Os Paralamas do Sucesso completam quatro décadas de clássicos, shows marcantes e parcerias com grandes nomes em turnê especial que passa por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre a partir deste mês
Com uma contribuição decisiva para a consolidação do rock no Brasil e para a construção de uma identidade musical nacional para o gênero, Os Paralamas do Sucesso completaram 40 anos de estradas, palcos, estúdios e muita música. Em quatro décadas, hits como “Meu Erro”, “Lanterna dos Afogados” e “Óculos” reverberaram pelas rádios e ajudaram a mobilizar uma legião de fãs que segue se renovando.
O trio formado por Herbert Vianna (guitarra e voz), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) foi pioneiro na fusão de rock com outros estilos, como o reggae e a MPB, e surfou nas influências internacionais do punk, do new wave e do rock alternativo, criando uma sonoridade híbrida genuinamente brasileira, capaz de integrar diversos públicos à cena rock.
Da esquerda para a direita, Bi Ribeiro, Herbert Vianna e João Barone, que celebram 40 anos de música e palcos em turnê – foto Maurício Valladares
Agora, eles levam a turnê “Paralamas Clássicos – 40 anos” ao Allianz Parque, em São Paulo, no dia 31 de maio. A banda se apresenta ainda em 7 de junho, na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro; 14 de junho no BeFly Hall, em Belo Horizonte; e no dia 28 de junho, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre. “Fazer shows comemorando tanto tempo de carreira é uma alegria e um atestado de longevidade da nossa arte e nossas convicções”, resume Herbert.
Em entrevista exclusiva à 29HORAS, os músicos compartilham a preparação para os próximos shows, relembram momentos marcantes de suas trajetórias e revelam os segredos para essa união longeva nos palcos e na música. Confira os principais trechos a seguir:
Como vocês pretendem passear pelo vasto repertório de 40 anos de carreira nos shows? Quais serão os recortes e os enfoques na turnê? Bi Ribeiro: Estamos preparando um roteiro que contemple todos os períodos de nossa carreira. O show tem sempre um tempo entre temas e ritmos que vamos, com a experiência, acertando. Os grandes clássicos estarão todos lá. E estamos preparando surpresas. Que serão… surpresa! (risos).
O que a passagem do tempo trouxe de melhor e de pior para a carreira musical e a sua vida pessoal de vocês? Herbert Vianna: Fazer shows comemorando tanto tempo de carreira é uma alegria e um atestado de longevidade da nossa arte e nossas convicções. A passagem do tempo traz história e experiência, o que vejo que é ótimo e muito enriquecedor.
foto Alexandre Moreira
Ainda rola um frisson antes de se apresentar para grandes audiências em estádios e arenas? O show no Rock in Rio, em 1985, foi um grande marco na história da banda. O que vocês lembram daquela experiência? B.R.: Com certeza rola a ansiedade. Ainda mais com um show tão especial. Essa será a maior apresentação solo dos Paralamas no Brasil. Já fizemos algo parecido na Argentina nos anos 1990. Sobre o Rock in Rio, foi mesmo um marco. Tínhamos apenas dois anos de carreira e tocávamos apenas em locais pequenos até então. Certamente naquele dia a ansiedade foi bem maior do que a que teremos no Allianz neste mês (risos). Mas a lembrança daqueles dois dias no RiR 1985 é de êxtase total ao final. Saímos do festival muito maiores do que éramos!
Como foi manter a química dentro da banda por tanto tempo? Qual a receita para a saúde desse bem-sucedido “casamento” de quatro décadas? B.R.: Muito amor à música, e a vontade de tocar juntos permanece até hoje. O combo é respeito mútuo, saber conviver e amizade.
Vocês foram pioneiros na fusão de rock com outros estilos, como o reggae e a MPB. Vocês enxergam que essa sonoridade híbrida brasileira persiste nos sons e nos artistas atuais? H.V.: Penso que as bandas dos anos 1990 como Chico Science e Nação Zumbi, Skank, O Rappa e Charlie Brown Jr. deram uma boa continuidade nessas fusões, cada uma com suas características. E hoje vemos muito disso sendo feito em diferentes segmentos da música, com certeza.
