Boulangeries paulistas: conheça padarias com tradição francesa em São Paulo

Boulangeries paulistas: conheça padarias com tradição francesa em São Paulo

Com endereços à altura das boas boulangeries parisienses na cidade, os paulistanos se revelam grandes apreciadores desse hábito cultivado pelos franceses.

Que o paulistano adora uma padaria todo mundo sabe. Mas, na verdade, o gosto é mais pelo passeio com a família do que pelo pão em si. Afinal, sabemos que de francês o pãozinho só tem o nome, né? Há pouco tempo quem fazia questão de pães e croissants de qualidade tinha poucas opções em São Paulo. Nos últimos anos, porém, abriram várias boulangeries de ótimo nível em diversos bairros da cidade. Tudo indica que daqui a pouco estaremos como em Paris, onde em cada esquina há uma excelente padaria e o pão é parte integral de cada refeição.

Toda boulangerie oferece uma linha de pães que vai de baguete (e suas variações) a brioches, campagnes (como integral, multigrãos e sem glúten) e por aí vai. Cada estabelecimento tem versões de criação própria tentando mesclar algum ingrediente de agrado do seu público. Além de pães, o desafio maior de uma boa boulangerie é oferecer uma linha de viennoiseries à altura desse nome. Estou falando de croissants, pains au chocolat, pains aux raisins e ainda outros produtos menos conhecidos por aqui. Vou citar, então, os endereços de que mais gosto.

O trio para meu critério de referência é: Baguete/Croissant/Pain au chocolat. Os pontos decisivos para baguetes e campagnes são a crocância e a leveza da massa. Para os croissants, é a quantidade de manteiga na massa e entre os pains au chocolat é preciso se atentar à qualidade do chocolate usado.

 

Croissants da ZestZing

Croissants da ZestZing – Foto: Divulgação

 

Minha preferência vai para a Zestzing, na Alameda Tietê. A Claudia Rezende acerta em cheio no trio de referência. Além da baguette perfeita, ela também faz a ficelle (baguette fininha) e é a única a apresentar outro clássico francês, o épi (mesma massa com várias pontas como uma espiga de trigo). Outro endereço muito competente é o antigo Le Fournil, que mudou o nome para Boulangerie Mercure. Fica na entrada do hotel Grand Mercure, na rua Senna Madureira, na Vila Clementino.

Ali tudo é bom, mesmo porque a rede hoteleira Sofitel sempre foi a escola mais respeitada nas áreas de viennoiserie e de pâtisserie. Tanto que outro ponto dos melhores é a Douce France, na região da Paulista, onde o responsável também saiu da mesma escola. Recomendo La Boulange, na rua Fernão Cardim. Ótimos croissants (pouca manteiga) e boas baguetes. Você pode até comprar a farinha francesa usada nas receitas da casa.

Tem ainda a Jules, na Vila Nova Conceição, que faz o leque todo, mas se destaca nas “miches”, que são os pães em formato campagne. Todos trabalham com delivery, mas é bom se planejar um dia antes. Aliás gosto dos croissants de um francês que só faz por encomenda e se chama Les croissants d’Etienne. E, para quem não quer abrir mão do velho e bom programa do café da manhã na padoca, a melhor dica é a Fabrique, em Higienópolis. Não se esqueça de fazer a “trempette”, que é molhar o pão no café com leite ou no achocolatado, como todo bom francês faz…

Aproveite o friozinho. Até!

 

Atriz consagrada, Ilana Kaplan conquista a internet com vídeos de humor crítico

Atriz consagrada, Ilana Kaplan conquista a internet com vídeos de humor crítico

Engana-se quem pensa que Ilana Kaplan é rosto novo no humor. Já são 36 anos de trajetória e um extenso currículo artístico. A repercussão virtual estrondosa, essa sim, é recente. Em quatro meses, a gaúcha viu sua conta no Instagram saltar de seis para 230 mil seguidores, quando Keila Mellman, uma de suas personagens criada exclusivamente para a internet, viralizou. Nos vídeos que ganharam as redes, a atriz combina ironia e acidez para cutucar feridas sociais.

 

Foto - Iara Morselli

Ilana Kaplan – Foto Iara Morselli

 

“Keila é retrato da minha indignação com o comportamento de algumas pessoas online. Em meio à catástrofe que estamos vivendo, ver tanta gente se vangloriando nas redes era algo que me consumia”, conta a atriz, que decidiu transformar o incômodo em arte. Com a ajuda da irmã, Ana Kaplan, delineou a personagem que se tornou porta-voz de uma catarse coletiva. Socialite especialista em etiqueta das redes, Keila dita o que é ou não de bom tom no universo virtual. “Ela expõe a cafonice da ostentação em tempos de miséria.”

Antes de se jogar no mundo digital, Ilana fez história nos palcos e nas telas. Estrelou novelas em emissoras de peso, como “Carrossel” (SBT) e “I Love Paraisópolis” (Globo); acompanhou, por dois anos, a trupe humorística “Terça Insana” em stand-ups semanais na capital paulista; e, em 2018, chegou a ser agraciada por um Prêmio Shell de Melhor Atriz, pela atuação na renomada comédia “Baixa Terapia”. “É muito raro um comediante receber uma honraria desse porte, então foi uma surpresa muito grata.”

 

Foto - Matheus José Maria

Ilana Kaplan – Foto Matheus José Maria

 

Apaixonada pelos palcos, é para eles que deseja correr assim que todo mundo estiver devidamente vacinado. “Quero conseguir trazer esse público que me conheceu na internet para trocar comigo nas plateias. Teatro é olhar, e isso o online não consegue suprir”. Enquanto espera pelo progresso da imunização, “super-quarentenada”, Ilana pretende continuar brincando de Keila, mas sem compromissos. “Não sou influencer, nem tenho cronogramas ou coisas do tipo. Quero deixar a Mellman falar livremente e agir como uma prova viva de que comédia, responsabilidade social e política podem e devem andar juntas.”