Tiago Iorc viaja a seis cidades brasileiras neste mês com a turnê “Noite dos Namorados”

por | maio 29, 2024 | Cultura, Entrevista, Música, Pessoas & Ideias | 0 Comentários

O cantor e compositor Tiago Iorc leva o romance para seis cidades brasileiras em junho com a turnê “Noite dos Namorados” e aquece corações com novas composições

O amor é a força motriz que move Tiago Iorc em suas canções. Não à toa, vinte de suas suaves músicas estão em roteiros de cinema e novelas. Atualmente, ele contabiliza em sua trajetória musical mais de 250 shows e seis turnês no Brasil e no exterior. A próxima, em curta temporada, leva shows íntimos e exclusivos – no formato voz e violão – criados especialmente para celebrar a data mais romântica do ano.

“Noite dos Namorados” traz apenas seis apresentações, em locais com capacidade limitada, nas cidades de Maceió, Recife, Natal, São Paulo, Belo Horizonte e, por fim, Rio de Janeiro, em 15 de junho, no Teatro Multiplan, no Shopping Village Mall. “Queremos criar uma atmosfera íntima com meu público, ideal para celebrar este mês”, conta.

Natural de Brasília, Tiago cresceu no Rio de Grande do Sul e viveu na Inglaterra e nos Estados Unidos com sua família. Começou a cantar e compor em inglês, mas recuperou a sua brasilidade após dois álbuns lançados, em 2013. “Escrevi em português e mergulhei em influências de grandes artistas do nosso país, como Gilberto Gil e Djavan.”

 

foto Gleeson Paulino

 

O cantor soma sete indicações e cinco premiações no Grammy Latino, sendo o artista brasileiro mais indicado ao prêmio. Ele também coleciona parcerias musicais interessantes como Milton Nascimento, Sandy, Maria Gadú e o uruguaio Jorge Drexler. Em 2022, apresentou o álbum “Daramô”, que agora conta com um documentário especial com toda verba revertida para o Sul após as chuvas torrenciais que atingiram o estado – que faz parte de sua história familiar.

Neste ano, o cantor lançou ainda “Antes Que O Mundo Acabe”, que tem como inspiração a esperança e as relações humanas. “O álbum representa, mais do que nunca, meu sentimento frente a tudo que estamos vivendo. Acredito muito na resiliência humana e na capacidade de seguir em frente mesmo quando tudo parece perder o sentido”, define.

Em entrevista à 29HORAS, Tiago Iorc fala sobre sua personalidade romântica, suas referências brasileiras fortalecidas e a respeito de sua relação amadurecida com a fama e a privacidade. Confira os principais trechos dessa conversa nas páginas a seguir.

Sua nova turnê “Noite dos Namorados” passa somente por seis cidades em espaços menores e mais intimistas. Por que você escolheu esse formato?
A ideia desse projeto é criar toda uma atmosfera romântica e uma conexão mais íntima com meu público, o que tem muito a ver com a data! Por isso o formato menor, mais íntimo. É um show exclusivo e diferente dos meus outros projetos. Claro que adoraria passar por mais cidades, mas assim fica um gostinho de quero mais! Quem sabe no ano que vem a gente viaja a outros lugares…

Você se considera um cara romântico?
Acredito que a música tem essa força de ser trilha de grandes amores, então nada mais belo do que poder celebrar o amor com canções tão especiais que venho pensando com carinho para esse momento. E eu me considero romântico, o amor é a força motriz, acho importante mantermos o romantismo em nossas vidas nas mais diferentes fases!

 

foto @mechamoanderson

 

Entre suas composições, qual você considera a mais romântica? E quais artistas contemporâneos mais te emocionam?
É impossível escolher uma música mais romântica, são tantas! Têm as mais conhecidas pelo público, como “Amei Te Ver” e “Coisa Linda”, outras do meu mais recente álbum, como “Fala que me Ama” e “Amor Delicioso”, que é uma parceria com a minha companheira Duda Rodrigues. Todos os meus trabalhos e albuns têm músicas que falam sobre o amor, definitivamente ele é uma inspiração para mim! Vários artistas me emocionam muito, como Djavan, Laura Pausini, Marisa Monte, Caetano Veloso e muitos muitos outros…

Apesar de todo amor, assistimos nas últimas semanas ao desastre humanitário causado pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Você cresceu no estado, como acompanhou esses tristes acontecimentos?
Fiquei e ainda estou extremamente tocado e mexido com os últimos acontecimentos no Rio Grande do Sul, minha terra querida. Está sendo muito difícil acompanhar cidades inteiras destruídas e famílias que perderam tudo. Eu e minha equipe mudamos o curso de alguns lançamentos e projetos previamente agendados para que, de alguma forma, nossas ações pudessem ajudar o povo gaúcho que tanto precisa de nós. Em parceria com a plataforma Vakinha, lançamos o documentário sobre o meu disco anterior, “Daramô”, com toda renda revertida para o Sul. Para assistir, é só acessar o meu site tiagoiorc.com, fazer a sua doação e aguardar o link do vídeo por e-mail. É importante reforçar que essa tragédia está longe de acabar, não podemos desviar a atenção, ainda terá muito o que ser feito por lá! Por isso, vamos nos unir e continuar doando e ajudando como pudermos!

