Premiada cachaça Pindorama é produzida em refúgio próximo ao Rio de Janeiro

Premiada cachaça Pindorama é produzida em refúgio próximo ao Rio de Janeiro

Fazenda das Palmas produz a premiada cachaça Pindorama e é opção de hospedagem rural tranquila para toda a família, com experiências de degustação e espaços para diferentes esportes

Os municípios do Vale do Paraíba Sul Fluminense preservam casas antigas, igrejas, estradas e fazendas que pertenceram aos famosos barões do café do Brasil Imperial. A região foi responsável por enormes exportações do adorado grão no século 18 e, hoje, se volta para o turismo e para a produção de outros itens também muito brasileiros, como a cachaça. É o caso da Fazenda das Palmas, entre Vassouras e Mendes, a duas horas do Rio de Janeiro.

 

Suíte master da Fazenda das Palmas, em Vassouras – foto Isabel Corção

 

O refúgio com seis suítes na casa principal, e duas cameratas extras no andar inferior para crianças, recebe grupos de até 15 pessoas e proporciona momentos tranquilos de descanso em família. Com uma quadra de tênis, campo de golfe e cavalos, a fazenda também é um convite para quem deseja se aventurar nos esportes. O lugar conta ainda com piscina aquecida e sauna a vapor.

Esculturas em bronze ocupam os jardins, e móveis antigos e quadros que exaltam a fauna e a flora brasileira estão nos quartos e nos espaços comuns do casarão. Entre as experiências oferecidas aos hóspedes estão a alimentação orgânica – com verduras e hortaliças retiradas da horta direto para a mesa – além da visita ao alambique da Cachaça Pindorama, produzida na Fazenda das Palmas e que conquistou a medalha de prata no International Spirits Challenge, em Londres, em 2019.

 

Foto divulgação

 

Construído originalmente em 1855, o alambique havia sido desativado e abandonado, porém ainda mantinha a caldeira inglesa, importada da Alemanha no começo do século passado. A estrutura foi totalmente reformada, a cana-de-açúcar começou a ser plantada e a cachaça, destilada. O local passou a produzir em torno de 50 mil litros de cachaça prata ao ano, o carro-chefe da marca. Dez por cento dessa produção é da versão descansada em barris de amburana. A própria empresa planta dez árvores da madeira para cada barril utilizado. A bebida é exportada para a Europa e distribuída no Rio de Janeiro e em São Paulo.

 

Sala de estar da Fazenda das Palmas – foto Isabel Corção

 

Fazenda das Palmas
Estrada de Palmas, 9444, Vila Mariana, Mendes (RJ).
As reservas devem ser feitas no e-mail fazenda.palmas@gmail.com  e no telefone 21 96691-3364.
Diárias a partir de R$ 1.800 para o casal, com todas as refeições inclusas.

Salvador: o segredo por trás do boom econômico

Salvador: o segredo por trás do boom econômico

Fora do saturado Sudeste, a capital baiana Salvador se revela um dos principais destinos para investimento e negócios no país

Eu nasci em Salvador, mais precisamente no Nordeste de Amaralina. O bairro é a terra de Marivaldo dos Santos, que faz parte do grupo percussivo mais importante do mundo, o STOMP, e fundou o Quabales, um projeto socioeducativo cultural. É terra também de Mãe Selma, Ialorixá; de Márcia Ministra, socióloga, professora e ativista; de Mr. Armeng, rapper e produtor cultural; do TrapFunk&Alivio, coletivo criativo e musical, e tantas outras pessoas que fazem parte dos mais de 80 mil habitantes do bairro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). Tenho orgulho de dizer que sou Nordeste duas vezes. Por ter nascido na região Nordeste e no bairro Nordeste.

Salvador tem suas maravilhas, não podemos negar. As praias são maravilhosas, foi o destino brasileiro mais vendido no ano de 2022 – de acordo com os dados da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) –, é considerada a ‘Cidade da Música’ pela Unesco, a culinária é impecável, tem o melhor carnaval do mundo e muitas possibilidades e potências de se admirar.

 

foto iStockphoto

 

E o segredo para o boom da economia criativa na cidade está nos soteropolitanos que conseguem transformar capital intelectual, criatividade e conhecimento em negócios prósperos a partir das tecnologias digitais, ancestrais e sociais. É o caso da Afrosaúde – uma health tech focada em desenvolver soluções tecnológicas para a comunidade negra e que está prestes a faturar seu primeiro milhão. Exemplo também da Preta Comunicação, empresa criativa que, com uma equipe 100% negra, cria soluções em comunicação com narrativas potentes para pequenas e grandes empresas, se firmando na diversidade. E não é diferente com o Solar Gastronomia – um restaurante focado em gastronomia afetiva e contemporânea, localizado no Rio Vermelho.

São exemplos como esses que fazem com que Salvador esteja entre as seis cidades brasileiras com potencial para investimentos estrangeiros, negócios e projetos, segundo o Índice de Confiança do Investimento Estrangeiro Direto (IED), realizado pela consultoria global Kearney, em 2021. Em uma onda de layoffs e de casos incontáveis de empresas que nunca conseguiram dar lucro, os negócios liderados por mulheres e negros são os que não conseguem créditos em bancos e muito menos estão no radar dos investidores de capital de risco. Mas são essas empresas que representam 30% do Produto Interno Bruto do Brasil.

Agora existe uma escolha, uma decisão a ser tomada. Queremos continuar concentrando os investimentos em negócios criativos apenas no eixo Sudeste, ou estamos dispostos a investir nas regiões Norte e Nordeste sabendo que também teremos retorno do nosso investimento? Eu já tomei a minha decisão, recomecei por Salvador.

*Monique Evelle é cofundadora da Inventivos e jurada do Shark Tank Brasil.