O vocalista e guitarrista Herbert Vianna no show histórico do Rock in Rio, em 1985 – foto divulgação
Como vocês acham que o som dos Paralamas do Sucesso ajudou a moldar o rock nacional? B.R.: Trouxemos uma proposta mais atualizada nos anos 1980, inspiradas nas bandas pós-punk inglesas. A partir daí chegamos ao reggae e à música brasileira, o que as bandas realmente ainda não faziam naquela época.
Assim como os Titãs, vocês têm um público transgeracional. Como é a interação da banda com as novas gerações? B.R.: É uma alegria total ver que nossa música transcende gerações. Ver gente bem mais jovem em shows e curtindo o som é demais, é realmente especial!
João Barone: Ao longo de todo esse tempo, tivemos um desprendimento grande, porque soubemos que o sucesso pode ser efêmero, então nunca colocamos como meta o reconhecimento do público. Para nós, é um prêmio! Ter uma música conhecida, as pessoas cantarem nos shows… é incrível! Nossa relação com o público sempre foi muito respeitosa, tratamos os fãs com tranquilidade, e continua assim com os mais novos.
Vocês surgiram na época dos LPs de vinil, pegaram o início, o meio e o fim da era dos CDs e hoje estão na nuvem e nos celulares. O que o passado tinha de melhor e de pior e o que esse novo mundo digital tem de bom e de ruim? B.R.: A magia do vinil, seu tamanho, a arte, os encartes com informações se foram. Os CDs já perderam esse enfoque de curtir um produto completo, como o vinil. Hoje, com o streaming, o lado romântico da audição e da contemplação, se foi completamente. Mas, ao mesmo tempo, o acesso a todo tipo de música e discos é sensacional. Discos saíam de catálogo e não se tinha mais acesso, era muito difícil. Ter um verdadeiro arquivo universal de todo tipo de música em seu celular é mágico!
J.B.: E a criação musical permanece nesse lugar mágico! Criar arranjos, músicas, sons e construir uma canção em cima das letras do Herbert é algo que se manteve inalterado em nosso processo, é a nossa gênese criativa, que apenas encaminhamos para as mídias vigentes. Foi assim que a gente sobreviveu a todos esses anos. Hoje em dia também usufruímos de equipamentos de ponta nos estúdios e equilibramos muito bem a inovação com a arte mais intimista.
Herbert Vianna ao lado do baterista João Barone e do baixista Bi Ribeiro em estúdio – foto Maurício Valladares
O clipe de “Ela Disse Adeus” foi estrelado por Fernanda Torres em 1998. Como é ter um vídeo protagonizado por uma atriz indicada ao Oscar? B.R.: É um orgulho e alegria imensa. Lembramos que não somos atores e ela foi nossa professora de atuação. Esse foi, segundo uma enquete da “Folha de São Paulo”, o melhor clipe brasileiro de todos os tempos. Obrigado, Fernanda Torres! E vale lembrar que ela e Débora Bloch também atuaram no clipe “Aonde Quer Que Eu Vá”. Ambos dirigidos pelo Andrucha Waddington!
Vocês já compuseram músicas de contestação falando de desigualdade (“Alagados”), de indigência cultural (“Fora de Lugar”) e de opressão (“Selvagem”). Já pensaram em escrever uma canção sobre as grandes mazelas atuais, criticando bilionários megalomaníacos, líderes políticos acéfalos ou o ódio que inunda as redes antissociais? Ou o inconformismo e a “raiva” de vocês deu aquela acalmada básica com o avançar da idade? B.R.: Isso não é premeditado. Nunca foi. São observações e vivências. Inconformismo nunca acaba, está dentro de nós. Infelizmente, as músicas citadas continuam atuais e tocamos e cantamos com total convicção ainda em nossos shows.