Você iniciou a sua carreira com álbuns em inglês, como o primeiro “Let Yourself In”. É diferente se expressar em outra língua? Por que cantar em inglês?
Eu e minha família moramos muito tempo em países de língua inglesa, eu tinha apenas dez meses quando a gente se mudou pela primeira vez, para a Inglaterra, e mais tarde fomos para os Estados Unidos. Depois minha família continuou a falar muito inglês dentro de casa. Foi um processo natural, e eu vi que fazia sentido com o tipo de música que queria fazer. Acabou se tornando uma particularidade do meu trabalho. No final abriu as portas para o universo inteiro na música.

Quando você decidiu que seria interessante gravar em português também? O que te motivou?
Acho que foi acontecendo de maneira natural e orgânica, de acordo com o que fazia mais sentido para mim em cada momento de vida. Depois do sucesso de “Amei Te Ver” e do “Troco Likes”, estabeleci uma comunicação maior com o grande público brasileiro, por isso era inevitável me aprofundar em um processo de busca da brasilidade. E mergulhei mais em influências de grandes artistas do nosso país, como Gilberto Gil e Djavan.

Entre diversas apresentações no Brasil e no exterior, qual foi a marcante?
Mais uma vez, é impossível escolher (risos). Para mim, estar no palco é sempre uma emoção imensa, seja no Brasil ou fora, com banda ou sem. Ver o público cantando as letras junto comigo não tem preço, as pessoas se emocionam e eu me emociono junto, todas as vezes, eu amo estar no palco, é a sensação mais gratificante que existe!

Em seus 16 anos de carreira, você soma parcerias com grandes nomes, como Milton Nascimento e, recentemente, a cantora Laura Pausini. Como você escolhe esses encontros? E quais parcerias ainda gostaria de realizar?
Cada parceria acontece de forma diferente, às vezes parte de mim, durante o processo de composição eu penso que certa canção teria tudo a ver com um artista e convido a pessoa, às vezes chegam até mim, fico sempre muito honrado quando sou convidado.

No caso da Laura, ela sempre foi uma referência para mim, fiquei muito feliz quando ela me convidou para participar desse projeto, que é a versão em português da música “Durare”. Já com Milton, fui para Juiz de Fora e passei alguns dias na casa dele despretensiosamente. Durante essa longa visita, começamos a conversar e acabou surgindo essa parceria que deu certo!

 

Tiago com a cantora Anitta – foto Rodrigo Varela | Getty Images

 

Você também optou por momentos de hiato e de afastamento das redes sociais e de eventos públicos na sua carreira. Como você equilibra a privacidade e a fama? Quais impactos a reclusão trouxe para seu trabalho e para a vida pessoal?
As redes sociais são como uma máquina de caça-níqueis, que algumas vezes te recompensam, mas quando não, continuam alimentando seu desejo de ganhar. Por isso vemos muita gente com alguma exposição sofrendo com problemas de saúde mental. Elas não sabem como lidar com tanta agressividade, incompreensão ou com o excesso de amor, que também é danoso. Assim, busco estar presente, mas também na medida certa para mim, a que me faz continuar saudável. Quero que as pessoas saibam que estou ali, retribuindo de alguma forma essa atenção que recbo delas, mas preciso de tempo para que possa estar conectado com a minha criatividade. Nas primeiras semanas após me afastar das redes sociais, foi um choque, como qualquer mudança brusca. Mas depois senti uma felicidade tremenda, e entrei em um ritmo de pequenos prazeres. Voltei a jogar futebol, ver os amigos, fazer coisas que eu não fazia mais. Essa vida mais cotidiana restaurou minha saúde mental e vitalidade. Foi a partir daí que peguei o violão e voltei a compor.

Na sua opinião, o que a vida online tem de melhor e de pior?
Claro que tem vantagens, o encurtamento das distâncias, poder falar com alguém em qualquer lugar do mundo, me aproximar do meu público através do contato pelas redes sociais. Mas corremos o risco de perder o que tem de mais gratificante na vida, que é sentir a emoção das pessoas pessoalmente, o contato olho no olho, essa conexão é fundamental e não podemos trocar isso pelas relações da vida online.

 

Posando ao lado de sua companheira Duda Rodrigues, na festa do Grammy Latino – foto Borja B. Hojas | Getty Images

 

No ano passado, você lançou o álbum “Daramô”, e recebeu três indicações ao Latin Grammy 2023, sendo o artista brasileiro mais indicado. O que essas indicações significam para você?
É sempre gratificante receber essas indicações, é um grande reconhecimento, claro, além de poder reverberar o Brasil em uma premiação internacional! Não somente eu, mas todos os envolvidos no projeto ficam muito felizes, é uma maneira de medir a resposta das pessoas, um tipo de recompensa pelo trabalho que fazemos com tanto amor e dedicação.

Hoje, você soma mais de vinte canções em roteiros de cinema e novelas. Quando você compõe, imagina a música como trilha sonora de uma história?
Assim como as premiações, é muito legal ver o trabalho rendendo esses frutos e desdobramentos. Quando a música vai para alguma trilha de filme ou de novela, acaba chegando em muitas pessoas, o que é incrível e faz com que a minha arte chegue a novos lugares, alcance mais pessoas. Mas nunca penso nisso quando estou compondo e criando. Meu processo de criação acontece de forma muito natural e orgânica, porque a canção fala com muita gente e expressa sentimentos em diferentes enredos, é muito bonito.

 

 

Foto da capa: João Almeida

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