Queijos artesanais incríveis na Serra do Japi

Queijos artesanais incríveis na Serra do Japi

Estabelecida desde 2016 em um sítio a 1.000 metros de altitude, em Cabreúva, a Pé do Morro produz seis variedades de queijos e mantém um espaço onde os visitantes podem armar agradáveis piqueniques.

Quando o descendente de húngaros, Érico Kolya criou a Pé do Morro, em um sítio de 15 hectares em Cabreúva, a ideia era apenas produzir aqui no Brasil os queijos que ele aprendeu a fazer no período em que esteve trabalhando em pequenos laticínios do interior da Suíça e da Alemanha. Mas com o tempo o projeto foi crescendo e, agora, além da queijaria, a pequena propriedade tem também oliveiras e videiras com uvas syrah que, nos próximos anos, serão a matéria-prima para os azeites e vinhos da marca.

Além disso, o sítio virou um hub de produtos da região. No empório que se abre para visitantes nas tardes de sábados, domingos e feriados – apenas quando as restrições impostas pela pandemia permitem, é lógico – é possível encontrar também cervejas elaboradas com lúpulo de Jarinu da Fermentaria Local, vinhos tintos da Di Pizzo (de Louveira), embutidos da Charcutaria Jundiaí e pães e geleias artesanais preparados ali mesmo, no sítio Pé do Morro.

 

Foto - Divulgação

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“A região aqui é cheia de pequenos produtores, elaborando alimentos especiais e de alta qualidade. Eu sou apenas mais um nesse grupo. Ninguém quer ser grande, fazer produtos para consumo em massa. Nosso maior interesse é preservar esse tesouro que é a Serra do Japi, com suas nascentes de água, a diversidade de sua fauna, sua capacidade de nos abastecer de ar puro e de chuva”, sintetiza Érico.

Ao chegar no sítio Pé do Morro, o cliente escolhe o que vai beber e comer no pequeno empório e depois pode se acomodar em uma das mesas montadas ao ar livre ou espichar-se no gramado da propriedade, com uma linda vista para as montanhas cobertas de mata nativa da Serra do Japi.

Mas as estrelas do passeio são mesmo os seis tipos de queijos que Érico produz a partir de suas sete vaquinhas das raças Jersey e Holandês, alimentadas a pasto, com capins especiais e ultraproteicos. O Lua se assemelha a um camembert, com aquela característica pele de fungo branco e uma massa mole e de sabor suave no “recheio”. O Sol é uma versão daqueles queijos alpinos de massa firme, maturado por 3 a 9 meses, com sabor levemente adocicado e algumas olhaduras.

 

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Tem ainda o Piá e o Granito, que nascem do mesmo processo, mas são maturados de maneira distintas: no final ambos ficam com sabor bem intenso, mas um tem a casca escovada e o outro ganha uma camada de mofo comestível em seu exterior. Já o Quina lembra um queijo da canastra, com massa macia, sabor suave e uma excelente opção para quem curte um bom queijo derretido no seu misto quente ou num hambúrguer, e o Quark é uma espécie de cream cheese, bem fresco e perfeito para ser espalhado numa fatia de pão tostado.

Para quem não quiser ir até o sítio, que fica a 85 km de São Paulo e a 55 km do aeroporto de Viracopos, a alternativa é comprar e degustar essas delícias n’A Queijaria (no bairro paulistano da Vila Madalena) ou no empório Sonhos de Queijo, no bairro de Barão Geraldo, em Campinas.

 

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Obras de Tarsila do Amaral aparecem em rótulos de vinhos

Obras de Tarsila do Amaral aparecem em rótulos de vinhos

Em parceria com a família de Tarsila do Amaral, marca apresenta rótulos com obras da artista.

Desde o início da pandemia o vinho tem forte presença na casa dos brasileiros. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul (ABS-RS) identificou um aumento de 86% no consumo da bebida entre meses de 2020, com foco nas produções nacionais, que ficaram em evidência por causa da alta do dólar. Nesse contexto, a marca Vinho 22 lançou a linha 22 Tarsila – rótulos com obras de Tarsila do Amaral – em parceria com a sobrinha-neta da artista.