Herbert Vianna – foto Alexandre Moreira
As letras das músicas da banda sempre foram muito significativas. Herbert, o que faz parte de seu processo de escrever uma letra? Como é esse momento para você? H.V.: Não existe uma fórmula única. Costumo falar que são vômitos emocionais, tanto nas letras do cotidiano como nas de sentimentos pessoais. Algumas saem de uma vez e outras levam anos para serem resolvidas.
É possível elencar um show mais inesquecível ou a experiência mais marcante da carreira dos Paralamas até agora? H.V.: É uma escolha difícil! Foram muitas as experiências marcantes em nossa carreira. A primeira vez no Circo Voador, o Rock in Rio de 1985, a primeira vez no Festival de Montreux, o show no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, a gravação do nosso acústico no Parque Lage, os shows de 30 anos de carreira. São muitos momentos especiais nos palcos!
Bi Ribeiro – foto Alexandre Moreira
Vocês fariam colaborações com artistas hoje em dia? O que vocês escutam na rádio ou quem está nas suas playlists? H.V.: Escuto muito o rock clássico, reggae e artistas brasileiros. Quanto a colaborações, estamos sempre abertos a novos encontros.
J.B.: Fazemos colaborações de uma forma muito espontânea, foi assim com a parceria com Gilberto Gil, em “Novidade”, de 1987, em “Uma Brasileira”, com Djavan, teve ainda Carlinhos Brown, Marisa Monte… Foi tudo inusitado e espontâneo, não pensamos em quem chamaremos, deixamos acontecer, é muito ao acaso.
O último álbum da banda é “Sinais do Sim”, de 2017. Vocês têm material inédito, têm planos de lançar em breve um novo álbum? B.R.: Começamos a preparar esse material agora, sem pressa. E, devido à agenda de shows bem pesada dos últimos dois anos, o processo está indo no ritmo que dá.
Como vocês imaginam os próximos anos para os Paralamas? B.R.: Só conseguimos nos imaginar tocando juntos até morrer!! (risos)
O ZéNiver31 celebra os 31 anos da Casa do Zezinho e acontece no Sheraton São Paulo WTC Hotel
Organização sem fins lucrativos que atende mais de 1.000 crianças, adolescentes e jovens no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, a Casa do Zezinho foi fundada em 1994 por Dagmar Rivieri, conhecida como Tia Dag.
No dia 16 de abril, a ONG realizará no Sheraton São Paulo WTC Hotel o ZéNiver31, show beneficente em homenagem ao aniversário de sua fundadora e aos 31 anos de transformação social. “Esse evento não é só uma celebração, mas uma forma de garantir que mais crianças e jovens possam sonhar e construir um futuro melhor, que vejo como meu maior presente. Completar mais um ano de vida cercada de amigos e apoiadores da Casa do Zezinho é poder acreditar que juntos somos capazes de transformar realidades e espalhar ainda mais amor e oportunidades”.
foto divulgação
Além do show exclusivo de Diogo Nogueira, o evento contará com o mestre de cerimônia Marcelo Tás e reunirá parceiros, apoiadores e amigos da Casa do Zezinho. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site da Ticketmaster e toda a arrecadação será revertida para a manutenção dos projetos da Casa do Zezinho.
ZéNiver31 16 de abril, a partir das 19h30.
Sheraton São Paulo WTC Hotel, Avenida das Nações Unidas, 12559, São Paulo. Ingressos disponíveis pelo link https://bileto.sympla.com.br/event/103857/d/307009
Mostra “Funk: Um Grito de Ousadia e Liberdade” fica em cartaz no MAR somente até o final do mês, exibindo a trajetória e os desdobramentos estéticos e sociais desse movimento cultural periférico
Em cartaz desde setembro de 2023 no MAR (Museu de Arte do Rio), a mostra “Funk: Um Grito de Ousadia e Liberdade” chega ao fim no dia 30 de março. A exposição perpassa os contextos do funk carioca através da história, extrapolando a música e evidenciando a sua matriz cultural urbana e periférica, a sua dimensão coreográfica, o seu imaginário, as suas comunidades e os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos.
