Para celebrar suas três décadas de carreira com milhares de fãs em todo o mundo, Laura Pausini sai em turnê internacional e se apresenta em São Paulo no início de março
O ano era 1993. O tradicional Festival de Sanremo, na comuna homônima da Itália, anunciava a vencedora da categoria de artistas iniciantes: uma garota de apenas 18 anos, chamada Laura Pausini, que cantou a música inédita “La Solitudine”. Da noite para o dia, ela passou de anônima a estrela e viu sua vida mudar.
Mais difícil do que alcançar a fama é mantê-la por tantos anos, de forma sempre positiva – algo que Laura soube fazer como ninguém. A cantora chega aos 50 anos de idade em maio e já acumula três décadas de uma carreira consistente na Itália, no mundo e, claro, no Brasil – país que a abraçou e até a incentivou a aprender português, uma das cinco línguas em que é fluente.
foto Virginia Bettoja
Para comemorar o marco profissional, a artista roda o mundo com sua turnê Laura Pausini World Tour 2023/2024, que teve início na Itália e é seu grande retorno aos palcos. “Não saio em turnê desde 2019 e foi o que mais senti falta nesses anos”, conta. Além da Europa e dos Estados Unidos, Laura passa também pelo Brasil, onde se apresenta em São Paulo nos dias 2 e 3 de março, no palco do Espaço Unimed. Junto a seus clássicos, estão no repertório novidades como as canções “Un Buon Inizio” e “Davanti a Noi”, que fazem parte de seu mais recente o álbum “Anime Parallele” – lançado em outubro do ano passado.
E a cantora segue acumulando feitos e prêmios. Em 2021, foi indicada pela primeira vez ao Oscar e ganhou seu primeiro Globo de Ouro com a música “Io Sì”, trilha sonora do filme “Rosa e Momo”, da Netflix. “Durante esses anos de Covid, vivendo emoções indescritíveis, tive muito tempo para refletir sobre o meu trabalho e percebi que estava me adaptando ao ritmo de quem se contenta. Quero e preciso me dar esse presente: saber que não cheguei ao objetivo, que ainda há mais para descobrir”, reflete.
Laura Pausini em show da turnê em Veneza – foto Virginia Bettoja
Em entrevista à 29HORAS, Laura Pausini faz um balanço de sua trajetória, fala sobre sua relação com o Brasil e conta como vislumbra o futuro. Confira, nas páginas a seguir, os principais trechos dessa conversa:
Você completou 30 anos de carreira em 2023. Olhando para trás, que balanço faz das últimas três décadas? Quais foram os momentos mais marcantes?
Tenho muita sorte de poder comemorar três décadas na música e tenho essa consciência. É por isso que quando penso nesses 30 anos, me sinto orgulhosa e satisfeita. Trabalhei muito e nunca parei de tentar retribuir o amor que as pessoas sempre me deram. O Festival de Sanremo, em 1993, mudou a minha vida ao me tornar conhecida na Itália e no resto do mundo. Acredito que junto com o Grammy, o Globo de Ouro e a indicação ao Oscar, aprender línguas estrangeiras é uma das coisas mais memoráveis da minha vida, porque me moldou como mulher e cantora.
Com seu primeiro Globo de Ouro, em 2021 – foto Courtesy of Gentemusic
Quais são as suas recordações do dia, em 1993, em que sua música “La Solitudine” venceu o Festival de Sanremo?
Eu tinha apenas 18 anos, era ingênua e inocente e não tinha absolutamente nenhuma expectativa de ganhar. Nasci em uma pequena cidade italiana no meio do trigo e dos campos. Ser famosa era algo inimaginável para mim. Os italianos votaram em mim e me fizeram ganhar na noite de 27 de fevereiro. A partir desse dia, minha vida e da minha família mudou.
Você foi uma das primeiras mulheres italianas a fazer grande sucesso internacionalmente e a ganhar um Grammy, além de tantos outros prêmios importantes e indicações, como o Oscar. Qual é a responsabilidade de ser pioneira e influenciar tantas gerações seguintes?