Com a proposta de democratizar o acesso a itens que costumam ser mais elitizados, como vinhos e obras de arte, cada garrafa vem com um quadro da pintora modernista. “O casamento foi perfeito, unimos um produto que tem tudo a ver com arte, com uma artista que era também uma grande apreciadora de vinho, e a ideia vai ao encontro do principal esforço da Tarsilinha: introduzir o trabalho de sua tia-avó às gerações mais jovens”, conta Rodrigo França, co-fundador da Ohca (holding da qual a Vinho 22 faz parte).

Obras como “Abaporu”, “A Lua” e “Antropofagia” estampam vinhos de uvas também populares como Merlot, Pinot Noir e Chardonnay, à venda no site da marca. “As garrafas vêm com um QR Code para as pessoas saberem mais sobre os quadros. É uma maneira mais leve de conhecerem as obras e interagirem com elas”, diz Tarsilinha do Amaral.

 

Vinhos da linha 22 Tarsila - Foto: Divulgação

Vinhos da linha 22 Tarsila – Foto: Divulgação

 

Em 2022 fará 100 anos da Semana de Arte Moderna. O modernismo foi um movimento cultural que promoveu uma quebra de padrões anteriores, para valorizar a liberdade de estilo e a aproximação com a realidade. “Acreditamos que a Tarsila, um dos grandes nomes do movimento, conseguiu fazer com a arte exatamente aquilo que buscamos provocar no universo dos vinhos”, destaca Rodrigo.

Além da parceria com a Vinho 22, a sobrinha-neta da artista perpetua a obra de Tarsila do Amaral por meio de trabalhos sociais. Tarsilinha tem uma parceria com a ONG Pipa Social, no Rio de Janeiro, que auxilia pessoas que moram em comunidades a entrarem no mercado de trabalho por meio do artesanato – rendeiras reproduzem as obras da artista em bordados.

Em escolas, ela palestra há 20 anos para o público infantil. “Em seus quadros, Tarsila traz cores, visuais muito agradáveis e fáceis de serem entendidos. É até uma porta de entrada para que crianças estudem outros artistas. Eu acredito que acontecerá mais situações como essa com jovens adultos por causa dos vinhos”, finaliza Tarsilinha.

 

Tarsilinha, sobrinha-neta da artista, entrega livros de arte em escolas - Foto: Divulgação

Tarsilinha, sobrinha-neta da artista, entrega livros de arte em escolas – Foto: Divulgação

Bom de Copo: drinques e dicas para se refrescar em dias muito quentes

Bom de Copo: drinques e dicas para se refrescar em dias muito quentes

Para refrescar!

O calor veio para ficar! Um de meus programas prediletos é separar algumas leituras, como a edição da 29HORAS, algum artigo, um livro, um jornal, e ir para o sol. E como o que eu bebo é mesmo vinho, tenho uma série deles que funcionam como bebida refrescante.

Um dos campeões é o Portônica, você enche um copo “long-drinque” com gelo, coloca uma rodela de laranja, uma dose (eu coloco duas) de Porto Branco Seco, e completa com água tônica. Um espetáculo de drinque de verão! Funciona bem com o Jerez do tipo Fino ou Amontillado, e ainda com o Madeira Serial, e devo dizer que todos esses vinhos ficam maravilhosamente bem puros a 12ºC de temperatura.

Foto Getty Images | GMVOZD

Há inúmeros drinques que usam o vinho como base e misturam com outras bebidas, mas confesso que prefiro outras heresias, daquelas que todos fazem e poucos admitem, tipo colocar gelo no vinho. Saiba que sempre fiz! Em várias situações, por exemplo, um tinto que está muito pesado, muito denso, e o dia está claro e calor, ora, dois ou três cubos de gelo resolvem isso facilmente… outra coisa, ao sol, um cubo de gelo no vinho branco ou no espumante, não tem problema algum, você curte até mais! Claro que não se faz isso com produtos de grande qualidade, seria um desperdício, mas com vinhos comuns, não vejo problema e nem sinto culpa.

Na Itália certa vez um produtor amigo serviu um branco, e o vinho estava meio “chato”, faltando acidez. Sabe o que ele fez? Pegou uma casquinha de limão, torceu e jogou na minha taça, e assim o vinho ganhou acidez! Nossa, repeti essa operação diversas vezes para salvar vinhos que estavam pouco ácidos.

Em dias muitos quentes, também tenho costume de encher um copo “long-drinque” de gelo, com metade de vinho branco e completo com água com gás. Pronto, dá para virar o copo todo, como um delicioso refrigerante sem aquele retro gosto doce. Mais saudável e agradável. Experimente!