A exposição exibe mais de 900 itens, de mais de 100 artistas brasileiros e estrangeiros. Entre eles, destaque para Vincent Rosenblatt, Blecaute, Gê Viana, Manuela Navas, Maxwell Alexandre, Hebert Amorim, Emerson Rocha e Panmela Castro, entre outros. O público poderá interagir com algumas instalações, ouvir músicas, dançar e ler textos que contam a história do ritmo musical, ou melhor, do movimento cultural.
Obra “Radiola de Promessa Finalizada”, da Gê Viana – foto divulgação
M.A.R. (Museu de Arte do Rio) Praça Mauá, 5, Saúde.
Tel. 21 3031-2741.
Ingressos a R$ 20.
Documentário “Milton Bituca Nascimento”, sobre Milton Nascimento, chega aos cinemas do Brasil neste mês homenageando um dos maiores artistas do Brasil e da música de todo o mundo
Uma viagem pelo mundo. De Três Pontas a Nova York, dos tambores de Minas ao jazz mais inventivo dos anos 1970. O documentário “Milton Bituca Nascimento” chega aos cinemas do Brasil neste mês com a história de um ícone da nossa canção, que é reverenciado em toda parte e por diferentes gerações.
A diretora Flavia Moraes passou dois anos acompanhando a turnê de despedida dos palcos e fez muito mais do que registrar esse momento. Com imagens belíssimas e um elenco inacreditável de depoimentos que emocionam profundamente, o documentário dá conta da imensidão que é Milton Nascimento. Wagner Tiso, com lágrimas nos olhos, lembra do menino que equilibrava a gaitinha, a sanfona e o violão na varanda de casa e que depois foi seu parceiro nos bailes da vida e em gravações históricas. Chico Buarque, parceiro em “O Que Será”, assiste a uma gravação de Milton no palco nos anos 1970 e se derrete dizendo “Bituca manda em mim”. E o filme mostra um novo e raro encontro entre duas lendas: Wayne Shorter e Milton, que gravaram o genial “Native Dancer”, em 1975.
É uma profusão de depoimentos estelares: Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Simone, Sergio Mendes, Quincy Jones, Spike Lee, Pat Metheny… Isso mostra o alcance da música feita por Bituca. Tanto na diversidade como na assinatura particular do compositor e do intérprete. Um cantor de muitos timbres, de alcance raro, melódico, improvisador, incomparável. Elis Regina, que conheceu Milton e sua música por intermédio de Gilberto Gil, dizia que “se Deus cantasse, teria a voz de Milton Nascimento”.
foto divulgação
Há também os parceiros importantes: Zé Renato (“Alma”), Ronaldo Bastos (“Cais”, entre outras maravilhas), Marcio Borges, todo o Clube da Esquina, Fernando Brant e os artistas mais jovens para quem ele é mais do que referência: Maria Gadú, Zé Ibarra, Tim Bernardes, Dora Morelenbaum… (me perdoe as reticências, o documentário é tão rico que não daria conta de enumerar).
É bonito como os depoimentos se misturam com as canções. Um compositor conta sua história através delas e, quando elas quebram as barreiras do tempo, a mágica acontece. Ainda que seja um recorte que destaca a passagem dos anos, que mostra nosso Bituca agora, são os “mil tons geniais” que se apresentam.
O filme é corajoso e sensível como as canções escolhidas para contar essa história. Músicas que o Brasil canta há décadas. Frases, ou versos, que ilustram e traduzem também as nossas vidas, pois “sonhos não envelhecem”. Tudo muito amoroso como só poderia ser ao se falar de um homem como Milton Nascimento. As presenças fortes dessa família de escolha, o filho Augusto (que idealizou a turnê) e a tão querida Lilia (a mãe adotiva), com a narração luxuosa de Fernanda Montenegro.
Documentar a música feita no Brasil é documentar o país. É de fundamental importância. Vá ao cinema e mergulhe nessa beleza profunda! Eu fiquei encantada, mais uma vez. Salve Bituca e sua longa e bela história!
