Com arquitetura e comida típicas do país europeu, Holambra é ideal para descanso e está próxima a grandes cidades

Com arquitetura e comida típicas do país europeu, Holambra é ideal para descanso e está próxima a grandes cidades

Com apenas 15 mil habitantes, a 36 quilômetros de Campinas e 130 da capital paulista, Holambra é lembrada pelo Festival das Flores, mas tem muito a oferecer aos visitantes durante todo o ano. Cercada por referências ao país holandês, a arquitetura típica é observada nas casas da rua Dória Vasconcelos (ponto de parada para fotos) e no Moinho dos Povos Unidos, que com dez andares (sendo seis abertos à visitação) e 38 metros de altura, é considerado o maior da América Latina.

 

Sanduíche Spek en Gouda, do Hoek Burger – Foto divulgação

 

A cidade possui um circuito gastronômico com comidas do país em simbiose com o Brasil. É o caso do Hoek Burger, fundado por Gabriel Rocha. Hoek, que significa “esquina” em holandês, oferece saborosos sanduíches como o Spek en Gouda, com queijo Gouda, bacon e maionese. Além de entradas típicas holandesas, como a Patat Speciaal (batatas fritas temperadas) e a Mini Frikandel, salsichas tradicionais do país com ketchup e curry, maionese da casa e cebola picada; e sobremesa, como o stroopwafel, que na casa é servido com sorvete e nutella entre duas bolachas.

Inaugurado em 2019, o Hotel 1948 é uma ótima parada para descanso após um dia em Holambra. As referências ao país europeu se dão na numeração 1948, data da imigração holandesa no Brasil, e na fachada do hotel, que possui uma arquitetura repaginada das clássicas casas. São treze acomodações, todas com varanda e uma pequena cozinha. As entradas dos quartos são independentes, e não conectadas por um corredor, e o self check in e check out garante maior segurança e praticidade aos hóspedes.

 

Hotel 1948, em Holambra – Foto divulgação

 

Flores sempre vivas

Moradora da região, Marina Pierobom vive de suas habilidades manuais. Formada em Turismo e Administração, a Naná, como é conhecida, decidiu ter uma vida mais tranquila longe de São Paulo e do antigo trabalho em uma multinacional. Na nova cidade, trabalha na secagem de flores para produzir arranjos mais duradouros em sua própria loja.

Criou a Lá da Naná em 2015, em Holambra e, desde então, com as técnicas aprendidas em cursos de botânica, se dedica a produzir pendentes, arranjos, topos para bolos e kits “faça você mesmo” com flores secas. Para este fim de ano, elaborou um pequeno enfeite de natal, feito de pinha, flores e musgos, para que crianças (e adultos) possam presentear, enfeitar suas casas e desenvolver seus lados lúdicos com materiais naturais. Para 2021, Marina planeja ministrar um curso online com aulas sobre secagem e acessórios com flores. “Para que outras pessoas, assim como eu, consigam desenvolver uma nova habilidade como hobby ou até mesmo ter sua própria marca”, conta. Os produtos são vendidos no site ladanana.com.br e no Instagram @la_da_nana.

 

Arranjo da loja Lá na Naná – Foto divulgação

 

 

Rádio Vozes: Férias? Festas? Verão? Nos perguntamos o que vai ser deste fim de ano

Rádio Vozes: Férias? Festas? Verão? Nos perguntamos o que vai ser deste fim de ano

Em tempos de ameaça invisível, entre a promessa da vacina e o medo sensato das aglomerações nas férias, nas festas e no verão, o melhor é não nadar contra a corrente. Vamos curtir com nossos amores da melhor maneira. Eu, como sempre, recomendo que a música esteja ao seu lado.

E volto a falar daquela deliciosa experiência de ouvir discos inteiros prestando atenção aos detalhes. É como beber uma bela taça de vinho e saber de onde ele vem. Se o vinho é muito bom, pode ser gostoso saber de que uva, ou uvas, ele foi feito. Envelheceu em ânforas? Onde fica o vinhedo?

Bom, abra sua garrafa geladinha e experimente esta playlist fresquíssima de verão. Ainda que em emergência climática no planeta redondo que habitamos, vamos nos nutrir. Que tal começar com Erasmo Carlos nos anos 1970 para entrar no clima paz e amor? Nunca é demais. O LP “Carlos, Erasmo” foi lançado em 1971 e abre com a deliciosa “De Noite na Cama”, escrita por Caetano Veloso especialmente para o Tremendão da Jovem Guarda, que aos 30 anos buscava novos ares musicais. E, de fato, o disco é o primeiro de uma série que leva Erasmo para outros lugares dentro da canção brasileira. “É Preciso Dar um Jeito, meu Amigo” é atualíssima. Ouça prestando atenção nessa letra, parceria com Roberto Carlos, que já nos anos 1970 falava que “descansar não adianta…”.

 

Foto Divulgação

 

Temos ainda no disco um incrível Jorge Ben com “Agora Ninguém Chora Mais”, uma composição de Taiguara, outra de Marcos e Paulo Sergio Valle. Na banda dois ex-mutantes, Dinho e Liminha, e arranjos do maestro Chiquinho de Moraes. Arthur Verocai, que lançou seu primeiro disco no ano seguinte, assina o arranjo de “Ciça, Ceçilia”, de Roberto e Erasmo, que foi feita para uma novela da época. Se você prestar atenção vai perceber as diferenças entre os dois maestros. Combina com um vinho gelado e uma tarde de verão com desejos de tempos melhores, sem dúvida.

Agora um outro muito recente, lançado no finalzinho de 2019. Esse você pode ouvir no cair da tarde e começo da noite para combinar com o lirismo do jovem Martins, compositor de destaque da novíssima música pernambucana. Antes do disco de estreia, ele já fazia parte dessa linda cena que para mim tem como marca a poética nordestina dos cantadores, dos repentistas, da ligação com a natureza. Como disse Manuel Bandeira, “lá faz calor também, mas lá tem brisa…”.

Por coincidência, ou não, Martins tinha 29 anos quando lançou esse álbum com produção do mago Juliano Holanda (outro grande compositor), e o disco tem o seu nome na capa. Juliano é parceiro em três canções, entre elas “Vértebra por Vértebra”, que tem arranjo e flauta de Amina Mezaache em uma gravação feita na França. Minha canção preferida do disco é “Queria ter pra te dar”, em que se pode ouvir versos como “tua voz ornamentava o meu juízo” … Eu ouço repetidas vezes! Preste atenção nos violões, nas sutilezas dos arranjos, nas letras preciosas e na voz de Martins! Uma beleza!

Assim como Erasmo deixou a Jovem Guarda por seu trabalho autoral, Martins segue adiante depois de passar por várias bandas e coletivos em Recife. Não que ainda não faça parte, mas é lindo de ver que a chegada dos 30 anos traz algumas definições também na música, não é? Tempo, compositor de destinos!

Aproveite o seu verão com saúde e boa música.