Também vale lembrar das sangrias (com vinho tinto) e dos Clericot (com vinho branco), em que se coloca pedaços de frutas com gelo, vinho simples e uma dose de algum licor. Faz o maior sucesso! Não há quem não goste.

Bons vinhos para se refrescar nesse verão que promete. Saúde!

Venda online de vinho cresce e o momento é de imersão

Venda online de vinho cresce e o momento é de imersão

Os canais de venda tradicionais foram a pique. Restaurantes, bares e lojas estão fechados ou trabalhando com delivery, absolutamente fora de sua proposta. As importadoras de vinho se adaptaram a essa modalidade de venda. Afinal, é o que restou. 

Quem se deu bem e muito bem, foram os supermercados que estão funcionando normalmente. Para se ter uma ideia, o Pão de Açúcar cresceu em 50% as vendas de vinho desde março. Um salto impensável. Outro setor que cresceu foi a venda virtualcomo os clubes de vinho que também experimentam um crescimento semelhante. 

Importante observar que há diversas propostas nesse mercado, há clubes que vendem vinhos de rotulagem linda e com vinhos muito simples dentro e outras que vendem produtos mais selecionados de preços mais altos e de volumes limitados. O fato é que, mesmo com esse crescimento todo, o volume não cobre a perda que se observa.  

Venda online de vinho cresce e o momento é propício para uma imersão em livros e cursos

Venda online de vinho cresce e o momento é propício para uma imersão em livros e cursos

De um lado, cresce o consumo na residência por motivos óbvios, mas de outro as pessoas se restringem com gastos, o resultado é o crescimento dos vinhos mais simples. Eu diria que na faixa de preço de até 50 reais. Os vinhos brasileiros saem ganhando e esses se encontram nos supermercados, como Aurora Varietais, os Almadén e os Salton Classic. 

Isso também se explica porque o câmbio cresceu quase 50% em dois meses e isso reflete em tudo. Os vinhos estão mais caros e vão ficar ainda mais. Um momento muito difícil. Penso que agora os produtores brasileiros deveriam intensificar ofertas e delivery e promover seus vinhos. 

As pessoas não conhecem vinho, não sabem das suas diversas alternativas, de regiões, de estilos, de produtores, etc., e então acabam confiando em quem lhe indica o vinho. Os clubes sempre falarão bem dos vinhos que estão oferecendo, porém para quem é do ramo sabe que hoje, um vinho vendido a 30 reais custou lá fora 1 euro. Isso é algo que os consumidores deveriam ter em mente e dar preferência a um vinho feito em seu país, que nesse momento precisa sobreviver. 

Eu acho que hoje o consumidor deveria primeiro escolher um importador ou um produtor brasileiro em quem confia, quem cuida bem de seus vinhos e são honestos. Então a partir daí você pode escolher entre muita variedade. Hoje todos entregam, é uma facilidade. 

Há também um fator bom para o vinho nisso tudo. As pessoas estão dentro de casa e estão sem a possibilidade de sair, assim podem prestar mais atenção ao vinho que bebem. O vinho precisa disso, pois há diferenças entre eles, entre as castas, entre os assemblages. Quando a pandemia passar, os consumidores estarão mais familiarizados com os vinhos, tenho certeza.  O importante é experimentar, variar, esquecer as notas e palpites de experts de vinho, acredite em você. 

Mergulhe!

"Confissões de uma amante de vinhos" de Jancis Robinson

“Confissões de uma amante de vinhos” de Jancis Robinson

E informe-se, há inúmeros cursos de vinho e livros maravilhosos para se curtir nestes tempos de confinamento, sugiro de cabeça os seguintes: A História do Vinho de Hugh Johnson,A experiência do gosto de Jorge Lucki, “A Arte de Degustar o Vinho” de Enrico Bernardo, Confissões de uma Amante de Vinhos de Jancis Robinson, Vinho para Iniciantes e Iniciados de José Oswaldo Albano do Amarante, Presença do Vinho no Brasil” de Carlos Cabral e “O Gosto do Vinho” de Émile Peynaud e Jacques Blouin. 

Eu tenho um curso que vez por outra é lançado na web, sugiro que o leitor interessado se inscreva em “O vinho é simples 2020” e acompanhe o próximo lançamento. Saúde!!