Um dos maiores sambistas do Brasil, Jorge Aragão celebra 50 anos de carreira com a turnê “Sambazin de Jorge” e é o grande homenageado do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que promete contagiar as ruas de São Paulo neste mês
Jorge Aragão carrega uma força e uma tradição dignas de muito respeito. Não é qualquer músico e compositor que atinge a marca de cinco décadas de uma carreira recheada de sucessos e que fez história no samba e na música brasileira. E o principal: sempre com um sorriso largo estampado no rosto, de quem vive a vida com leveza, bom humor e com os pés fincados no chão. Para ele, fazer música é tão fácil como respirar.
Hoje, aos 75 anos, depois de circular muito por bandas e bares no subúrbio carioca, no icônico grupo Fundo de Quintal (do qual é um dos fundadores) e em voo solo, o artista tem uma discografia invejável, com mais de 20 álbuns gravados e inúmeros hits – como “Eu e Você Sempre”, “Lucidez”, “De Sampa a São Luiz”, “Alvará”, “Identidade”, uma versão para cavaquinho da clássica “Ave Maria” de Gounod, a vinheta “Globeleza” (feita para a TV Globo) e “Coisinha do Pai”, que ganhou uma gravação inédita em 1997 para acordar Mars Pathfinder, um robô da Nasa em Marte!
foto Yves Lohan
Apesar de celebrar a vida e a música todos os dias, 2025 é um ano de festa e promete arrancar ainda mais sorrisos do mestre: ele completa 50 anos na música, tempo contado a partir do seu primeiro samba gravado, “Malandro” – uma parceria com Jotabê e eternizado na voz de Elza Soares. E, para marcar esse feito em grande estilo, Jorge Aragão está na estrada com a turnê “Sambazin de Jorge” – cuja estreia foi no Rio em outubro – e deve percorrer ao longo deste ano mais de 12 cidades brasileiras, além de destinos internacionais como Portugal, Angola e Estados Unidos.
Neste mês de fevereiro, ele é o grande homenageado do Acadêmicos do Baixo Augusta, maior bloco de carnaval de São Paulo – com mais de 1 milhão de pessoas na folia –, sob o tema “A Força dos Nossos Pagodes!”, que defende o carnaval de rua, as rodas de samba e a ocupação cultural da cidade. O desfile gratuito acontece no dia 23 e será encerrado pelo sambista. Em entrevista à 29HORAS, o cantor e compositor discorre sobre sua trajetória na música brasileira, antecipa as expectativas para a festa e revela outros lados mais inusitados de sua personalidade.
Você será o homenageado do Acadêmicos do Baixo Augusta este ano, que tem como tema “A Força dos Nossos Pagodes!”, extraído de sua própria obra. Qual é a sua relação com o bloco?
Eu tenho minha história marcada por um dos principais bloco carnavalescos do Rio de Janeiro, o Cacique de Ramos, e fui homenageado pelo Monobloco no ano passado! Agora receber esse carinho do maior bloco de São Paulo é muito especial! Me sinto verdadeiramente honrado.
Qual é a expectativa para o grande desfile? O que pode nos adiantar sobre a sua apresentação de encerramento?
Eu e minha equipe estamos preparando tudo com muito carinho para ser um show muito especial, para festejar com muita alegria os 16 anos de história do Acadêmicos do Baixo Augusta. Posso adiantar que estamos selecionando algumas das principais canções da minha discografia e que será uma apresentação bastante animada, como pede o Carnaval. Espero que todos gostem, porque precisamos sempre dessa alegria que a música nos traz!
O cantor e compositor no “Domingão com Huck” – foto Globo / Paulo Belote
O que você acha dos blocos de rua e como enxerga esse movimento hoje em dia? De que forma eles contribuem para manter o samba vivo e a cultura do Carnaval, especialmente em São Paulo?
Eu comecei toda a minha trajetória de samba dentro de um bloco carnavalesco, que foi o Cacique de Ramos. Sinto que os antigos blocos de carnaval propiciavam outro tipo de levada e de experiência para as pessoas. Eu vi durante esses anos os carnavais de desfile se estreitarem e alongarem as avenidas, principalmente em São Paulo. É bom não só para o samba, mas para toda música popular brasileira, porque eles estão cada vez mais ecléticos e com opções para todos os gostos musicais.
