Pesquisadores do mundo todo – ou pelo menos dos países que acreditam e investem em Ciência – estão usando a engenharia genética e a biologia sintética para produzir remédios e vacinas em plantações, transformando vegetais em verdadeiros biorreatores naturais.
Foto Divulgação
No Canadá, por exemplo, a empresa Medicago está realizando os testes clínicos de uma vacina sintetizada em plantas para combater a Covid-19. O imunizante imita a camada externa do vírus para estimular a resposta imunológica em humanos e foi desenvolvido em apenas três semanas usando técnicas da chamada “agricultura molecular”. Voluntários brasileiros estão participando desses testes, que foram autorizados pela Anvisa. Os testes das fases 1 e 2 já demonstraram que ela é segura. Na fase 3, será avaliada a eficácia do imunizante. A Medicago é líder em tecnologia à base de plantas e, em 2009, produziu uma vacina contra o H1N1 em apenas 19 dias!
Surgida em 1986, a agricultura molecular ganhou impulso na década passada, quando o Food and Drug Administration (FDA), órgão equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, aprovou a primeira proteína terapêutica derivada de plantas para a utilização em humanos.
Outra possibilidade que se abre com essas técnicas da agricultura molecular é o desenvolvimento de biomedicamentos comestíveis. As pessoas com diabetes poderão comer pêssegos geneticamente modificados e aposentar as injeções de insulina. Ou, em vez de tomar no braço uma vacina contra a gripe, as pessoas só terão de beber um suco imunizante feito com laranjas com genes “editados”.
Prosa rápida
Emprego no campo
O número de pessoas ocupadas no agronegócio em junho deste ano foi de 18 milhões, um aumento de 7,9% ante os 16,73 milhões de 2020, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura da USP, em Piracicaba. Todos os segmentos tiveram alta no número de ocupados, mas o avanço principal foi registrado na pecuária.
Diversificação
A Camil acaba de fechar a aquisição da marca de café Seleto, que pertencia à JDE Brasil, dona de outras marcas, como Pilão, Pelé e Moka. O valor da transação não foi informado. A Camil é uma tradicional produtora de arroz e feijão, e recentemente adquiriu a companhia de massas Santa Amália por R$ 260 milhões, em um claro movimento de diversificação de seu portfólio.
Vacas loucas
O Ministério da Agricultura confirmou dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (doença da vaca louca) em frigoríficos do Mato Grosso e Minas Gerais. Por causa disso, as exportações de carne bovina para a China (o maior importador desse produto) foram temporariamente suspensas. A Secretaria de Defesa Agropecuária já confirmou que esses dois casos são isolados e atípicos. Nos últimos 25 anos, apenas seis casos dessa doença foram registrados no país. Essas duas ocorrências de agora se referem a vacas de idade já avançada e de descarte, que não eram mais úteis na produção de bezerros ou de leite.
Antigamente as crianças tinham ruas calmas, mais áreas verdes e calçadas seguras para brincar. Nas últimas décadas, elas têm crescido em apartamentos e lugares exíguos, com liberdade reduzida e praticamente sem acesso aos espaços públicos, que se tornaram inóspitos e inseguros. Pouco caminham e pedalam, o que transformou o sedentarismo e a obesidade em questões de saúde pública em vários países, inclusive no Brasil.
Para mudar esse cenário melancólico, a arquiteta australiana Natalia Krysiak criou, em 2017, o projeto Cities for Play, cujo propósito é inspirar urbanistas, arquitetos e gestores urbanos a construírem cidades estimulantes, respeitosas e acessíveis às crianças. “Sempre me interessei pela relação das cidades com as pessoas. Quando criança, tive a oportunidade de conhecer muitos bairros e morar em casas diferentes, e toda essa diversidade de vivências abriu meus horizontes e fortaleceu habilidades como independência, cidadania e empatia. Acredito que o ambiente urbano pode ter um efeito profundo na saúde mental e física dos mais jovens”, diz Natalia.