É uma grande responsabilidade que, às vezes, me assusta. Espero não cometer erros e dar um bom exemplo levando o nome do meu país pelo mundo. E para alcançar esse propósito, tenho que ser 100% honesta e essa é a minha força. Hoje, todo mundo está em busca de notícias sensacionalistas. Isso gera um pequeno desconforto em mim, porque qualquer um pode inventar ou falar mal sem verificar se as informações são verdadeiras ou não. Então, utilizo minhas plataformas de mídia social em todas as línguas em que canto, para dizer quem realmente sou.
Como foi a maratona de shows #LAURA30, em que, em apenas 24 horas, você percorreu três cidades, dois continentes, cinco idiomas e 30 anos de música? Qual foi o grande propósito desse projeto?
O grande objetivo do projeto foi alcançar as pessoas que me acompanham nesses 30 anos. Escolhi começar em Nova York, porque é a cidade onde canto em cinco línguas diferentes graças ao seu multiculturalismo. Madri é o primeiro lugar onde cantei em espanhol e Milão representa a minha carreira na Itália. Logisticamente, foi muito difícil preparar tudo, mas valeu a pena. Foi uma das aventuras mais bonitas que já tive e me desafiou como nunca.
Você não saía em turnê desde 2019. Qual é a sensação de retornar aos palcos? O que podemos esperar dessa turnê comemorativa no Brasil? Pode dar algum spoiler?
Me sinto como uma menina na frente de uma loja de doces: feliz, curiosa e com fome!
O setlist apresenta mais de 30 músicas, do meu primeiro disco ao último. É uma turnê para celebrar três décadas de história musical compartilhada com meu público. É uma espécie de viagem, um conto feito de canções, mas também de anedotas e fotos muito pessoais e inéditas. Além disso, vou cantar algumas músicas em português, já que é a minha língua favorita!
Ao longo de sua carreira, você teve a possibilidade de fazer parcerias musicais com grandes nomes. Quais foram as mais marcantes? Com quem mais gostaria de trabalhar?
A mais emocionante foi a primeira, com Phil Collins. Eu tinha apenas 19 anos e era louca por ele. Com uma coragem desconhecida, pedi para ele colaborar comigo. Phil foi muito gentil e imediatamente escreveu para mim uma música chamada “Looking for an angel”, que cantamos muitas vezes juntos. Eu o amo imensamente e sempre serei grata a ele.
A cantora com Phil Collins – foto Courtesy of Gentemusic
Você tem uma relação muito especial com o Brasil. Quando foi a primeira vez em que esteve aqui e quais são as suas melhores recordações no país? Tem planos de vir morar no Brasil?
Minha primeira vez no Brasil foi no Rio de Janeiro, que é a minha cidade favorita no mundo. Eu tinha 19 ou 20 anos e me senti em casa andando por Ipanema. Mesmo não falando português ainda, entendi tudo. Realmente me senti uma pequena menina brasileira. Para ser sincera, tenho muita vontade de morar no Brasil. Mas, antes, eu sonho em conhecer Salvador, na Bahia. Nunca estive lá e seria maravilhoso ter tempo de desbravar essa cidade incrível.
Como foi o processo criativo e de composição do seu novo álbum “Anime Parallele”? Qual é a mensagem que você quer transmitir com esse trabalho?
É um verdadeiro álbum conceitual que conta 16 histórias de pessoas reais, diferentes entre si. É um disco que celebra a diversidade e o direito individual de cada um que, na minha opinião, devem ser respeitados por sermos cidadãos das mesmas ruas, mas de almas, sonhos e desejos diferentes. Vivemos em um mundo que divide lugares, mas não necessariamente ideias. Nesse mundo, representado pelas ruas e calçadas, quero que sempre exista respeito e amor entre as pessoas que o habitam. Eu gostaria que todos tivessem o desejo de se apaixonar pelos seres humanos que vivem simultaneamente como almas em caminhos paralelos.
O novo álbum inclui a canção “Durar (Uma Vida com Você)”, que ganhou uma versão em português com participação de Tiago Iorc. Como surgiu a ideia da parceria?