O que o Carnaval significa para você?
Quando eu era pequeno, morava em Padre Miguel e ouvia o vento trazer o som da bateria da Mocidade para dentro de casa. Mas nunca frequentei escola de samba alguma. Minha relação com a batucada apenas se concretizou bem mais tarde, na quadra do Cacique de Ramos, um dos principais blocos carnavalescos do Rio, quando eu senti de verdade aquela pulsação que era estar num lugar de samba mesmo. E aí tudo começou para mim e de uma forma muito natural, foram surgindo músicas que até hoje tenho a honra de escutar no Carnaval, como “Vou Festejar” e o tema “Globeleza”.
Já experimentei ser comentarista do Carnaval do Rio de Janeiro e até mesmo a sensação de estrear na Sapucaí como compositor de samba-enredo na Unidos da Tijuca. Isso só para citar algumas das minhas experiências com a festa que, pra mim, significa muito!
Ao lado de Valesca Popozuda, Beth Carvalho, Arlindo Cruz e Almir Guineto no programa “Esquenta” – foto TV Globo / Marcio Nunes
Olhando para trás, qual balanço você faz dessas cinco décadas de carreira? Quais foram os maiores desafios e conquistas?
Desde que eu me entendo como gente eu estava escrevendo alguma coisa, mas nunca percebi que seria algo longevo. Sempre foi naturalmente musical. Eu não tinha muita noção dessa coisa de público, por exemplo. Tocava num barzinho em Copacabana e, às vezes, só tinha um casal lá dentro namorando e eu tocando, fazendo voz e violão. E quando parava para beber água, eles perguntavam ‘por que parou?’. Eu achava que estava ali só para alimentar o ambiente.
Muitas coisas aconteceram na minha vida e eu sempre achei que tive aquilo que merecia. Sempre gostei que fosse desse jeito. Não era que eu estivesse procurando mais, não… Talvez por isso a longevidade da minha carreira e por isso, também, seja difícil fazer um balanço dela. É difícil, principalmente, porque passou para mim de uma forma muito natural.
Parece tão normal quanto fazer uma comida ou outro trabalho qualquer. Claro que é um trabalho diferenciado, porque ao mesmo tempo em que é um trabalho, é também o lazer. Quando saio para trabalhar, saio para encontrar pessoas sorrindo, dançando, se emocionando… então é tão tranquilo e me traz tanta felicidade, que 50 anos passaram e eu nem percebi, não consigo mensurar exatamente o que fiz nesse tempo todo, apenas fiz. O que sei é que eu amo o samba! Essa é nossa raiz. É a maneira como eu me apresento para o mundo. O samba é minha identidade, o samba é meu sorriso, o samba é minha letra… Só não vou dizer que o samba é o ar que eu respiro, porque seria muito piegas (risos).
Você tem alguma música preferida de toda a sua carreira, ou é impossível escolher?
Listei recentemente as cinco que considero as mais importantes da minha carreira até agora e que não podem faltar na minha playlist e nos meus shows, que são: ‘Eu e Você Sempre’, ‘De Sampa a São Luis’, ‘Já É’, ‘Malandro’ e ‘Identidade’. É difícil escolher uma, porque tenho por todas um carinho especial. O curioso é que algumas eu não fiquei tão realizado compondo, mas sou grato porque foram parte do meu aprendizado.
Eu tenho histórias de tanta gente que casou e colocou a música ‘Ave Maria’ na minha interpretação. Tanta gente que ouviu ‘Papel de Pão’, ‘Malandro’ e se conheceu, se casou, se encontrou e separou. E também tomei conhecimento de que “Vou Festejar” foi a mais tocada em shows no Rio de Janeiro, em 2023.
A que atribui o sucesso de sua carreira?