O Cities for Play trabalha com os setores público, privado e civil para criar cidades amigáveis à população infantil. Fazem isso por meio de pesquisa, defesa e engajamento da comunidade em várias escalas. Eles acreditam que as necessidades dos pequenos devem estar no centro do design urbano, o que tornará, por sua vez, a cidade muito mais inclusiva e inteligente. Faz sentido, já que uma cidade boa para crianças é também segura para outras parcelas da população, inclusive idosos e pessoas com deficiência.
Na Europa, entre os países conhecidos por suas cidades amigáveis destacam-se a Holanda, a Dinamarca, a Suécia, a Alemanha e o Reino Unido. Em Londres, crianças de uma comunidade participam de workshops para planejar a cidade que desejam. A ideia é dar voz e poder de ação para elas. Lá, medidas exigem que novos edifícios residenciais forneçam ao menos 10 metros quadrados de área verde por criança moradora.
Já em Cambridge, um conjunto de 42 casas projetadas pelo escritório Mole Architects foca na interação da comunidade, e uma rua sem carros foi implementada para incentivar brincadeiras ao ar livre e o convívio no jardim e na horta comunitária. Na Alemanha, em Alpen, uma simples intervenção em uma praça trouxe diversão para as crianças se refrescarem no verão.
O Cities for Play é um ótimo projeto e pode inspirar também cidades brasileiras, o que irá fornecer um legado saudável e sustentável para as novas gerações.
Você pode falar que não tem interesse, que não conhece as clássicas dancinhas ou que ainda não entendeu muito bem a existência do aplicativo, mas uma coisa não pode negar: o TikTok é uma potência. O app está presente em mais de 100 países, com quase três bilhões de downloads realizados – a maioria deles entre 2019 e 2020 –, e apresenta diariamente números que não param de crescer.
Já pensou em três bilhões de pessoas ouvindo a mesma música? Pois é. Entre memes, receitas de cozinha e alguns desafios – que, vamos confessar, no começo também pedimos ajuda aos nossos filhos e irmãos mais novos –, o aplicativo domina o mercado com lançamentos e relançamentos musicais.
A matemática é simples. O maior número de usuários tem entre 15 e 24 anos, a famosa Geração Z, e, com eles, não tem para ninguém: ditam tendências e viralizam qualquer vídeo em cerca de segundos. Dessa forma, o aplicativo se tornou uma das maiores influências musicais para artistas: um vídeo em alta no TikTok quase automaticamente coloca uma música em alta no Spotify.
E, ainda falando em estatísticas, a gente confirma que esse resultado é real: em 2020, sete músicas do Top 10 do Spotify bombaram primeiro no TikTok. A parte mais curiosa dessa questão é que a “garotada” não segue só de olho no futuro, mas também no passado. Vai dizer que você não ficou sabendo do Nathan Apodaca, skatista conhecido como Dog Face, que fez um vídeo andando de skate ao som de “Dreams” da banda Fleetwood Mac?
Despretensiosamente, e com a força de milhões de jovens compartilhando o vídeo, Nathan fez a canção de 1977 alcançar o topo das paradas novamente – e ganhou também uma boa dose de reproduções divertidas do seu vídeo no aplicativo.
Podemos acompanhar dezenas de canções esquecidas pelo tempo sendo redescobertas pela, veja só, Geração Z. É o caso de “Gimme! Gimme! Gimme!” da banda Abba, com sua música de 1979 que recebeu um remix exclusivo e alcançou por semanas o trend do TikTok com algumas coreografias. Porque esse é outro ponto que não dá para negar: se tem coreografia, vai viralizar no app.
Voltando ainda mais ao passado, temos “Beggin'”, da banda Frankie Valli & The Four Seasons, de 1967, que simplesmente não sai da cabeça dos jovens com o cover feito este ano pela banda Maneskin (foto), alcançando o topo do ranking com diversos vídeos no TikTok. Vale dizer que o sucesso foi tanto que migrou até para os Reels do Instagram, mas isso a gente deixa para um próximo papo.
Foto Divulgação | Maneskin
Se você quiser conhecer outras canções que viralizaram no TikTok, o 29HORAS Play está com uma seleção musical para ajudar o pessoal em casa com as coreografias, além de promover essa troca saudável com a nova geração. Se joga, vai!
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