Eu admiro o trabalho do Tiago faz tempo e fiquei muito feliz quando ele aceitou o convite para cantar e adaptar a música “Durar”. Uma amiga minha, que é brasileira, me apresentou as músicas dele e fiquei encantada. É um poeta muito talentoso e sua voz combinou muito com a mensagem que quis passar com essa canção. Ele ainda aceitou ir até a Suécia para gravar o videoclipe comigo e me ajudou com a pronúncia do português, foi muito gostoso! Espero poder encontrá-lo quando chegar no Brasil e agradecer sua participação e apoio. Ele é um amigo incrível que a vida me deu.
A parceria de Laura e Tiago Iorc na música “Durar (Uma Vida com Você)” – foto Nicolas Loretucci
Como você vislumbra o seu futuro pessoal e profissional? Tem um grande sonho que ainda deseja realizar?
Os sonhos que se realizaram na minha vida são maiores do que imaginei. Tenho medo de não ser capaz de sonhar, mas estou feliz em dizer que ainda faço isso. A música ainda é algo desconhecido, sempre me faz querer saber mais. Preciso me sentir assim, sonhar que posso me desafiar todas as vezes.
Para divulgar seu novo projeto, “Autumn Variations”, Ed Sheeran escolheu 14 fãs de diferentes países para criar e produzir seus videoclipes
Em setembro passado, Ed Sheeran – headliner de uma das noites da edição comemorativa de 40 anos do Rock in Rio – lançou um concurso para divulgar o seu novo projeto, “Autumn Variations”, no qual iria escolher 14 fãs de diferentes países para criar e produzir os videoclipes do seu álbum. Foram inscritos mais de 4 mil videoclipes e o cantor se encarregou de selecionar os vencedores que representam 14 países, como Irlanda, Austrália, Itália, Holanda, Brasil, Japão, França, Nova Zelândia, Taiwan, México e Índia.
O cantor britânico Ed Sheeran – foto Creative Commons
Foi Beatriz Santamaria Pinha a escolhida para representar o Brasil e dirigir o clipe de “That’s On Me”, o primeiro da série, lançado em 21 de novembro e já disponível no YouTube. O clipe bem-humorado e sensível conta a história de um motociclista chamado Alger Steele – interpretado por Skip Howland – que se encontra entediado com a vida. Ele vê um comercial estrelado pelo próprio Ed, que o aconselha a se reinventar.
Quando contatada pela Warner Music Brasil, Beatriz reuniu mais quatro cineastas brasileiras para comandarem as demais áreas do videoclipe. A produtora e coordenadora de produção é a paulistana Bia Bauzys, que se mudou para os Estados Unidos aos 16 anos e se formou em cinema pela Emerson College, em Boston. Em “That’s On Me”, Bia atuou como co-produtora junto de Karen Sanovicz.
Karen, também natural de São Paulo, é formada em marketing digital e atualmente está cursando Mídia Digital no Fashion Institute of Design and Merchandising, em Los Angeles. Juntas como produtoras do clipe, Karen e Bia foram responsáveis pelo orçamento do vídeo, contratação da equipe, e por garantir prazos, conceitos e formatos adequados.
O ator Skip Howland em cena do videoclipe “That’s On Me” – foto reprodução
O departamento de arte foi comandado por Daniela Taouil, diretora de arte formada em Cinema pela FAAP, em São Paulo. Com experiência em audiovisual no Brasil, ela se mudou para Los Angeles a fim de aprimorar seus estudos em comunicação visual. Como diretora de arte do clipe, Daniela foi responsável por estruturar o conceito visual e executá-lo por meio da cenografia, produção de objetos e elementos gráficos, desenvolvendo uma unidade visual para a narrativa.
A diretora de fotografia Nicolle Batista nasceu e foi criada em Boston, Massachusetts – filha de pai brasileiro e mãe americana. Depois de se formar no Emerson College, ela se mudou para Los Angeles com a colega Kathlyn Almeida, que contribuiu como primeira assistente de câmera em “That’s On Me”.
Para a diretora desse clipe inédito, feito em parceria com outras jovens brasileiras das áreas de cinema e arte, “o espírito de perseverança e o bom humor do nosso povo são inspirações e estão presentes no videoclipe”.
