais diferentes, e mesmo na televisão tive várias chances de fazer o anti-herói e quebrar um pouco isso do galã perfeitinho, do mocinho, do príncipe. No streaming, por exemplo, o Matias de ‘Bom dia, Verônica’ é um personagem muito forte. Eu não acredito muito em rótulos, em gavetas fechadas, acho que tudo é aberto e muda o tempo todo, não tem nada estático ou definitivo na vida, podemos sempre mudar de ideia, criar, recriar.

 

Cena da segunda temporada de “Bom Dia, Verônica”, série da Netflix – foto divulgação | Netflix

 

E como você definiria o Reynaldo Gianecchini hoje?
Difícil a gente se definir em poucas palavras. Mas quando penso em mim, penso sempre nessa pessoa que quer muito ampliar o horizonte, tentar ver além do microcosmo em que vivemos. Estou nessa fase de descobrir coisas novas, olhar para o novo e achar beleza e potência em muita coisa que não eu enxergava antes. Precisamos discutir, sair da bolha e do nosso umbigo e olhar mais adiante, com empatia. Eu amo viajar, explorar e descobrir novas culturas e novos jeitos de ver a vida. O grande objetivo é a gente aprender a amar e ter mais autoconhecimento, abrir o coração.

Como está sendo a vida aos 50 anos? É melhor do que aos 20?
Estou amando a vida depois dos 50, é uma maravilha essa coisa da maturidade. Definitivamente me sinto muito melhor hoje do que qualquer década atrás. Ainda tenho muito vigor, virilidade e prazer de viver. Sou menos ansioso e mais consciente de mim. Estou pegando a rédea da minha vida. Quando você se conhece mais, fica mais confortável, forte e não liga tanto para o que as pessoas pensam, não se preocupa mais em agradar tanto. Quero viver em paz na minha verdade, com o meu prazer, fazendo as coisas de que gosto.

Como enxerga o futuro? Ainda tem algum grande sonho para realizar?
Nunca faço planos a longo prazo, porque entendo que a vida surpreende o tempo todo. Eu deixo a vida me levar, vou sentindo o fluxo, vivendo muito a partir do que ela me apresenta e fazendo as escolhas diante do que eu sinto que é melhor, seguindo minha intuição e minha verdade. Além de curtir a vida, ter espaço para as amizades, para me sentir na natureza e viajar, eu sinceramente me vejo trabalhando até velhinho, porque eu amo minha profissão e ela me leva para lugares e pessoas incríveis, além de me proporcionar muito autoconhecimento.   

Foto da capa: Soul; TZ Assessoria; TZ Produções; fotógrafo: Muraca

Entrevista com a Head de Marketing da Pepsico Brasil: “A tecnologia pode potencializar a criatividade”

Entrevista com a Head de Marketing da Pepsico Brasil: “A tecnologia pode potencializar a criatividade”

Senior Marketing Manager da Pepsico Brasil, Giovanna Miranda mira o equilíbrio certo entre inovações tecnológicas e criatividade humana para criar campanhas impactantes

O marketing é indispensável para as empresas que buscam se manter competitivas no mercado – compreendendo as necessidades e os desejos dos consumidores. Hoje, lideranças de diversas marcas procuram soluções e diálogos para absorver as mudanças nas preferências do consumidor, os avanços tecnológicos e as demandas por retorno sobre investimento cada vez mais rigorosas, além de encarar a concorrência acirrada.

Com experiência em indústrias de telecomunicações, passando por um ecossistema importante de agências de mídia, Giovanna Miranda agora é Senior Marketing Manager da Pepsico Brasil – líder em alimentos e bebidas. Na companhia, ela está à frente da equipe de mídia, dados e “brand live experience” – plataforma que ativa todos os pontos de contato, tanto online como presencial, conectando marcas e pessoas. “Para encarar os desafios atuais, a liderança em marketing deve possuir visão estratégica, criatividade e força de inovação, mantendo a capacidade de inspirar”, afirma. A seguir, a executiva compartilha as principais estratégias do grupo.

 

foto Shutterstock

 

Quais são as tendências de marketing observadas pela Pepsico? E como o grupo tem aplicado essas estratégias?
Observamos ondas e movimentos que reforçam as tendências anteriores de digitalização e personalização em escala com os públicos-alvo das marcas, mas também vemos que a comunicação e a publicidade se tornam mais relevantes como conteúdo e entretenimento ao trazer informações e discursos de maneira verdadeira.

Podemos listar ainda o uso de dados e tecnologia para personalizar a comunicação e as ofertas para os clientes, proporcionando experiências mais significativas; o marketing de influência com as colaborações com influenciadores digitais para promover produtos, serviços ou marcas, aproveitando a credibilidade e o alcance nas redes sociais, e o foco na experiência do cliente em todos os pontos de contato com a marca.

Quais campanhas e ativações recentes se tornaram cases de sucesso?
Nossas marcas têm sido reconhecidas por suas estratégias de marketing inovadoras e eficazes em diferentes momentos, seja com premiações internas que temos globalmente na companhia, seja com o reconhecimento do mercado com prêmios relevantes como Cannes, Effie Awards, Jatobá (Brasil) e tantos outros.

Destaco nossa campanha de “Promoção Mordida Premiada Elma Chips”, que oferece a chance para os nossos consumidores de ganhar prêmios instantâneos, com mais de R$500 a cada 5 minutos, podendo se cadastrar de maneira rápida e divertida no WhatsApp oficial da marca. As promoções Elma Chips contaram com exposição com digital OOH (Out-of-home), ações “cross channel” no digital, social media entre outras plataformas de mídia programática.

Como equilibrar as inovações tecnológicas aplicadas no marketing com a criatividade humana?
É fundamental entender o papel de cada um e reconhecer que a tecnologia é uma ferramenta que pode potencializar a criatividade, mas não a substituir. A tecnologia pode automatizar processos, coletar dados e ampliar o alcance, mas a criatividade humana é necessária para conceber ideias originais, contar histórias e criar conexões emocionais com o público.

Quais são as principais inovações tecnológicas Já utilizadas pela companhia?
Na PepsiCo contamos com diversos parceiros de tecnologia, seja para a parte de aquisição de dados, engajamento e CRM até a parte de mensuração de fato de resultados das nossas campanhas. Trabalhamos também algumas dessas ferramentas de maneira internalizada com times especializados. Além disso, temos com nossos parceiros de mídia implementações constantes de novas plataformas e integrações para tornar as experiências com nossas marcas e campanhas ainda mais facilitadas, como com Meta, Tiktok e Amazon.

Qual é a importância do Retail Media para a Pepsico?
No geral, o Retail Media desempenha um papel relevante na evolução do marketing digital e na forma como as marcas alcançam e se envolvem com os consumidores no ambiente de varejo online. Ao aproveitar os dados e os espaços digitais dos varejistas, as marcas podem criar campanhas mais eficazes e direcionadas, impulsionando as vendas e aumentando a fidelidade do cliente.

É uma forma de nos tornarmos ainda mais importantes para o consumidor no momento em que ele não apenas busca produtos, mas também está mais próximo da decisão de compra. Garantimos nossa presença em espaços personalizados, com comunicações, interações e campanhas próprias para o ponto de venda. Assim temos a visibilidade das nossas marcas, captando a atenção do consumidor para as vantagens dos nossos produtos ou para conhecer lançamentos.

 

Giovanna Miranda, Senior Marketing Manager da Pepsico Brasil – foto divulgação