Acho que tudo na minha vida, enquanto profissional e no que diz respeito à carreira, eu só posso mesmo colocar na conta de Deus. Foi Ele quem olhou por isso, quem viu isso. Você está fazendo uma coisa entre quatro paredes, e aí você até tenta gravar para que chegue também a outras pessoas, mas nunca vai imaginar que chegará num padrão como, por exemplo, ‘Coisinha do Pai’, que tocou até em Marte e virou notícia em todo canto! Você não imagina a minha alegria de sentar, olhar para o céu e pensar que minha música foi tão longe. Então, só Deus mesmo. E sempre que penso nisso, me sinto muito grato e feliz. Nunca vou parar de escrever, é isso que me mantém vivo. Se essa vontade acabar, acho que saio da vida.
Em apresentação com Zeca Pagodinho – foto TV Globo / João Cotta
Provavelmente poucas pessoas sabem, mas você é apaixonado por tecnologia, foi um dos primeiros brasileiros a comprar um iPhone, adora jogar “GTA V” e já tem um carro elétrico na garagem. O que mais te fascina nesse universo?
O primeiro iPhone que chegou no Brasil fui eu que consegui. As pessoas mais próximas me falaram: ‘Tá maluco? Como vai comprar um telefone que não liga para ninguém?’. Não tinha nem chip para o aparelho no Brasil, mas eu queria. Sempre quis ter essas novidades em primeira mão. Eu sou de um tempo em que não havia internet, nada disso existia. Então, fico doido com tecnologia! Sou fascinado pelo seu avanço e isso me instiga e me faz buscar o novo a todo instante. Seja nos games, ou agora com o meu carro 100% elétrico, ou com a experiência com a Inteligência Artificial que estamos fazendo um projeto agora… Acho incrível viver na era da revolução tecnológica!
Acadêmicos do Baixo Augusta Data: 23 de fevereiro
Concentração: 13h, na Rua da Consolação
Início: 14h
Término: 19h
DESTAQUES do Carnaval PAULISTANO 2025 2, 9 e 16/2 – Ensaios do Acadêmicos do Baixo Augusta 2025, Audio
6/2 – Bloco Forrozin, Casa Natura Musical
7/2 – Ritaleena 10 anos, Casa Natura Musical
8/2 – Festival CarnaUOL, no Allianz Parque – Christina Aguilera, Claudia Leitte, Sean Paul, Steve Aoki, Belo, Ana Castela, Tony Salles, DJ KVSH, DJ Sofia e Deekapz
15/2 – Ballena Pool Party, Bom Retiro
15/2 – Guapo Pré-Carnaval São Paulo, Komplexo Tempo
15/2 – Bloco do Johnny Hooker, Casa Natura Musical
16/2 – Bloco Abacaxi de Irará Convida Cordão da Dona Micaela, Casa Natura Musical
20/2 – Léo Santana, Pré-Carnaval do Villa, Villa Country
22 e 23/2 – Ensaios da Anitta, Parque Villa-Lobos
22 e 28/2; 1, 2 e 8/3 – Camarote 011 (Especial com Jorge Aragão no dia 28)
28/2 a 2/3 – Desfile das Escolas de Samba de São Paulo, Sambódromo do Anhembi
28/2 – Camarote Essepê com Thiaguinho e Jeito Moleque, Distrito Anhembi
28/2; 1, 2 e 8/3 – Camarote Bar Brahma, Sambódromo do Anhembi
1/3 – Camarote Essepê com Péricles e Turma do Pagode, Distrito Anhembi
1/3 – Carnaval do Tiquequê, Casa Natura Musical
1 a 4/3 – Carnaval na Cidade 2025, Centro Esportivo Tietê
2/3 – Camarote Essepê com Sorriso Maroto e Jonas Medeiros, Distrito Anhembi
3/3 – Macumbafolia com Sandro Luiz, Bar Templo
7/3 – Baile do Baleiro – Especial Carnaval, Casa Natura Musical
8/3 – Camarote Essepê com Belo e Pixote, Distrito Anhembi
8/3 – Desfile das Campeãs, Sambódromo do Anhembi
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