A equipe que participou da produção do videoclipe, com a diretora Beatriz Santamaria Pinha segurando a claquete – foto acervo pessoal
Confira sugestões dos sons que brilharam no ano passado e um olhar sobre o que pode se destacar na música brasileira daqui para a frente!
Já viramos o ano e, para essa coluna inaugural de 2024, trago uma retrospectiva nem um pouco ortodoxa sobre a música brasileira. Começo com o projeto “Relicário”, do Selo Sesc, que não é apenas um show transformado em memória, é todo um registro histórico. Cada disco vem acompanhado de um precioso material que contextualiza o evento. No ano de 2023, foram quatro lançamentos, o primeiro foi João Gilberto em uma gravação de 1998 no Sesc Vila Mariana. No repertório de clássicos do samba sempre revisitados por ele, temos uma música inédita do grande Herivelto Martins com Waldemar Ressurreição, “Reo Sem Coroa”. São quase duas horas de música boa, bem gravada, com um dos nossos maiores cantando Dorival Caymmi, Ary Barroso, Pixinguinha, Tom Jobim e outras maravilhas. Se quiser o disco físico, é possível encontrá-lo nas lojas das unidades do Sesc e o libreto vale a pena!
Os outros lançamentos são: Adoniran Barbosa no Sesc Consolação, em 1980 – um show delicioso, cheio de histórias contadas pelo maior cronista musical da paulicéia; João Bosco, em 1978, com o disco “Tiro de Misericórdia”, inteiro com as letras do genial Aldir Blanc e ainda com a ditadura militar sobre nossas cabeças; e Zélia Duncan, em 1997, no Sesc Pompéia, em um registro lindo depois do primeiro grande sucesso cheio de baladas e blues de Renato Russo e Joan Armatrading. Nesse “Relicário” vem de bônus uma entrevista com o jornalista Zuza Homem de Mello, nosso mestre, no projeto “Ouvindo Estrelas”.
Filipe Catto lançou o disco “Belezas São Coisas Acesas por Dentro” com o repertório de Gal Costa – foto divulgação
E entre os discos inéditos, obras frescas e artistas jovens, destaco a cantora e compositora baiana Assucena. Seu primeiro disco solo é o “Lusco Fusco” e saiu em novembro passado. Assucena fez parte do trio“As Baías”, com Rafael Acerbi e Raquel Virgínia e – também no ano passado – fez uma linda homenagem à Gal Costa com o show “Rio e Também Posso Chorar”. É uma cantora romântica e contemporânea, que busca nos anos 1970 uma sonoridade pop e brasileira. Sobre a canção que abre o disco, que tem uma levada samba rock, ela disse: “É um desafio de que gosto, fincar os pés no meu tempo sonoro sem me perder de minhas raízes”. Sua voz é maravilhosa e traz ainda a produção do pernambucano Pupillo e a co-direção artística de Céu.
Assim como Assucena, Filipe Catto é uma cantora do século 21. Gaúcha, compositora e dona de voz poderosa, Catto lançou o disco “Belezas São Coisas Acesas por Dentro” com o repertório de Gal Costa. Começou como um tributo e, hoje, é um dos shows mais incríveis da cena pop. Um repertório muito bem escolhido, romântico e roqueiro, libertário e sexy.
Muita coisa interessante aconteceu em 2023, mas o que cabe nesta coluna são essas sugestões, meus queridos leitores. Gosto sempre de lembrar o mestre Paulinho da Viola: “Quando penso no futuro, não me esqueço do passado”. O tempo é absolutamente relativo, se é que vocês me entendem. Bom ano, bom verão e boa escuta!
Prestes a subir aos palcos com sua maratona carnavalesca que passará por 10 cidades brasileiras, Anitta reflete sobre seu novo momento de vida e seu sucesso internacional em constante ascensão
Já estamos em 2024, mas, de acordo com os apaixonados por folia, o ano começa somente após o Carnaval. Há uma verdade nisso, pois o clima festivo de dezembro combinado com o verão e seguido pelas férias de janeiro pede uma prorrogação na alegria. E se tem uma pessoa que sabe festejar e contagiar como ninguém o grande público, ela atende pelo nome de Anitta.
