Quem são os poucos artistas que unem o que é pop e popular no Brasil?

Quem são os poucos artistas que unem o que é pop e popular no Brasil?

Desde Itamar Assumpção, com suas inspirações em astros internacionais, são poucos os cantores e compositores que unem o que é pop e popular no Brasil

Itamar Assumpção teria feito 72 anos no último dia 13 de setembro. Ele foi um compositor genial, criador de um estilo único, aprendeu música ouvindo a Jovem Guarda no radinho de pilha e enlouqueceu com Jimmy Hendrix. Assim como Gilberto Gil, enquanto esteve exilado em Londres. Referências que vieram com Hendrix e com todos aqueles astros do pop daquela época, que eram e são ícones do rock’n roll. E com o pop de Andy Warhol, o artista que fez de uma lata vazia de molho uma obra de arte. Pop e popular.

Itamar, ainda que muito pop e inspiração para músicos das gerações seguintes, nunca foi popular. Nunca furou a bolha da Vanguarda Paulistana. Certa ocasião, em um show na Bahia, com a plateia mais ou menos engajada, começou a cantar “Laranja Madura”, de Ataulfo Alves, e teve a maravilhosa experiência de ouvir todo o público cantar junto com ele. Numa entrevista que me deu anos mais tarde (no livro “Vozes do Brasil – Entrevistas Reunidas” – edições Sesc), me disse que queria ser um compositor popular. E ele não foi e não é o único.

A provocação desta coluna é justamente essa, onde o pop e o popular se encontram? Aqui no Brasil, em raras situações. Quando recebemos as listas de mais ouvidas e tocadas no rádio nunca estão os criadores de estilo, inventores de sons, os mestres, as referências pop. Com exceções, claro, mas raríssimas. Dos tropicalistas aos sertanejos temos milhas de distância e um mar gigante no meio. Por que o Brasil ouve sempre a mesma coisa? A discussão sobre a indústria da música não cabe neste espaço, mas me intriga saber por que o ouvinte não fica curioso para ir além do que os veículos de massa oferecem.

Pop e popular, para mim, é Gaby Amarantos. A artista paraense que estourou há quase dez anos com seu primeiro álbum chamado “Treme”. Lembram que ela foi chamada de Beyoncé do Pará quando fez a versão de “Single Ladies”? Seu segundo disco chega agora em todas as plataformas com tudo que a gente ama e quer: tecno brega, carimbó chamegado, o som da aparelhagem, música para dançar. Tradição e contemporaneidade.

 

Foto Rodolfo Magalhães | Divulgação

Gaby é pop star nas aparelhagens e tem tudo para estar nas listas entre os populares. “Purakê” é o novo álbum. Indígena, feminino, sexy, abusado e cheio de participações incríveis: Elza Soares, Alcione, Dona Onete, Ney Matogrosso, Liniker, a lista é grande. Foi produzido por Jaloo – artista paraense interessantíssimo – e tem na ficha técnica outros expoentes da música do Norte. Não deixe de ouvir. Coloque na sua playlist. Faça popular o artista pop do Brasil!

Com 100% do público, Fórmula 1 em São Paulo será o maior entre os eventos-testes do estado

Com 100% do público, Fórmula 1 em São Paulo será o maior entre os eventos-testes do estado

A edição deste ano do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 acontece nos dias 12, 13 e 14 de novembro, no autódromo de Interlagos. A corrida é o maior entre os eventos-testes do estado e contará com 100% do público, que precisará apresentar comprovante de ao menos uma dose da vacinação contra a Covid-19, além de atender outros protocolos sanitários.

A programação da etapa brasileira da Fórmula 1 começa na sexta, 12 de novembro, com o treino livre no período da manhã e o treino de classificação, à tarde, para estabelecer a ordem de largada para a “Sprint Race”, uma das três de todo o campeonato. No sábado, 13, além do treino livre, haverá a “Sprint”, uma corrida curta, em 24 voltas, cujo resultado indicará a formação do grid de largada para o GP no domingo, 14.

Foto Beto Issa | Curva “S do Senna“, no autódromo de Interlagos

 

Uma análise da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o impacto econômico do evento para cidade indica que a troca de data – o GP aconteceria inicialmente entre os dias 6 e 7 de novembro, e agora será realizado na véspera de feriado – resulta em aproximadamente R$ 44 milhões a mais para os cofres públicos. Ainda, um estudo das taxas de ocupação hoteleiras da capital no mês de novembro entre os anos de 2009 e 2019 mostra a reserva de 71,5% e, segundo pesquisas do CIET/SeturSP, no final de semana da F1, essa média subiu para 77%, ou seja, um aumento de 8,4% em relação à média mensal.

O perfil dos compradores dos ingressos para o GP de São Paulo de F1 2021, de acordo com a Secretaria de Turismo do Estado, é de 49% de pessoas de outras localidades do Brasil, 27% do interior de São Paulo e 24% da capital. Neste ano, houve a redução na idade média do público de 40 para 35 anos. A edição é símbolo da retomada econômica e servirá de modelo para a realização de grandes eventos em todo o país.

Principal feira de arte da América Latina, Sp-Arte volta com sua 17ª edição presencialmente

Principal feira de arte da América Latina, Sp-Arte volta com sua 17ª edição presencialmente

Dentro do calendário da retomada cultural no estado, a SP-Arte – principal feira de arte da América Latina – entra em sua 17ª edição e acontece de 20 a 24 de outubro na Arca, galpão localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo, com cerca de 9 mil m². Neste ano, o evento traz ao público uma experiência imersiva, presencial e digital, com o Viewing Room, que ocorre concomitante à feira física.

 

Foto Divulgação | Galeria Jaqueline Martins

 

A SP-Arte funciona como uma grande catalisadora dos principais temas e tendências que atravessam o circuito de galerias e artistas. “Em 2021, esperamos uma evidência maior para a arte indígena contemporânea, com obras que alinham estética, espiritualidade e ativismo social”, explica Fernanda Feitosa, idealizadora do evento. A diretora também destaca jovens artistas que voltam seus trabalhos para práticas como a pintura e o desenho, em alta nos últimos tempos.

São milhares de obras de arte confirmadas, como uma peça da galeria Mendes Wood DM, da série “Phantom”, desenvolvida desde os anos 1970, feita de cera e que brilha no escuro. Já a Almeida & Dale, de São Paulo, apresenta diversos trabalhos de Lasar Segall, expoente do modernismo no Brasil. “Gostaria de enfatizar também a aclamada escultora norte-americana Lynda Benglis, que raramente é apresentada ao público brasileiro e está presente no evento este ano”, conta.

Esta é a primeira edição híbrida da SP-Arte, em que uma série de QR Codes e sinalizações levam para a Arca as galerias que participam do evento apenas digitalmente, no Viewing Room. Nas exposições presenciais, os protocolos vigentes, como uso obrigatório de máscara, controle de capacidade de visitantes e distanciamento físico, são aplicados junto à obrigatoriedade da apresentação da carteira de vacinação. Além do público, toda a equipe do evento passa pelas mesmas regras sanitárias.

 

Foto Divulgação | Galeria Referência