A crise hídrica no Brasil pode se tornar permanente

A crise hídrica no Brasil pode se tornar permanente

Com o ciclo de chuvas cada vez mais irregular no país todo, a crise hídrica pode deixar de ser esporádica e se tornar permanente. 

Com a crise hídrica que só se agrava no Brasil com as mudanças climáticas, seria interessante que o agronegócio passasse a investir em técnicas de racionalização do uso da água. De toda a água consumida no país, a agropecuária é responsável por cerca de 60%. O consumo de todas as residências, onde vivem os nossos mais de 200 milhões de compatriotas, é representa “apenas” 28% do total. O agro precisa economizar um pouco, e a população brasileira precisa adotar hábitos de consumo mais sustentáveis.

Quando conhecemos a pegada hidrológica de cada alimento (quantidade de água empregada em todo o ciclo produtivo de determinado produto), entendemos de onde vem toda essa “gastança”. Por exemplo, para cada xícara de café chegar à sua mesa, são gastos 132 litros de água. E, para produzir um ovo são necessários 196 litros de água.

Mas os recordistas são a carne bovina e o chocolate: para obter um quilo de carne, são despendidos 15.400 litros, enquanto um quilo do doce oriundo da mistura de cacau, açúcar e leite exige 17.200 litros para ser elaborado!

 

FOTO | DIVULGAÇÃO

 

Por isso, enquanto rogamos aos agricultores que desenvolvam metodologias e estratégias para reduzir o uso de água no campo, pedimos a você, consumidor, que também reveja alguns de seus comportamentos:

  • Antes de comprar, reflita sobre a real necessidade do alimento;
  • Não desperdice comida, coloque no prato apenas o que irá comer;
  • Não desperdice alimento deixando-o estragar na geladeira ou na despensa;
  • Sempre que possível, use todas as partes do alimento;
  • Prefira alimentos da estação e produzidos perto de onde você mora;
  • Diminua o consumo de carne bovina, substituindo-a eventualmente por carne suína, frango, queijo ou outro alimento com menor pegada hídrica.

 

A água é um recurso finito. É necessário que todos nos mobilizemos para usá-la com sabedoria e comedimento.

Prosa rápida

Frio cruel
As ondas de frio deste inverno estão um pouco mais intensas do que as de anos anteriores. E, como consequência disso, agricultores de diferentes regiões estão tendo perdas com as geadas. Prejuízos vêm sendo notificados pelos cafeicultores do Sul de Minas, pelos produtores de trigo do Paraná, pelos donos dos grandes milharais do Mato Grosso do Sul, pelos citricultores de Limeira (SP) e até pelas fazendas de cana-de-açúcar de Ribeirão Preto!

Onda ruim
A pororoca no rio Araguari, no estado de Amapá, não existe mais. O fenômeno, formado pelo encontro das águas do rio ao desaguarem no Oceano Atlântico, atraíam surfistas do mundo para deslizar por suas ondas que duravam longos minutos e percorriam mais de dez quilômetros. É que os criadores de búfalos da região criaram valas para drenagem em seus pastos e esses canais causaram o assoreamento do rio, que ficou raso demais até para a navegação.

Praga feroz
Assim como aconteceu aqui na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai no ano passado, uma nuvem de gafanhotos está devastando agora pastagens e plantações nos Estados Unidos. A superpopulação de insetos está deixando seu rastro de destruição por 15 estados do Oeste, como Montana, Wyoming, Oregon, Idaho e Nebraska. Gafanhotos são comuns nesta região, mas houve uma explosão populacional este ano, turbinada pela seca e pelas altas temperaturas.