Todos estão familiarizados com o sucesso estratosférico da cantora, que nos últimos anos alcançou patamares nunca imaginados por artistas brasileiros. Ela tem dedicação, foco, visão estratégica e consegue encarar com naturalidade situações que fariam a maioria das pessoas tremer na base. Anitta já se apresentou nas mais importantes premiações da indústria da música para plateias recheadas de ícones e figurões mundiais; deu entrevistas em inglês em programas de destaque na televisão dos Estados Unidos, como “Jimmy Kimmel Live!” e “The Tonight Show”; esteve no line-up dos maiores festivais de música do mundo, como Coachella e Lollapalooza; e atuou em espanhol na série “Elite”, da Netflix.
foto Andre Nicolau
Hoje, entretanto, a nossa garota do Rio quer mesmo ser feliz, escolher a dedo projetos que lhe deem prazer e, acima de tudo, se divertir e aproveitar a jornada. “Sempre falei que iria me aposentar aos 30 anos e de fato tenho essa vontade, só não parei de fazer os projetos de que realmente gosto”, confessa a cantora, que completou 3 décadas de vida em março . Entre eles, o Carnaval é sagrado.
Com a nova temporada de “Ensaios da Anitta” – maratona carnavalesca que acontece de janeiro a fevereiro em Salvador, Floripa, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio, BH, Vitória, Curitiba e São Paulo –, a poderosa se prepara para ficar cerca de quatro horas em cima do palco por 11 dias praticamente seguidos. É intenso, mas ela garante que se sente realizada. A edição de 2024 trará como novidade uma releitura de suas músicas antigas e, em cada cidade, uma escola de samba será homenageada.
Em entrevista à 29HORAS, a cantora fala não apenas de Carnaval, mas também de seu sucesso estrondoso mundo afora, de seu novo álbum focado no mercado externo e faz um balanço da carreira até agora. Confira, nas páginas a seguir, trechos dessa conversa.
O que podemos esperar da temporada de pré-carnaval “Ensaios da Anitta”? Há muitos anos tive a vontade de fazer um bloco de Carnaval. Depois, amadureci um pouco a ideia e decidi fazer um show dos ensaios, única e exclusivamente porque me divertia demais. Eu amo show de Carnaval, axé e misturar músicas que têm a cara do verão. Para essa temporada, renovei um pouco o repertório e acredito que a galera vai curtir. Sempre gosto de incluir canções de outros artistas como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Harmonia do Samba, Daniela Mercury e Margareth Menezes, mas esse ano farei uma releitura das minhas músicas antigas. Preciso destacar também os looks, que estão inacreditáveis, um verdadeiro sonho! Fizemos em parceria com o stylist Daniel Ueda e vamos homenagear uma escola de samba em cada dia.
Shows da série ‘Ensaios da Anitta’ pelo Brasil – foto Julia Bandeira
Está ansiosa para o Carnaval? Além dos Ensaios, o que você pretende fazer nesse período? É o único período que escolho para estar no Brasil e me preparo com alimentação saudável e uma rotina de treinos para conseguir aguentar cerca de quatro horas em cima do palco cantando sem parar e por muitos dias seguidos. Além disso, ando com uma fonoaudióloga o tempo todo para me ajudar a não perder a voz. Não sou super disciplinada, então começo a preparação alguns dias antes. Estou doida para começar logo e para acabar logo, porque é muito cansativo e fico destruída (risos). Brincadeiras à parte, me divirto demais! Hoje escolho fazer só o que me dá prazer. Os únicos momentos em que faço shows são o verão e o Carnaval. Estou muito nessa fase de me divertir e aproveitar. Sempre falei que com 30 anos eu iria me aposentar e de fato tenho essa vontade, só não parei de fazer aquilo que eu realmente gosto.
Você tem uma visão empresarial muito forte tanto para a música quanto para outros negócios. Quem é a sua grande inspiração e como desenvolveu essa faceta ao longo dos anos? A forma como fui fazendo tudo foi muito pela minha intuição e pelo meu estado de espírito. Se estou me sentindo confortável, gostando do lugar onde estou e do que estou fazendo, eu sigo. Se não, mudo, faço tudo diferente. Então, nunca teve muito a ver com olhar outras pessoas, mas sim com meus sentimentos e do que me dará tesão e a sensação de dever cumprido. Minha carreira inteira foi baseada nessa ideia e, hoje, a minha menor motivação é trabalhar apenas pelo dinheiro, sucesso ou para mostrar para os outros que continuo bombando e não fracassei. Antigamente, era mais tensa com tudo, mais dependente de fazer sucesso, estar no topo e ganhar dinheiro. Eu tinha essa fome. Não tenho mais essa coisa de acordar e falar ‘tenho que’. Estou mais relaxada e com um pensamento de que tenho que ser feliz e aproveitar – bem diferente da Anitta que todo mundo conhecia. Toda essa competição, comparação e busca pelo sucesso acaba deixando a gente muito tenso, quando na verdade devemos pensar em um propósito maior.
A cantora em Festa do Spotify – foto divulgação
Quais outros projetos você tem engatilhados para 2024? Vou lançar meu novo álbum na primeira metade deste ano. É 100% de funk brasileiro, mas é em inglês e espanhol e muito focado na minha carreira fora do Brasil, não é pensado para o público brasileiro, pois já conquistei meu espaço aqui. Quero que o mercado externo conheça o ritmo. Entendo que é mais difícil por ser um estilo novo para eles, mas tenho muita paixão por esse projeto.
Como está sendo a recepção do público estrangeiro? Para você foi uma surpresa ou esse sucesso foi algo planejado? Eu queria muito conquistar isso, mas não sabia como, então fui fazendo o que me dava prazer. Não sei se fiquei surpresa, porque sempre tive dentro de mim uma certeza de tudo. Mas fico feliz e honrada, porque muitas vezes fora do país sou tratada de uma maneira um pouco mais especial do que no Brasil, onde há muito julgamento. No exterior, aprendi o quanto o que faço tem valor e o quanto que realmente sou trabalhadora e tenho talento. Eles têm muito respeito pelas coisas que fiz, pois têm noção de que é muito difícil ser do Brasil e fazer sucesso fora. Internamente, na indústria, rola uma dificuldade e atribuo muito ao fato de ser mulher e jovem.
Na Final da Champions League, no ano passado – foto divulgação
É diferente se apresentar no Brasil e no exterior? Quais são as particularidades do público brasileiro? O Brasil não tem igual, é o país mais caloroso que existe! No exterior a galera é mais fria, às vezes até tenho a impressão de que não estão gostando do show (risos). É diferente, eles não reagem tanto, são mais de ficar olhando apenas. Aqui nós somos intensos, curtimos, nos entregamos, pulamos, dançamos.
Hoje você é uma pessoa poliglota, fala espanhol e inglês fluentemente. Como você estuda outras línguas? Sempre teve essa facilidade e interesse? Tenho muita facilidade. Quando era criança, frequentei a escola pública Itália no Rio de Janeiro e tinha aulas de italiano. Consigo me virar porque sempre fui muito estudiosa e tenho uma memória muito boa. Aos 10 anos, comecei a estudar inglês e, quando iniciei a carreira de cantora, quis aprender espanhol, porque ‘Show das Poderosas’ começou a tocar na Espanha. Gosto muito de me comunicar e, durante a pandemia, passei a aprender francês também.
No Festival Megaland, em Bogotá (Colômbia) – foto divulgação
Você já conquistou diversos prêmios e números superlativos na indústria da música. Tem algo que ainda almeja alcançar? Algum público estrangeiro em mente? Para ser bem sincera, nunca tive essa vontade de ganhar prêmios. É claro que fico feliz quando ganho, é maravilhoso e gratificante, mas não condiciono minha carreira com base nisso. Não é isso que diz quem é melhor e acho que nem existe isso de ser melhor. Nunca imaginei que fosse chegar nesse nível e que estaria concorrendo ao Grammy ao lado de artistas como Beyoncé e Adele. Eu já cheguei tão longe, que não quero ter esse pensamento de que falta algo, é injusto com tudo o que já fiz e com todo o meu esforço. Existe essa pressão da sociedade, de que ‘tem que fazer mais, tem que continuar’. E eu não sei se ‘tem que’. Talvez não, já aproveitei, arrasei e agora quero fazer nada, quero só ficar com a minha família e viajar o mundo. Quero atuar mais também. Fiz ‘Elite’ na Netflix e tive um feedback incrível, muita gente elogiou a minha atuação. E foi a minha primeira vez!
Faz 10 anos que você lançou “Show das Poderosas”, que te iniciou no cenário musical. Qual balanço você faz dessa última década? Quais foram os maiores aprendizados até aqui? Qual foi o momento mais surreal da sua carreira até agora, algo que você ainda não acredita que aconteceu? Faz dez anos do lançamento, mas antes disso já tinha três anos de carreira ralando nas favelas do Rio de Janeiro e do Brasil. Mas o hit foi, sem dúvida, uma revolução no país para a indústria musical e para as mulheres. Antes, para divulgar uma música, precisava de muito investimento. Depois de ‘Show das Poderosas’, todo mundo começou a fazer seus próprios clipes de funk e isso para mim foi uma revolução. Além disso, diria que tive outros três momentos muito marcantes na minha trajetória. Com ‘Bang’, comecei a ser aceita no mundo fashion e ganhei mais credibilidade. Antes era completamente rechaçada e, depois desse lançamento, comecei a mostrar que eu era uma artista completa. Outra revolução foi ‘Vai Malandra’, pois pessoas do mundo inteiro começaram a me procurar. Por último, com ‘Envolver’, conquistei o primeiro lugar nas paradas e expandi a minha fama internacional. Foi muito bizarra a sensação de ter o mundo falando de mim. Esses quatro momentos foram, com certeza, super surreais!
Anitta e seus dançarinos na festa do Video Music Awards 2023 da MTV, em que venceu na categoria de “Melhor Clipe de Música Latina” – foto Kevin Mazur
Em ritmo acelerado 06/01 Salvador, BA 07/01 Florianópolis, SC 13/01 Brasília, DF 14/01 Fortaleza, CE 20/01 Recife, PE 21/01 Rio de Janeiro, RJ 25/01 São Paulo, SP 27/01 Belo Horizonte, MG 28/01 Vitória, ES 03/02 Curitiba, PR 04/02 São Paulo, SP Ingressos:
www.carnavaldaanitta.com.br
Em turnê comemorativa, Colbie Caillat passa por cidades brasileiras levando seu som que mistura estilos próprios norte-americanos e que cativou fãs pelo mundo todo
A cantora e compositora Colbie Caillat chega ao Brasil neste mês para shows em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro nos dias 7, 8 e 9, respectivamente. A turnê celebra os 15 anos de seu famoso álbum “Coco”, que traz músicas como “Bubbly”, “Midnight Bottle” e “Magic”. “Sou muito orgulhosa desse disco, é o significado da conexão, foram essas canções que me lançaram ao mundo”, conta.
Muito conhecida na década passada, Colbie esteve no país pela última vez há 8 anos. Na época, ela vivia o auge de números estrondosos, como 8 milhões de discos vendidos e, atualmente, acumula 20 bilhões de reproduções de suas composições no streaming. “Eu absolutamente amo o Brasil! É um lugar especial para mim, pelas pessoas, pela comida e, principalmente, pela paixão por música!”, comemora.
foto Patrick Tracy
Hoje, a cantora – nascida em Malibu, na Califórnia – passa por uma transição em sua carreira e divulga o novo álbum “Along The Way”, lançado no mês passado, que enfatiza seu lado mais country. “Minhas letras são sempre sobre minhas próprias experiências, então quando me mudei para Nashville, esse gênero passou a fazer parte da minha rotina. Acho que por morar aqui e estar cercada por esse estilo de vida, e realmente conseguir apreciar a música, agora é o que mais escuto.”
Em São Paulo, Colbie Caillat se apresenta no Vibra, na Avenida das Nações Unidas. No Rio de Janeiro, ela sobe ao palco do Vivo Rio, no Parque do Flamengo. “Não estou estabelecendo grandes planos futuros, vivo um período diferente da minha vida, muito mais otimista com tudo, apenas espero levar essa boa vibração por onde canto e o Brasil tende a receber muito bem essa energia!”, finaliza.
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